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ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA

BACHARELADO EM ENGENHARIA QUÍMICA

Físico- Química Experimental

EXPERIÊNCIA 10 – MEDIDA DA TENSÃO SUPERFICIAL


MÉTODO DO PESO DA GOTA

Data da realização do experimento: 30/11/2017


Prof. Responsável: Dr. Sergio Duvoisin
Turma: EQMFP_T01
Jr.
Matrícula: Nota do
Aluna: Karen Andreza grupo:
1315140346

Matrícula:
Aluno: Maria Luziele
1415140173

Matrícula:
Aluno: Verônica Chaves
1415140396

Manaus, AM

2017
1. INTRODUÇÃO

O termo tensão superficial tem sua origem em tempos passados onde acreditava-se que
os líquidos possuem uma espécie de “pele” que dificulta, em alguns casos, a entrada ou saída
de objetos em fases líquidas. Hoje, sabe-se que na verdade as interações intermoleculares de
líquidos são as causadoras dessas observações (ADAMSON, 1997; ATKINS, 2012).
A tensão superficial pode ser compreendida como a força por unidade de
comprimento, também conhecido como Trabalho (W), sendo representado pela equação dw =
𝛾dσ, onde a constante 𝛾 é conhecida como tensão superficial (ADAMSON, 1997; ATKINS,
2012; DUVOISIN, 2016).
Figura 1: Esquema das interações entre as moléculas da água e formação da tensão
superficial.

A tensão superficial da água possui um valor muito alto, igual a 7,2 109 N m-1. Um dos
métodos para a determinação da tensão da água é pelo método do peso da gota conhecido
como Lei de Tate, a qual diz que:
m.g
γ= , onde Eq. 1
2πr
m refere-se ao peso de uma gota, g refere-se a aceleração da gravidade e r ao raio do tubo
(ADAMSON, 1997; DUVOISIN, 2016).

Após estudos e diversas observações foi constatado que apenas 60% da gota realmente
se desprende do tubo, continuando presos os outros 40%, dessa forma é necessário fazer a
correção da Lei de Tate através de um fator de correção “f” que foi desenvolvido através de
pesquisas experimentais e possui valor tabelado (CAI et al., 2016; DOVOISIN, 2017) . Dessa
forma:
m.g
γ= Eq. 2
2πrf
Figura 2: Esquema do peso da gota.

Atualmente, utilizam-se produtos chamados surfactantes para diminuir a tensão


superficial de líquidos, sendo observada a relação entre 𝛾 e a concentração do surfactante
utilizado, ou seja, quanto maior a concentração menor será a tensão superficial, até que se
atinja um equilíbrio, onde esse se tornará constante, conforme a Figura 1 (CAI et al., 2016;
CASTELLAN, 1999).
Figura 3 – Relação entre Tensão Superficial e Concentração de Surfactante.

Os surfactantes apresentam uma parte hidrofílica e outra lipofílica. Um dos


surfactantes mais utilizados é o dodecil sulfato de sódio (SDS) por ser iônico (Na+), logo, ser
um forte eletrólito. Entretanto, muitas de suas propriedades são alteradas devido a formação
de micelas em alto número, em que a parte hidrofóbica do surfactante se liga a outra na
molécula, deixando a parte lipofílica em meio aquoso (FERREIRA, 2016; SILVA, 2013).
2. OBJETIVO
2.1 Geral
Determinar a tensão superficial da água.

2.2 Específicos
Compreender o procedimento para determinação da tensão superficial utilizando o
método do peso da gota.
Determinar o raio da bureta;
Determinar o valor do fator de correção f;
Determinar a constante micelar critica;
3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Materiais utilizados

 Balança analítica;
 Balão volumétrico de 25,00 ± 0,03 mL (10);
 Béquer de 100 ± 5,0 mL (2);
 Bureta de 25,00 ± 0,05 mL (1);
 Bureta de 50 ± 0,05 mL (1);
 Frascos de com tampa (10);
 Garras para suporte universal (2);
 Suporte universal (2);

3.2 Reagentes utilizados

 Água destilada;
 Solução SDS (NaC12H25SO4) 50mM.

3.1 Procedimento experimental

Foram preparadas 25,00mL de 10 soluções de SDS com as seguintes concentrações:


1,0 mM, 3,0mM, 5,0 mM, 7,0mM, 8,0mM, 9,0mM, 11,0mM, 15,0mM, 18,0mM e 20,0 mM,
diluídas a partir de uma solução mãe de concentração 50mM.
Paralelamente foram realizadas medições com água pura, coletando 5 gotas de água
destilada em um frasco de vidro e anotado o peso, em seguida mais 10 gotas de água foram
acrescidas e o peso resultante foi anotado. Este procedimento foi realizado com os 10 frascos
de vidro, a fim de se obter o raio da bureta.
Em seguida, colocou-se o líquido na bureta, na qual se determinou o raio, iniciando
pela água pura e em ordem da solução menos concentrada a mais concentrada. Ajustou-se o
fluxo de forma que as gotas se formassem lentamente. Então, 10 gotas do líquido foram
recolhidas no frasco (já pesado anteriormente). O volume e a massa correspondente às gotas
recolhidas foram anotados.
Após todas as observações determinou-se: o peso de uma gota; o volume de uma gota;
o fator de correção f e tensão superficial γ.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tensão superficial pode ser calculada pelo peso médio da gota dado pela
equação abaixo:
m.g
γ=
2.r.π
Em que m é a massa da gota; g é a gravidade e r é o raio de uma gota ideial.
Para poder encontrar o raio, recolheu da bureta num frasco as 5 primieras
gotas, pesado o frasco e depois recolhida mis 10 gotas e feita a subtração das 15 gotas
com a 5 primeiras, assim conseguiu o peso da 10 gotas foi dividida por 10 e assim
encontrou o peso, a água foi utilizada porque se conhecem as propriedades.

Na tabela abaixo, estão dispostos a massa e o volume da água.


Tabela 1. Dados para determinação do raio da bureta
Frasco com 5 gotas Frasco com 15 gotas
m (g) 0,2807 0,7946
V (mL) 0,4 1,6

A massa de uma gota de água foi calculada pela equação abaixo, no qual se
desconsideram as 5 primeiras gotas por ter a presença de vapor.

𝑚15 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 –𝑚5 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠


m1gota = 10

0,7946−0,2807 0,5139
m1gota = = = 0,05139g
10 10

Utilizando a Tabela fornecida no roteiro de práticas, fez-se uma interpolação


dos valores próximos, determinando o raio da bureta.

Tabela 2. Relação massa da gota e raio da bureta


Massa da gota (g) Raio do tubo (cm)
0,046901 0,14769
0,05139 x
0,054678 0,17750
0,054678 − 0,05139 0,17750 − 𝑥
= 0,17750 −0,14769
0,054678 − 0,046901

r = 0,16489617 cm
O volume de uma gota de água foi obtido pela equação abaixo.

𝑉15𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠−𝑉5𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 1,9−0,3 1,6


V1gota = 10
= 10
= 10
= 0,16 mL

Para descobrir o fator de correção foi feita outra interpolação mais com o resultado do
r/ V1/3, esta variável é calculada a fim de consertar o erro do peso da gota. [4]

A tabela 3 mostra a relação da razão do raio da bureta e a raiz cúbica do volume da


gota r/ V1/3 e o fator de correção f.

O raio da bureta utilizada neste experimento foi de 0,16489617 cm e o volume


aproximado de uma gota foi de 0,16mL. Que foram calculados acima, então
aplicando estes valores a seguinte equação tem:
𝒓 𝟎,𝟏𝟔𝟒𝟖𝟗𝟔𝟏𝟕
𝟑 = 𝟑 = 0,53069
√𝑽 √𝟎,𝟏𝟔

Tabela 3. Fator de correção para o método do peso da gota


r/V1/3 f
0,50 0,6515
0,55 0,6362
0,53 f

Para descobrir o valor de f, foi preciso fazer a interpolação, onde os dados foram
tirados da tabela que havia na prática.
𝟎,𝟓𝟓 − 𝟎,𝟓𝟑𝟎𝟔𝟗 𝟎,𝟔𝟑𝟔𝟐−𝒙
= 𝟎,𝟓𝟓 − 𝟎,𝟓𝟎
= 𝟎,𝟔𝟑𝟔𝟐−𝟎,𝟔𝟓𝟏𝟓

𝟎,𝟎𝟏𝟗𝟑𝟏 𝟎,𝟔𝟑𝟔𝟐−𝒙
= 𝟎,𝟎𝟓
= −𝟎,𝟎𝟏𝟓𝟑

f= 0,6421
Na segunda parte do experimento foi determinada a tensão superficial de soluções
contendo o surfactante dodecil sulfato de sódio, o SDS, em diferentes concentrações. As
soluções de SDS foram preparadas em um balão volumétrico e usando a bureta que teve o
raio calculado foi realizado o método da gota. A massa de uma gota foi calculada. Então, foi
aplicada a equação da lei de Tate, com os valores do raio e fator de correção calculada
anteriormente.

Os resultados de tensão superficial, concentração e massa das gotas são mostrados na


tabela 4, adotando g =9,81 m/s².

Tabela 4. Resultados da prática.


Concentração (mM) Massa gota (g) Tensão superficial (N/m)
1,0 0,05977 0,088137
3,0 0,05604 0,082673
5,0 0,05136 0,075736
7,0 0,04637 0,068377
8,0 0,03712 0,054737
9,0 0,03985 0,058763
11,0 0,03527 0,052009
15,0 0,03408 0,050254
18,0 0,03755 0,055371
20,0 0,03782 0,055769

Na tabela é possível perceber que o aumento da concentração de SDS a tensão


superficial aumenta, como já esperado, pois de acordo com a literatura os surfactantes atuam
na superfície do líquido, reduzindo a tensão superficial durante o processo de emulsificação.
O gráfico 1 foi plotado e representa concentração de SDS pela tensão superficial.

Gráfico 1. Concentração de SDS x Tensão Superficial


A análise do gráfico permite observar que o CMC, que determina onde ocorre a
formação de micelas no líquido de vido a saturação da solução aquosa. está a
aproximadamente 8mM, estando de acordo o valor teórico (MORAES et al., 2004).
5 CONCLUSÃO
A prática possibilitou o estudo da tensão superficial através de uma técnica
que, apesar de ser simples, determina a força de tensão superficial com bastante
eficiência. Durante a prática algumas falhas podem ter ocasionado erros,
principalmente o fluxo de gotejamento variável.

Foi verificada a influência do aumento da concentração do surfactante SDS na


diminuição das interações superficiais da água, além de ter sido obtido o ponto da
Concentração Crítica Micelar, CMC, através do gráfico da concentração de SDS pela
tensão superficial.
6 REFERÊNCIAS

ADAMSON, A. W. GAST, A. P. Physical Chemistry of Surfaces. 6ª Edição. Wiley-


Blackwell, 1997. 808 p;

ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o


meio ambiente. 5ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2012;

CASTELLAN, Glibert. Fundamentos de Fìsico-Quimica. 1ª edição, Rio de Janeiro-


RJ. Editora LTC, 1999;

CAI, Z. et al. Surface tension based method for measuring oil dispersant
concentration in seawater. Marine Pollution Bulletin 109 (2016) 49–54;

DOVOISIN, S., J. Apostila de Práticas de Físico Química Experimental. Manaus:


UEA/Coordenação de Engenharia Química, 2017;

FERREIRA, G, M, D. Termodinâmica de interação de Lactoferrina e poli(óxido de


etileno) com surfactantes aniônicos. Universidade Federal de Viçosa- MG, 2016.
(Dissertação de mestrado);

SILVA, I. R.; BARRETO, P. L. M. Estudo das dispersões aquosas de nanotubos de


carbono utilizando diferentes surfactantes. Química Nova, Vol. 36, No. 1, 5-9, 2013.

MORAES, S. L. de; REZENDE, M. O. O. Determinação da Concentração


Micelar Crítica de Ácidos Húmicos por Medidas de Condutividade e
Espectroscopia. Química Nova, v. 27, n. 5, p. 701-705, 2004.

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