Reunião de Estudos de Educação Mediúnica 97/98/99/00/01/02
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# Preparação do Ambiente
Objetivo:
a.Compreender a importância da preparação individual
para vir à reunião de educação mediúnica.
b.Divisar com clareza como isso pode ser feito.
Conteúdo:
Para tanto deveremos tornar claro os seguintes pontos:
 o que constitui a preparação - medidas - o que, de
fato, pode ser feito?
 por que e para que deve ser feita a preparação?
 quem deve se encarregar dela - a quem cabe? -
responsabilidades
OLM Cap. XX - Influência moral do médium (226 a 230)
OLM Cap. XXI - Influência do Meio (231 a 233)
OLM Cap.XXIX - Reuniões e Sociedades (327 a 333)
 como avaliar se a preparação foi bem feita ?
Conclusão:
A condição da nossa reunião será a soma das condições
de cada participante dela.
# de frivolidade às reuniões.
O que são “preparação” e “ambiente” ?
 preparação: ‘preparar, arranjar, dispôr com
antecedência’;
pôr em condições de servir, tornar apto.’
 ambiente: ‘que está ou anda à roda de alguma coisa
ou pessoa’;esfera em quer vivemos’
(Dic. Escolar Silveira Bueno)
Para prepararmos o ambiente da reunião será preciso levar
em conta: a natureza, constituição e disciplina da reunião.
Vejamos.
 natureza dela - tipos de reuniões - finalidade da
nossa reunião. OLM Cap.XXIX - Reuniões e
Sociedades (324, 327 e 330)
Como deveria ser o ambiente da reunião em que tomamos
parte? Para responder a isso será necessário antes de
mais nada recordar a finalidade da reunião. Procuremos
responder às seguintes questões:
 O que me trouxe aqui?
 Que tipo de reunião é essa? (O que os coordenadores
desejam?)
 Qual a minha expectativa para o futuro?
324. “As reuniões espíritas diferem muito quanto às suas
características, segundo seus propósitos." Assim,
teremos três tipos de reuniõs:
 frívolas - futilidade
 experimentais - curiosidade
 instrutivas - seriedade
Qual o caráter da reunião que buscamos atingir?
Destaquemos o nosso objetivo: educarmo-nos através do
estudo e da prática, i.e., transformando instrução em
vivência, acionando a vontade e o sentimento no sentido de
conhecermo-nos melhor para agir com mais acerto no bem.
Então, para os nossos propósitos, a nossa reunião será do
tipo instrutiva (OLM, item 327), portanto, séria por
tratar de assuntos úteis a tal finalidade. Cabe a esse
tipo de reunião ser propiciadora da instrução espírita
(OLM, Cap. XXIX, item 328), ou seja, visando dois
aspectos:
 ensino moral (parte de estudo)
 estudo dos fatos (parte experimental)
Assim, por ser instrutiva
a. deve ser de caráter sério, onde não deve entrar o
desejo de satisfazer a curiosidade, i.e., como se
fôssemos assistir a um espetáculo, e nem o desejo de
simplesmente passar o tempo, o que daria um caráter
b. devemos, como condição expressa para atrair os
Espíritos bons, estar em situação favorável para que
eles queiram atender-nos. “Ora, os Espíritos
superiores não comparecem às reuniões de homens
levianos e superficiais, como não compareceriam
quando estavam encarnados.”
 constituição da reunião - ou seja, seus assistentes
quanto às disposições morais:
Deveremos, então, “localizar” cada assistente dentro dela,
respondendo às seguintes questões:
a. encarnados - Quem são? Por que estão aqui?
b. desencarnados - Quais são ? A que vem?
c. Como cada assistente vem contribuindo para
alcançarmos a finalidade?
Quem vem às nossas reuniões? (OLM item 333)
Comparemos os grupos abaixo:
Médium de tarefa
Médium com mediunidade generalizada
Pessoas com sintomas de “fundo mediúnico”
Pessoas curiosas ou fúteis
Espíritos freqüentadores habituais
Espíritos doentes
Espíritos aprendizes
Espíritos protetores - Bons Espíritos
Notou alguma semelhança? Qual a razão dela? Haveria
alguma ligação entre os elementos dos dois grupos? O que
é?
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 o propósito pessoal (afinidade).
E nós? Como nos enquadraríamos nessa classificação?
O objetivo dessa pergunta é localizar o assistente da
nossa reunião. Isso será feito levando-o a atentar para:
 a resposta dele à questão
 a atitude que lhe confirma a resposta dada (confirma?)
 a necessidade de esclarecimento (caso ele não consiga
definir uma resposta).
Algumas observações de Kardec podem nos ajudar a
entender esse quadro e também o que é conveniente
buscarmos:
“Todos os Espíritos que cercam o médium o ajudam
para o bem ou para o mal.”
“É proibido aos Espíritos inferiores comparecerem
às reuniões sérias? Não.
O que concluímos com essa afirmação em relação com a
nossa reunião?
“Os Espíritos superiores não comparecem às
reuniões em que sua presença é inútil.
E quando a presença de Espíritos Superiores seria inútil?
232. “Seria errado pensar que é necessário ser médium
para atrair os seres do mundo invisível. Eles povoam o
espaço, estão constantemente ao nosso redor, nos
acompanham, no vêem e observam, intrometem-se nas
nossas reuniões, procuram-nos ou evitam-nos,
conforme os atraímos ou os repelimos.”
330. O que uma reunião séria deve propor-se como
objetivo é livrar-se dos Espíritos mentirosos. Ela
estaria em erro ao considerar-se livre deles tão
somente pela sua finalidade e pela qualidade dos seus
médiuns. (…) Só o conseguirá quando houver criado para
si mesma as condições favoráveis.” (ver item 231 OLM).
O que podemos entender com essa colocação de Kardec?
Haveria Espíritos mentirosos entre nós? O que queria ele
dizer com “pela sua finalidade” e “qualidade dos seus
médiuns”?
Em relação aos assistentes desencarnados podemos
considerar, ainda segundo Kardec, que teremos a presença
de Espíritos frequentadores habituais, i.e., aqueles que
estão em todas as reuniões, em toda parte e em tudo se
intrometem.
E quanto aos Espíritos protetores?
“É necessário que todos estejam convencidos de
que os Espíritos a quem desejam dirigir-se
pertencem a uma natureza especial, que o sublime
não pode se misturar com o banal… se desejarmos
obter bons resultados é necessário nos dirigirmos
aos Espíritos bons.”
Bastará pedir a presença deles pela prece? O que fazer? E
aqui uma advertência muito importante, considerando a
disciplina da reunião (no seu aspecto de regularidade -
OLM item 333):
“Não se pense que esses Espíritos nada mais tenham a
fazer do que nos dar atenção. Eles têm as suas
ocupações.
Quando as reuniões se realizam em dias e horas fixos,
ele se colocam à disposição nesses momentos e
raramente faltam”.(grifos nossos)
Podemos perceber aqui a razão para um trabalho
disciplinado: facilitar a presença de Espíritos competentes
para dirigir o trabalho. Daí o inconveniente de:
 prolongar a reunião além do tempo previsto;
 não estipular dias e horários regulares;
 não ser assíduo às reuniões.
Para resumir, se nos portarmos de modo inconseqüente, a
que tipo de assistência faremos jus?
Quem são os Espíritos Bons? (Ver escala espírita em O
Livro dos Espíritos). Essa classificação de Kardec não é
teórica. Ela foi baseada nas observações realizadas por
ele nos seus estudos e experiências.
 Espíritos Imperfeitos - somos nós todos.
 Espíritos Bons - estes são os protetores
 Espíritos Puros
O que atrai os espíritos bons?
 bondade, benevolência, simplicidade de coração, amor
ao próximo, desprendimento das coisas materiais,etc.
O que os afasta?
 orgulho, egoísmo, inveja, ciúme, cupidez, sensualidade,
etc.
Ou seja, as condições para atrair os Espíritos bons
dependeram das disposições morais dos assistentes -
Esta é a Lei de Afinidade(OLM- item 341). Com efeito,
buscamos, então,:
 perfeita comunhão de idéias e de sentimentos;
 benevolência recíproca entre todos os membros;
 renúncia de todo sentimento contrário à verdadeira
caridade cristã;
 desejo uníssono de se instruir e melhorar pelo
ensinamento dos Espíritos bons e aproveitamento de
seus conselhos;
Difícil? Muito, mas o mérito será todo nosso pelo
esforço individual no sentido de buscarmos formar uma
equipe de trabalho.
E qual o papel do assistente encarnado nisso tudo?
Consideraremos, AINDA COM KARDEC (OLM - item 328),
em relação a cada membro da reunião:
 CADA INDIVÍDUO LEVA CONSIGO OS ESPÍRITOS
QUE LHE SÃO SIMPÁTICOS (afinidade). Aí entram
aspectos tais como caráter, gostos e tendências;
 SEGUNDO O SEU NÚMERO E A SUA NATUREZA,
ESSES COMPANHEIROS PODEM EXERCER SOBRE
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A REUNIÃO E SOBRE AS COMUNICAÇÕES UMA
INFLUÊNCIA BOA OU MÁ.
O que seria uma reunião perfeita?
“Aquela em que todos os membros, animados do mesmo
amor pelo bem, só levassem consigo Espíritos bons.”
 metodologia usada- disciplina a que nos submetemos
para alcançarmos a finalidade. OLM Cap.XXIX -
Reuniões e Sociedades (328, 333) e Cap. XXI -
Influência do Meio (itens 231 a 233)
Diz Kardec em OLM:
331. “Uma reunião é um ser coletivo cujas qualidades e
propriedades são a soma de todas as dos seus
membros, formando uma espécie de feixe. Ora,
esse feixe será tanto mais forte quanto mais
homogêneo.”
233. “…as condições do meio serão tanto melhores,
quanto maior homogeneidade houver para o bem,
com sentimentos puros e elevados, mais desejo
sincero de aprender, sem segundas intenções” (OLM
Cap. XXI Influência do Meio)
Sendo uma reunião um ser coletivo cujas qualidades e
propriedades são as dos seus membros, lembraremos da
importância da associação dos pensamentos dos
assistentes em relação a dois aspectos (um deles já
estudado):
 concentração - atitude ativa
 comunhão de pensamentos - harmonia de propósitos
condição necessária para toda reunião séria. Isso tudo
porque não buscamos obter apenas comunicações a
qualquer custo, mas sim , desejamos chegar a resultados
sérios e verdadeiramente úteis. (OLM Cap. XXIX item
331 e 332).
O ambiente da reunião é a soma dos ambientes íntimos
de cada um de nós. Quanto mais homogêneo for o meu
ambiente íntimo, ie, pensamento , sentimento e vontade
direcionados para o bem, mais fácil e proveitoso será o
atendimento e o trabalho em si, facilitando o trabalho do
Plano Espiritual, de quem buscamos ser cooperadores.
A preparação do ambiente visa a estabelecer um campo
vibratório adequado para facilitar a tarefa dos
trabalhadores desencarnados, bem como nos preparar
para o exercício futuro de trabalhos de maior
responsabilidade (aspectos éticos, técnicos e maior
desenvolvimento do senso moral necessário a tais
trabalhos).
Como é o ambiente íntimo que trago à reunião?
O ambiente íntimo deve ser criado e mantido pelo próprio
interessado (o médium) tanto quanto possível. Cada um de
nós vive em seu próprio mundo, carrega-o consigo e
alimenta-o constantemente com seus próprios
pensamentos e atos; e o conjunto desses mundos
individuais forma o ambiente coletivo. Afim de
entendermos melhor isso, vamos considerar que para o
assistente encarnado haverá vários “ambientes” com as
suas exigências próprias:
 ambiente individual
 ambiente doméstico
 ambiente social
O médium terá a tarefa de formar para si um ambiente
individual bem equilibrado e harmônico, bem claro e bem
metódico, onde as coisas materiais e espirituais estejam
inteligentemente reguladas, cada uma no seu devido lugar,
exercendo sua ação no devido tempo, sem atropelo e sem
predominâncias arbitrárias.
Por efeito de sua própria mediunidade há nele forte
tendência de se deixar empolgar pelas coisas do campo
espiritual, com desprezo do mundo físico
(deslumbramento) porém, nesse período preparatório,
quando busca antes de mais nada o equilíbrio, é necessário
evitar esses arrastamentos, para que possa continuar a
cumprir, normalmente seus deveres e compromissos.
Percebe-se, pois , do que fica dito, que deve fugir das
coisas que ofendem a sensibilidade, deprimem e irritam o
espírito; das frivolidades que relaxam as energias morais;
dos espetáculos onde as paixões inferiores se
desencadeiam freneticamente.
Precisa, por outro lado, criar um ambiente doméstico
favorável, pacífico, evitando discussões estéreis e
desentendimentos e sofrer as contrariedades inevitáveis
com paciência e tolerância evangélicas. (Ver O Evangelho
Segundo O Espiritismo, Cap. VI - O Cristo Consolador,
item 8).
Não deverá esquecer que a sua qualidade de médium de
prova, ainda em educação representa sempre uma porta
aberta a influências perniciosas de caráter inferior
que, por seu intermédio , muitas vezes atingem os
indivíduos com quem convive.
Quanto ao ambiente social, deve exercer seus deveres
com rigor e honestidade, guardando-se porém de se deixar
contaminar pelas influências malévolas dos meios em que
se põem em contato indivíduos de toda espécie, sem
homogeneidade de pensamentos, crenças, educação e
sentimentos.
Nota:
As dificuldades que encontramos em nós para trabalhar
numa reunião mediúnica representam a diferença entre
termos conhecimentos , estarmos instruídos e sermos
educados para tal trabalho.
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Quando eu me esclareço, acabo me fortalecendo,
adquirindo mais confiança. Daí a necessidade ( após tudo o
que foi dito) do preparo para virmos ao trabalho:
Tensão, nervosismo, mau-humor, irritação são
impedimentos para vir aberto ao bem. Sendo o
esclarecimento um poderoso meio de nos preservarmos
de cair em tais estados - uma profilaxia, portanto.
O dia da reunião em nada deve ser diferente, fazer tudo o
que normalmente se faz, só que de boa vontade:
a) o tempo todo - eliminar, portanto, a ansiedade, o
medo, a angústia, a expectativa.
b) durante a reunião - desprender-se dos problemas do
dia-a-dia (família, doenças, trabalho, etc.) - isolar-se
do mundo lá fora. Ater-se aos objetivos.
Finalizando, ainda com Kardec,
“Mas para que todos os pensamentos concorram para o
mesmo fim, é necessário que vibrem em uníssono, que se
confundam, por assim dizer, em um só, o que não pode se
dar sem concentração”.
“Toda reunião espírita deve, pois, procurar a maior
homogeneidade possível”.
Entre as condições para a harmonização da reunião
destacaremos com Kardec (OLM item 334) a existência
entre os seus assistentes de indivíduos que em sua maioria
 compreendem o objetivo moral do Espiritismo e
 procuram integrar-se nele.
Recapitulando, a nossa deverá ser uma reunião séria, onde,
por isso mesmo, será possível detectar, por parte dos seus
freqüentadores :
 concentração nos objetivos (durante estudo e
exercícios),
 comunhão de pensamentos - mesmos objetivos
 regularidade (assiduidade às reuniões)
e, tudo isto para que possamos atrair a presença de
Espíritos protetores e não apenas dos Espíritos
freqüentadores habituais que estão por toda parte e que
em tudo se intrometem. (OLM, itens 332 e 333).
Para finalizar, estaremos sempre dividindo a
responsabilidade pelo ambiente da nossa reunião.
ASPECTOS PRÁTICOS
Como avaliar se isto, de fato, está ocorrendo?
Há um critério infalível porque prático, baseado no
fato do dia-a-dia: aquilo que pode ser demonstrado
na convivência diária (confiança mútua, benevolência
recíproca, clima familiar) a se traduzirem num clima
de bem estar, numa doce euforia, que nada mais são
do que o sentimento de dever cumprido.
Um poderoso auxiliar nesse trabalho de cultivo do
ambiente íntimo é a reflexão semanal em torno do
Evangelho do Mestre Jesus. Isso pelos seguintes
motivos, entre outros:
 Nos dá ensejo a que de fato (com disciplina)
possamos avaliar do nosso aproveitamento prático
das lições recebidas. O que inclui esclarecimento e
consolo. Podemos dizer que somente uma alma “com
fome” vai buscar saciar-se com a comida. (“Buscai e
achareis”).
 Contribui para detectarmos os comportamentos
viciosos em que estamos enredados (muitas vezes
há séculos) pela freqüência com que se repetem.
Após atentarmos para eles, a aceitação dos
mesmos será o primeiro passo para alterarmos a
nossa situação.
 Atrairemos a assistência dos bons Espíritos pelo
empenho demonstrado por nós em progredir, ao
mesmo tempo em que nos tornamos mais receptivos
às suas inspirações.
 Enfim, recordemos que se eu mudo a mim mesmo,
mudará também a forma de me relacionar com o
mundo (incluindo aí , família, sociedade, trabalho,
etc.), havendo ensejo para que o próprio mundo
mude como conseqüência natural. Mas eu somente
mudarei essa forma de relacionar se conseguir
enxergar de maneira diferente a minha própria vida
(com mais otimismo, mais gratidão à Deus por tudo
o que já recebi, etc).
NOTA:
Mais detalhes sobre o que os Espíritos Superiores buscam
encontrar em termos da preparação do ambiente ver em
“Memórias de Um Suicida”. Cap. VI - A Comunhão com
o Alto , Yvonne Pereira. FEB
BIBLIOGRAFIA
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec