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História e uso do pó de Pemba (Efum) Africano

Segundo muitos pesquisadores, a pemba foi trazida pelos bantos, que já a


faziam para seus ritos religiosos na África. Esta teoria é reforçada segundo
o dicionário de termos afro-brasileiros de Nei Lopes, pelo fato de que a
palavra pemba significa cal em kimbundo, e mpemba é o termo para giz
em kikongo. A pemba legítima é importada da África. Efun mineral: é um
pó retirado de calcário, que são encontrados na natureza em várias cores,
também chamada de tabatinga. É utilizado na feitura de santo que serve
para pintar o corpo do neófito, chamada de efum fum (pó branco). O que
torna essas pembas vindas da África tão especiais é o fato de que os
artesãos entoam cânticos religiosos para consagrá-las enquanto realizam
todas as etapas de sua produção: o minério extraído das jazidas de cal é
pulverizado, misturado com corantes e cola, modelado e embrulhado em
folhas de bananeira, depois de seco. Efun (barro branco encontrado no
fundo dos rios); foi o primeiro condimento utilizado antes da introdução
do Sal. Muito usado em Ebos elaborados para aos Orixas Funfum. O efun
simboliza o Dia, por isso, quando em pó, seja soprado ou friccionado seco
é utilizado com o objetivo de expandir, vitalizar, iluminar, clarear,
despertar, avivar. Já o Efun molhado com água pura ou com o soro do
Igbin é utilizado para acalmar, tranqüilizar, adormecer, suavizar, abrandar,
repousar, proteger. Por isso que a cabeça do Yawo em reclusão deve
permanecer coberta de pó de Efun o Dia, e durante a noite coberta com
Waji e pequenas marcas de Efun. Efun vegetal: é um pó retirado de frutos
tipo: obi, orobo, aridan, pichurin, nós-moscada e folhas sagradas. A
mistura do efun mineral e o efum vegetal recebe o nome de Atin e dentro
de algumas tradições ele só deve ser preparada pela iyaefun ou
iyalorixa.ou sacerdote do culto. Efun animal: é um pó retirado de ossos e
cartilagens dos animais utilizados em sacrifícios aos orixás. Nas tradições
africanas, esta extração deve ser feita pelo axogun ou babalorixá,
entrando na preparação de assentamento de orixá. O pó de pemba é
muito eficaz enquanto prática magística, pois raramente deixa sinais de
seu uso, o que é conveniente, especialmente quando o encantamento se
destina a pessoas que não devem ter conhecimento de seu uso. A pemba
ralada é usada como um dos ingredientes que compõem muitos Afoshés
ou pós mágicos, embora existam pós feitos sem pemba, podendo esta ser
substituída por barro de rio ou outro tipo de terra, misturado com ervas,
sementes, partes de animais e outros ingredientes, com variações
decorrentes da influência dos valores culturais dos diversos povos que
formaram as tradições religiosas e mágicas brasileiras. Em decorrência de
sua origem, esses pós também são chamados “pembas”, mesmo quando
não são feitos com o giz pulverizado, legitimamente africanos.

A influência das fases da Lua no preparo dos Afoshés Usar a energia da


fase lunar é um bom caminho para o sucesso da feitura de seus Afoshés.
Existem muitos feitiços e simpatias, que são feitos, por exemplo, na lua
cheia para terem o máximo efeito, assim como os agricultores na
antiguidade plantavam as sementes na lua cheia para uma melhor
colheita. A lua influencia vários campos mágicos-psíquicos incluindo nosso
humor e a nossa psique. Você já deve ter notado que algumas pessoas
ficam mais aéreas durante a lua cheia, pois são mais propensas
psiquicamente às mudanças lunares. Cada uma das quatro fases da Lua
(Lua Nova, Quarto Crescente, Lua Cheia e Quatro Minguante) ocorre num
período de sete dias, durante os quais seus Afoshés podem ser feitos.
Somando esses períodos, perceberemos que o mês lunar tem 28 dias. O
melhor momento para fazer afoshés, feitiços e magias é três dias depois
de iniciada uma fase lunar, pois segundo algumas tradições são nesta
janela que temos a maior força e irradiação da lua correspondente ao
período. • Lua Nova: é boa para simpatias de saúde, feitiços de cura de
doenças. Boa fase lunar para trabalhos espirituais de liberação de
processos judiciais presos em tribunais. Excelente para fazer ebós de
limpeza espiritual e sacudimentos. • Lua Crescente: boa fase para
simpatias de prosperidade, feitiços para atrair sorte, crescimento e
abertura de caminhos financeiros. Boa também para simpatias de atração
amorosa. Excelente para fortalecer a espiritualidade com banhos de ervas
do orixá de cabeça. • Lua Cheia: excelente para trabalhos que envolvem o
aumento do magnetismo pessoal, recuperação da autoestima e feitiços de
atração. Muito boa também para trazer a pessoa amada que foi embora.
Excelente fase da lua para despertar ou aumentar o amor e equilibrar as
energias sexuais. • Lua Minguante: excelente para simpatias e feitiços
onde queremos afastar pessoas rivais ou inimigas de nosso convívio. Boa
para trabalhos de limpeza espiritual de casas e muito boa para banhos de
descarrego. Excelente para quebrar de diversos feitiços e trabalhos
negativos feitos contra nós. Boa referência para quem quer começar a
estudar os preparos de pós de encantamentos, feitiços e práticas mágicas.
A autora Judika Illes é uma autoridade do assunto, vale a pela ter na
biblioteca pessoal. PS. Pós e Afoshés não são inventados por entidades,
mas sim são receitas antigas contidas em algumas tradições. Não é
privilégio de nenhuma tradição. Pois a igreja católica, as tradições
orientais, as bruxarias, o Voodoo Haitiano e de New Orleans, usam este
recurso magistico. Em breve indicaremos novas literaturas sobre o tema.

Pó para Acalmar • 2 colheres de chá de maisena ou talco sem perfume; •


2 colheres de chá de erva-doce;
• 1/2 colher de chá de camomila; • 1/2 colher de chá de erva cidreira.
Misturar tudo num pilão ou almofariz até que a mistura se torne bem
homogênea .Conjurar com o Salmo adequado, ou conjuração de sua
preferência.

Pó de Esconjuro Pode ser usado para exorcismo e purificação, para afastar


os maus espíritos e impedi-los de voltar. Usado em lavagens de pisos e em
trabalhos para se trazer bom sono, jogando ele embaixo da cama. • 1
colher de Cânfora; • 1 colher de carvão vegetal; • 1 colher de pimenta
branca; Misturar tudo num pilão ou almofariz até que a mistura se torne
bem homogênea. Conjurar com o Salmo adequado, ou conjuração de sua
preferência.

☆ PÓ DE TIJOLO É um afoshé muito antigo e bem utilizado em varias


tradições, ele é exemplificado no filme "A Chave Mestra", alem de ser um
pó com muitas referencias na tradição do Voodoo e do Hoodoo. Tem por
função selar ambientes e passagens, impedindo que forças malignas
entrem no recinto, segundo algumas tradições impede a entrada do mal
tanto físico como espiritual. Coloque nas portas e janelas, fazendo uma
linha de pó de tijolo, fechando toda a passagem e selando ela energias
que queiram entrar no recinto. (muito indicado para selar ambientes
contra ladrões, roubos e furtos) Para este afoshé sempre devemos usar
um tijolo sólido virgem, ou tijolo que saiu de um quartel militar.( neste
caso pode ser uma pedrinha que você faça virar pó junto com um tijolo
virgem, para potencializar seu afoshé.

O uso dos Salmos em feitiços, magias e preparos de Afoshes e Pós de


Encantamento – Parte 3/3

TABELA DE SALMOS PARA USO MAGÍSTICO Deixamos aqui uma tabela de


consulta com a função de cada Salmo, seus detalhes específicos e
situações de uso: Salmos 101: para a proteção contra os inimigos e para se
livrar dos maus espíritos. Salmos 102: para obter assistência em questões
de fertilidade e a conceder a graça. Salmos 103: para obter ajuda na
concepção de uma criança e para o perdão dos pecados. Salmos 104: para
limpar o mal; para abençoar curiosidades naturais e fontes espirituais.
Salmos 105: para a cura de doenças, especialmente as febres recorrentes
ou periódicas. Salmos 106: para a curar e restaurar a saúde de alguém,
especialmente quem sofre de febres. Salmos 107: para a remissão ou cura
de febres periódicas ou recorrentes.

Salmos 108: utilizado em uma mágica para o sucesso financeiro em seu


local de trabalho. Salmos 109: usado em uma poderosa maldição contra
opressores e inimigos caluniosos. Salmos 110: para a vitória; para fazer
com que os inimigos se curvem diante de você e implorem por
misericórdia. Salmos 111: recitado para adquirir muitos amigos, bem
como respeito e admiração. Salmos 112: para aumentar em força e poder,
para o sucesso, abundância e bênçãos. Salmos 113: orações e bênçãos
para aqueles que necessitam; para parar infidelidade e heresia. Salmos
114: usado em uma mágica para o sucesso em matéria de finanças,
negócios e dinheiro. Salmos 115: para promover a verdade; para a vitória
no debate sobre escarnecedores e zombadores. Salmos 116: recitado
diariamente para a proteção de morte ou lesão violenta ou súbita. Salmos
117: para pedir perdão por ter falhado em manter um voto ou promessa.
Salmos 118: para a proteção contra aqueles que tentam te desencaminhar
ou desviar. Salmos 119: o Salmo mais longo; suas 22 divisões cobrem
todos os problemas humanos. Salmos 120: para o sucesso no tribunal e
para a proteção contra cobras e escorpiões. Salmos 121: para a segurança
durante a noite, durante o sono e durante a viagem na escuridão. Salmos
122: para paz dentro de uma cidade, e para ganhar o favor dos que estão
no alto. Salmos 123: empregado fazer um funcionário, estagiário ou
empregado retornar. Salmos 124: para limpeza da alma, proteção no mar
e proteção de ser injustiçado. Salmos 125: para a proteção em terras
estrangeiras e contra os que praticam a iniquidade. Salmos 126: depois de
aborto ou a morte de uma criança; para o próximo filho viver. Salmos 127:
colocado em um patuá para a proteção e bênção de um bebê recém-
nascido. Salmos 128: para uma gravidez feliz, livre de acidentes; para o
parto sem complicações. Salmos 129: recitado diariamente para ter para
uma longa vida de virtude e boas obras. Salmos 130: indicado ao passar
por sentinelas em uma zona de guerra. Salmos 131: recitado três vezes
por dia para reduzir o próprio pecado de orgulho e arrogância. Salmos
132: para remediar impontualidade e fracasso; para exercer suas funções
a tempo. Salmos 133: para manter o amor e respeito de amigos e ganhar
muitos mais. Salmos 134: para o trabalho em matéria de ensino superior e
para o sucesso na escola. Salmos 135: para o arrependimento,
espiritualidade e reinauguração de sua vida a Deus. Salmos 136: recitado
em nome daqueles que desejam se confessar e ser purificado dos
pecados. Salmo 137: para a limpeza do coração e alma do ódio, da inveja e
do mal. Salmos 138: recitado diariamente para trazer amor e amizade do
Senhor. Salmos 139: para nutrir e manter o amor especialmente no
contexto do casamento. Salmos 140: para restaurar a tranquilidade e para
preservar e manter relacionamentos. Salmos 141: para defender contra o
terror e medo e contra a iminente opressão. Salmos 142: para curar o
corpo, restabelecer a saúde e aliviar a dor e sofrimento. Salmos 143: para
curar membros do corpo, especialmente os braços e para aliviar a dor.
Salmos 144: para acelerar a cura e para assegurar a emenda perfeita de
um braço quebrado. Salmos 145: para limpar e purificar os clientes de
fantasmas ou maus espíritos. Salmos 146: usado com o trabalho para a
cura e recuperação depois de ser ferido. Salmos 147: para curar as feridas
e picadas de cobras, insetos e outros animais.
Salmos 148: usado com Salmos 149 para manter os clientes seguros de
acidentes pelo fogo. Salmos 149: Usado como trabalho para proteger
contra acidentes de fogo. Salmos 150: Para a glória do Senhor e dar graças
à Sua intervenção. O uso dos Salmos em feitiços, magias e preparos de
Afoshes e Pós de Encantamento – Parte 2/3 TABELA DE SALMOS PARA
USO MAGÍSTICO Deixamos aqui uma tabela de consulta com a função de
cada Salmo, seus detalhes específicos e situações de uso: Salmos 51: para
a limpeza e remoção do pecado, especialmente depois de atos de
vingança. Salmos 52: para terminar todo tipo de fofoca e calúnia, para
acabar com o veneno nas línguas. Salmos 53: para se proteger de inimigos
cujos nomes são conhecidos ou desconhecidos. Salmos 54: para dar
proteção invertendo obras do mal e da maldade. Salmos 55: para invocar
o Senhor pedindo que derrube vingança contra atacantes. Salmos 56: para
que o Todo-Poderoso remova tentação e maus hábitos. Salmos 57: para
virar a sorte, transformando a má sorte em boa sorte. Salmos 58: para
afastar as cobras e animais selvagens; para reverter o mal aos inimigos.
Salmos 59: para derrubar a vingança do Senhor contra os inimigos. Salmos
60: para marchar para a batalha e proteger seus soldados. Salmos 61: para
que uma nova casa seja irradiada com boa sorte, felicidade e paz. Salmos
62: para o perdão dos pecados e para ganhar as bênçãos do Senhor.
Salmos 63: para se proteger de ser vítima de parceiros de negócios e
investidores. Salmos 64: para a proteção, especialmente quando no mar, e
para um retorno seguro. Salmos 65: para a abertura da estrada que rompe
barreiras e leva ao sucesso. Salmos 66: para remover os maus espíritos;
para curar os possessos; para que desejos se tornem realidade. Salmos 67:
contra a doença e febre; para libertar alguém que foi preso ou ligado.
Salmos 68: recitado no preparo banhos que serão usados p ara exorcizar
os maus espíritos. Salmos 69: para libertar alguém da escravidão, de vícios
e de hábitos pouco saudáveis. Salmos 70: para derrubar e reverter a
maldade forjada pelos inimigos. Salmos 71: para liberar clientes da prisão,
para absolvições em processos judiciais. Salmos 72: para criar encantos e
talismãs que trazem um favor, clientes e graças. Salmos 73: para proteger
os viajantes contra a perseguição religiosa em terras estrangeiras. Salmos
74: para um fim à perseguição e para destruir opressores e perseguidores.
Salmos 75: usado junto com banhos preparados especialmente para a
purificação dos pecados. Salmos 76: para pedir intercessão ao Senhor por
proteção contra todos os ataques. Salmos 77: usado contra o perigo,
pobreza, doença crônica, seca e fome. Salmos 78: para obter favores de
reis, príncipes e outros funcionários do governo. Salmos 79: para destruir
totalmente os maus e também para lançar maldições fatais.
Salmos 80: para terminar dúvidas espirituais e para evitar que pessoas
caiam em incredulidade. Salmos 81: para salvar as pessoas de erros; para
a segurança contra acidentes. Salmos 82: para facilitar negócios e ajudar
nos investimentos. Salmos 83: para manter os clientes seguros em tempos
de guerra, perseguição e cativeiro. Salmos 84: para a cura, especialmente
quando o corpo tiver contraído odores incomuns. Salmos 85: para suavizar
corações e restaurar a paz; para os amigos que se tornaram inimigos.
Salmos 86: para trazer bondade, paz espiritual, e felicidade para a
comunidade. Salmos 87: para limpar a comunidade antes de começar a
curar e abençoar o trabalho. Salmos 88: para remover o mal e trazer
bênçãos; usado com banhos e talismãs. Salmos 89: para ungir o doente,
para garantir a libertação da prisão, para a visão psíquica. Salmos 90:
usado com Salmos 91 para proteção; também para abençoar o trabalho
das mãos. Salmos 91: para a proteção de angústia e lesões; para exorcizar
os maus espíritos. Salmos 92: para orar sobre banhos de ervas usadas para
trazer boa sorte e altas honras. Salmos 93: contra a acusação por homens
injustos e opressivos; para ganhar em tribunal. Salmos 94: para a proteção
e retornar todo o mal de volta para seus inimigos. Salmos 95: para limpar
os pecados; para orar por orientação e perdão pelos inimigos. Salmos 96:
para abençoar uma família e trazer felicidade, paz e alegria para eles.
Salmos 97: usado com Salmos 96 para a cura, bênção, e para limpar uma
família. Salmos 98: para restaurar a paz entre duas famílias hostis; para
abençoar a casa. Salmos 99: para louvor e devoção a Deus; para ganhar
conversa com Deus. Salmos 100: para trazer a vitória contra os inimigos
para elevar o cliente. O uso dos Salmos em feitiços, magias e preparos de
Afoshes e Pós de Encantamento – Parte 1/ 3 TABELA DE SALMOS PARA
USO MAGÍSTICO Deixamos aqui uma tabela de consulta com a função de
cada Salmo, seus detalhes específicos e situações de uso: Salmos 1: para a
remoção dos ímpios de um grupo; para uma gravidez segura. Salmos 2:
para ajudar na dissolução e quebrando-se conspirações inimigas. Salmos
3: para alívio de uma dor de cabeça grave ou de dor nas costas. Salmos 4:
para um sono reparador e pacífico; para transformar a sorte má em boa.
Salmos 5: para encontrar favor com as autoridades ou superiores nos
negócios. Salmos 6: para cura de doenças dos olhos; para a proteção no
escuro. Salmos 7: para parar conspirações, vencer inimigos; para
processos judiciais. Salmos 8: sucesso de negócio através da boa vontade
dos associados; para benzer óleos. Salmos 9: para punir inimigos; para
restaurar a saúde de crianças; para processos judiciais. Salmos 10: para
expulsar um espírito imundo, inquieto ou intranquilo. Salmos 11: para
superar o medo; para vitória contra seus inimigos. Salmos 12: para a
proteção contra a perseguição severa ou opressão.
Salmos 13: para a segurança contra morte não natural; para a cura de
doenças oculares dolorosas. Salmos 14: para parar calúnia e difamação
contra você. Salmos 15: para exorcizar os maus espíritos e demônios de
uma pe.

Efun, Osun e Waji


Gostaria de informar que existem diferenças entre efun e pemba, osùn e urucum,
wàji e anil, estes primeiros facilmente importados do continente Africano, não
havendo a necessidade de substituí-los.

Efun é um nome jeje-nago dado a vários tipos de pó, utilizados nos rituais afro
brasileiro. É conhecido pelos leigos e na Umbanda como pemba, nomeclatura
utilizada pela nação angola.

No Afro-brasileiro utilizamos somente três pinturas durante a cerimônia do EFUN


AGBÉ:
- Efun - Um tipo de argila branca

- Osùn - Um tipo de pó vermelho, obtido da árvore Baphia nitida e Peterocarpus


osun ambas Leguminosae Papilionoideae

- Wáji - Um tipo de pó azul, obtido da árvore Indigofera sp. Leguminosae


Papilionoideae.
Cada uma destas cores estão relacionadas com determinados Odus e existem
vários significados para as pinturas, poderei citar as três principais a saber:
As três representam as três passagens do dia, o amanhecer (efun) o crepusculo
(osùn) e o anoitecer (wàji).
Essas pinturas também representam uma forma de proteção contra as forças
maléficas das três principais Iyami Àjé (as feiticeiras) impedindo-as que pousem
sobre as pessoas e uma das principais caracteristicas destas pinturas, tem como
objetivo vincular todo o àse transmitido ao noviço durante os ritos da iniciação.

O Wáji é um elemento muito importante no culto aos Orixás, uma vez que, junto
com outros elementos, ajuda a proteger a cabeça dos nossos iyawos contra as
Ajé. Segunda a crença africana essas pinturas impediriam que eleyé (ave ligada as
Iyami) pousasse no ori dos recém iniciados, pois caso isso ocorresse seria um
desastre para vida dessa pessoa.

Obí - O fruto imprescindível no Candomblé

O Obi que é um fruto africano de uso imprescindível no Candomblé, sem ele nenhuma
obrigação é feita.
Para que a obrigação, ou outro rito prossiga com aceitação dos Òrísás é necessário uma
resposta positiva a ser dada através do Obi.
Ele deve ser jogado antes da obrigação para saber se o ritual pode ser realizado e depois
de feito para saber se foi aceito.

O fruto utilizado deve ser o que possui quatro gomos, chamado de Obi Abatá, sua
divisão deve ser natural, ou seja é proibido o uso de faca ou qualquer material cortante,
para dividi-lo em quatro partes, se naturalmente ele só contiver duas partes.
As duas metades correspondem a dois casais, caso o Obi contenha mais de quatro partes,
o excedente deve ser retirado, para que somente as quatro permaneçam.
O local onde o Obi será lançado deve ser plano, no chão ou sobre um prato branco, onde
fundamentalmente contenha água.
As partes são lançadas simultaneamente, sem manipulação ou lançamento individual.
Uma exceção deve ser feita no uso do Obi como jogo, para o Òrìsá Sàngó deve ser
utilizado Orogbò em substituição ao Obi.
O fruto dessa árvore tem uma dimensão tão importante no Candomblé que sua utilização
vai desde os rituais de iniciação até a consulta, por meio das suas sementes, para saber
se determinada oferenda agrada aos Òrísás.

Fruto do corpo e do espírito


O Obi é uma planta africana que, como muitas outras, veio para o Brasil por necessidades
do culto. É consagrado a Òsáàlá. Saber a quem ele é dedicado já é uma pista para
conhecer sua função, não só ritualística – iniciação e adivinhação – mas também
medicinal. Na indicação popular ele é tido como estimulante físico e de fertilidade.

Dentre as espécies catalogadas, encontra-se o obi, cujo nome científico é Cola acuminata.
“O obi tem como princípio ativo a cafeína. O teor dessa substância varia muito. Daí por
que ele é usado em processo de iniciação, quando se dá uma importância grande aos
conhecimentos traduzidos de forma oral ao qual é necessário manter-se atento, em
vigília”.
A massinha branca que reveste a semente do obi é rica em açúcares. “Esse tipo de
experiência nos mostrou o quanto há de sabedoria nesse conhecimento dos terreiros.

Obi, obi d’água ou simplesmente obi. Todos estes nomes referem-se à mesma obrigação,
voltada exclusivamente a confortar uma pessoa em um caso de doença, desemprego,
distúrbios nervosos, ou até mesmo para um iniciado dentro dos preceitos do "Asè Òrìsá",
quando por um motivo ou outro, o mesmo não pode passar por um bori. Esta obrigação
tem seu nome em referência a uma fruta africana, o obi, sem a qual nada podemos
realizar para os òrìsás, no tangente a sacrifícios, uma vez que é com ela que conversamos
com nossos antepassados para sabermos se aquele santo está satisfeito com a obrigação,
etc.

A NOZ DE COLA

0BÌ FRUTO DE UMA PALMEIRA AFRICANA (COLA ACUMINATA, SCHOTT. & ENDL. –
STER-CULIACEAE) ACLIMATADA NO BRASIL. INDISPENSÁVEL NO CULTO DOS
ORISÁ, ONDE SERVE DE OFERENDA PARA OS ÒRÌSÀ E É USADO NAS PRÁTICAS
DIVINATÓRIAS SIMPLES, SEPARADO PELAS MÃOS EM PEDAÇOS.
O BROTO DO OBÌ: TIRA-SE PARA IMOBILIZAR A GERMINAÇÃO. PARA UM OBÌ
GERMINAR É PRECISO DE TODAS AS SUAS PARTES. SE ISTO É OBSTRUÍDO, É
NECESSÁRIO NÃO DEIXAR OS GOMOS EM INCUBAÇÃO. UM GOMO ESTÁ
SEPARADO DO CONJUNTO. SERIA MAIS OU MENOS UM PADECIMENTO. POR ISTO
QUE DIZEMOS: PA OBÌ, (MATAR O OBI).

A palavra “obi”, se refere à noz de cola fresca nativo da África, especificamente o OBI
ABATA. Varia de branco, a escuridão vermelho, em cor.
Embora possam ser usadas outras configurações do Obi de vários modos, são os quatro
lóbulos de Obi, também conhecido como Iya Obi (A Mãe Obi).

DIFERENTES TIPOS DE NOZES DE COLA


1. Obì – Noz de cola Acuminata. Obì e água (obì omi tùtu) são oferendas primordiais nos
cultos afro-descendentes.

2. Obì àbátá ifin – Obi 4 partes branco - Oferenda exclusiva de Obatalá.

3. Obì abatá pupa – Obi vermelho. Serve de oferenda para qualquer ebora que não seja
fun-fun, inclusive para Orí e Egun.

4. Obì edun = obì àáyá – (Cola Caricofolia– Sterculiáceae) – Cola de macaco Possui o
fruto vermelho e brilhante. É comestível. - Desconhecido o uso ritualístico.

5. Obì àbàtà = obì gidi – (Cola Acuminata – Sterculiáceae) – Este é um tipo de nóz de cola
vermelha que pode possuir de quatro a seis cotilenóides (awé). Típico para oferenda para
qualquer Ebora.

6. Àjoòpa é uma nóz de cola doce e vermelha, grande e de qualidade superior.

7. Obì ifin = O mesmo àjoòpa, só que de cor branca. - Oferendado a Obatalá - Muitas
vezes é dado como um presente ou como parte de um presente a uma pessoa importante.

8. Gbánjà = górò = awé méji. – (Cola Nitida – Sterculiáceae) – É vermelho e possui apenas
dois segmentos como indica um de seus nomes (awé méji). Contém muita cafeína e por
este motivo, se comido à noite, provoca insônia. A cafeína age como estimulante e
excitante muscular. Combate a depressão e a hipertensão e sua ação rápida é também de
curto efeito. Não serve de oferenda Òrìsá.

LENDA DO OBI (NOZ DE COLA)

"Era uma vez um belo rapaz, forte e saudável, cujo nome era Obi, seu trabalho era levar
os recados dos homens, para os Òrìsás. Toda vez que um homem precisava fazer uma
oferenda a uma divindade, ele deveria falar no ouvido de Obi todas as suas orações,
pedidos e lamentações, e este, por sua vez, transmitiria os recados e traria uma resposta
daquela divindade.
Com o tempo, Obi passou a ser mais requisitado pelos seus trabalhos, pois com sua ajuda
tudo se tornara mais fácil, a resposta era imediata. Isso foi fazendo com que Obi ficasse
muito orgulhoso e envaidecido, passando a cobrar preços cada vez mais altos pelos seus
serviços, acumulando assim, muitas riquezas.
Obi sentia-se livre para agir desta forma, andava pelas ruas sem falsa modéstia, dizendo o
quanto as pessoas precisavam de seus favores. O tempo foi passando e a situação
chegou a tal ponto, que Exu ficou incomodado com as atitudes de Obi. Esù, que caminha
entre o céu e a terra com muita facilidade, foi falar com Olodùmàré (o Deus Supremo),
relatando tudo o que estava acontecendo na terra, especialmente o comportamento de
Obi.
Olodùmàré ficou muito triste com o que Obi estava fazendo e tomou uma decisão, ir
pessoalmente a casa de Obi, falar com ele, e ver quais seriam seus argumentos. O Deus
Supremo, que nunca havia saído do céu anteriormente, seguiu em direção a casa de Obi,
lá chegando, bateu na porta, e Obi foi atender, sem imaginar quem poderia estar do lado
de fora, ao abrir a porta, tão grande foi seu susto, que caiu de costas no chão imobilizado,
foi quando Olodùmàré disse a ele:
"Tanto foi o teu orgulho e vaidade que vim pessoalmente a sua casa para falar de minha
tristeza, como reparação de seus erros, a partir de hoje nunca mais falará de pé, toda vez
alguém precisar de teu trabalho é no chão que deverá te invocar, esse será o teu castigo
para sempre".
E até hoje é assim que consultamos Obi, no chão. Sabemos toda lenda serve para nos
transmitir uma mensagem filosófica.

Outro Ìtán:
"Olodùmàré chama os homens para retornarem ao seu lar, porém nem mesmo a morte é
capaz de apagar as lembranças os feitos de grandes homens.
Obi é um elemento muito importante no culto de Vodun, Òrìsá e Nkise. A noz de cola, Obi,
é o símbolo da oração no céu.
É um alimento básico, e toda vez que é oferecido, o seu consumo é sempre precedido por
preces.
Foi Orunmila quem revelou como a noz de cola foi criada.
Quando Olodùmàré descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras,
antes de ficar claro que Esù era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro
mais moderadas divindades (Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Aiye, a única divindade
feminina presente), para entrarem em acordo sobre a situação.
Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os
mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo.
Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto
estavam rezando pela restauração da harmonia, Olodunmare abriu e fechou sua mão
direita apanhando o ar.
Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.
Após isso, Ele foi para fora, mantendo suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas
mãos no chão.
Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou. No dia seguinte, uma
árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no
ar.
Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos.
Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.
Aiye pegou-as e as levou para Olodùmàré, e Ele disse a ela para que fosse e preparasse
as frutas do jeito que mais lhe agradasse.
Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto
ruim.
No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam
ser comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal
sucedidas.
Foram então até Olodùmàré para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes
era impossível.
Quando ninguém sabia o que fazer, Elenini, a divindade do Obstáculo, se apresentou
como voluntária para guardar as frutas.
Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela. Elenini então partiu a cápsula, limpou e
lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por quatorze dias.
Depois, ela começou a comer as nozes cruas.
Ela esperou mais quatorze dias e depois disso percebeu que as nozes estavam vigorosas
e frescas.
Após isso, ela levou as frutas para Olodùmàré e disse a todos que o produto das preces,
Obi, podia ser ingerido crú sem nenhum perigo.
Deus então decretou que, já que tinha sido Elenini, a mais velha divindade em sua casa
quem conseguiu descodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser
dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem
apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas primeiro ao mais velho sentado no meio do
grupo, e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.
Olodùmàré também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente
cresceria em lugares onde as pessoas respeitassem os mais velhos.
Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio
Olodùmàré e tinha duas peças.
Ele pegou uma e deu a outra para Elenini, a mais antiga divindade presente. A próxima
noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que
disseram as orações que fizeram nascer a árvore da noz de cola.
A próxima tinha quatro peças e incluía assim Aiye, a única mulher que estava presente na
cerimônia.
A próxima tinha cinco peças e incluiu Òrìsá-Nlá.
A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.
A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho.
Aiye então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e
onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais
velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada."

Em terra yorubás,é costume oferecer OBI a alguém em sinal de cortesia, de amizade,


de cordialidade... Repartido, constitui um pacto de lealdade e de comunhão entre as
partes

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