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XVIII Congresso Brasileiro de Automática / 12 a 16 Setembro 2010, Bonito-MS.

IDENTIFICAÇÃO EM MALHA FECHADA DE SISTEMAS COM ATRASO CONSIDERANDO


A INFLUÊNCIA DO ZERO DE PADÉ NO TRANSITÓRIO.

ADHEMAR B. FONTES, MANOEL O. S. SOBRINHO, JOSELITO S. LIMA

Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal da Bahia


Rua Aristides Novis, 02 – Bairro Federação - CEP 40.210-630 – Salvador - BA
adhemar@ufba.br, manoel.sobrinho@univasf.edu.br,
joselito@nnsolutions.srv.br

Abstract  Many industrial processes can be adequately represented by first-order-plus-dead-time models. A well known
approach in the systems identification uses the step response and change, in the model, the exponential term that represents the
dead-time, by first-order Padé approximation. This paper presents a new approach for identification in closed loop using first-
order Padé approximation, considering the influence of the zero relative to Padé approximation in the temporal parameters
transient behavior. Simulation results are presented, showing the method performance for some kinds systems. An experimental
platform with a heat sink bar was used to apply this identification method.

Keywords  Closed Loop Identification; First Order Padé Approximation; First-Order-Plus-Dead-Time Models.

Resumo  Muitas plantas industriais podem ser satisfatoriamente representadas por modelos de primeira ordem com atraso de
tempo. Uma das abordagens mais conhecidas na identificação de sistemas em malha fechada utiliza a resposta ao degrau e substi-
tui, no modelo, o termo exponencial que representa o atraso, pela aproximação de Padé de primeira ordem. Neste artigo apresen-
ta-se um novo método de identificação em malha fechada utilizando-se a aproximação de Padé de primeira ordem, considerando-
se a influência do “Zero de Padé” nos parâmetros temporais do comportamento transitório. Resultados de simulação são apre-
sentados, mostrando o desempenho do método para alguns tipos de sistemas. Uma plataforma experimental, com uma barra dis-
sipadora de calor, foi utilizada para se aplicar este método de identificação.

 Identificação em malha fechada; Aproximação de Padé de primeira ordem; Sistemas com atraso de tempo.
Palavras-chave

diferentes métodos para identificação de sistemas


1 Introdução
com atraso de tempo.
A aproximação de Padé de primeira ordem é
A identificação de modelos matemáticos que repre- comumente usada para substituir o termo exponenci-
sentem uma determinada planta é de fundamental al que representa o atraso no modelo do sistema.
importância na área de controle e automação. Muitos Com esta abordagem Yuwana & Seborg (1982) de-
sistemas reais podem ser satisfatoriamente represen- senvolveram um método para aproximar um processo
tados por modelos de primeira ordem com atraso de por um modelo de primeira ordem com atraso de
tempo, visto que esses modelos são mais simples de tempo. Nesse trabalho, os autores estimaram os pa-
serem identificados e conseguem explicitar as princi- râmetros do modelo utilizando a resposta subamorte-
pais dinâmicas da planta. A identificação pode ser cida, ao degrau, em malha fechada, com um contro-
realizada em malha aberta ou em malha fechada. A lador proporcional. Uma melhoria desse método foi
identificação em malha aberta é realizada com o implementada por Jutan & Rodriguez (1984), utili-
controlador fora de operação automática durante a zando uma aproximação de alta ordem do atraso, no
identificação. Este inconveniente não ocorre na iden- denominador da função de transferência de malha
tificação em malha fechada, na qual o controlador é fechada. Outra modificação no método de Yuwana-
configurado para operar no modo automático (Fer- Seborg foi realizada por Lee (1989), combinando os
nandes Jr. & Brandão, 2008). A identificação em pólos dominantes do sistema de malha fechada, com
malha fechada é requerida também quando não é aqueles de uma aparente função de transferência de
possível, ou não é conveniente, operar o sistema em segunda ordem com atraso de tempo, para determinar
malha aberta, seja por questões de segurança, instabi- os parâmetros do modelo. Em Chen (1989), os parâ-
lidade ou restrições do processo (Acioli Jr. & Barros, metros do processo são determinados diretamente
2008). As vantagens da identificação em malha fe- durante o transitório, resultante da resposta ao degrau
chada comparada com a de malha aberta são aborda- em malha fechada. Um método de identificação em
das em Hjalmarsson (2005) e den Hof & Schrama malha fechada com um controlador PI foi proposto
(1998), destacando as diferenças de comportamento e por Mamat & Fleming (1995). Neste, algumas das
segurança. desvantagens do método de Yuwana-Seborg foram
A identificação em malha fechada baseada na eliminadas.
resposta ao degrau constitui-se um método clássico Neste artigo, propõe-se um novo método para
bastante abordado na literatura (Ljung, 1999) e identificação de sistemas em malha fechada represen-
(Aguirre, 2004), tais como o método proposto por tados por modelos de primeira ordem com atraso de
Yuwana & Seborg (1982). Aplicações desta aborda- tempo. Esta abordagem utiliza a aproximação de
gem podem ser encontradas em Wang et al. (2001) e Padé de primeira ordem e considera o efeito do
em Coelho & Barros (2003), os quais desenvolvem “Zero de Padé” nos parâmetros temporais que

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caracterizam o comportamento transitório de um Objetivando escrever a expressão anterior na


sistema de segunda ordem sub-amortecido, o que não forma:
é utilizado pelos métodos acima citados.

As + b
2 Desenvolvimento do método T (s) = K , (6)
s + as + b
2

Determinadas plantas industriais podem ser adequa-


damente representadas por modelos de primeira or- definem-se:
dem com atraso de tempo. Um sistema com reali- 2 1-k c k p
a= + (7)
mentação unitária, conforme ilustrado na figura 1, em to τ
que G(s) representa a função de transferência da
2
planta e kc um controlador proporcional, será utiliza- b= (1 + k c k p ) (8)
do para o desenvolvimento do método. Assim, G(s) é toτ
dado por 1+k c k p
A=− (9)
−to s τ
kp e
G ( s) = (1) kck p
τ s +1 K= (10)
1+ kck p
Sendo,
kp o ganho da função de transferência; O comportamento transitório de um sistema de
to o atraso de tempo; segunda ordem descrito na forma, aqui denominado
de forma padrão,
τ a constante de tempo do sistema;
ωn2
Tp ( s ) = , (11)
s 2 + 2ςωn s + ωn2
sujeito a um degrau unitário é bastante conhecido na
literatura. Este comportamento, no domínio do tem-
po, será aqui definido como resposta padrão e repre-
sentado por yp(t). Neste caso, os parâmetros tempo-
rais, usualmente utilizados para classificar este com-
Figura 1 – Sistema em malha fechada. portamento, são bem definidos.
Deve-se observar que a equação (6) difere estru-
turalmente da equação (11) pela presença de um zero,
O termo exponencial será substituído pela apro-
dado por s = -b/A, que é devido à aproximação de
ximação de Padé de primeira ordem, dada por
Padé. Da equação (5) observa-se que este zero é dado
por s= 2/to. Como já foi mencionado, o cálculo dos
1 − 0.5 to s s − 2 / to
e−to s ≈ =− (2) parâmetros temporais, considerando a influência
1 + 0.5 to s s + 2 / to deste zero que é denominado “zero de Padé”, servirá
de base do algoritmo de identificação aqui proposto.
Substituindo a equação (2) na equação (1) tem-se: Observa-se que a expressão (6) pode ser escrita,
tomando-se como referência a forma padrão, como
segue:
kp − ( s − 2 / to )
G (s) ≈ (3)
τ ( s + 2 / to )( s + 1/ τ )  b  A b 
T ( s) = K  2 + s 2  (12)
 s + as + b  b  s + as + b 
A função de transferência do sistema em malha
fechada é dada por
Esta expressão mostra que T(s), tomando-se como
referência Tp(s), pode ser escrita na forma
y(s) k G (s)
T ( s) = = c (4)
R(s) 1 + kc G ( s )
  A 
T ( s ) = K Tp ( s ) +   sTp ( s)  (13)
Substituindo-se a equação (3) na equação (4) e após   
b 
algumas manipulações algébricas, T(s) resulta em: Desta expressão pode-se verificar que a resposta de
T(s) ao degrau unitário, no domínio do tempo, é dada
-k c k p por:
( s − 2 / to )   A d 
T ( s) ≈ τ (5) y (t ) = K  y p (t ) +   y p (t )  (14)
2 1-k c k p 2   b  dt 
s +( +
2
)s + (1 + k c k p )
to τ toτ

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O diagrama mostrado na figura 2 ilustra o resultado π −α −ϕ


mostrado anteriormente. ts = (21)
ωd

yp(s) Sm = C 1 − ζ 2 e−ζ (π −α ) / 1−ζ 2


(22)
Tp

Convém observar que os parâmetros da resposta


R(s) y(s)
temporal de (16), aqui apresentados, que consideram
+ K
a influência do “Zero de Padé”, constituem a base
do algoritmo proposto e representam uma contribui-
yp(s) A
Tp s ção. Deve-se observar ainda que o método de Yuwa-
b na & Seborg, embora utilize a aproximação de Padé
de primeira ordem, este não calcula de forma analíti-
Figura 2 – Diagrama representando o sistema ca os parâmetros temporais do sistema representado
representado pela equação (13). pela equação (5).
Considere agora que o gráfico mostrado na figu-
Sabe-se que a resposta temporal de Tp(s) ao de- ra 3 é a resposta ao degrau unitário, em malha fecha-
grau unitário (Franklin et al., 1994 e Chen, 1993) é da, do sistema representado na figura 1:
dada por:
−ζ ωn t
e
yp (t) =1 − sen(ωd t +ϕ) (15)
1−ζ 2
Assim, utilizando-se a equação (14) e após algumas
manipulações algébricas, a resposta de T(s) a um
degrau unitário resulta em:

y(t) = K 1 − C e−ζ ωn t sen(ωdt +ϕ +α) (16)

Em que:
Figura 3 – Curva de resposta em malha
A 1− ζ 2 fechada do sistema representado na figura 1.
α = tan −1 (17)
ωn + Aζ
Deste gráfico extraem-se, conforme indicados, as
ω − 2ωn Aζ + A
2 2 seguintes informações: tempo de subida ts; os instan-
C= n
(18) tes do primeiro e segundo picos, tp1 e tp2; o valor da
ωd saída no instante do primeiro pico, yp1 e o valor da
saída em regime permanente, yinf. Com estes valores
Fazendo θ = ϕ + α , obtém-se à seguinte expressão: determinam-se numericamente os parâmetros Sm, ωd
e K sendo:

y(t) = K 1 − C e−ζ ωn t sen(ωdt +θ) (19) y p1 − yinf


Sm = (23)
yinf − y(0)
Observe que a expressão acima tem a mesma 2π
forma da expressão de yp(t). Assim, os quatro parâ- ωd = (24)
(t p 2 − t p1 )
metros temporais: tempo de pico (tp); tempo de subi-
da (ts); sobre-sinal máximo (Sm) e o tempo de respos- yinf − y (0)
K= (25)
ta, obtidos da resposta ao degrau unitário de um sis- ∆R
tema de segunda ordem na forma, aqui denominada
padrão, podem ser obtidos para a resposta de T(s) Em que ∆R é a variação na referência.
também ao degrau unitário. Estes parâmetros têm o
Utilizando-se o resultado obtido de ωd e as equa-
mesmo significado, a mesma definição e são obtidos
ções (20) e (21), determina-se o ângulo ϕ pela ex-
matematicamente de forma similar, utilizando-se a
expressão (16). Tem-se, portanto, que: pressão:

π −α ϕ = (t p1 − t s )ω d (26)
tp = (20)
ωd

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Com estes valores, obtém-se ζ e ωn, visto que 3 Método de Yuwana e Seborg
ς = cos ϕ e ωd = ωn senϕ .
Os coeficientes a e b da equação (6) são obtidos, Considerando o sistema em malha fechada, conforme
como segue: mostrado na figura 1, este método estima os parâme-
tros que compõem a equação (1) utilizando também
dados da resposta ao degrau, quando a mesma for
a = 2ςω n e b = ω n2 (27)
subamortecida, conforme mostrado na figura 4.

Em seguida, utilizando-se a equação (10), obtém-se


kp utilizando-se a expressão:

K
kp = (28)
kc (1 − K )

As equações (7) a (10) poderiam ser utilizadas


para se obter, de forma mais direta, os parâmetros to e
τ, visto que o parâmetro A pode ser obtido utilizando-
se a expressão (17). Entretanto, devido à aproxima-
ção realizada, encontram-se valores mais adequados
para estes parâmetros utilizando-se o seguinte proce-
dimento: a partir das equações (5) e (6) tem-se que Figura 4 – Curva de resposta em malha fechada com os
parâmetros usados no método Yuwana-Seborg.
2k c k p
K .b =
toτ Deste gráfico extraem-se as seguintes informações:
os valores da saída no primeiro e segundo pico, yp1 e
kck p yp2; o valor da saída em regime permanente, yinf; o
KA = −
τ valor da saída no ponto de primeiro mínimo ym e o
intervalo de tempo ∆t decorrido entre o primeiro e
Sendo que o valor do parâmetro A é calculado utili- segundo cruzamento da curva com yinf. Utilizando-se
zando-se a equação (18), devido à forte influência do a equação (2), a função de transferência em malha
sobre-sinal máximo (Sm) no método proposto. Destas fechada pode ser escrita na seguinte forma:
duas equações determina-se to pela expressão:
K (1 − 0,5to s )
T ( s) = , (31)
to =
-2A
(29) τ 2 s 2 + 2ξτ s + 1
b
Sendo:
kc k p
Para se calcular o valor de τ, deve-se utilizar as equa- K=
ções (7) e (8), determinando-se a solução positiva da kc k p + 1
seguinte equação quadrática em τ:
 toτ 
bτ 2 − (1 + kc k p )aτ + (1 − kc 2 k p 2 ) = 0 (30) τ = 
 2(kc k p + 1) 
Deve-se observar que na fase de obtenção de
dados, por meio do teste ao degrau em malha fechada τ + 0,5to (1 − kc k p )
ξ=
com o controlador no modo proporcional, o ganho 2toτ (kc k p + 1)
deste deve ser ajustado de forma que o Sm esteja na
faixa entre 5% e 15%, para que se possa obter um
melhor desempenho do método proposto. Isto pode Considerando que a referência sofre uma variação do
ser explicado observando-se o gráfico do lugar das tipo degrau, de amplitude Am, então, segundo este
raízes de um sistema de alta ordem, com dinâmicas método, os parâmetros do processo são obtidos das
não dominantes, e aquele em que se utiliza a aproxi- seguintes expressões:
mação de Padé de primeira ordem. Verifica-se que,
quando o Sm está na faixa acima citada, há uma maior
aproximação entre os dois gráficos, portanto, é nesta yinf
K= (32)
faixa que o método proposto apresentará um melhor kc ( Am − yinf )
desempenho.

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∆t  encontrados, utilizando-se os métodos citados. Nas


τ= ξ kc k p + 1 + ξ 2 ( kc k p + 1) + kc k p  (1 − ξ 2 )( kc k p + 1)
π   figuras 5, 6 e 7, apresentam-se as curvas de resposta
(33) em malha aberta dos modelos obtidos, bem como, a
curva de resposta da planta, para comparação visual.
Para quantificação do erro entre as saídas do modelo
2∆t (1 − ξ 2 )( kc k p + 1)
to = (34) identificado e do sistema original, utilizou-se o crité-
π ξ kc k p + 1 + ξ 2 ( kc k p + 1) + kc k p  rio do erro médio quadrático normalizado, dado por:
 

Sendo que ξ pode ser avaliada de duas formas dife- N

rentes, conforme equações a seguir; ∑(y i − yˆi ) 2


εm = i =1
N
*100 (37)
 y − ym  ∑ yi2
− ln  inf  i =1
 y p1 − yinf
ξ1 =   (35)
  yinf − ym 
π 2 +  ln   
 
  y p1 − yinf  Sendo:
yi amostras de saída do sistema original;
ŷi amostras de saída do modelo identificado;
 y p 2 − yinf  N quantidade de amostras;
− ln  
 y −y
ξ2 =  p1 inf  (36) Tabela 1 – kc=4,0
  y p 2 − yinf 
4π 2 +  ln   
  y p1 − yinf 
   Método Proposto Método Yuwana
kp 1,0000 1,0000

Na prática é comum usar o valor médio de ξ1 e ξ2. τ 1,1894 1,2757


Observa-se das equações (35) e (36) que este método to 0,1153 0,2260
não utiliza a expressão analítica do sobre-sinal má- εm 2,75% 6,65%
ximo Sm, apresentada na equação (22), mas sim ex-
pressões baseadas no decaimento logarítmico da
oscilação.

4 Resultados de simulação

Serão apresentados agora, os resultados simulados


realizados em dois sistemas com dinâmicas dominan-
tes iguais e não dominantes diferentes. Estes sistemas
foram assim escolhidos tendo em vista que estes
podem ser aproximados por um sistema de primeira
ordem com atraso, na forma da equação (1), (Aguir-
re, 2004). Sabe-se que o atraso, neste caso, é devido
Figura 5 – Resposta em malha aberta da
às dinâmicas não dominantes. Portanto, os dois sis- planta G1(s) e dos modelos obtidos.
temas têm atrasos distintos. Para comparação, foi
realizada também a identificação dos sistemas utili-
zando-se o método de Yuwana e Seborg (1982). O
primeiro sistema simulado tem a seguinte função de
Tabela 2 – kc=3,5
transferência:
Método Proposto Método Yuwana
1
G1 ( s ) = kp 1,0000 1,0000
( s + 1)(0,1s + 1)(0, 08s + 1)(0, 02 s + 1) τ 1,1612 1,2517
to 0,1284 0,2258
Foram realizadas simulações para três valores di- εm 2,34% 6,15%
ferentes de kc e comparou-se os resultados obtidos,
utilizando-se o método proposto e o método de
Yuwana e Seborg (1982), com o comportamento da
planta representada por G1(s). Nas tabelas 1, 2 e 3
apresentam-se os valores dos parâmetros kp, τ e to

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Figura 6 – Resposta em malha aberta da Figura 8 – Resposta em malha aberta da


planta G1(s) e dos modelos obtidos. planta G2(s) e dos modelos obtidos.

Tabela 3 – kc=3,0 Tabela 5 – kc=1.1

Método Proposto Método Yuwana Método Proposto Método Yuwana

kp 1,0000 1,0000 kp 1,0000 1,0000

τ 1,1325 1,2261 τ 1,0265 1,3051

to 0,1383 0,2249 to 0,5403 0,6048


εm 1,94% 5,75% εm 3,00% 5,79%

Figura 7 – Resposta em malha aberta da


Figura 9 – Resposta em malha aberta da
planta G1(s) e dos modelos obtidos. planta G2(s) e dos modelos obtidos.

Tabela 6 – kc=1.0
O outro sistema simulado tem a seguinte função
Método Proposto Método Yuwana
de transferência:
kp 1,0000 1,0000
τ 0,9977 1,2959
1
G2 ( s ) = to 0,5702 0,5963
( s + 1)(0, 2s + 1) (0,1s + 1) 2 (0, 01s + 1)3
2

εm 2,74% 5,44%

Analogamente, como foi feito para o primeiro sis-


tema, foram realizadas simulações para três valores
diferentes de kc e os resultados são mostrados nas
tabelas 4, 5 e 6 e nas figuras 8, 9 e 10.

Tabela 4 – kc=1.2

Método Proposto Método Yuwana


kp 1,0000 1,0000
τ 1,0265 1,3146
to 0,5106 0,6123
εm 3,36% 6,08%
Figura 10 – Resposta em malha aberta da
planta G2(s) e dos modelos obtidos.

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Nestes dois exemplos, verifica-se que o método fosse observável. Neste caso, o valor de kc ajustado
proposto neste artigo teve melhor desempenho que o foi de 0.32. A resposta obtida é apresentada na figura
método de Yuwana e Seborg (1982). 13. Devido às características do sistema térmico, o
primeiro pico foi muito acentuado, enquanto as de-
mais oscilações foram bastante amortecidas.

5 Resultados experimentais

A plataforma experimental utilizada para aplicação


do método proposto é constituída por uma barra de
alumínio, denominada barra dissipadora. Em uma das
extremidades da barra instalaram-se dois resistores
de porcelana, 20W/22Ω, conectados em paralelo,
para dissipar calor e aquecer a barra. O objetivo pro-
posto é controlar a temperatura na extremidade opos-
ta da barra dissipadora, sendo a variável manipulada,
a corrente nos resistores. Esta plataforma experimen-
tal foi idealizada e construída tendo em vista que,
devido à fenomenologia envolvendo a propagação do
calor, existe um atraso, o que permite sugerir um
modelo dinâmico conforme a equação (1). Figura 13 – Curva de resposta do experimento.
A comunicação, medição e condicionamento
dos sinais são realizados utilizando-se uma placa de Os valores obtidos foram os seguintes:
aquisição de dados composta por: um micro- y(0)=27,74°C; y(∞)=29,25°C; ts=49s; tp1=85s;
controlador PIC 18F2550; um conversor digital ana- yp1=29,83°C; tp2=320s; yp2=29,28°C; ∆t=136s;
lógico; um conversor tensão-corrente; um sensor de ym =29,2ºC. Deve-se observar que a mudança na
temperatura LM35 e um amplificador, conforme referência ocorreu no instante t=100s e os valores de
fluxograma da figura 11. No computador, processou- tempo acima já estão diminuídos de 100. Com estes
se o algoritmo do controlador, operando somente no valores obtiveram-se os modelos utilizando-se o
modo proporcional. método proposto e o método de Yuwana e Seborg.
Aplicou-se um degrau na planta e nos modelos iden-
tificados para se comparar os resultados. As curvas
obtidas são apresentadas no gráfico da figura 14. Na
tabela 7 apresentam-se os valores encontrados para
os respectivos modelos, bem como o erro médio
quadrático normalizado.

Figura 11. Fluxograma da plataforma experimental.

Uma foto da plataforma experimental é mostrada na


figura 12.

Ponto de medição
Barra dissipadora
Resistores

Figura 14 – Resultados experimentais.

Tabela 7

Método Proposto Método Yuwana


kp 21,02 21,02
τ 384,4 235,4
Figura 12 – Plataforma experimental
to 92 108
Com o sistema em malha fechada, ajustou-se o εm 8,76% 16,92%
valor de kc de forma que o segundo pico de oscilação

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Neste exemplo, o sobre-sinal máximo, Sm, foi de Controladores PI em Malha Fechada. VII
38%, fora da faixa em que os algoritmos têm melhor Conferência Internacional de Aplicações
desempenho. Como foi dito, devido às características Industriais. Poços de Caldas MG, Brasil.
do sistema térmico, não foi possível se obter um Sm Franklin, G., Powell, J. D. & Emami-Naeini, A.
menor de forma que o segundo pico fosse ainda ob- (1994). Feedback Control of Dynamic Systems.
servável. Addison Wesley.
Hjalmarsson, H. (2005). From Experiment Design to
Closed-loop. Automática, No. 41; pp. 393-438.
Jutan, A. & Rodriguez, E. S. (1984). Extension of a
6 Conclusão New Method for On-line Controller Tuning.
Can. J. Chem. Eng. No. 62; pp. 802-807.
Neste artigo foi desenvolvida uma nova abordagem Lee, J. (1989). On-line PID Controller Tuning from a
de identificação em malha fechada, utilizando a res- Single Closed-loop Test. AIChE J. No. 35 (2),
posta ao degrau, a qual considera a influência do pp. 329-331.
“zero de Padé” no cálculo dos parâmetros temporais. Ljung, L. (1999). System Identification – Theory for
O método é mais eficaz quando aplicado a situações the User. Prentice Hall, Englewood.
em que o sistema exibe uma resposta sub-amortecida Mamat, R. & Fleming, P. J. (1995) Method for On-
em malha fechada, com sobre-sinal máximo na faixa line Identification Plus Dead-time Process
entre 5% e 15%. Os resultados obtidos, tanto os si- Model. IEE ELECTRONICS LETTERS, 20th
mulados como os experimentais, evidenciaram um July 1995, Vol. 31, No. 15, pp. 1297 – 1298.
bom desempenho do método proposto. Observa-se Yuwana, M. & Seborg, D. E. (1982). A New Method
dos resultados que este método apresentou melhores for On-line Controller Tuning. AIChE J. No. 28
resultados do que o método de Yuwana e Seborg. (3), pp. 434-440.
Convém salientar que este último é um método con- Wang, Q., Zhang, Y. & Guo, X. (2001). Robust
sagrado na literatura. Finalmente, é importante enfa- Closed-loop Identification with Application to
tizar que, quanto melhor o modelo, mais robustos Auto-tuning. Journal Process Control, No. 11,
serão os controladores projetados. pp. 519-530.

Agradecimentos

Os autores agradecem à FAPESB pela concessão de


bolsa de estudos e ao Programa de Pós-Graduação de
Engenharia Elétrica da UFBA.

Referências

Acioli Jr, G. & Barros, P. R. (2008). Identificação de


Sistemas com Atraso em Malha Fechada
Utilizando Excitação Composta. CBA 2008, Juiz
de Fora MG, Brasil.
Aguirre, L. A. (2004). Introdução à Identificação de
Sistemas. UFMG.
Chen, C. L. (1989). A Simple Method for On-line
Identification and Controller Tuning. AIChE J.,
35 (12), pp. 2037-2039.
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