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RITO DOS CAVALEIROS ELUS COHEN DO

UNIVERSO Manuscrito 1
RITO DOS CAVALEIROS ELUS COHEN DO
UNIVERSO
Manuscrito 1

Na tentativa de trazer cada vez mais luzes sobre a Ordem dos Elus
Cohens fundada por Martinez de Pasqually e para torná-la distinta da
corrente Martinista fundada por Louis Claude de Saint Martin, o
Filósofo Desconhecido, colocamos à disposição de todos mais uma
tradução de grande importância para elucidar esses fatos iniciáticos
e também para indicar em que momento histórico essas duas
correntes foram consideradas como a mesma, talvez até pela
proximidade dos nomes Martinez e Saint-Martin. Todavia, sabemos
que a corrente criada por Saint-Martin e que ficou conhecida como
Martinismo seguiu uma linha mais filosófica e teórica do que o
sistema prático e Teúrgico que identificamos como Martinezismo ou
a corrente dos Elus-Cohen do Universo.
O que nos revela o presente documento é que houve uma fusão das
duas correntes em um determinado momento histórico, mais
precisamente no início do século XX, por meio dos trabalhos
desenvolvidos por Papus e por Jean Bricaud, além do de Robert
Ambelain a quem o presente documento é atribuído. Infelizmente, o
presente documento não traz notas bibliográficas mais precisas; o
que de certa forma compromete a seriedade e profundidade da fonte
de pesquisa. No entanto, quando se lê os rituais nele constantes tem-
se a prova da seriedade e da autenticidade do presente documento.
Quem conhece bem a profundidade e a autenticidade de rituais bem
redigidos, logo perceberá que os constantes no presente documento
são realmente autênticos.

A leitura dos regulamentos e estatutos demonstra uma Ordem


autenticamente maçônica, querendo resgatar suas origens primitivas
e livrar-se da falácia filosófica e pouco prática do cristianismo
esotérico. O apelo constante ao trabalho social, assim como a defesa
dos princípios de liberdade de expressão são características
altamente maçônicas, não cristãs. O Cristianismo tenta se sobrepor
e se autoeleger como suprema e acima das demais religiões no
mundo; o que não é verdade. O trabalho maçon tenta se pautar na
realidade e fato da FRATERNIDADE universal, que pode ser
comprovada pela prática da Teurgia ou Alta Magia, revelando o
princípio de IGUALDADE, sem o qual a LIBERDADE de expressão
não pode ser concedida.

Além disso, o conjunto de suas práticas ritualísticas reflete quase


nada do Cristianismo ou catolicismo prático; doutrina esta que prima
pela submissão ao destino, ao sofrimento e ao conformismo.
A doutrina dos Elus Cohen se reporta muito mais ao Velho
Testamento e às práticas desenvolvidas por Salomão em suas
Clavículas Maiores e Menores, além de muitos outros grimórios
sérios e testados que versam sobre a Teurgia Prática e a Kabbalah;
assuntos completamente estranhos e avessos ao Cristianismo.

Além disso, a ritualística apresenta um caráter universalista


facilmente adaptado a qualquer sistema de práticas esotéricas. Entre
os mais famosos podemos citar o Sistema de Magia da Golden
Dawn, criado por MacGregor Mathers, diga-se de passagem,
bastante sério e eficiente para quem já o testou. Ao que tudo parece,
este último descende das práticas dos Elus-Cohen devido às fortes
semelhanças no uso e aplicação da Simbologia Cabalística e
Teúrgica, além da lógica de construção dos rituais e aplicação das
práticas de desenvolvimento. Além disso, deixa claro e pautado que
o Cristo é um símbolo cósmico inerente a todo ser humano também
conhecido como Eu Superior, Buda de Luz, Mestre Interno etc. Seja
qual for o ponto de distorção, ainda é bastante cedo para que
possamos chegar a uma conclusão definitiva. O mais importante é
buscar todas as evidências, documentos e formas de pesquisa
possíveis para esclarecer a humanidade como uma corrente tão
poderosa e tão edificante no planeta pode, que foi a dos Elus-Cohen,
desaparecer, não nos seus aspectos de culto externo como os que
ainda existem e são difundidos pelo mundo, mas nos seus aspectos
mais profundos e edificadores que é a Teurgia prática ou Alta Magia.

As demais partes da tradução virão em documentos separados, mas


fazem parte de um único conjunto. A separação é mais didática e
para aproveitar o espaço, dando a oportunidade a cada pesquisador
sério de ler e refletir sobre um assunto tão polêmico na Iniciação
Ocidental. Além disso, o texto é enriquecido pelas minhas notas
pessoais, as quais não consigo deixar de colocar por mais que eu
tente.

Todo seu na Santa Ciência!


Charles Lucien de Lièvre
Soberano Colégio dos Magos

ESTATUTO E REGULAMENTO GERAIS

Artigo 1º - Apesar de todas as dificuldades do momento, das


perseguições e perigos que pesam sobre todas as Ordens Iniciáticas,
os Grupos Iluministas e as Potências Maçônicas, foi constituída, em
03 de setembro de 1943, ao meio-dia, no Grande Oriente de Paris,
um Templo Cohen, rompendo com qualquer denominação
generalizada, desde 1884, de Ordem Martinista,1 (e por razões
diversas com aquelas não comprometidas com movimentos
antagônicos ao Iluminismo). O dito Templo Cohen reassumiu, então,
o primitivo e tradicional vocábulo de seus antigos predecessores, os
Réaux-Croix de Martinez de Pasqually e, como tal, se proclamou
constituído sob a antiga denominação do século VXIII, a saber:
“Ordem dos Cavaleiros Maçons do Universo”.

Nota do tradutor:

1. O texto explicita e deixa bem claro uma busca, um retorno à pureza do Rito primitivo. O
Martinismo não é Martinezismo, porque o primeiro abandonou a prática dos rituais teúrgicos para
se consagrar somente aos seus aspectos intelectuais e filosóficos. O Rito Elus-Cohen não é
apenas teórico, mas baseado na comprovação prática da teoria.

Artigo 2º - “A Ordem dos Cavaleiros Maçons, Elus Cohen do


Universo”, enquanto Templo em Paris se considera legitima e
possuidora regulamentada da afiliação tradicional dos Réaux-Croix
de antigamente, por intermédio dos Cavaleiros Benfeitores da Cidade
Santa, que fundou Jean-Baptiste Willermoz dos “iniciados” de Louis-
Claude de Saint-Martin pelos canais do Martinismo livre de seus
“S I”, dos altos graus do Soberano Santuário do “Rito Antigo &
Primitivo de Memphis-Misraim” quanto à Maçonaria e aos altos
cargos da Igreja Gnóstica Universal.2 Para este fim, todas as peças,
cartas, patentes, correspondências devidamente assinadas,
timbradas e seladas por Autoridades legítimas ou Iniciadores
regulamentados que os entregaram e estão depositadas em seus
Arquivos. A eles foram acrescentados os Rituais da Ordem, utilizados
antigamente pelos Afiliados do século VXIII, seja sob a forma de
documentos autênticos da época, seja sob a forma de cópias dos
documentos desses originais, que constam em Bibliotecas públicas
ou em arquivos particulares.
Nota do tradutor:

2. Esse trecho mostra a fase em que o conhecimento de várias escolas foram reunidos e muitos
ritos associados aos Elus-Cohen. Essa fusão nos remete ao trabalh6o de Jean Bricaud que
também procurou reunir as antigas raízes do Rito Elus Cohen, no entanto, com a denominação
de Martinismo e não Martinezismo.

Artigo 3º - Pelo que precede, o denominado Templo de Paris se


declarou no direito de constituir uma “Câmara do despertar” da
Ordem, organismo provisório destinado a emitir, segundo a regra e
uso de seus Predecessores, todas as cartas e patentes para a
constituição de templos regionais, de ordenação e de regularização
de Afiliados.

Artigo 4º - o dito Templo de Paris reconhece, aliás, como detentores


da afiliação dos Elus-Cohen de antigamente, qualquer afiliado ou
qualquer organização dita “Martinista”, de posse não somente da
afiliação dos “Superiores Incógnitos”, provenientes de Louis-Claude
de Saint Martin,3 mas também unicamente e, sobretudo, possuidores
legítimos da filiação direta dos Réaux-Croix da Ordem primitiva ou
daquela criada por Jean-Baptiste Willermoz e veiculada pelos
Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa, em sua qualificação de
“Grandes Profetas”. Esses últimos pontos exigem, além disso, que
essa transmissão seja feita de acordo com a Ritualística primitiva, tal
qual nos foi descrita pela documentação da época, e que os assim
denominados afiliados ou organizações detentoras sigam
estritamente as regulamentações internas dos Elus-Cohen
(operações teúrgicas tanto coletivas quanto individuais,
ensinamentos da Kabbalah e da Tradição Esotérica judaico-cristã
etc.).
Nota do tradutor:

3. Aqui trata exatamente do reconhecimento da corrente Martinista como uma linhagem oriunda
dos Elus-Cohen e de sua incorporação ao Rito. Infelizmente, muitas correntes que se dizem Elus
Cohen atualmente exigem e obrigam por juramento que o candidato para se tornar um Elus
Cohen deve possuir todos os graus Martinistas e, pior ainda, jurar renegar todas as outras
religiões e defender o Cristianismo como única e verdadeira religião, e aceitar Jesus Cristo como
único salvador. Isso não só viola as leis de toda a Alta Magia e Teurgia prática como fere os
princípios maçônicos de expressão da liberdade. Existe a Kabbalah judaica, mas uma Kabbalah
cristã é mentira. Onde entrou o domínio político e a usura no Martinismo é que temos que
identificar.

Artigo 5º - Em conformidade com as antigas Constituições


estabelecidas no século XVIII por seu ilustre fundador, Martinez de
Pasqually, e com a Patente primitiva de Constituição do Rito, emitida
em 1º de fevereiro de 1765 pela Grande Loja da França em favor de
sua primeira Grande Loja “A Francesa Eleita-Escocesa”, por
observação fiel de uma regra cujo esoterismo é inexprimível por
Estatutos, o dito Templo de Paris declara de uma vez por todas emitir,
constituir, ordenar e legitimar somente candidatos que estiverem de
posse do terceiro grau da Maçonaria simbólica, ou seja: o grau de
“Mestre”. Nenhuma exceção a essa regra, sob pena de nulidade,
jamais será empreendida, a despeito de quaisquer qualidades ou
títulos que um candidato qualquer possa apresentar, a despeito de
seus valores morais e intelectuais, nenhuma derrogação prevalecerá
sobre esta prescrição: afiliação preliminar à Franco-Maçonaria.

O Templo Cohen ou dignitário que tomasse tal decisão incorreriam


imediatamente em uma suspensão por um período mínimo de três
meses.

Artigo 6º - Um juramento como juiz imprescritível, nenhum Membro


da Ordem pode, uma vez admitido às Classes Superiores (Pórtico,
Templo, Santuário, Tribunal Soberano), esquecer-se de que sempre
será um Franco-Maçon, e mesmo se desinteressar-se do Templo
Social para viver unicamente para o Templo Celeste.4 Ele, por
tradição, está no seio da Ordem cujo objetivo é a unidade final de
uma Humanidade finalmente reintegrada em sua primitiva essência,
deve ser correlativa a uma unidade fraternal e a uma unidade
terrestre, por fim realizada igualmente no seio das Nações. Isto
significa que a afiliação a uma loja azul (simbólica) não se trata
apenas de uma formalidade e que o Candidato Cohen não se fará
presente no tempo de provação. Bem ao contrário, qualquer Elus-
Cohen, não importando o seu grau dentro da Ordem, deve fazer parte
de uma Oficina, Capítulo, Areópago dependendo do Rito Maçônico
de sua escolha. Essa prescrição é válida para todos os graus.
Todavia, o Rito dos Elus-Cohen sendo uma Potência Maçônica
regular no que diz respeito à sua legitimidade de origem, e que
observa fielmente as antigas Constituições ditas de Anderson, os
Capítulos, Areópagos ou Consistórios poderão ser criados por Elus-
Cohen detentores de graus maçônicos equivalentes em números
para tal fundação. Somente a afiliação a uma Loja simbólica,
dependendo de uma Potência estranha ao Rito dos Elus-Cohen, será
sempre exigido do Elus-Cohen no mínimo o grau maçônico de
Mestre.

Nota do tradutor:

4. O Templo Celeste aqui referido é a vida reclusa e fora das atividades maçônicas realizadas
em Lojas, Templos, Capítulos e Areópagos. Isso não o exclui de suas atividades individuais e de
continuar vivendo de maneira reta e honesta.

Artigo 7º - O Rito dos Elus-Cohen considera todo “Domínio” obtido


em uma Potência Maçônica regular como expressamente válida,
todavia, apenas como Rito maçônico regular e se reserva no direito
de restringir esta iniciação aos três primeiros graus da Maçonaria
azul (simbólica) qualquer candidato que assim o preferir, sob
condição de que o dito Candidato se afiliará a uma Potência de sua
escolha.

Para este fim, ele constitui os três graus inferiores das Lojas de São
João, trabalhando somente nos três primeiros graus e sob a
denominação de “Classe de Átrio”.
A dita iniciação maçônica se dará, então, em trajes maçônicos
regulares, podendo chegar ao aspecto do tradicional “triângulo” ou
ao de Loja, tão justo quanto perfeito. Ela se sucederá em
conformidade com os Rituais que constam dos arquivos da Ordem e
todas as partes justificativas oficiais serão, então, estabelecidas.
Artigo 8º - A afiliação à Ordem inclui a aceitação total do presente
Estatuto e Regulamentos Gerais.

Artigo 9º - A Ordem de Maçonaria mística e oculta, o Rito dos Elus-


Cohen submete seus afiliados a um triplo ensinamento: moral, em
suas lojas azuis (simbólicas), filosóficos, teúrgico e místico, em suas
oficinas superiores.

Para isso, ela se subdivide em quatro classes, conferindo doze graus:

Aprendiz
Classe de Átrio Companheiro Maçonaria Azul
Mestre
Aprendiz-Cohen
Classe de Pórtico Companheiro-Cohen Maçonaria Negra
Mestre-Cohen
Mestre Eleito-Cohen
Maçonaria
Classe de Templo Grande-Mestre Arquiteto
Vermelha
Grande Eleito de Zorobabel
Réau-Croix
Soberano Santuário Soberano Juiz -
Grande Mestre Réau-Croix

A Classe de Átrio ministra um ensinamento moral e sociológico.


A Classe de Pórtico ministra um ensinamento teórico, que aborda a
Kabbalah, a Gnose e a doutrina particular da Ordem.
A Classe de Templo ministra um ensinamento prático, voltado para
as mesmas matérias, assim como as ordenações sacerdotais
menores.
A Classe do Soberano Santuário ensina os supremos arcanos e a
chave ativa deste nas quatro classes, assim como ministra as
ordenações maiores.

Artigo 10º - Para fins unicamente administrativos e internos, os dois


últimos graus (Soberano Juiz e Grande Mestre Réau-Croix)
constituem o Tribunal Soberano da Ordem.
Em cada Estado, a assembleia dos Grandes Mestres Réaux-Croix
elege o Soberano Grande Mestre para o Estado, estes elegem o
Grande Soberano da Ordem para todo o planeta.

CLASSE DE ÁTRIO

Artigo 11º - As Lojas Simbólicas (Maçonaria Azul) do Rito dos Elus-


Cohen são regidas pelas mesmas constituições e regulamentos
gerais que a Grande Loja da França, regime escocês retificado. Elas
ministram aos profanos os graus puramente maçônicos de Aprendiz,
Companheiro e Mestre.

Artigo 12º - Os trabalhos que, de modo permanente, são realizados


na ordem do dia das Lojas Simbólicas do Rito e versam sobre:

a) A aplicação no Templo Social da Doutrina Maçônica geral,


especificada por aquela particular ao Rito dos Elus-Cohen, e mais
particularmente na área da sociologia, da política geral exterior dos
estados, da economia política, da moral coletiva (que regulamenta as
relações entre os indivíduos e as nações), e da moral individual
(aperfeiçoamento moral e intelectual do franco-maçon).

b) Ao simbolismo esotérico da Franco-Maçonaria (emblemas,


ritualísticas, tradições etc.) em suas relações com o Hermetismo e
todas as tradições secretas do Ocidente (Antiguidade, Idade Média e
Renascença), porém, de modo muito geral.
Artigo 13º - Duas grandes assembleias anuais acontecem nos
solstícios de Inverno e de Verão. Os direitos de ingresso e cotizações
são objetos de um regulamento específico.

CLASSE DE PÓRTICO

Artigo 14º - As Oficinas Capitulares do Rito constituem a Classe de


Pórtico, que ministra aos membros titulares do grau de Mestre Maçon
os graus de Aprendiz-Cohen, Companheiro-Cohen e Mestre-Cohen.
Eles devem se reunir ritualisticamente uma vez por mês, a fim de
receber os ensinamentos doutrinários da Ordem. Uma outra reunião,
convocação simples (equivalente às convocações de Lojas nos
solstícios) pode igualmente ocorrer com o objetivo de acertar ou pôr
em dia questões puramente administrativas.

Artigo 15º - Duas grandes assembleias serão realizadas igualmente


nos solstícios de Inverno e Verão. Os direitos de ingresso e as
cotizações serão regulamentadas por regulamento específico
precitado para a Classe de Átrio.

Artigo 16º - Cada Templo Cohen deve, como Oficina Capitular do


Rito, ser presidida por um Mui Respeitável Mestre, assistido por dois
Respeitáveis e Veneráveis Mestres Vigilantes, titulares do grau
mínimo de Mestre-Cohen. Esses três dignitários podem, por eles
mesmos, constituir a título provisório uma Oficina de Pórtico com
vistas à Emissão.

Artigo 17º - Ninguém poderá ser admitido na Classe de Pórtico com


o grau de Aprendiz-Cohen, se não tiver sido Mestre Maçon de uma
Loja Simbólica durante um período mínimo de seis meses. Ninguém
poderá passar para Companheiro-Cohen se não tiver permanecido
por seis meses como Aprendiz-Cohen. Ninguém poderá ser elevado
a Mestre-Cohen se não tiver um período mínimo de seis meses como
Companheiro-Cohen.5
Nota do tradutor:

5. Talvez nesse ponto se encontre os aspectos degenerativos da essência interna dos Elus-
Cohen, pois aquele que cumprir os períodos de permanência determinados para cada grau
poderá facilmente ascender ara o grau superior sem dar provas vivas de seu domínio naquele
grau, de seu domínio psíquico em geral. Antigamente, as condições de verificação e cobrança
eram muito mais difíceis do que hoje. O que nos cumpre saber é se os Cavaleiros Maçons Elus-
Cohen não permanecem no Átrio de suas Iniciações, promovendo-se somente através de títulos
e graus. A Teurgia e Kabbalah são devidamente estudadas e praticadas como eram feitas no
tempo de Martinez de Pasqually? Haja vista que depois de Martinez de Pasqually, Jean-Baptiste
Willermoz e Louis Claude de Saint-Martin não surgiu no seio dos Elus Cohen ninguém de grande
expressão.

Artigo 18º - Todo ausência a uma Convocação Ritualística atrasa


imediatamente em um mês o acesso ao grau superior. Essa
prescrição é válida para todas as classes do Rito.

Os trabalhos que devem figurar na ordem do dia nas Oficinas


Capitulares do Rito para a Classe de Pórtico são:
a) O estudo teórico da Kabbalah (história dessa doutrina e de seus
doutores);

b) Rudimentos de exegese, de hebraico, exercícios de decodificação


de documentos herméticos;

c) O estudo das religiões comparadas e de seu esoterismo


metafísico;

d) As relações ocultas do Simbolismo Maçônico e das doutrinas


heterodoxas.

Artigo 19º - Um Regulamento particular fixa as modalidades ao


direito de ingresso e das cotizações.

Classe de Templo
Artigo 20º - Os Capítulos do Rito que constituem a Classe de Templo
ministram os graus de Mestre Eleito-Cohen, de Grande Mestre
Arquiteto, e de Grande Eleito de Zorobabel. Eles devem se reunir
ritualisticamente quatro vezes por ano, nos solstícios de Inverno e
Verão, nas festas de São Miguel e São Gabriel, ou seja, nos dias 27
de Dezembro, 24 de Junho, 29 de Setembro e 24 de Março. Eles
devem assegurar, por livre resolução, as assembleias nas quais são
conferidos os ensinamentos dos três graus e as ordenações dos ditos
graus.

Artigo 21º - Os graus da Classe de Templo comportam três séries


de ensinamentos doutrinários, variando com cada um de seus graus.

O ensinamento prático (Kabbalah, doutrina e prática, Misticismo


ativo, Teurgia coletiva e individual, Ascese pessoal), é igualmente
dividida em três etapas, correspondendo a cada uma destes graus.

Artigo 22º - Cada Capítulo de Classe de Templo deve ser presidido


por um Mui Respeitável Mestre, assistido por dois Respeitáveis e
Veneráveis Mestres Vigilantes. Um quarto Oficial, o Orador do
Capítulo completa o número de oficiais necessários para a
constituição de um desses capítulos. Como para a Classe de Pórtico,
essas funções são confiadas aos Membros mais antigos de graus
mais elevados. Essa prescrição é válida igualmente nos três graus.
Para as ordenações ao grau de Grande Mestre Arquiteto, um quinto
assistente é necessário.

Artigo 23º - Ninguém poderá tornar-se Mestre Eleito-Cohen se não


tiver sido Mestre-Cohen durante seis meses. Ninguém poderá tornar-
se Grande Mestre Arquiteto se não tiver permanecido, pelo menos
por seis meses, no grau de Mestre Eleito-Cohen. Ninguém poderá
tornar-se Grande Eleito de Zorobabel se não tiver permanecido
durante quatro anos no grau de Grande Mestre Arquiteto.6

Nota do tradutor:

6. A questão do tempo de permanência no grau volta aqui em questão. Veja que em momento
algum do Estatuto é tratado da verificação prática dos exercícios individuais. Em uma única ou
mais assembleias seria impossível os membros apresentarem resultados patentes de sua
preparação individual. O sucesso do Rito Elus-Cohen depende essencialmente dessa
verificação.

Direitos de ingresso e cotizações: consultar Regulamento específico.

SOBERANO SANTUÁRIO

Artigo 24º - Os Altos Capítulos Réaux-Croix ministram o dito grau no


decorrer de uma de suas assembleias anuais, nos Equinócios de
Primavera e Outono. Essas devem comportar um mínimo de três Mui
Potentes Mestres Réaux-Croix. Esta ordenação não pode ocorrer
fora das lunações equinociais de março e de setembro, quando o sol
atravessou o ponto vernal e o ponto antivernal.

Ninguém poderá ser admitido ao grau de Réaux-Croix se não tiver


permanecido durante três anos no grau de Grande Eleito de
Zorobabel e de quatro anos no grau de Grande Mestre Arquiteto.7

Nota do tradutor:

7. Volta aqui a questão da permanência no grau por um determinado período. Se isto for
cumprido de acordo com o presente Estatuto, pouco importa se os candidatos estão
desenvolvidos ou não, eles serão admitidos ao grau superior. Nada é cobrado do corpo da
doutrina efetivamente, que deveria ser a base natural para a passagem de grau sobrepondo o
tempo de permanência no grau. Não há cobrança nesse sentido. Então qual a qualificação real
deste Elus-Cohen? Temos um exemplo vivo desta falha executada pelo próprio Martinez de
Pasqually que concedeu a iniciação de Réaux-Croix a um indivíduo de má fé e desonesto e que
depois tentou prejudicar e incriminar o fundador do Rito. (ver artigo A VERDADEIRA ORIGEM
DO MESTRE MARTINEZ DE PASQUALLY). A prova de preparo deve ser tão rigorosa como o
treinamento mágico e a admissão para graus superiores somente mediante comprovação efetiva
de domínio psíquico. Como isso pode ser feito? Através da visão psíquica dos analisadores e da
confirmação por meio das Potencias Celestiais invocadas durante uma Operação de Magia. A
invocação de uma Entidade para esse fim não é um objetivo pueril.

Artigo 25º - Os Réaux-Croix realizam uma assembleia solene a cada


ano, no dia da Lua Cheia do mês de Nisan (locação do signo zodiacal
de Áries).

Artigo 26º - É constituída acima da hierarquia sacerdotal dos Réaux-


Croix uma classe puramente administrativa composta por dignitários
do Presidente, que administra em Areópagos um grau especial: o de
Soberano Juiz. Estes ministram esse grau no decurso de uma de
suas assembleias anuais, convocada na festa de São Miguel (24 de
setembro).

Ninguém poderá ser admitido como Soberano Juiz se não tiver


permanecido um ano no grau de Réaux-Croix. Existe somente um
Areópago de Soberanos Juízes por Estado. Os Conselhos
Administrativos nos Areópagos de Soberanos Juízes são puramente
assembleias administrativas e não acrescentam nenhum elemento
iniciático ou sacerdotal á qualificação de Réaux-Croix.

Artigo 27º - Os Réaux-Croix detentores do grau há mais de sete


anos recebem, então, o título de Grande Mestre Réau-Croix. E se
reúnem uma vez por ano, no dia 20 de Setembro, data de aniversário
da morte de Martinez de Pasqually, fundador da Ordem.

GRANDES MESTRES DA ORDEM

Artigo 28º - O mais antigo dos Grandes Mestres Réau-Croix, sem


graus a completar e com idade suficiente, torna-se o Grande Mestre
da Ordem para um dado Estado. Em caso de impossibilidade
administrativa (tempo de provação, por exemplo), é nomeado pelo
Soberano Grande Mestre da Ordem.

SOBERANO GRANDE MESTRE DA ORDEM

Artigo 29º - O Soberano Grande Mestre da Ordem é sempre de


nacionalidade francesa, a fim de que os arquivos e as Tradições
desta Ordem, nascidas na França do século XVIII, e mantida viva
graças aos seus afiliados franceses, permaneça em seu país de
origem.8
Nota do tradutor:

8. A questão da nacionalidade aqui é discutível. Se levado em conta o aspecto da capacidade


individual desenvolvida e dos princípios maçons defendidos como o da FRATERNIDADE
UNIVERSAL fica um tanto discriminatória tal posição. Se defendemos um princípio espiritual que
é pautado na comprovação de seus elementos por uma Ritualística Mágica eficiente e que torna
universal a capacidade dos homens, por sua livre e deliberada VONTADE, alcançar este princípio
de nacionalidade francesa perde todo o sentido de ser. A Grande Loja pode permanecer
eternamente na França, porém, a mudança de Soberano Grande Mestre deve englobar os
Cavaleiros Maçons Templários do mundo inteiro.

É ele que designa seu próprio sucessor, que o consagra por


antecipação e assina a Carta de Investidura.

A Consagração e a Carta são elementos de autoridade emitidos pelo


Soberano Grande Mestre sob sua exclusiva responsabilidade. Para
aqueles que se tornarem oficiais e eficientes a título definitivo, o
sucessor deve ser publicamente investido de seu cargo no decorrer
de uma cerimônia celebrada em sua intenção pelo Soberano
Santuário do Estado.

É aí que se encontra seu verdadeiro sacramento. A consagração


anterior é apenas a primeira parte do Sacramento.

O Soberano Santuário não possui o poder de recusar essa


investidura oficial e pública ao candidato designado pelo defunto
Soberano Grande Mestre, salvo se o candidato tiver desmerecido ou
incorrido na pena de radiação da Ordem.

A consagração particular do candidato pelo Soberano Grande Mestre


é definida ao mesmo tempo que a investidura oficial em um Ritual
especial.

Artigo 30º - o candidato assim investido e designado por antecipação


pelo Soberano Grande Mestre não possui nenhuma autoridade
suplementar antes da morte daquele que o nomeou em vida.
O dito candidato pode ser eleito entre os Réaux-Croix que compõem
o Soberano Santuário da França, e não deve estar de posse dos
graus de Soberano Juiz ou de Grande Mestre Réau-Croix.
Artigo 31º - Existe um “Segredo” de Ordem. Aquele que for nomeado
por ocasião da morte do Soberano Grande Mestre pelo mais antigo
Grande Mestre Réau-Croix, para candidato escolhido como sucessor
após sua investidura solene. Este “Segredo” deve ser emitido por
escrito, sobre pergaminho em envelope duplo cada um deles selado
com o Selo do Soberano Grande Mestre, ao mais antigo Grande
Mestre Réau-Croix. A nomeação do sucessor acontece em público
diante de todo o Soberano Santuário. O pergaminho é incinerado
pelo novo Soberano Grande Mestre, imediatamente após a leitura,
diante do Soberano Santuário.
A fim de evitar a divulgação do “Segredo”, o duplo envelope e o
pergaminho que ele contém são enviados ao mais antigo Grande
Mestre Réau-Croix como executor testamentário do Soberano
Grande Mestre falecido. Este terá redigido esse texto na época em
que julgar necessário para esta redação devido a doenças graves,
idade muito avançada etc. ou por ocasião de um sinal obtido por
intuição ou lhe for ordenado no decurso de uma Operação.

Os arquivos da Ordem confiados e de posse do Soberano Grande


Mestre são passados a seu sucessor.

Artigo 32º - O Grande Selo do Rito dos Elus-Cohen é composto de


uma cruz de Santo André, radiante e batida, trazendo quatro rosas
em botão no cruzamento dos galhos. Em realce, o antigo título do
Rito: “Ordem dos Cavaleiros Elus-Cohen do Universo.”

Os Afiliados, membros das classes de Pórtico e de Templo fazem


seguir suas assinaturas iniciáticas de “quatro cifras” para a Classe de
Templo, barradas duas vezes, da mesma forma “quatro cifras
barradas” três vezes para o Santuário, da mesma forma barradas
uma vez para o Pórtico.

Artigo 33º - Casos de Desligamento


Justifica a recusa de afiliação, desaprovação ao reingresso na Ordem
e desligamento as seguintes faltas:

1º) Qualquer delito de direito comum tendo ocasionado uma


condenação e que apresenta uma característica difamatória;

2º) Uma conduta escandalosa que possa enlamear a Ordem e a


honradez de seus membros;

3º) Uma conduta que, por ser secreta e conhecida somente por raras
testemunhas, compreenda a embriaguez, o deboche, os modos
contra natureza, a indelicadeza, a má fé comercial, ou a falta total do
espírito maçônico;

4º) O vínculo a um movimento político ou filosófico, a uma


agremiação religiosa militante conscientemente hostil à Ordem,
contrária ao princípio de Iniciação tradicional, à liberdade de
consciência e qualquer ação de propaganda neste sentido;

5º) A difusão ativa desta tese, religiosa e política de caráter


intolerante, que podem favorecer atividades semelhantes,
movimentos ou tendências para justificar essa postura;

6º) Prática ocultas que revelem a Magia maléfica: feitiços, sacrilégios


conscientes cometidos contra objetos, pessoas ou lugares
considerados como locais sagrados pelas Religiões oficiais, insulta e
profanação consciente de Símbolos tradicionais altamente
venerados.

7º) A comercialização de Graus do Rito Elus-Cohen e a maledicência


em geral.

8º) A prática de certas profissões que, para ser de uma honradez


perfeita, constituam um impedimento maior ao recebimento de um
sacerdócio ou à prática eventual da Teurgia.
As outras duas partes deste documento, traduzirei em um outro
documento, porque senão este ficaria muito grande e enfadonho. Eu
evito não colocar minhas notas pessoais, mas em se tratando dos
Elus-Cohen não consigo ficar calado. Espero que a presente
tradução auxilie, você buscador, em suas pesquisas e decisões
iniciáticas, assim como desenvolva em você um espírito crítico mais
agudo.

Todo seu na Santa Ciencia!


Charles Lucien de Lièvre
Soberano Colégio dos Magos

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