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PPGHIS

Programa de Pós-
Graduação em História

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA
INSTITUTO LATINO-AMERICANO DE ARTE, CULTURA E HISTÓRIA (ILAACH)
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA

ANEXO VIII

PROPOSTA DE RESUMO DE PESQUISA


1) Nome do candidato: José Luciano da Costa Júnior

2) Título da proposta de trabalho:

Escavando livros: as representações da cultura material no banditismo cangaceiro e


patagônico na literatura regional.

3) Resumo do projeto:

O referido projeto pode ser mais facilmente entendido como continuidade à minha
monografia de conclusão do curso de bacharelado em arqueologia, pela Universidade
Federal de Sergipe, e que teve como título: Escavando livros: as representações da
cultura Material nas obras O Cabeleira (1876), de Franklin da Távora e Os Cangaceiros:
romance de costumes sertanejos (1914), de Carlos Dias. Essa pesquisa, inovadora pelo
diálogo entre arqueologia, história e literatura nos estudos do cangaço, teve por finalidade
observar como os autores mencionados constituíram em suas obras literárias, uma
valoração ideológica do movimento cangaceiro através da cultura material representada
textualmente. Tratou-se da leitura, fichamento e seleção de fragmentos textuais de forma
sistemática, sendo estabelecido para isso dois enfoques: o primeiro, consistindo na
identificação dos artefatos existentes nas narrativas e o segundo, assinalando o aspecto
simbólico associado a cada um deles.

Propõe-se aqui a realização de uma análise comparativa dos conflitos narrativos


de representação do banditismo, verificável nas literaturas regionais brasileira e argentina.
No que se refere ao Brasil, o cangaço, movimento de atuação armada operante no sertão
nordestino entre a segunda metade do séculos XVIII e os anos 30 do século passado, foi
o fenômeno social mais notável no que tange à temática, instigando a produção de um
considerável número de obras ficcionais que expuseram o cangaceirismo a uma variada

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gama de significados. Tais significações estiveram ligadas à fatores como o determinismo


racial, alavancado por nomes como Gustavo Barroso e Nina rodrigues, ou ainda, por um
determinismo social e pela luta de classes, como propôs o historiador Rui Facó. De forma
semelhante, na região patagônica da Argentina, a desigualdade social potencializada pela
imposição do estado nacional, tal como pelos conflitos de identidade ocorridos no período
em destaque, originou a formação de bandos rurais de atuação armada, que foram ao
longo do tempo retratados de modo geralmente depreciativo por alguns atores sociais,
que buscavam legitimar a ordem estatal em expansão. Em ambos os caso, no cangaço
sertanejo e no banditismo rural patagônico, a contraposição à ideia de região e nação
esteve vinculada à constituição da memória e da identidade cultural de seus respectivos
países.

Dentro desse panorama, um conceito bastante difundido nos estudos do


banditismo e que se pretende questionar, é o conceito de bandido social, cunhado pelo
historiador Eric Hobsbawm, e que foi alvo de crítica de alguns pesquisadores brasileiros,
como Luís Bernardo Pericás, Pernambucano de Mello e Alberto da Costa e Lima, que
consideraram a designação generalista e pouco plausível para representação do cangaço.
Desse modo, será observado as semelhanças e particularidades da cultura material na
representação do banditismo, na literatura sertaneja e na literatura patagônica, para assim
refutar ou corroborar a ideia do pesquisador britânico, que enquadra na mesma
perspectiva personagens como Antônio Silvino e Juan Moreira. Para isso, será
indispensável o levantamento de romances históricos que lidem com a temática do
banditismo na região da patagônia argentina e do sertão brasileiro, sendo selecionada as
obras mais propícias à investigação, bem como, a realização de uma discussão
comparativa sobre os conceitos de patagônia e sertão nos contextos mencionados.
Pretende-se na etapa final da pesquisa, debater como a memória sobre esses grupos é
utilizada na atualidade, e a quais questões sociais estão vinculadas à estes.

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