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Dedicado,
em comovente lembrança
AEGIS
NOTA DO AUTOR
Pessoalmente, estou absolutamente de acordo com este ponto de vista. Quando utilizo
a palavra “Deus” como representante da Origem Divina Única do Todo, não pretendo
dar a entender que a Deidade deva ser limitada a características masculinas ou
femininas. A utilização da palavra “Deus” para representar à Divindade está em
consonância com a tradição e representa uma maior comodidade linguística.
Esperamos que este método de representação do hebraico não seja ofensivo para
ninguém. Igualmente confiamos que o uso do termo “Deus” para fazer referência à
Divindade ùltima não resulte ofensivo para aquelas pessoas que, como eu mesmo,
valorizam a importância do aspecto feminino do Divino, tal como se descreve nas
páginas seguintes.
INTRODUÇÃO
Para mim, o judaísmo havia sido algo muito reconfortante: nada de inferno nem do
fogo do inferno, nada de “crer ou ser condenado eternamente”. Somente havia que
amar a Deus e obedecer a “Regra de Ouro Negativa”:
Não faças aos demais aquilo que não desejarias que te fizessem a ti.
Para uma pessoa de orientação científica como eu, se tratava de uma religião
agradável, segura, quase secular, até que aquele rabino me chamou a seu escritório.
De repente, me vi cheio por uma informação estranha que constituía uma parte
desconhecida de minha religião. Se supunha que as pontas do Talit (o xale para a
oração) devia ter um número determinado de fios de uma cor e de outra, que
deveriam atar-se com um número determinado de nós. Se supunha que o Tefilín
(filactérios) para o braço deveria ter a correa de pele enrolada sete vezes (por que
sete?) ao redor do mesmo (veja o esquema abaixo) e que logo deveria enrolar-se ao
redor da mão para poder pronunciar o nome “Sadai”, um dos nomes de Deus (eu
acreditava que o nome de Deus era aquela palavra de quatro letras que não devia
pronunciar jamais). De repente, minha religião segura e lógica se convertia em
ilógica e deixava de ser segura. Era necessário encontrar as raízes de minha religião e
descubrir qual era a base do que aparentavam ser somente besteiras. Assim começou
uma busca e um estudo que até agora me tem ocupado durante mais de vinte anos,
que me conduziram à Cabala e à Magia Ritual, e que culminaram nestas onze lições
que vocês se dispoem a estudar.
Ilustração 1: O Tefilín
Durante estes anos, tenho lido milhares de libros e investigado nos Estados Unidos e
na Europa ocidental. Colaborei em revistas e diários ocultistas e da Nova Era. Me foi
outorgado uma licenciatura em Filosofia pela Universidade de UCLA, sou um Mestre
Autorizado em Tarot e tenho um doutorado honorário em Metafísica.
As lições que vocês estudarão aqui não são simplesmente um produto de meus
sonhos. Apliquei este mesmo curso dezenas de vezes na zona sul da Califórnia a
centenas de estudantes. Cada vez que dava o curso, buscava melhorá-lo e depurá-lo e,
finalmente, publiquei pela primeira vez como um curso a distância. Agora, aquelas
lições aparecem em formato de livro para dar-lhes uma maior difusão. Vocês têm a
grande vantagem de dispor do curso completo, que foi escrito com muito mais
detalhes que as anotações dos estudantes. Ademais, agora posso oferecer muito mais
informações que antes.
Evidentemente, tudo isso é muito mais do que se pode explicar nas poucas centenas
de poucas centenas de páginas seguintes. No final, há duas coisas que deveriam estar
muito presentes:
1. A lei de Sturgeon Esta lei afirma que 90% de todas as coisas são supérfluas.
Dentre milhares de livros, uma grande parte são repetições e outra suposições
inúteis de pessoas que sequer tentaram levar a cabo o ritual mais simples. Este
curso lhes oferece o mais substancial de milhares de livros, além de mais de
vinte anos de investigação e prática pessoais.
Ostaria de falar agora da Aurora Dourada. No momento em que se criou essa loja
mágica, ao final da década de 1880, se dispunha de muito poucos livros realmente
bons sobre magia e sobre a Cabala. A maioria dos livros realmente bons que existem
hoje em dia sobre esses temas o foram escritos por membros da Aurora Dourada,
pessoas relacionados com esses membros ou pessoas que, sabendo-o sem saber,
foram influenciadas por este grupo. Entre essas pessoas se encontram MacGregor
Mathers, Aleister Crowley, o doutor F. I. Regardie, A.E. Waite, H.P. Blavatsy, Dio
Fortune, P.F. Casse e muitos outros. A maior partes deste curso deriva de seus escritos
se trata de milhoes de palavras que se apresentam aqui pela primeira vez em um
sistema de sabedoria, aperfeiçoamente e magia prático e fácil de seguir.
Nestas lições encontraram muitos rituais mágicos para praticar; estes rituais deveriam
ajudar-lhes no desenvolvimento de suas capacidades mágicas e psíquicas. Apesar de
que muilhares de pessoas ao longo da história tenham demonstrado com êxito seu
domínio das técnicas mágicas, sinceramente não posso garantir a vocês o êxito. Isso
deve-se a que a habilidade de executar a magia com êxito depende de suas próprias
características. Muitas pessoas confidenciaram a mim o grande êxito que tem
alcançado utilizando as técnicas tradicionais que aprenderam destas páginas.
A melhor maneira de utilizar este livro consiste em lê-lo, página por página,
estudando cada uma das ideias e praticando cada uma das técnicas a medida que vão
aparecendo. Quero deixar muito claro desde o princípio que este curso não vai
ensinar-lhes “Magia Negra”. Não será requerido que façam nada contrário a seus
valores morais ou éticos. Vocês não vão “invocar” demônios, diabos nem entidades
malvadas.
PARA COMEÇAR
Devem compreender, apesar de tudo, que contrariamente ao que ocorre na magis dos
contos de fadas e dos filmes, a maior parte da magia real não temtem efeito de forma
instantânea. Por exemplo, se você realiza um ritual para conseguir dinheiro, este
dinheiro poderia demorar uma semana ou duas para chegar e, quando chegar, seria
por meios naturais. Porém, se o ritual foi realizado da forma adequada, o dinheiro
“aparecerá”.
Deveria começar agora mesmo, hoje mesmo, a escrever um diário de seus sonhos.
Quando sonhamos (e todo mundo sonha), pode ocorrer uma das seguintes quatro
circunstâncias seguintes:
Se nunca manteve um diário de sonhos, descubrirá que se trata de algo muito fácil.
Simplesmente tome um bloco de papel e um lápis ou uma caneta e os deixe próximos
à cama. Enquanto desperta pela manhã, escreva tudo quanto recorde. Se não recorda
nada, deverá escrever no diário “Não consigo recordar meus sonhos” e isso será
suficiente. No princípio talvez somente lembrará um pequeno fragmento, talvez
somente um fato ou um sentimento. Ao cabo de um mês de prática regular terá
dificuldades para conseguir que as entradas do diário caibam em uma página.
No parágrafo anterior você observou que eu falei em ler o diário no futuro. Essa
atitude de revisão é muito importante. Não tente, neste ponto, analisar cada sonho. O
mais provável é que não seja capaz nesse momento de decidir a qual dos quatro tipos
mencionados anteriormente corresponde seu sonho. Em lugar disso, busque as
imagens repetidas ou as transformações que tenha observado em seus sonhos
recorrentes. Por favor, fuja de todos esses ridículos manuais sobre o “significado dos
sonhos”!
Vou oferecer-lhe um exemplo da importância que pode ter esse diário para você. Uma
de minhas alunas tinha frequentemente sonhos nos quais era perseguida por soldades,
corria e se escondia. Tinha sonhos desse tipo várias vezes ao mês e despertava
molhada em suor frio, aterrorizada. Para ela, esse sonho era uma versão de algo que
havia acontecido realmente quando era pequena. Depois de praticar alguns dos rituais
de proteção que aparecem nas presentes lições seus sonhos, segundo me contou,
começaram a mudar. Já não se escondia nem era quase descoberta ou violentada, mas
conseguia escapar. Havia desaparecido nela um antigo bloqueio mental que se
manifestava como medo aos homens e ao sexo. A relação com seu noivo melhorou
muito, já que se sentia mais segura. Isso estava representado pela mudança que
experimentou seu sonho recorrente. De forma parecida, você poderia ver as
mudanças positivas em sua vida ao ser capaz de observar as alterações que sofrem
seus sonhos ao longo do tempo.
Mais adiante, nesta mesma lição, encontrará rituais para serem realizados pelo menos
uma vez ao dia. Enquanto esteja aprendendo-os, não deveria tardarmais de meia hora
em levá-los a cabo, e muito menos tempo uma vez que os tenha memorizado. Em
outro caderno, deveria cultivar um diário dos rituais. Na próxima página lhe
oferecemos uma sugestão de formato para seu diário; poderia ser-lhe útil fazer cópias
desta página e guarda-las em uma pasta, de modo que cada dia poderia simplesmente
preencher uma delas.
Data Dia da semana Hora
Fase da lua
Condições
meteorológicas
Emoçṍes
Condição física
Execução
Resultados
Todos os dados que aparecem são importantes e deveriam incluir todos os aspectos
em cada uma das entradas. No futuro, poderá descobrir que condições lhe
proporcionam mais êxito ao praticar magia. Algumaspessoas tem mais sucesso
quando estão contestes e a noite é quente; outras obtem melhores resultados quando
estão deprimidas e o tempo é chuvoso. Conjuntamente, seu diário de senhos e seu
diário dos rituais constituem um texto mágico secreto e pessoal que somente podem
ser realmente úteis para você.
Por fase da lua quero dizer se ela está cheia, minguante ou crescente. Esta informação
pode ser localizada em qualquer calendário local ou astrológico. Por condições
meteorológicas me refiro a se o tempo está chuvoso, nublado, abafado, morno,
quente, frio, etc. Por emoções, se está alegre, triste, deprimido, etc. Por execução, seo
o reitual foi bem executado, conscientemente, descuidadamente, etc. Por resultados
me refiro a como se sente e o que experimentou. Também é possível que você deseje
tecer comentários a esse respeito em uma data posterior; neste caso deverá indicar a
data do comentário referido.
Devo dizer uma coisa mais sobre os rituais:: Não se pode realizar o ritual sete vezes
um mesmo dia e se esquecer dele o resto da semana! Pode realizá-los com uma maior
frequência que a diária, porém deve fazê-los no mínimo uma vez ao dia.
Como consequência de ter ensinado essas lições muitas vezes, me dei conta de que
alguns de vocês se limitam a ler o livro e nada mais. São muitas mais as pessoas que
estudam ocultismo que as que praticam. Se você está realmente interessado em
aprender a praticar magia, sugiro muito seriamente que, antes de chegar às lições
sétima ou oitava, leia ao menos outro livro. Na bibliografia que aparece ao final de
cada lição são sugeridos muitos livros. Pode escolher algum deles ou qualquer outro
relacionado com Cabala, Tarô ou Magia. O objetivo que se busca com isso é duplo:
Agora, antes de apresentar-lhe o primeiro ritual, gostaria de falar de uma coisa que
você deveria ter para obter o máximo proveito desse livro: um baralho de Tarô.
Apesar deste não ser exatamente um curso sobre Tarô, o Tarô tem um importante
papel no estudo, um papel que não se limita a “oferecer leituras”.
Os melhores baralhos para utilizar neste curso são: O Tarô da Aurora Dourada, O
Tarô B.O.T.A. e o Tarô Hermético.
Alguns baralhos adequados para este curso são: o Tarô Rider-Waite (ou Albano
Waite), os baseados no de Rider-Waite (como o Tarô Aquariano, o Tarô Morgan-
Greer, o Tarô Marroquino de Fez Real e muitos outros), e baralhos antigos de taro
(como o baralho suiço IJJ) que são baralhos “padrão” e tem 22 cartas de Arcanos
Maiores e 56 cartas dos Arcanos Menores, num total de 78 cartas.
Os baralhos inadequados para este curso são: o baralho de Crowley, Thot, que é um
excelente baralho, porém apresenta um simbolismo bastante complexo para os
principiantes. Se você gosta realmente do baralho de Thot e não é um principiante no
trabalho com o Tarô, pode utilizá-lo. Se não está familiarizado com este baralho, evite
utilizá-lo por enquanto.
Sob nenhuma circunstância deve utilizar um baralho “não padrão”, quero dizer, um
baralho com um número de cartas superior ou inferior a 78, conforme escrevi
ateriormente. Entre esses baralhos figuram o Oráculo Daini Secreto, as cartas I
Ching, o baralho cigano de tirar a sorte e muitos outros. Isto não quer dizer que esses
baralhos sejam ruins ou estejam equivocados, mas que não funcionam com essas
lições.
Os baralhos de Tarô podem ser adquiridos na maioria das grandes livraria, entretanto
sugiro que frequentem as livrarias especializadas nesses temas ou as lojas de produtos
ocultistas. As pessoas que trabalham nesses estabelecimentos possuem geralmente
um conhecimento maior, são mais agradáveis e serviçais que aquelas que trabalham
nas livrarias gerais.
Abaixo encontrará o primeiro ritual. Lembre que deve pratica-lo pelo menos uma vez
ao dia. É possível que já tenha aprendido esse ritual em algum outro lugar. Há muitos
grupos, organizações e inclusive médicos e terapeutas que ensinam alguma de suas
modalidades. Porém, apesar de se tratar de um ritual simples, não subestime sua
importância. Caminhar lhe parece hoje algo muito simples, porém foi muito difícil
aprender a fazê-lo, e precisou aprender antes de começar a correr. Este ritual será
utilizado para preparar-se antes de levar a cabo qualquer dos rituais mágicos de todo
este curso.
RITUAL DE RELAXAMENTO
• Terceiro passo. Agora deixe que esta esfera luminosa suba por suas pernas e
seu dorso. Depois, deixe que desça por seus braços até os dedos das mãos e
que, finalmente, suba por seu peito e se introduza em sua cabeça, até que se
encontre totlmente envolto pelo brilho dourado e quente de paz e relaxação
totais. Note que a tensão desapareceu. Se detecta tensão em qualquer ponto,
coloque ali a esfera luminosa e toda a tensão desaparecerá.
• Quinto passo. Quanto esteja pronto para abandonar este estado de relaxamento
total, faça três inspirações profundas e sinta como, com cada uma, são
introduzidos em seu corpo vitalidade e energia renovadas. Assegure-se de
anotar sua experiência no diário dos rituais.
Agora, antes de continuar, dedique uns dias para se acostumar a anotar os diários, a
fazer o ritual e a conseguir um baralho de Tarô se não dispõe de nenhum. Alguns de
meus alunos me contaram que alguém lhes havia dito que a única maneira possível de
conseguir um baralho de Tarô é como presente de um amigo. Isso é uma grande
besteira! Busque um baralho que seja de seu agrado e compre, se não tem nenhum
atualmente.
O QUE É MAGIA?
Nas primeiras páginas tratamos de grande parte da matéria. Temos falados dos
sonhos, do trabalho ritual, apresentamos um ritual para ser realizado diariamente e
ensinamos a fazer um registro de seu trabalho. Tudo isso serve para iniciá-lo no
trabalho prático, em contraposição ao conhecimento teórico. Parto da suposição de
que você já tinha uma ideia básica do que é magia. Pode ser que seua definição não
seja a mesma que a minha, de modo que vamos tentar encontrar uma definição de
magia que seja manejável.
Segundo o famoso ocultista Aleister Crowley, magia é “a ciência e a arte de conseguir
que se produza uma mudança como resultado da vontade”. Crowley era membro da
famosa Ordem Hermética da Aurora Dourada, mencionada anteriormente. Outra
membra da Aurora Dourada foi Dion Fortune. Sua definição de magia coincidia com
a de Crowley, exceto que ela considerava que a “mudança” era uma mudança na
consciência (nota: Fortune era uma psicóloga laica, com diversos livros de psicologia
publicados sob seu nome real, Violet Firth).
Mas o que significam realmente estas definições? Imaginemos que você realiza um
ritual mágico para conseguir cinquenta dólares. Assim, sua “vontade” é conseguir
dinheiro. Sai para caminhar e, apesar de ter o costume de virar para a direita em uma
determinada esquina, algo te faz decidir virar à esquerda. Um pouco mais à frente, na
mesma calçada, você encontra um antigo amigo que lhe devolve os cinquenta dólares
que você lhe tinha emprestado alguns meses antes.
3. A magia funciona.
Infelizmente, qualquer das duas definições é bastante ampla. Se você provoca uma
mudança segundo sua vontade e chama a isso magia, então quase tudo o que se pode
fazer é um ato mágico. Assim, se sua vontade é abrir uma porta, basta girar a
maçaneta e ela abre e, segundo as definições anteriores, terá realizado um ato mágico.
De fato, Crowley (cujo nome pronunciado em inglês rima com holy, “bendito, santo”
em português) afirma que “todo ato intencional é um ato mágico”. Se você
desenvolve o raciocínio, descobrirá que existe muita verdade nessa afirmação, ainda
que não seja isso o que buscamos neste momento. É necessário que ampliemos um
pouco a definição de magia: Magia é a ciência e a arte de conseguir que sejam
produzidas mudanças (na consciência) de acordo com a vontade, utilizando meios
não compreendidos atualmente pela ciência ocidental tradicional.
Acrescentamos a ideia de que a magia é obtida utilizando meios desconhecidos pela
ciência moderna. Que um ritual provoque algo não faz sentido para o pensamento
ocidental atual. Consequentemente, os cientistas tendem a pensar que a magia
autêntica, ao não amoldar-se ao ponto de vista que têm do mundo, não é mais que
uma bobagem sobrenatural. Porém a magia não é sobrenatural.
De certo modo, você é agora um cientista do futuro, É por isso que deveria seguir o
chamado método científico. Este método busca controlar todas as variáveis dos
experimentos e realizar registros muito precisos dos mesmos. Por isso é tão
importante seu diário, pois este lhe permitirá verificar de que modo afetam as
variáveis (clima, emoções, etc.) em seus experimentos (rituais). Não é demais insistir
na importância de manter o diário dos sonhos e o diário mágico.
Agora temos uma definição de magia muito mais específica que a de Crowley ou a de
Fortune. Certamente, como os resultados são os mesmos, descartarei a alocução “na
consciência” da definição de Fortune. Porém a definição que adotamos segue sem ser
suficientemente precisa para nossos propósitos. Devemosacrescentar a nossa
definição o objetivo ou o resultada da magia.
Magia branca: Nas culturas orientais, a Magia Branca é conhecida como yoga. A
maioria das pessoas quando fala de yoga se refere concretamente ao Hatha Yoga. O
Hatha Yoga está relacionado com o treinamento do corpo, como preparação para o
autêntico yoga. A palabra yoga vem da raiz do sânscrito yug que significa “jugo” ou
“união”. Esta “união” do yoga autêntico é obtida quando nos unimos com nosso eu
superior ou com Deus, ou nos aproximamos dele. A Magia Branca, chamada as vezes
misticismo, é o yoga do Ocidente. Apresenta uma variedade de nomes, entre os quais
temos o de Consciência Cósmica, Conhecimento e Conversação com o Sagrado Anjo
Guardião, Realização do Eu e muitos outros. Aqui utilizaremos a expressão que usava
a Aurora Dourada e que nos oferece a seguinte definição de Magia Branca
Magia negra Esta categoria de magia tem uma definição fácil que necessita poucas
explicações, ou nenhuma:
Magia cinza: o cinza é uma mistura do branco e do negro. A Magia Cinza pode
converter-se em Branca ou em Negra (ou continuar sendo cinza), tal como veremos.
Eis aqui a definição:
Imaginemos que você realiza um sortilégio para ajudar uma amiga a recuperar a
saúde. Por definição, se trataria de um caso de Magia Cinza, já que está fazendo algo
para o bem estar físico de outra pessoa. Dessa forma, como praticou a Magia Cinza
para ajudar a outro, ao final sentirá que se aproximou da Divindade e do
Conhecimento e Conversação com o Sagrado Anjo Guardião. Portanto, se trata
também de Magia Branca.
Por outro lado imaginemos que faz um ritual para conseguir mil dólares,
Contrariamente ao que ocorre com outras filosofias, as tradições da magia sustentam
que não há mal algum em utilizar as habilidades mágicas para o progresso de si
mesmo neste mundo. Sim, é perfeitamente lícito que utilize suas habilidades e seus
conhecimentos mágico spara progredir neste plano físico, para conseguir dinheiro,
amigos, amor e fama, Porém, suponhamos que, após ter realizado o ritual para
conseguir os mil dólares, seu tio morre em um acidente de carro e te deixa
precisamente mil dólares em seu testamento, Sim, você terá alcançado seu objetivo,
porém através de Magia Negra: terá matado indiretamente (ou talvez devessemos
dizer diretamente) uma pessoa.
Alguns de vocês poderiam estar pensando: “Bom, e daí? Consegui o dinheiro que
queria”. Seim, de fato. Porém sempre se paga algum preço, “Aquilo que semear,
colherá”. Se você provocou algum dano, tudo isso provavelmente se voltará contra
você. Em muitas tradições da Wicca se cre que tudo aquilo que fazemos volta a nós
triplicado, Aqueles que praticam a Magia Negra sempre pagam um preço muito
elevado.
Tenho uma amiga chamada Robin que era seguidora de Satã e praticante de Magia
Negra. Um dia me contou que sempre sabia se uma maldição ou um sortilégio de
Magia Negra havia funcionado quando lhe ocorria alguma desgraça! Isto não
pretende ser uma lição para dizer-lhes que não pratiquem jamais a Magia Negra,
Minha intenção é mostrar o que podem esperar se têm a intenção de pratic-a-la. Do
mesmo modo que existe uma lei da gravidade, existe uma lei que no oriente se
denomina Karma e que os cabalistas chamam Ticun. Faça o bem o receberá o bem.
Faça o mal, ainda que de forma não intencional, e será o mal que obterá, Esta é a lei.
Assim, como pode ser evitado cair no abismo do praticante da Magia Negra? Em
primeiro lugar, praticando a Magia Branca, É por esse motivo que a primeira parte
deste curso está dedicada unicamente a ensinar Magia Branca. Não omita esse
trabalho, já que o curso é progressivo. Seu desenvolvimento como mago (cinza)
poderoso e o que ocorrerá neste curso dependem do que faça agora. Em segundo
lugar, antes de praticar algum tipo de Magia Cinza, deveria realizar sempre uma
adivinhação para determinar o efeito e os resultados de sua magia, Daí a importância
de aprender o Tarô, ou qualquer outro sistema divinatório.
De momento, siga com seus diários e com o ritual de relaxamento, porém, após este
ritual, acrescente o que é descrito a seguir.
• Terceiro passo: Selecione qualquer das cartas e olhe o desenho que aparece
nela por até três minutos.
• Quinto passo: Anote o nome da carta e o número em seu diário mágico, Anote
também qualquer sentimento, sensação ou ideia que lhe tenha ocorrido
enquanto contemplava a carta.
1 O MAGO: Destreza, força de vontade, segurança. (I) Mal uso das mesmas, vaidade,
falta de destreza.
6 OS AMANTES: Uma prova que será superada, um novo amor. (I) Uma prova não
superada, um amor perdido.
7 O CARRO: Triunfo, superação dos obstáculos. (I) Derrota, os obstáculos não foram
derrotados.
8 A FORÇA: Poder espiritual. (I) Poder físico.
15 O DIABO: Vai acontecer algo, porém a longo prazo será benéfico. (I) Vai
acontecer algo que será prejudicial.
SEGUNDA PARTE
Em primeiro lugar, poderia perguntar-se por que estudar o Tarô e não qualquer outro
sistema, Talvez já conheça o Yi King (I Ching) ou a contemplação de bolas de cristal
ou ainda a predição astrológica. De fato, todos esses sistemas são excelentes. Aleister
Crowley utilizava o Yi ing muito mais que o Tarô. Prém, como verá, neste livro
utilizaremos o Tarô por outros motivos que não são os simplesmente adivinhatórios.
Portanto, sou da opinião de que quanto mais utilizar o Tarô em qualquer sentido,
tanto mais fácil lhe será dominar seu uso em todos seus aspectos.
Talvez tenha ouvido alguma vez a expressão “visão de mundo”. Esta expressa a ideia
que que podemos ter um pounto de vista subjacente que nos proporciona um modo de
entender como funcionam e se relacionam as pessoas, nosso mundo e o universo.
Algumas pessoas têm uma visão de mundo baseadas na política, na religião ou várias
doutrinas psicológicas. Os praticantes da magia ritual normalmente têm uma visão de
mundo baseada na Cabala e no Tarô. Por esse motivo, o Tarô aparece já num dos
primeiros rituais apresentados aqui. A medida que este livro avance, verá que este
sistema tem um papel mais importante, inclusive na magia ritual.
Na verdade existem duas histórias do Tarô. Uma baseada em fatos, outra inventada a
partir de teorias não demonstradas e as vezes absurdas. Uma dessas teorias não
demonstradas atribui um patrimônio egípcio Tarô.
Uma história da teoria egípcia é que Thot, o deus que atuava como escrita dos demais
deuses egípcios, ofereceu 22 desenhos que ilustravam a grande sabedoria, ao culto
misterioso do antigo templo do Egito. Esses desenhos foram colocados nas colunas
de um templo que se encontrava sob as pernas da famosa Esfinge, prósimo à Grande
Pirâmide de Keops (hufu). O mestre conduzia os iniciados nos mistérios entre as
colunas e lhes explicava o significado dos desenhos. Dali, o iniciado atravessava uma
passagem subterrâneo que lhe conduzia à Grande pirâmide, aonde recebia a iniciação
completa. Desgraçadamente não há nenhuma prova de que esse tipo de iniciação foi
produzida alguma vez.
Outra história conta que um grupo de sábios, sabendo que a famosa biblioteca de
Alexandria aria ser destruída, se reuniram na cidade de Fez, no Marrocos, para
decidir o que fazer. Algumas versões dessa história asseguram que a reunião
aconteceu depois da destruição. Uma das versões prossegue afirmando que esses
eruditos procediam de muitas terras distantes e não tinham uma língua comum. Os
eruditos artistas criaram uma linguagem simbólica com a qual poderiam comunicar-
se. O Tarô seria um descendente daquela obra de arte. Outra versão sustenta que os
sábios decidiram elaborar um grande livro que contivesse toda a sabedoria importante
do mundo que, de outro modo, se perderia com a destruição da biblioteca. Para que
esse livro também não fosse destruído, decidiram escondê-lo em forma de jogo de
cartas, sabendo que, ainda que a busca da sabedoria por parte da humanidade pudesse
acabar, nunca desapareceriam suas ânsias de obter benefícios rápidos nem seus
instintos mais baixos. Desse modo, segundo essas histórias, nasceu o Tarô.
Existem muitas outras histórias sobre a procedência das cartas do Tarô. Algumas
versões afirmam que os ciganos o obtiveram no Egito. Observe que a palabra gitano
deriva da palavra egípcio. Outras histórias, que apresentam alguma possibilidade de
serem certas, contam que o Tarô evolucionou a partir de outros sistemas de
adivinhação da Índia e da China. Entretanto, nada demonstra que isso seja certo.
Assim, o mais distante que podemos datar com precisão sobre a origem do Tarô é o
início do século XIV. Naquele tempo, como agora, havia muitos baralhos fora do
padrão. Pelo menos uma delas tinha mais de 140 cartas! Os baralhos de Tarô eram
utilizados para jogar cartas e para instruir os jovens (principalmente os analfabetos),
mas no ano de 180-0- o tarô já era utilizado exclusivamente para adivinhar a sorte. A
maioria dos baralhos utilizados naquela época se baseavam no de Carlos VI,
conhecido atualmente como o baralho de Grigonneur. Uma das variantes desse
baralho é o jogo de Visconti; outra é o Tarô de Marselha.
A Aurora Dourada fez grande uso do Tarô e, como já foi comentado acima, mais
adiante aprenderemos alguns dos usos mais esotéricos do Tarô. A. E. Waite e Pamela
Coleman Smith, ambos membros da Aurora Dourada, criaram o que atualmente é o
baralho de Tarô mais popular: o chamado Tarô de Rider-Waite. Quando veio à luz
pela primeira vez em 1910, teve grande acolhida pois nunca antes havia sido
impresso um baralho de Tarô com um livro que explicava como utilizá-lo. Nesse caso
se tratava do livro de Waite, Pictorial ey to the Tarot1. De todos os densos volumes de
Waite, este é o de mais fácil leitura.
Atualmente existem mjitos baralhos baseados nos desenhos de Waite. Quase todos os
dias aparecem novos “baralhos originais” (que na verdade estão baseados nos
desenhos de Waite e Smith). Porém todos esses baralhos, segundo a tradição da
Aurora Dourada, contém simbolismos incorretos. Mesmo assim, devedo a seu uso
massivo e popularidade, têm uma validade própria, ainda que esta não coincida com a
tradição da Aurora Dourada.
Outros membros da Aurora Dourada que desenharam baralhos de Tarô fora Aleister
Crowley (o baralho de Thot), que misturou as ideias da Aurora Dourada com seu
próprio sistem a de ocultismo egípcio, sumério e tântrico (além de acrescentar uma
boa dose de humor perverso) e Paul Foster Case. O baralho de Case (tarô B.O.T.A.),
uma versão a meio caminho entre o da Aurora Dourada e o de Waite, constituiu a
primeira revelação pública das atribuições que a Aurora Dourada estabelecia entre o
alfabeto hebraico e as cartas dos Arcanos Maiores.
1 Publicado no Brasil pela Ediouro sob o título “Tarô – A Sorte Pelas Cartas” (tradução de David Jardim Júnior).
por um autor diferente. A pesar de baseada no baralho de Waite, era tão absurda até o
ponto de representar personagens populares dos desenhos animados em algumas
cartas! Existe outro baralho, chamado Taro das Bruxas (certamente um insulto para
muitas bruxas, ou para todas elas) que foi criada para um filme de James Bond.
Em resumo, nada demonstra que o Tarô provenha de uma única fonte antiga, seja o
Egito, A Índia, China ou qualquer outro lugar. É conhecido que foi introduzido na
Europa no início do século XIV, porém sua procedência original constitui um dos
grandes mistérios do universo impossíveis de demonstrar (no momento).
Mais tarde, o senhor ou o rei, dando mostras de uma egoísta vaidade (“Tenho algo
que vós não possuis”) mostrou o jogo a um semelhante, outro senhor ou outro rei.
Esta segunda pessoa decidiu ter um igual. Ou melhor, de forma semelhante, o
desenhista de algum senhor mostrou o jogo ao desenhista de outro senhor, o qual
realizou uma cópia direta ou elaborou uma versão de memória. Transladando-se de
senhor a senhor, de rei a rei, o Tarô foi evoluindo.
Naquele tempo havia agremiações de artistas que, como os maçons, poderiam ter
incorporado alguma forma de conhecimento místico. É certo que muitos artistas da
época, de épocas anteriores e da atualidade têm se interessado pela relação entre o
humano e o divino. Um desses artistas poderia ter acrescentado algum tipo de
misticismo aos desenhos do Tarô, e outro artista poderia ter acrescentado mais. Esse
processo teria seguido até dar forma ao Tarô tal como o conhecemos atualmente.
Segundo essa visão, temos liberdade para assegurarmos de que algo ocorra ou para
impedir que se produza. Dispomos de livre arbítrio e a escolha sempre depende de
nós. Por exemplo, se lhe tiram a sorte poderia lhe dizer que vai ter um acidente de
barco em uma data concreta. A divinação lhe indicaria, ao contrário, que uma viagem
de barco em tal data poderia provocar-lhe problemas e lhe aconselharia manter-se
distante dos barcos. Você poderia então cancelar a viagem ou ser extremamente
cuidadoso enquanto estivesse à bordo. A sorte lhe diz que não tem escolha: se
encontrará a bordo de um barco naquele momento e terá um acidente. A divinação diz
que dispõe de livre arbítrio; pode ir ao deserto ou, pelo menos, manter-se longe dos
barcos. Neste livro defendemos absolutamente o livre arbítrio, não a predestinação.
Existe outra razão, uma razão prática, para praticar a divinação em lugar de tirar a
sorte. Em muitos estados, condados e cidades é ilegal tirar a sorte em troca de
dinheiro. Se você está pensando em oferecer leituras às pessoas e cobrar po isso,
aconselho que chame sua ocupação de “assessoramento psicológico”, “divinação” ou,
se tem um certificado ministerial, “assessoramento espiritual ou religioso”.
O esquema representa dois triângulos (o “hexagrama partido”) com uma carta extra
entre eles. O triângulo superior representa as forças espirituais que descendem até o
plano físico. O triângulo inferior mostra os desejos conscientes e inconscientes e
aquilo que realmente desejamos ou necessitamos. A carta do centro representa o
resultado final da pergunta que foi formulada. Abaixo seguem instruções passo a
passo sobre como utilizar essa “tiragem” (distribuição) do Tarô para determinar o
resultado da Magia Cinza. Esta leitura pode ser utilizada para muitos propósitos.
1. Faça uma pilha com os Arcanos Maiores, de modo que estejam todas na
mesma direção e sigam a ordem numérica. Se estão de boca para baixo, a carta
chamado O Louco deveria encontrar-se em cima do baralho. A carta número
21, O Universo (ou Mundo) deveria estar embaixo.
2. Agora, formule a pergunta. Deveria ser uma pergunta do tipo: “Qual será o
resultado se utilizo a magia para...?”. Não pergunte às cartas: “Deveria fazer
isto ou aquilo?”, já que isso faria que as cartas fossem responsáveis por seus
atos, em seu lugar. Trata-se de buscar conselho, não de pedir instruções a uma
pseudo-mãe.
5. Distribua as cartas viradas para baixo sobre a mesa, segundo a ordem que
mostra o esquema. As primeiras três cartas formam o triângulo superior que
aponta para baixo. As cartas 4, 5 e 6 formam o triângulo inferior que aponta
para cima. A sétima carta será colocada no centro, entre os dois triângulos.
7. Vire a carta que ocupa a posição 3. Esta representa conselho espiritual sobre o
tema. Interprete esta carta.
8. Vire a carta número 4. Esta representa seus desejos inconscientes sobre o tema.
Pode descobrir que sua verdadeira razão interna não tem nenhuma relação com
a razão externa. Interprete esta carta.
9. Vire a carta número 5. Esta carta representa seus desejos conscientes sobre o
tema. Interprete esta carta.
10.Agora, vire a carta número 6. Esta carta dará conselhos práticos sobre o tema.
Pode surgerir que mude seu enfoque para conseguir o que realmente deseja.
Pode aconselhar que siga adiante ou que abandone o projeto. Evidentemente,
continuar ou não o projeto depende de você.;
11.Vire a carta número 7. Esta carta é o resultado final, supondo que siga adiante
nesse momento. Ainda que a leitura até esse ponto tenha sido positiva, o
resultado poderia ser negativo. Isso acontece pois poderia ter outras
considerações que este breve leitura não dá conta. A tiragem do hexagrama
partido é um método rápido e fácil, porém não pretende ser completo. Deveria
ser suficiente, entretanto, para conduzir o restante das lições desse livro.
O Imperador
O Universo
O Sumo Sacerdote
A Força Os Enamorados
Minha interpretação é a seguinte
A carta 4 indica que, interiormente, eu busco mais o poder espiritual que a companhia
sexual (Os Enamorados).
A carta 6 me oferece o conselho prático de que a magia sozinha não será suficiente
para manter uma boa relação e que devo ser caridoso e bondoso (O Sumo Sacerdote).
O resultado finalm segundo a carta 7, será que se sigo os conselhos que me foram
dados, sobre tudo na carta 6, meu êxito nesse assunto está garantido (O Universo).
Fostaria de acrescentar a essa interpretação que, como a carta 6 indica, não necessito
simplesmente de qualquer mulher, mas de alguém que contribua para melhorar
minhas práticas espirituais.
A única maneira de aprender Tarô é utilizá-lo constantemente, Tente memorizar os
significados das cartas, uma carta por dia. Entretanto, não espere que suas leituras
sejam precisas antes de transcorrido um mês, no mínimo. Seguramente não foi você
muito “preciso” quando aprendeu a montar numa bicicleta ou conduzir um veículo
pela primeira vez. Recorde também que deve seguir praticando o Ritual de
Contemplação do Tarô. O fato de fazer uma leitura ou de praticar um ritual não exclui
a necessidade de fazer ambas as coisas.
Para os propósitos deste curso somente são importantes os Arcanos Maiores. Mais
adiante, conhecerá algo mais sobre a importância destes. Porém é necessário dizer
aqui algumas palavras sobre os Arcanos Menores. Se deseja realizar leituras gerais,
para você ou para outras pessoas, deveriam ser introduzidos os Arcanos Menores,
especialmente para leituras em profundidade. Como os Arcanos Menores não têm um
papel intrínseco no estudo da magia apresentado neste livro, os deixaremos para
outros autores.
Quando tenha estudado e praticado o sistema exposto aqui por pelo menos dois
meses, sita-se com total liberdade para estudar o Tarô por você mesmo. Gostaria de
acrescentar que diferentes autores podem apresentar significados distintos para uma
mesma carta. Some as ideias desses outros autores a tudo o que tenha aprendido aqui.
Na bibliografia desta lição encontrará algumas sugestões de livros sobre Tarô.
TERCEIRA PARTE
A Arte da Alta Magia é por natureza distinta de certos aspectos de outras formas de
magia chamadas primitivas, praticadas pelos seguidores da Feitiçaria, da Wicca, do
Vudú, Bruxaria, etc. A palavra primitiva não pretende insultar aos seguidores desse
tipo de tradições ou de outras parecidas, ao menos não mais que o fato de chamar
“artista primitiva” a alguém como Abuela Moises, mas que faz referência a estilos
antigos e métodos mais simples. Muitas pessoas que conheço e praticam a Wicca e a
Bruxaria estão muito orgulhosas de que sua tradição seja antiga e simples.
Porém a mesma simplicidade de estilos de magia tem dado lugar a numerosos livros
sobre sortilégios e conjuros, destinados às massas, que são em boa parte inúteis. O
número de livros desse tipo dedicados à Arte da Magia Cerimonal Cabalística é muito
pequeno.
Uma das principais diferenças é que, para muitas das técnicas “primitivas” , basta que
se pronuncie um breve conjuro e seguir o ritual de manipulação de uns poucos
objetos: acender uma vela, realizar o vévé do Vudú, etc. Algumas vezes os sortilégios
vão sendo mutilados com o passar do tempo, de tal modo que os sgnificados das
palavras originais são perdidos, e o sortilégio se converte em nada mais que alguns
sons sem sentido. Ainda que isso tenha ocorrido também até certo ponto na magia
cerimonial, um mago autêntico conhece o significado exato de cada palavra e cada
ato do ritual. Isso explica a necessidade de tanta formação, tanto estudo e tanta
prática para converter-se em mago.
As autênticas instruções para realizar o ritual que aprenderá a seguir, o Ritual Menor
de Banimento do Pentagrama, serão encontradas na seguinte lição. Agora, nesse
ponto, possivelmente algum de vocês se queixará e pensará: “Mas já aprendi este
ritual faz anos; é tão simples!”. Pois bem, se alguém cre que é simples, é que nunca o
realizou corretamente e com pleno conhecimento do mesmo. Trata-se de um ritual
básico, porém não é simples. É curto e fácil e memorizar, porém não é simples.
Segundo meu dicionário, a palavra básico significa “algo que constitui a base, como
um ingrediente; algo que é fundamental”. Nunca será bastante repetir que a natureza
fundamental deste ritual e em como a prática do mesmo nudará sua vida e melhorará
suas habilidades mágicas e psíquicas. Eu o pratica pelo menos uma vez por dia
durante quase dez anos e não tenho nenhum desejo de abandoná-lo. Se trata de um
ritual báxico e breve, necessário para seu desenvolvimento como mago cerimonial.
Existem três motivos para praticar este ritual. O mais importante, ainda que também o
mais etéreo, é para conhecer a si mesmo. Se tem a força de vontade de perseverar na
prática de um ritual desse tipo, diariamente, aprenderá. Desenvolverá uma percepção
nova sobre si mesmo e sobre a relação com os demais e com o mundo que o rodeia.
Isso te afetará positivamente em muitos aspectos, porém sutis.
Em segundo lugar, purificará sua aura. Isso fará que os demais o tenham em maior
estima, que te respeitem amis e que busquem você procurando consolo. Se dará conta
de que isso ocorre quando as pessoas comecem a te fazer perguntas do tipo: É nova
esta roupa? Você emagreceu? Cortou o cabelo?, quando na verdade está com uma
roupa velha, seu cabelo está igual e não perdeu nenhuma grama. A maioria das
pessoas pode detectar a aura com o subconsciente e será capaz de sentir esta mudança
em você. Porém não sabem que é a aura o que mudou, de modo que comentam com
algo que lhes é familiar, algo do plano físico como a roupa, o cabelo ou o peso. A
medida que sua aura cresça e brilhe mais, também se encontrará espiritual e
psicoligicamente mais forte que nunca.
Em terceiro lugar, este ritual (RMPB, para abreviar) vai eliminar (banir) de sua área
imediata qualquer influência indesejada. Isso inclui tanto as influências físicas como
as que não o são, entre as quais encontramos as forças astrais e elementais.
Representa uma das maiores defesas que existem contra o ataque psíquico. Quanto
mais pratique o RMPB, tanto mais seguro e em paz estará.
A atitude a ser adotada para a realização deste ritual é importante. As pessoas que
trabalham com computadores falam em “colocar lixo, tirar lixo”. De modo parecido,
obterá do ritual exatamente o mesmo que tenha colocado nele. Inicie este ritual
fadigado e sairá mais cansado ainda. Deveria adotar uma atitude bela e alegre. A
prática do ritual de relaxamento imediatamente antes de iniciar o RMPB te ajudará a
conseguir o estado de consciência desejado.
Deveria adotar uma atitude muito positiva esteja seguro de que, quando chame aos
arcanjos, estes virão esteja seguro de que os pentagramas encontram-se realmente ali,
esteja convencido de que está fazendo o melhor que pode fazer.
Ainda assim, não deve estar “ansioso pelos resultados”. Centre sua atenção no ritual,
não naquilo que espera que este produza. Se realiza o ritual com absoluta
concentração, terá êxito. Se a concentração paira em alguma outra coisa, por
exemplo, no que espera experimentar ou no que espera como resultado do ritual,
dividirá suas energias e o ritual perderá eficácia.
Quando realizar o ritual deve compreender que já não se encontra em sua casa, em
seu piso ou em seu edifício. Nem tampouco se encontra, simplesmente, fora.
Encontra-se no templo dos deuses. Está também na presença da divindade. Esteja
aonde esteja, quando realizar este ritual a zona converter-se-á num lugar sagrado.
Deverá tratá-lo como tal.
Em segundo lugar, é tradicional ter um altar. Pode ser uma mesa pequena coberta
com um pedaço de tecido preto, ou o altar tradicional de “duplo cubo”. O tamanho
adequado para o altar tradicional é que meça 90cm de altura por 45cm de largura e
45cm de profundidade. Deste modo, pode dispor de um altar que é como dois cubos
quadrados de 45cm, um sobre o outro (o que está acima, tabém estará embaixo).
Também representa o plano da Terra porque o número de faces externas deste altar
(superior, inferior, as quatro faces do cubo superior e as quatro do cubo inferior)
somam 10, o número da Terra segundo a Cabala.
Eu construi meu próprio altar de um modo muito simples. Nos armazéns de madeira
bruta vendem cubos de tábuas prensadas (também chamadas tábuas de aglomerado)
que medem 45cm x 45cm e têm uma cara aberta. O que fiz foi pregar os dois cubos
juntos e acrescentar um pedaço de madeira aglomerada de 90 cm (e 12mm de
grossura) para tampar as facesabertas dos cubos. Na sequência dei diversas mãos de
pintura (inclusive com uma cobertura de verniz, pois este tipo de madeira parece
absorver a pintura) e coloquei rodas para que tivesse mais mobilidade, o trabalho
estava terminado. Tradicionalmente o altar é pintado de cor negra para representar o
fato de nos encontrarmos distantes da luz espiritual que emanda de cima, mas
também que é aqui realmente aonde devemos iniciar nossa brilhante ascensão. Meu
primeiro altar, entretanto, estava pintado de branco e tinha uma bela figura da Árvore
da Vida (da qual falaremos mais adiante) e também do Pentagrama protetor de
Salomão, procedente do livro The Goetia. Se decidir construir um altar que não seja o
duplo cubo negro tradicional, avalie muito atentamente o significado de qualquer
simbolismo que deseje utilizar, incluindo a cor.
Em terceiro lugar, para o trabalho ritual são muito melhores as velas que a luz
elétrica. Poderia ter uma vela para o altar e outras tantas para o local, se vai realizar o
ritual em ambiente interno. Por enquanto, utilize velas brancas. Estas podem
representar a pureza (branco) da energia espiritual (fogo). O incenso dá também um
belo toque e sempre contribui para o trabalho ritual. Se diz que o incenso representa
as orações que se elevam até Deus. Neste ponto, não tem importância o tipo de
incenso utilizado. Busque simplesmente um aroma que aprove e utilize-o.
No altar, tenha um símbolo para cada um dos elementos ou não tenha nenhum. Não
deve ter nenhum desequilíbrio nas energias que os elementos representam. Se dispõe
das armas, o símbolo do Ar deveria situar-se no ponto do altar correspondente ao
Leste, o símbolo do Fogo no Sul, o símbolo da Água no Oeste e o da Terra no Norte.
Se dispõe dos instrumentos, estes devem estar envoltos num pedaço de tecido de seda
ou de algodão enquanto não sejam utilizados a vara em cor vermelha, o cálice em cor
azul, a espada em cor amarela e o pantáculo em cor negra. As lojas de artigos de
magia e prestidigitação normalmente têm esses panos de seda e de outras cores e
formas.
Também é possível que deseje utilizar uma campainha. Pode utilizar para marcar o
início e o fim do ritual, assim como para separar as diversas partes de cerimonias
mais complexas.
Outro artigo que deve ter é a roupa adequada. Enquanto que algumas tradições
espirituais utilizam a nudez ritual, a Magia Cerimonial tempre utilizou roupas
especiais. Tradicionalmente, são as túnicas “Tau”, brancas ou pretas, assim chamadas
porque quando se extendem os braços a figura se parece à letra grega Tau. É uma
túnica muito parecida às que vestem as pessoas que cantam em coros ou os anjos que
aparecem nos filmes. Entretanto, não é necessário usar túnica. O objetivo de vestir
uma túnica é o de demonstrar fisicamente tanto ao consciente como ao subconsciente
que já não estamos com nossas roupas habituais. É uma forma muito clara de
demonstrar que nos dispusemos a realizar algo muito especial e espiritual. Se você
não tem acesso aos elementos necessários para elaborar ou obter uma túnica,
simplesmente busque em seu armário alguma roupa não usada há muito tempo ou
compre uma roupa nova. Lave-a conscientemente. A partir de agora, vista esta roupa
somente quando esteja disposto a realizar o trabalho ritual e nunca por nenhum outro
motivo. Deste modo, ainda que se trate de roupas normais, se transformarão em algo
mágico, e você quando a colocar que está preparado para realizar algo especial.
Desejaria que ficasse muito claro uma coisa: não deve esperar ter todos os
instrumentos para começar a trabalhar no RMPB. Deve começar a praticá-lo tão logo
quanto comece a estudá-lo na seguinte lição. Eu ofereci algumas instruções sobre os
instrumentos que poderia querer ter, para que você possa começar a buscá-los a partir
de agora. Porém, uma vez que esteja instruído acerca do uso do ritual, deve começar
a praticá-lo imediatamente. O único elemento necessário para realizar o ritual é um
espaço aonde possa estar só e não ser incomodado. Pode consegui-lo trancando-se no
banheiro, se for necessário! E lembre: quanto mais pratique o ritual, melhor o fará.
Acima da cabeça
Início
Fim
Ainda que a visão geral que oferece este livro te proporcione uma ideia nítida,
quando você se dispor realmente a fazer o trabalho pratique os rituais apresentados
até este ponto e estudo todo o material por pelo menos um mês antes de prosseguir
com a lição seguinte.
REVISÃO
3. Por que seria conveniente que você leia outros livros sobre Cabala ou Magia?
4. Que comparação estabelece Arthur C. Clare entre a magia e a tecnologia?
BIBLIOGRAFIA
— Magick in Theory and Practice, Dover, 1976. (Trad. esp.: Magia. Teoría y práctica,
PRIMEIRA PARTE
Nesta parte você receberá instruções exatas para realizar o Ritual Menor de
Banimento do Pentagrama. Antes de seguir com esta lição, volte a repassar a terceira
parte da “Lição 1”. Assegure-se de estar familiarizado completamente com todas as
ideias daquela parte antes de seguir com esta.
PREPARATIVOS
Para começar, vá até a superfície aonde vai realizar o ritual. Se tem um altar como os
que foram descritos na lição anterior, coloque-o no centro exato da superfície. É
recomendado tomar um banho purificador antes do ritual. Este tipo de banho não
pretende apenas limpar sua pele da sujeira, mas também limpar seu espírito da
negatividade e das preocupações do dia. Em primeiro lugar, tome uma ducha para
lavar a sujeira. Logo, encha a banheira de água quente. Acrescente à água algum tipo
de sal de banho ou de magnésio que contenha algum óleo aromático ou algum tipo de
perfume. Na sequência, submerja-se na banheira por alguns minutos. Sinto como
todos seus problemas, suas preocupações e sua negatividade passa para a água. Logo,
retire a tampa e deixe que a água escorra, enquanto você permanece nela. Na medida
que a banheira se esvazia, sentirá que todas as coisas negativas que o preocupavam
vão com a água. Quando toda a água tenha escorrido, saia e seque-se com uma toalha
limpa e fresca. Finalmente, vista-se com a túnica ou com roupas mágicas especiais.
Leste
Você
Norte Altar Sul
Cadeira
Oeste
Sente-se na cadeira, olhando para o Leste e realize o Ritual de Relaxamento. Toma a
adaga (não a adaga do Ar) com a mão direita, ou estenda o dedo, segundo foi
indicado na lição anterior. Esteja consciente de que se encontra na presença de Deus.
O ritual começou!
Primeiro passo: Visualize a si mesmo ficando maior e mais alto, até que se eleve
acima da habitação na qual se encontra. Siga com esta visualização de crescimento
até que a cidade na qual vive seja muito pequena sob seus pés. Veja o continente
como algo muito pequeno comparado com seu corpo majestoso. Agora, inclusive a
Terra é muito pequena. Entretanto, por menor que seja a Terra, segue firme e sólida
sob seus pés, fixando-o ao solo. Não vá sair flutuando.
Segundo passo: Faça descender a ponta da adaga (ou seu dedo) firmemente pelo seu
corpo até chegar a apontar para o solo. A mão que sustenta a bainha da adaga deve
cobrir a virilha. Enquanto faz isso, visualize a luz de sua cabeça descendo com a
lâmina (ou com o dedo) ao longo de todo seu corpo e além de seus pés, até a
eternidade. Pronuncie com voz vibrante: Mal-KuT.
Terceiro passo: Agora traga a lâmina até seu ombro direito. Enquanto o faz,
visuzlize como a luz branca que parte do centro do seu corpo forma um raio desde a
região de seu coração até sua direita, mais além da lâmina situada em seu ombro
direito. Veja como este raio de luz se extende até o final do universo, e mais além.
Concentre-se nesse raio e pronuncie com voz vibrante: Vi-guebu-rÁ.
Quarto passo:: Deslize a ponta da lâmina horizontalmente até seu ombro esquerdo.
Enquanto faz isso, visualize o raio de luz branca se extendendo agora através do
espaço infinito, a sua esquerda. Concentre-se neste raio de luz, pronuncie com voz
vibrante: Ve-guedu-lá.
Quinto passo: Junte as mãos a frente de seu peito, como em oração. Se tem utilizado
uma adaga, a ponta deve estar voltada para cima, não para fora, nem para os lados ou
para baixo. Visualize no interior de seu peito, no ponto coberto pelas suas mãos
fechadas, um resplendor dourado e brilhante. Pronuncie com voz vibrante: Le-o-
LAM, A-MÉN.
Assim pois, a primeira parte deste ritual se traduz por “Teu é o reino, o poder e a
glória para sempre, Amém”. Lhe são familiares estas palavras? Formam parte da
oração do Senhor e, apesar de terem aprendido a oração tal como aparece nos
Evangelhos, parecenm demonstrar que pelo menos alguns dos primeiros cristãos
conheciam os segredos da Cabala. Várias das palávras utilizadas aqui fazem
referência direta ao símbolo de maior importância da Cabala: a Árvore da Vida.
Como comentário final a esta parte, acaso ainda não o tenha deduzido, indicarei que é
necessário visualizar-se a si mesmo como centro do universo acompanhado somente
pela luz divina que recorre. Se o desejar, pode seguir nesta posição por alguns
minutos para sentir seu poder.
Primeiro passo: Dirigindo-se a sua esquerda, de a vlta para frente do altar, até o
limite do espaço de seu círculo, de modo que se encontre no extremo Leste do mesmo
e olhando para o lado contrário ao centro do círculo, aonde se encontra o altar. Em
outras palavras, es encontra no Leste e olhando para o Leste. Daí, desenhe um
pentagrama segundo foi explicado na lição anterior. Asegure-se, enquanto desenha,
de visualizar a figura como se tratasse de um pentagrama da cor azul da chama de
gás.
Segundo passo: Inale pelo nariz. Enquanto o faz, sinta que a energia flui desde os
confins do universo através de seu nariz e seu corpo e desce pela ponta de seus pés
até o centro da Terra. (Agora já não se encontra no centro do círculo mágico e,
portato, já não ocupa o centro do universo que ocupava na primeira parte desse
ritual.) Enquanto inala, deve ter as mãos levantadas a ambos os lados da cabeça, junto
às orelhas. A adaga (ou o dedo indicador da mão direita) deve apontar para frente.
Sua mão esquerda (que deveria ter permanecido a seu lado até este momento) adota
uma posição similar junto a sua orelha esquerda, com o dedo indicador apontando
para frente e o resto dos dedos cerrados em um punho.
Quarto passo: Volte a por as mao junto às orelhas enquanto devolve o pé esquerdo a
sua posição original. Baixe a mão esquerda e a coloque junto a você. Aponte para o
centro do pentagrama com o dedo indicador da mão direita (ou com a adaga). Agora
trace uma linha no ar à altura do centro do pentagrama enquanto anda no sentido dos
ponteiros do relógio ao redor dos limites de seu espaço circular. Deve deslocar-se 90
graus para finalizar no Sul. Enquanto traça a linha no ar, deve visualizar uma luz
branca brilhante que emana da ponta de seu dedo ou da adaga. No Sul, repita o
terceiro passo, porém ao final pronuncie com voz vibrante A-do-NAY.
Quinto passo: Repita o anterior, mas deslocando-se para o Oeste e pronuncie com
voz vibrante: E-hy-É.
Sexto passo: Repita o anterior porém se deslocando para o Norte e pronuncie com
voz vibrante: A-glá.
Sétimo passo: Complete o círculo conectando uma linha branca do Norte até o Leste,
aonde começou. Logo, caminhando na mesma direção das agulhas do relógio, situe-
se novamente detrás do altar e diante da cadeira, como quando começou o ritual.
Deve estar de novo voltado para o Leste. (Veja o esquema que aparece abaixo.) Se
não dispõe de espaço suficiente para descrevero círculo, gire simplesmente desde
onde se encontra, detrás do altar.
Oitavo passo: Agora visualize como o círculo branco e brilhante se estende para
cima e para baixo até formar uma esfera que passa por cima de você, por debaixo e
ao seu redor. O que fez foi criar uma esfera de uma brancura brilhante a seu redor
com pentagramas de azul elétrico nos quartos que foram carregados e selados com
nomes de Deus.
A Cabala é uma tradição monoteísta. Na Cabala, a origem divina última está além da
compreensão de nossas mentes mortais. Porém podemos adquirir conhecimento e
conseguir a harmonia com partes ou aspectos do todo. Estes diversos aspectos estão
representados pelos diferentes nomes de Deus. Comparemos esta ideia do Divino
com uma pessoa normal e corrente, a qual chamaremos John Smith.
Assim, temos um só homem com dez nomes. Mais ainda, os nomes representam o
tipo de relações que as pessoas mantém com ele. Imaginemos o que pensaria se sua
mulher começasse a chamá-lo “Cielito” Certamente extranharia se seu filho, no lugar
de chamá-lo “papai” disesse: “pai, gostaria de falar com você sobre uma coisa”. Da
mesma forma, há muitos nomes para referir-se a Deus, porém somente há uma única
origem de tudo. Podemos aprender mais coisas sobre a origem divina estudando
aqueles aspectos de Deus que nos são acessíveis, sintonizando com o que
representam os nomes de Deus.
Ehyé significa “eu sou” ou “eu serei”. Se trata do nome que Deus revelou a Moisés
no arbusto ardente. Na história, Deus ordena a Moisés que vá ao Egito e liberte o
povo judeu, ao que Moisés pergunta: “Quem digo que me envia?”, A resposta de
Deus é Ehyé aser Ehyér, que significa “Eu sou o que sou” ou “Eu serei o que serei”.
Primeiro passo: Estenda seus braços retos para os lados, de modo que seu corpo
forme uma cruz. Se tem uma adaga, a ponta deve apontar para cima. Espere um
segundo ou dois para sentir de novo que as energias fluem através de você e o
convertem em uma cruz brilhante de luz no centro do universo. A cruz representa
também os quatro elementos arquetípicos: Ar. Terra, Fogo e Água (mais adiante
falaremos deles).
Segundo passo: visualize uma figura acima de uma colina, diante de você. A figura
veste roupas amarelas com alguns toques de cor púrpura. A figura sustenta uma vara
em forma de caduceu (o símbolo utilizado pelos médicos: uma vara com serpentes
enroladas que representa a força da vida) e as roupas da figura balançam ao vento.
Deve “sentir” uma brisa procedente da figura. Diga, “Diante de mim, Ra-fa-EL”
(pronuncie com voz vibrante o nome do arcanjo).
Terceiro passo: Visualize uma figura atrás de você, vestida de azul com toques de
cor laranja. A figura sustenta uma taça e está rodeada de quedas d’água. Tente sentir a
umidade no ar. Diga, “Atrás de mim, Ga-bri_EL” (pronuncie o nome com voz
vibrante).
Quarto passo: Visualize a sua direita uma figura vestida de escarlate com toques
verdes. A figura sustenta uma espada em chamas e deveria você sentir o calor
procedente daquela direção. Diga “A minha mão direita, Mi-ka-EL” (pronuncie o
nome com voz vibrante).
Quinto passo: Visualize a sua esquerda uma figura vestida de tons verdes e marrons
sobre uma paisagem fértil. A figura sustenta alguns ramos de trigo. Diga: “E a minha
mão esquerda U-ri-EL” (pronuncie o nome com voz vibrante).
Sexto passo: Separa seu pé esquerdo para a esquerda e visualize outro pentagrama
azul ao redor de você, , desenhando seu corpo. Diga, “A meu redor arde o
pentagrama...”
Sétimo passo: Visualize um hexagrama dourado, uma estrela de seis pontas, chamada
às vezes estrela judaica, em seu interior, exatamente no ponto em que se encontra o
coração. Diga: “… E em meu interior brilha a estrela de seis pontas.”
-Ritual de Relaxamento
Abaixo, encontrará um resumo que lhe oferece um esquema do RMP sem nenhuma
das explicações. Utilize-o enquanto aprende o ritual, porém não esqueça que este
ritual deve ser memorizado!
2. Aponte para baixo, cobrindo sua virilha, e pronuncie com voz vibrante: Mal-
kut.
5. Feche as mãos diante do peito, pronucie com voz vibrante: Le-olam, A-mém.
7. Leve uma linha até o Sul, sesenhe o pentagrama, aponte para o centro,
pronuncie com voz vibrante: A-do-nay.
8. Repita o anterior, porém leve a linha até o Oeste, pronuncie com voz vibrate:
E-Hy-e.
9. Repita o anterior, porém leve a linha até o Norte, pronuncie com voz vibrante:
A-glá.
11.Com as mãos para fora, diga: Diante de mim, Ra-fa-el; Atrás de mim, Ga-bri-
el; A minha mão direita, Mi-ka-el; e a minhja mão esquerda, Uri-el; A meu
redor arde o pentagrama, E em meu interior brilha a estrela de seis pontas.
12.Repita os passos de 1 a 5.
FÓRMULAS VIBRATÓRIAS
Existem variações menores destas duas fórmulas básicas, como a de ver arder ante
nós as palavras due desejamos fazer vibrar e fazer que a vibração recarregue e aviva
as chamas. Outra forma consiste em soletrar a palavra segundo um método
determinado no interior de nosso corpo. Estas variações não são tão importantes
como as instruções indicadas aqui.
Se pretende utilizar a Grande Voz regularmente, lhe sugiro que busque um lugar
aonde possa praticar usando a voz alta e forte algumas vezes. Quando tudo a seu
redor parecer mudar ligeiramente, saberá que está pronunciando as palavras com a
vibração correta. Estas mudanças não são físicas, mas sentirá que o lugar ficou
diferente. Se pratica utilizando o RMP (uma ótima ideia) sentirá que o lugar é mais
limpo e mais fresco. Também é possível que descubra que deve adaptar o tom de sua
voz, aumentando ou diminuindo, para conseguir que tudo vibre da forma adequada.
Quando encontrar o tom correto para você, saberá! Sua voz soará mais forte e mais
autoritária, e o ar parecerá estar cheio de energia crepitante. Então, saberá a que nos
referimos quando dizemos que “a voz de um mago autêntico é algo impressionante de
escutar”.
Como nota final do RMP, lembre de incluir tudo o que realize em seu diário mágico
e, o mais importante:
SEGUNDA PARTE
Seja como for, a sensação de encontrar-se sob um ataque psíquico pode chegar a ser
muito real. Ademais, nossas psiques estão submetidas constantemente ao ataque da
sociedade: os vendedores nos ordenam que compremos; os anúncios de televisão nos
ordenam que compremos; os amigos, a família e os estranhos, conscientemente ou
não, intentam manipularmos psicologicamente e influenciar-nos. Assim, pois,
necessitamos estar alertas ante à lavagem cerebral diária a que somos submetidos, e
devemos saber o que podemos fazer se é realizado um autêntico ataque psíquico.
Normalmente, os ataques psíquicos autêntico não são provocados por uma pessoa que
tenha feito algum sortilégio para prejudicar-lhe. Normalmente são provocados por
uma ou várias pessoas que por algum motivo estão enojadas de você. O enfado
provoca que lhe enviem, sem sabê-lo, uma corrente de energia carregada de ira. O
mais prováveis, entretanto, é que você simplesmente acredite que está recebendo
certa negatividade. Em qualquer caso, se sentirá como se fosse vítima de um ataque e
ambas as circunstâncias pode ser tratadas da mesma forma.
Poder fazer frente aos ataques diários que recebe sua psiquê, procedentes de
múltiplos lugares, já é outra questão,., A prática do RMP pode ajudar, porém, o
problema é realmente de dimensões impressionantes. O fato é que a maioria de nós
passamos virtualmente inconscientes, adormecidos, o 95% do dia! Despertar aos
adormecidos era um dos objetivos principais do trabalho de Georges Gurdjieff. Lhes
incentivo também a ler tantos livros quanto possam sobre psicologia, já que isto lhes
permitirá conhecer o funcionamento da mente e o modo como algumas pessoas
manipulam a outras.
Magicamente falando, outra das formas de estar mais desperto ao mundo que nos
rodeia se baseia em sintonizar mais com o universo. Uma maneira de fazê-lo é
escrever no diário mágico o dia, a data e a fase da Lua. Também existem quatro
breves rituais (de menos de 30 segundos cada um) que nos ajudarão a sintonizar com
o Sol em sua corrida diária pelo céu.
As quatro adorações
fl. 48