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Mais que somente por ser...

Acontece devagar, sem compromisso, sem nenhum esquema preparado ou roteiro, eu só sei
que vai, como uma semente que começa a receber a água regada pela chuva e adentra o
canteiro, fazendo o coração pulsar e explode aos quatro cantos.

A definição mais tenra é somente a que a natureza de Deus pode explicar, a perfeição que ilustra
com tanto detalhe e entrelaça o destino de uma forma que não se tem como estudar ou dar
uma explicação científica. Alguns diriam ser próprio do ser humano, outros ainda diriam ser algo
vindo do próprio criador, mas acima de tudo, vem do coração, da energia mágica que rege o
mundo e que em algum momento deixaram que transparecesse conosco.

Pois então, mais uma vez, o tilintar da varinha de condão universal fez as fagulhas alegres da
amizade se espalhar pelos poros e com elas vieram o conhecimento de um outro ser humano,
de um todo diferente, na diferença que carrega a alma e sobrepõe qualquer outra emoção, um
conjunto tão coeso e eficaz, que perdura pelos instantes que traduz a presença.

Pouco tempo se passou. O bastante para que a afinidade de algum modo se aflore e traga
consigo, o prazer da companhia. Não há o que seja mais torpe do que a necessidade que tem o
ser humano, de outro ser humano e não se precisa explicar, não se precisa entender ao menos
como começa ou o porquê de começar, ao menos. Me disseram uma vez que, amigos são irmãos
que Deus nos deixa escolher, e neste pensamento retomo a única explicação (que me perdoem
os cientistas) para o quanto de sentido tem quando a necessidade do convívio social mais íntimo
com outra pessoa surge simplesmente do nada ou motivado por algo mais simples do que o ato
de respirar, tão automático.

Não sei se pelo fato do sorriso farto ou do modo coeso de suas palavras, o sentido que elas
tomam ao serem proferidas por meu mais novo amigo. Talvez seja pelo seu nome sugestivo ou
ainda pela forma de andar ou pelo jeito despreocupado como dá um aperto de mão, mas pode
ser somente e tão somente pelo modo como olha no olho de verdade. E demorou tanto pra
chamar de amigo-irmão, no processo da confiança adquirida e a sensação de que já conheceu a
tempos e que de algum modo já conviveu-se num outro tempo também, por conta da facilidade
e dos assuntos serem tão simples. Fico impressionado literalmente com a maneira correta de
me encarar e me considerar, de todo o tempo que a procura por algo do tipo foi grande e do
nada, motivado (volto a repetir) por gestos simples.

Tecnicamente é uma questão sem nexo ou sem um gatilho norteador, mas seus defeitos se
sucumbem a seus grandes e fortes dons: o de me divertir e encher à volta de luz, o bastante
para ele e para mim e quando for realmente necessário, encontrarei as respostas para o que na
linguagem do coração chama de amor fraterno.

Artigo apresentado à Disciplina Antropologia Jurídica II

Prof: Gustavvè Honduz

Discente: Robério Gomes

5º Semestre - Matutino

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