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SINAIS

VITAIS
Renata Belo
Hab. Semiológicas
PULSO
 O pulso arterial é uma onda de pressão dependente de ejeção ventricular e, por
isso, a análise do pulso arterial proporciona dados inestimáveis da ejeção
ventricular esquerda. Novamente, examina-se o pulso arterial primeiramente no
punho, considerando-se cinco propriedades, além do estado da parede arterial:
freqüência, ritmo, tensão, amplitude e forma.

 Os pulsos representam o funcionamento do coração. São utilizados no diagnóstico


de alterações vasculares;
Artérias Acessíveis

 Radial;
 Aórtico Abdominal;
 Capilar;
 Carótida;
 Temporal;
 Axilar;
 Braquial;
 Ilíaca;
 Femoral superficial;
 Femoral comum;
 Poplíteo;
 Pedioso;
 Tibial posterior;
 Nasal;
 Facial;
 Digitais;
 Fibular.
PRINCIPAIS ARTÉRIAS
PULSO TEMPORAL

Palpar ao longo dos ossos temporais – esfenóides.


ACIMA DA FOSSA TEMPOROPARIETAL/PALPAR O OSSO ZIGOMÁTICO
2 DEDOS
PULSO RADIAL

Localização: Face externa do punho.


ENTRE O PROCESSO ESTILOSO DO RÁDIO E FINAL DO MM. FLEXOR
2 DEDOS OU POLEGAR
PULSO ULNAR OU CUBITAL

Localização: Face interna do punho, menos proeminente.


FINAL DO TENDÃO DO MM. FLEXOR
2 DEDOS OU POLEGAR
PULSO BRAQUIAL
Localização: Face anterior do cotovelo, interna.
MEDIAL/FOSSA CUBITAL
ACIMA DO TENDÃO DO MM. BÍCEPS
JUNÇÃO DA ULNA/RÁDIO
3 DEDOS
PULSO
POPLÍTEO

Localização: Localizado atrás do joelho


flexionado, palpar profundamente lateral e
linha média.
A artéria poplítea é muito profunda =
COMPRESSÃO
POSIÇÃO DDH
PULSO PEDIOSO

Localização: Ao longo do dorso do pé, alinhado com primeiro e segundo


metatarsianos.
2 DEDOS OU POLEGAR
Avaliação dos Pulsos
Estado da Parede Arterial:
Condições normais: paredes lisas, sem tortuosidades e
facilmente deprimível.
Arteriosclerose: indica uma parede endurecida, irregular e
tortuosa.

Ritmo:
• Dado pela sequencia de pulsações
~ Quando em intervalos iguais: RITMO REGULAR
~ Quando em intervalos diferentes: RITMO IRREGULAR

A irregularidade do pulso indica alteração do ritmo cardíaco – arritmia.


Amplitude ou Magnitude
Esta característica é avaliada pela sensação captada em cada
pulsação e se relaciona com o grau de enchimento (SÍSTOLE) e
esvaziamento (DIÁSTOLE) da artéria.
Classificação:
• amplo ou magnus;
• mediano;
• pequeno ou parvus.

Ex: insuficiência aórtica – pulso amplo ou magnus; estenose aórtica – pulso


pequeno ou parvus.

Diminui dois pontos de obstrução mecânica do coração:


*obstrução mecânica na trajetória da artéria;
*diminuição da forca de contração.
Tensão ou Dureza
Compressão progressiva da artéria.

PULSO MOLE – Pequena pressão necessária para interromper as pulsações;

PULSO MEDIANO – Situação intermediária (média);

PULSO DURO – Grande pressão necessária para interromper as pulsações.

• A dureza do pulso depende da pressão diastólica e não deve ser confundida


com eventual endurecimento da parede arterial.
• Pulso duro indica hipertensão arterial.
Freqüência:
É o número de pulsações da artéria por minuto, Pode ser:

BTM ESTADO SITUAÇÃO


60 – 100 no adulto Normal
< 60 Bradicardia Hipertensão intracraniana, febre
tifóide, viroses

> 100 Taquicardia Exercícios físicos, gravidez,


situações de grandes emoções,
estados febris, hipertiroidismo,
insuficiência cardíaca e miocardite.

 Déficit de Pulso: número de batimentos cardíacos maior que o número de


pulsações na artéria radial ( fibrilação atrial). Ocorre quando algumas
contrações ventriculares são ineficazes.
Valores Fisiológicos
Frequência Padrão de normalidade
(BPM)

Idoso 60-70

Adulto 60-100

Criança 100-115

Recém Nascido 130-140


Tipos de Onda
A- Normal

B- Célere ou
martelo d’água

C- Pequeno

D- Dicrótico

E- Bisferiens

F- Alternante
Principais tipos de onda :
 Ondas de pulso normal – cujas características são aprendidas pelo exame de
pacientes normais.

 Pulso célere ou martelo d’água – a principal característica é aparecer e sumir


com rapidez. Decorre do aumento da pressão diferencial e, por isso, é
observado na insuficiência aórtica, nas fístulas arteriovenosas, no
hipertireoidismo e nas anemias graves.

 Pulso parvus tardus: tensão diminuída e pulso parece fraco e pequeno.


Observado na estenose aórtica grave, na insuficiência cardíaca e na
hipovolemia.

 Pulso anacrótico – constituído de uma pequena onda inscrita no ramo


ascendente da onda pulsátil. Ex: estenose aórtica.
Tipos de Onda
 Pulso dicrótico – se percebe uma dupla onda em cada
pulsação, a primeira mais intensa e mais nítida, é seguida de
outra de menor intensidade e que ocorre imediatamente
depois. Ex: febre tifóide e outras doenças com febre.

 Pulso bisferiens – se percebe também uma dupla sensação,


mas neste caso as duas ondulações aparecem no ápice da
onda de pulso. Ex: associação de estenose e insuficiência
aórtica.

• Confunde-se com o pulso dicrótico – perde sua característica de dupla


pulsação à compressão da artéria.
 Pulso alternante – se percebe de modo sucessivo uma
onda ampla seguida de uma onda mais fraca. Constitui um
sinal de insuficiência ventricular esquerda.

 Pulso filiforme – pulso de pequena amplitude e mole.


Indica quase sempre colapso circulatório periférico.

 Pulso paradoxal – caracterizado pela diminuição da


amplitude das ondas durante a inspiração forçada. Ex:
pericardite constritiva, derrame pericárdico volumoso e
enfisema pulmonar.
Diferentes tipos de pulso carotídeo:
Comparação com a Artéria Homóloga

 Averigua-se a igualdade ou desigualdade dos pulsos, palpando


simultaneamente as artérias periférica homólogas;

 Pode ocorrer desigualdade em casos como: dissecção de aorta, coarctação


de aorta (estreitamento), ou insuficiência arterial aguda;

 Os pulsos periféricos apresentam homologia;

 O pulso aórtico abdominal é um pulso central e não apresenta homologia;

 Importantes na determinação de possíveis complicações arteriais.


Considerações gerais de Pulso
 Pulsos filiformes (= finos) devem sempre ser confirmados em um grande
tronco (carotídeo, femoral, ou mesmo no apex cardíaco).

 NUNCA PENSAR EM PARADA CARDÍACA , ao avaliar um pulso periférico


ausente!!

 A avaliação dos pulsos periféricos é fundamental para o exame clinico no


sistema circulatório.

 Repouso: o pulso é sentido pelo toque.

 PULSO EVOLUIR: PALPÁVEL, RITMO, SIMETRIA, AMPLITUDE, ASPECTO


(elástico, tortuoso, enrijecido)
PRESSÃO
ARTERIAL
PRESSÃO ARTERIAL
 Força exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos.

 Pode sofrer variações


dependendo
da posição e da atividade
do indivíduo.
PRESSÃO ARTERIAL
PA= DC x RP

DC= débito cardíaco


RP= Resistência periférica
Débito Cardíaco
 É o volume de sangue bombeado pelo coração por minuto;​

 Pode sofrer alteração durante exercícios físicos, emoções e


em afecções que comprometem o miocárdio;​

 Em condições normais, alcança aproximadamente cinco a seis


litros por minuto.

DC = VS (volume sistólico) x FC (frequência cardíaca);​


Resistência
Periférica
 Representa a vasocontratilidade das artérias;
 É importante na manutenção e regulação da pressão
diastólica.​ Ex: (Canudo)
FATORES QUE INFLUEM NA
PRESSÃO
VOLEMIA
É a quantidade de sangue circulando no corpo; ​

Em adultos costuma ser de aproximadamente 75 ml/kg;​

​ A elevação volêmica provoca hipertensão;

 A redução da volemia pode levar a pressão arterial a níveis


extremamente baixos, como ocorre na desidratação e
hemorragia.
ELASTICIDADE DA PAREDE DOS
VASOS
-Predomínio de fibras elásticas nas paredes promovendo
grande distensibilidade;​ complacência da artéria;

-​Em pessoas idosas pode ocorrer diminuição da elasticidade,


aumentando a pressão sistólica.

VISCOSIDADE SANGUINEA
​-anemias podem reduzir significativamente a viscosidade reduzindo
os níveis pressóricos.
TIPOS DE APARELHO
Coluna de mercúrio
Grande precisão – Não requer calibração posterior – Fácil
manutenção

Desvantagens:
Tamanho grande;
Peças frágeis – Deve ser mantido na vertical durante
o uso.
ESFIGMOMANÔMETRO DE MERCÚRIO
TIPOS DE APARELHO
Aneróide
Vantagem: Fácil transporte.
Desvantagem: Requer frequente calibração
TIPOS DE APARELHO
Eletrônico
Vantagem: Fácil manuseio – Elimina erro do
observador.

Desvantagens: Reparos na
fábrica – Dificuldade em manter
a calibração.
Seleção do Manguito
Para determinar com exatidão a pressão, é preciso escolher com cuidado
um manguito de tamanho apropriado.

 A largura da bolsa inflável do manguito deve corresponder a cerca de 40% da


circunferência da parte superior do braço (cerca de 12 a 14cm, no adulto médio);

 O comprimento da bolsa deve ter cerca de 80% da circunferência do membro


superior (quase suficiente para circundar todo o braço);

 Manguitos muito estreitos ou muito largos podem fornecer leituras falsamente


elevadas. O uso de um manguito médio em um braço obeso pode gerar um falso
diagnóstico de hipertensão;

 Braços obesos ou muito magros: No braço obeso é importante usar um manguito


largo (15 cm). Se a circunferência do braço ultrapassar 41cm, use um manguito
para coxa ( largura de 18cm). No caso de um braço muito fino, pode haver
indicação de um manguito pediátrico.
Dimensões Recomendadas de Manguito
(American Heart Association)

CIRCUNFERÊNCIA DENOMINAÇÃO DO LARGURA DA COMPRIMENTO DA


DO BRAÇO (cm) MANGUITO BOLSA (cm) BOLSA (cm)

5-7,5 De recém nascido 3 5

7,5-13 De bebê 5 8

13-20 De criança 8 13

17-26 De adulto pequeno 11 17

24-32 De adulto 13 24

32-42 De adulto grande 17 32

42-50 De coxa 20 42
PROCEDIMENTOS PARA AFERIÇÃO:
1) Explicar o procedimento para o paciente;

2) Certificar-se que o paciente: não está de bexiga cheia, não praticou exercícios
físicos, não ingeriu bebidas alcoólicas ou café e nem fumou até 30 minutos antes;

3) Certificar-se que o esfigmomanômetro registra corretamente o zero da escala, seja


no modelo aneróide ou no de coluna de mercúrio;

4) Localizar a artéria braquial por palpação;

5) Liberar o braço de roupas que o comprimam;

6) Colocar o manguito firmemente cerca de 2 a 3 cm acima da fossa cubital,


centralizando a bolsa inflável sobre a artéria braquial;

7) Observar a largura do manguito e medir a circunferência do braço do paciente,


utilizando o manguito de largura apropriado;
8) Manter o braço do paciente na altura do coração;

9) Método palpatório: palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu


desaparecimento, para estimar a pressão sistólica (PAS), desinsuflar rapidamente e
aguardar de 15 a 30 segundos antes de inflar novamente;

10) Método auscultatório: Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre


a artéria braquial, sem compressão excessiva;

11) Solicitar o paciente que não fale durante o procedimento;

12) Inflar rapidamente, de 10 em 10 mmHg até o nível estimado da pressão sistólica


pela palpação;

13) Desinflar com velocidade constante inicial de 2 a 4 mmHg por segundo, evitando
congestão venosa e desconforto, e permitindo a leitura precisa da pressão arterial;

14) Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som;


15) Determinar a pressão diastólica (PAD) no momento do desaparecimento
do som. Auscultar cerca de 20 mmHg a 30 mmHg abaixo do último som
para confirmar seu desaparecimento e depois desinflar completamente e
rápido.Obs: se os batimentos persistirem até zero, considere a PAD no
abafamento do som;

16) Registrar os valores da PAS e PAD obtida na escala que varia de 2 em 2


mmHg, EVITANDO arredondar para valores terminados em zero ou cinco;

17) Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas;


18) Na primeira avaliação as medições devem ser feitas em ambos os
membros superiores e em pelo menos duas posições (sentada e deitada);

19) Em cada consulta deverão ser realizadas no mínimo duas medidas no


mesmo braço, procurando obter diferenças inferiores a 5 mmHg;

20) Em pacientes com arritmias cardíacas, desinsuflar o manguito mais


lentamente ainda e obter-se pelo menos 3 medidas, calculando a média da
consulta.
ESCALA DE KOROTKOFF
Fase I – sons surdos (SÍSTOLICA);
Fase II- sopros;
Fase III- sons altos e claros;
Fase IV- sons abafados;
Fase V- silencia (DIASTÓLICA).

 O desaparecimento dos sons é o indicador da pressão diastólica.


Em casos onde os sons não desaparecem , mesmo após desinsuflar
totalmente o manguito, a pressão diastólica deve ser considerada no final
da fase III.
Doenças relacionadas
HIPERTENSÃO
A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença
caracterizada pela elevação dos níveis tensionais no sangue.

Pode acontecer quando nossas artérias sofrem algum


tipo de resistência, perdendo a capacidade de contrair e dilatar,
ou então quando o volume se torna muito alto, exigindo uma
velocidade maior para circular.
TIPOS DE HIPERTENSÃO

A hipertensão pode ser dividida em três estágios, definidos


pelos níveis de pressão arterial.

Estágio I: hipertensão acima de 140 por 90 e abaixo que 160 por 100;

Estágio II: hipertensão acima de 160 por 100 e abaixo de 180 por 110;

Estágio III: hipertensão acima de 180 por 110.

Esses números somados a condições relacionadas que o


paciente venha a ter determinam se o risco de morte cardiovascular do
paciente é leve, moderado, alto ou muito alto.
Fatores de risco
Complicações possíveis:
HIPOTENSÃO
Hipotensão, ou pressão baixa, significa que a sua
pressão arterial é mais baixa do que o esperado.

Na maioria dos adultos saudáveis, a pressão baixa


não causa problemas ou sintomas. Mas se a pressão
arterial cai subitamente ou causa sintomas como tontura
e desmaio, pode ser um problema de saúde.
TIPOS DE HIPOTENSÃO
Hipotensão postural ou ortostática:

Desidratação é a causa mais comum de hipotensão ortostática.


Algumas condições médica que aumentam o risco de hipotensão
ortostática incluem:

Condições cardíacas como ataque do coração, doença de válvula


cardíaca, braquicardia e insuficiência cardíaca;
Anemia;
Infecções graves;
Condições endócrinas;
Desordens do sistema nervoso central como Mal de Parkinson;
Embolia pulmonar
Hipotensão neuralmente mediada

Ocorre quando o cérebro e coração não se comunicam


apropriadamente.

Por exemplo, quando a pessoa fica em pé por muito tempo


o sangue começa a se acumular nas pernas. Isso faz a pressão
cair. O corpo erroneamente informa ao cérebro que a pressão
está alta, e como resposta ele diminui o batimento cardíaco.
Isso faz a pressão cair ainda mais causando tontura e outros
sintomas.
Hipotensão severa ligada a choque
Na hipotensão severa ligada a choque a pressão fica
muito baixa e não retorna ao normal por si mesma.

Choque séptico: pode ocorrer quando bactéria entra na corrente sanguínea


e libera uma toxina que ocasiona queda perigosa na pressão;

Choque hipovolêmico: Uma perda grande de sangue ou fluidos;

Choque cardiogênico: Diminuição na capacidade do coração bombear


sangue (em decorrência de ataque cardíaco, arritmia ou embolia pulmonar).
CLASSIFICAÇÃO DA P.A EM ADULTOS

PRESSÃO SISTÓLICA PRESSÃO DIASTÓLICA

ÓTIMA ≤ 120 mmHg ≤ 80 mmHg

NORMAL 120 a 129 mmHg 80-84 mmHg

NORMAL ALTO 130 a 139 mmHg 85-89 mmHg

HIPERTENSÃO ≥ 140 mmHg ≥ 90 mmHg


Classificação da P.A em crianças e jovens
PRESSÃO DIFERENCIAL
É a diferença entre a pressão sistólica e a diastólica; ​

Na maior parte das vezes o valor encontra-se entre


30 e 60 mmHg;​

O decréscimo nesse valor é dominado pressão


convergente;​

O caso contrário é denominado pressão divergente.


Indicações de MAPA (monitoramento
ambulatorial da pressão arterial)

 Monitora-se a pressão durante 24 horas para observá-la


no período noturno (“ borderline”) e suas alterações;

 Exemplo: hipertensão do avental branco. (valores


pressóricos persistentemente elevados dentro do
consultório com medidas consideradas normais nas
medidas por MAPA)
Bibliografia
BATES,B.; BICKLEY, L. S.; HOEKELMAN, R. A. Propedêutica médica.
8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

NETTER,Frank H. Atlas de anatomia humana. 5ed. Rio de Janeiro:


Elsevier,2011. 577p.

PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica 6.ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan,2009. 1308p

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