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EMBARCAÇÃO TIPO HIDROFOILS
Embarcação tipo hidrofoil ou aerobarco
O princípio básico de funcionamento de embarcações com aplicação de hidrofólio é levantar a
embarcação para fora d'água sustentandoa dinamicamente através da utilização de fólios. Deste forma,
procurase reduzir a resistência ao avanço e o efeito das ondas sobre a embarcação reduzindo a potência
requerida para se alcançar altas velocidades.
A década de setenta foi a época de grande desenvolvimento deste tipo de embarcação, motivado
pela necessidade de altas velocidades e de melhores condições operacionais em estado de mar.
Desde esta época, sabese que a grande vantagem de se utilizar aerobarcos, vem de sua
capacidade de manter altas velocidades, atingindo até 50 nós, em condições adversas de mar, com
potências instaladas relativamente baixas. Este tipo de embarcação é muito menos sucetível à ação das
ondas que embarcações convencionais.
Os fólios podem ser divididos em dois grupos: secantes e completamente submersos. Os fólios
secantes são projetados de forma que fiquem parcialmente fora d'água durante a operação. Conforme o
aumento da velocidade, haverá também uma maior força de sustentação ocasionada pelo escoamento na
parte submersa do fólio. Tal fenômeno fará com que o volume submerso dos fólios diminua, até que o
equilíbrio dinâmico entre o peso da embarcação e a força de sustentação gerada seja atingido.
Os fólios totalmente imersos utilizam alguns recursos físicos para proporcionarem a força de
sustentação da embarcação. Assim, é necessário que se varie o ângulo de ataque do fólio inteiro ou faça
se uso de flaps para que a sustentação seja obtida, de acordo com a velocidade em que se encontra a
embarcação, seu peso e estado de mar. Este sistema é semelhante ao verificado nas asas de avião.
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A principal vantagem dos fólios totalmente submersos em relação aos secantes é sua capacidade
de proporcionar uma redução substancial no efeito das ondas sobre o casco. Tal peculiaridade permite
que um pequeno aerobarco alcance altas velocidades em condições de mar não muito favoráveis e, ainda
assim, ofereça confortável ambiente para tripulação e passageiros.
Fólios secantes e totalmente submersos
Existem três configurações básicas de fólios: Canard, Convencional e Tandem. Normalmente, se
65% ou mais do peso estiver sobre o fólio de ré ou vante são considerados os arranjos de fólios tipo
Canard ou Convencional respectivamente. Caso o peso esteja distribuído aproximadamente igual entre
os fólios, aí então, a configuração Tandem é a mais recomendada.
Arranjos básicos de fólios
Na escolha da melhor configuração de fólios, a manobrabilidade e a estabilidade direcional
devem ser consideradas juntamente com o comportamento em ondas. Para estes requisitos, tanto a
configuração convencional quanto a Canard são superiores ao Tandem devido ao maior comprimento
do fólio principal, e neste caso um fólio bipartido poderia ser o mais indicado. A configuração Canard é
a mais aconselhável em operações em estados de mar severos, pelo fato do maior carregamento se
encontrar sobre o fólio de ré.
Existem dois tipos básicos de fólios. Estes fólios possuem mecanismos para controlar a
sustentação dinâmica proporcionada à embarcação. O primeiro se assemelha à asa de um avião.
Possuindo “flaps” na parte de ré, os fólios conseguem interferir o fluxo d'água de tal maneira que a força
ali gerada provocará um momento capaz de emergir ou imergir a embarcação. O segundo gira em torno
de um eixo, modificando seu ângulo de ataque. Ao se fazer isso, estamos alterando a direção e a
magnitude da força de sustentação dinâmica (a força de sustentação estática ou empuxo, continuará
constante enquanto os fólios estiverem completamente submersos).
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Tipos de fólios
A capacidade de se elevar o casco fora d'água é o que justifica a utilização de hidrofólios. Essa
particularidade permite que haja menor efeito das ondas sobre o casco e menor resistência ao avanço,
acarretando maiores velocidades de operação.
A resistência ao avanço até a decolagem é fundamental para o dimensionamento da potência
instalada, por isso, devese preocupar também com a forma de casco eficiente dentro d’água e no
momento da “decolagem”. Isto é, um casco cuja geometria proporcione reduzida resistência ao avanço
nestas duas condições.
Para superar resistência adicional provocada por mares agitados, ventos, correntezas e outras
adversidades, fazse necessário uma margem de potência, além daquela exigida em águas tranqüilas. É
adequado uma margem de 20 a 25 por cento maior para garantir a decolagem em mares agitados.
Resistência comparativa entre os hidrofólios e planadores
O gráfico apresentado na figura 17 compara a resistência oferecida à hidrofólios e a de um casco
planador.
Podese constatar que após ter atingido a velocidade de decolagem, a resistência oferecida ao
hidrofólio diminui bastante. A interseção das curvas de resistência e a de empuxo do propulsor (propeller
thrust) nos fornece o ponto de velocidade máxima da embarcação . Constatase assim, que a velocidade
alcançada por aerobarcos é muito superior áquela atingida por cascos planadores. Isto se deve,
exclusivamente, à menor resistência oferecida ao avanço.
Algumas das principais vantagens dos aerobarcos, em comparação com monocascos ou tipos de
embarcações alternativas são: (1) a habilidade de operar efetivamente em praticamente qualquer
condição de mar, e (2) a capacidade de deslocarse na faixa de 30 a 50 nós com reduzida potência,
permitindo operações mais econômicas.
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As operações com o casco fora d'água só começam a ficar comprometidas quando a altura das
ondas excede a dos suportes dos fólios.
Além de um ganho significativo de velocidade de serviço, hidrofólios possuem boa capacidade de
manobra e proporcionam uma plataforma mais estável que navios convencionais.
Este tipo de embarcação também requerer maior profundidade nos portos devido os
fólios ficarem submersos quando a embarcação encontrase em baixa velocidade.
Para problemas ou perguntas a respeito desta Web, entre em contato com Prof. José Marcio Vasconcellos (COPPE/UFRJ).
Última atualização: 12 julho, 2001.
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