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BARROCO
DAMASCENO, D. (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: Globo, 2006.
Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios
barrocos, o soneto de Gregório de Matos apresenta temática expressa por
a) visão cética sobre as relações sociais.
b) preocupação com a identidade brasileira.
c) crítica velada à forma de governo vigente.
d) reflexão sobre os dogmas do cristianismo.
e) questionamento das práticas pagãs na Bahia.
(Bocage)
1
fado = destino
2
arrostar = encarar, afrontar
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(Obras, 1996.)
6. (Unifesp 2014) Nesse soneto, são comuns as inversões, como se vê no verso – Quanto
pode dos anos o progresso! – que, em ordem direta, assume a seguinte redação:
a) Quanto dos anos o progresso pode!
b) O progresso quanto pode dos anos!
c) Pode quanto dos anos o progresso!
d) Quanto o progresso dos anos pode!
e) Pode quanto o progresso dos anos!
8. (Unifesp 2014) No contexto em que estão empregados, os termos sítio (1.º verso), tímido
(4.º verso) e perpétua (10.º verso) significam, respectivamente,
a) acampamento, imaturo e permanente.
b) campo, fraco e imprescindível.
c) fazenda, obscuro e frequente.
d) lugar, receoso e eterna.
e) imediação, inseguro e duradoura.
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b) “semear”
c) “céu”
d) “xadrez de palavras”
e) “estrelas”
11. (Espcex (Aman) 2013) Considerando a imagem da mulher nas diferentes manifestações
literárias, pode-se afirmar que
a) nas cantigas de amor, originárias da Provença, o eu-lírico é feminino, mostrando o outro lado
do relacionamento amoroso.
b) no Arcadismo, a louvação da mulher é feita a partir da escolha de um aspecto físico em que
sua beleza se iguale à perfeição da natureza.
c) no Realismo, a mulher era idealizada como misteriosa, inatingível, superior, perfeita, como
nas cantigas de amor.
d) a mulher moderna é inferiorizada socialmente e utiliza a dissimulação e a sedução, muitas
vezes desencadeando crises e problemas.
e) a mulher barroca foi apresentada como arquétipo da beleza, evidenciando o poder por ela
conquistado, enquanto os homens viviam uma paz espiritual.
12. (G1 - ifsp 2013) O culto exagerado da forma, o rebuscamento, a riqueza de pormenores, o
conflito entre o profano e o sagrado são características
a) do Renascimento.
b) da Ilustração.
c) do Realismo.
d) do Barroco.
e) do Simbolismo.
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(Goiá em duas vozes – o compositor interpreta suas músicas. Discos Chororó. CD nº 10548,
s/d.)
13. (Unesp 2013) Relendo os primeiros seis versos da terceira estrofe, percebe-se que o
conteúdo neles relatado apresenta analogia com a poesia do Arcadismo, de que foram típicos
representantes em nosso país Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa. Indique
uma dessas semelhanças.
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca
no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas
do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas, (MG), esculpido em pedra-
sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela
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(fredb.sites.uol.com.br/lusdecam.htm, adaptado)
16. (G1 - ifsp 2012) A análise do trecho permite afirmar que o eu lírico
a) valoriza os trajes ricos da cidade.
b) despreza a vida humilde.
c) manifesta preocupação religiosa.
d) valoriza os benefícios de sua vida no campo.
e) apresenta a vida na cidade como mais desejável do que a vida no campo.
Observação:
hei pecado = tenho pecado
delinquido = agido de modo errado
17. (Mackenzie 2012) É traço relevante na caracterização do estilo de época a que pertence
o texto:
a) a progressão temática que constrói forças de tensão entre pecado e salvação.
b) a linguagem musical que sugere os enigmas do mundo onírico do poeta.
c) os aspectos formais, como métrica, cadência e esquema rímico, que refletem o desequilíbrio
emocional do eu lírico.
d) a fé incondicional nos desígnios de Deus, única via para o conhecimento verdadeiro e
redentor.
e) a força argumentativa de uma poesia com marcas exclusivas de ideais antropocêntricos.
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Não vês aquele velho respeitável,
que à muleta encostado,
apenas mal se move e mal se arrasta?
Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo,
o tempo arrebatado,
que o mesmo bronze gasta!
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(Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias. Lisboa: Livraria Sá da Costa
Editora, 1982.)
19. (Unesp 2012) Assinale a alternativa que indica a ordem em que os versos de dez e de seis
sílabas se sucedem nas oito estrofes do poema.
a) 6, 10, 6, 6, 10, 10.
b) 10, 6, 10, 10, 6, 6.
c) 10, 10, 6, 10, 6, 6.
d) 10, 6, 10, 6, 10, 6.
e) 6, 10, 6, 10, 6, 6.
20. (Unesp 2012) No conteúdo da quinta estrofe do poema encontramos uma das
características mais marcantes do Arcadismo:
a) paisagem bucólica.
b) pessimismo irônico.
c) conflito dos elementos naturais.
d) filosofia moral.
e) desencanto com o amor.
21. (Unesp 2012) A leitura atenta deste poema do livro Marília de Dirceu revela que o eu lírico
a) sente total desânimo perante a existência e os sentimentos.
b) aceita com resignação a velhice e a morte amenizadas pelo amor.
c) está em crise existencial e não acredita na durabilidade do amor.
d) protesta ao Criador pela precariedade da existência humana.
e) não aceita de nenhum modo o envelhecimento e prefere morrer ainda jovem.
22. (Unesp 2012) Marque a alternativa em que o verso apresenta acento tônico na segunda e
na sexta sílabas:
a) o tempo arrebatado.
b) das belezas que teve.
c) daqui a poucos anos.
d) e ao brando sol me aquente.
e) na mão formosa e pia.
23. (Unesp 2012) Observe os seguintes vocábulos extraídos da sétima estrofe do poema:
I. ternos.
II. frios.
III. pia.
IV. pranto.
As palavras que aparecem na estrofe como adjetivos estão contidas apenas em:
a) I e II.
b) I e III.
c) I, II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[C]
Resposta da questão 2:
[B]
Resposta da questão 3:
[E]
[A] Nunca Sergipe foi sede administrativa da colônia, mas por inferência, pode-se presumir que
o rei tivesse cogitado tal mudança. Por outro lado, os versos fazem uma dura crítica à
região ao descrever sua miséria.
[B] O desterro é o castigo de viver fora de seu país de origem, contudo os versos falam de uma
região daqui mesmo do Brasil.
[C] Ao contrário, os versos criticam as roupas feias usadas por pessoas muito simples.
[D] Há uma descrição de uma cidade erma e atrasada, com dois conventos e seis frades.
[E] Correta. Os versos mostram que os habitantes vivem rusticamente, porém com a ironia
característica do Boca do Inferno, apelido do poeta barroco.
Resposta da questão 4:
[A]
Do latim, “mediocridade dourada”, aurea mediocritas são as palavras usadas pelo poeta latino
Horácio para exaltar as vantagens de uma condição de vida simples, média, sem luxo, mas
também distante da pobreza. Esse conceito é apresentado pelo poeta nos versos, pois o eu
lírico propõe a sua amada vestimentas rústicas, “com as lãs mais grossas”, em contraposição
às “lãs e peles finas”.
Resposta da questão 5:
[E]
Claudio Manuel da Costa é considerado pela crítica literária como um poeta de transição, pois
sua obra apresenta características árcades (cenário campestre, pastoralismo), mas também
desenvolve temáticas existenciais em que as antíteses e os paradoxos, típicos do Barroco,
refletem os seus conflitos pessoais. Assim, é correta a alternativa [E].
Resposta da questão 6:
[D]
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Resposta da questão 7:
[E]
O poema expressa as vivências do eu lírico em face de duas realidades, duas situações com
sentido antagônico, que acontecem na realidade do presente e na evocação das lembranças
de um passado distante (“Árvores aqui vi tão florescentes,/Que faziam perpétua a
primavera:/Nem troncos vejo agora decadentes“). A última estrofe do poema coloca em
evidência também a sensação de nostalgia que advém da constatação da mutabilidade e
efemeridade da vida, o que permite considerar correta a alternativa [E].
Resposta da questão 8:
[D]
É correta a alternativa [D], pois, no contexto em que são usados, os termos “sítio”, “tímido” e
“perpétua” apresentam valor semântico de lugar, receoso e eterna, respectivamente.
Resposta da questão 9:
[D]
Padre Antônio Vieira é um autor barroco em cujos textos predomina o estilo conceptista, uma
vez que defende pontos de vista; neste caso, defende que o pregar e o semear são ações que
se assemelham tendo em vista seu caráter “fácil e natural”.
É correta a opção [D], pois o Barroco é a arte do conflito, do contraste de imagens, palavras e
conceitos: fé vs. razão, corpo vs. alma, religião vs. ciência. A linguagem rebuscada e o uso
exagerado de recursos estilísticos, como hipérboles, metáforas, antíteses e paradoxos
caracterizam a vertente cultista do Barroco, estilo também chamado de Gongorismo.
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O Barroco caracteriza-se por uma estética movida principalmente por inspiração religiosa, mas
expressando concomitantemente a sensorialidade, como a estátua do profeta Ezequiel
esculpido por Aleijadinho. O manto, decorado por uma barra com desenho, apresenta dobras
sobrepostas e riqueza de detalhes, ao mesmo tempo que o rosto, altamente expressivo,
apresenta bigodes, barba curta com cabelos curtos cobertos com um barrete ao invés de um
turbante. Assim, é correta a opção [D] que afirma que a obra de Aleijadinho revela
personalidade ao modelar uma imagem sacra com feições populares.
O Arcadismo, escola literária surgida na Europa no século XVIII e, por isso, também
denominada setecentismo ou neoclassicismo, valoriza a vida simples, bucólica e pastoril (locus
ameonus), refúgio para quem sentia a opressão dos centros urbanos dominados pelo regime
do absolutismo monárquico.
O eu lírico dirige-se à mulher objeto da sua afeição e enumera-lhe as razões pelas quais se
considera uma pessoa de sorte: ter boa aparência e ser dono de uma propriedade rural que lhe
dá boas rendas. Assim, depreende-se que o eu lírico valoriza os benefícios da vida no campo,
como se afirma em [D].
A obra de Gregório de Matos está vinculada ao movimento literário do Barroco, estilo que
expressa atitudes contraditórias do autor perante o mundo, a vida, os sentimentos e ele
mesmo. O homem vê-se colocado entre o céu e a terra, consciente de sua grandeza, mas
atormentado pela ideia de pecado e, nesse dilema, busca a salvação, como sugere a opção
[A].
Nos dois primeiros versos, o eu lírico reconhece-se pecador e inicia a exposição da tese de
que, mesmo assim, será abençoado com a graça divina, como se afirma em [D]. Nos dois
últimos, surpreende com a aparente contradição de que quanto maior for o grau dos delitos,
maior será a disposição de Deus em perdoar-lhe.
A alternativa [B] apresenta a ordem em que os versos de dez e seis sílabas se sucedem nas
estrofes do poema, conforme exemplificado no excerto abaixo.
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o /tem/po ar/re/ba/ta/(do) - 6
que o /mês/mo /bron/ze /gas/(ta)-6
Expressões como “prado florescente”, “sítio ameno” e “brando sol” reproduzem o cenário idílico
característico da poesia árcade. Inspirados na frase fugere urbem (fugir da cidade), do escritor
latino Horácio, os autores árcades voltavam-se para a natureza em busca de uma vida simples,
bucólica, pastoril, do locus amoenus (refúgio ameno).
No verso “o tempo arrebatado”, a acentuação recai sobre a segunda e sexta sílabas, pois os
termos “tempo” e “arrebatado” são paroxítonos: o/- tem/- po ar/- re/- ba/- ta-/ (do).
Os termos “ternos”, “frios” e “pia” são adjetivos, pois caracterizam os substantivos “olhos”,
“beijos” e “mãos”, respectivamente, enquanto a palavra “pranto” configura um substantivo, pois
designa um ser.
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