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INTRODUÇÃO GERAL
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OBJECTIVOS, LEMA E ATITUDES
Definimos um lema…
Apresentamos um lema forte e desafiante que nos guiará nesta caminhada: “Firma os teus passos.
Afirma a tua Fé!”. No tempo Quaresmal deverá ser dado maior destaque à 1ª parte deste lema:
“Firma os teus passos” para que caminhemos em Cristo para a vivência do mistério pascal onde a
2ª parte do lema: “Afirma a tua Fé!”, nos impele ao testemunho cristão.
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ORIENTAMO-NOS COM MAIS FACILIDADE…
Tempo Quaresmal – “Firma os teus passos!”
Oração para todas as semanas
Proposta de oração diária do livro “Rezar a Quaresma – Ano A”, das Edições Salesianas
4ª Feira de Cinzas 9/3
Gesto Comunitário
Cruz com fundo roxo (face A)
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UNIMO-NOS NUM SÍMBOLO…
Para que seja visível por toda a comunidade que há um caminho a percorrer e que este se vai con-
struindo ao longo do tempo, com o envolvimento de todos, propomos um símbolo comunitário, pre-
sente nas igrejas onde habitualmente a assembleia celebra aos domingos.
A CRUZ é o centro desta caminhada, é o símbolo da salvação.
Sugerimos que seja feita uma cruz ou que se utilize uma pré-existente e se coloque na igreja num
local visível para toda a assembleia, durante a celebração eucarística de 4ª feira de Cinzas. A Cruz
deverá ser de um dos lados roxa e do outro branca.
Durante a Quaresma a cruz ficará com a face de cor roxa (face A) voltada para a assembleia e
durante o tempo Pascal apresentará a face de cor branca (face B).
Na Eucaristia dominical deverá ser colocada na Cruz a atitude proposta para essa semana. Seria
bom que a colocação da palavra na eucaristia coincidisse com a proclamação de uma oração pre-
parada com base no livro “Rezar na Quaresma – Ano A” e na atitude a ser colocada.
Nos domingos de Quaresma a colocação das atitudes será feita da base da cruz até ao topo, suger-
indo a nossa aproximação a Cristo e no tempo Pascal será do topo para a base, desafiando-nos a
anunciar a boa nova de Jesus Cristo Ressuscitado. No dia de Páscoa a atitude Anuncia deverá ser de
cor branca, colocada no centro da face A da Cruz. No Domingo de Pentecostes a atitude “Afirma a
tua fé!” deverá ser a vermelho, no centro da face B da Cruz.
Entrega Acredita
6º 1º
Afirma
Crê Transforma Reconhece Apascenta
4º Anuncia 5º 2º a tua 3º
Fé!
Dá Vai
3º 4º
Descobre Ama
2º 5º
Testemunh
Confia
a
1º
6º
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SUGERIMOS ACÇÕES COMUNS…
Para que as comunidades cristãs possam viver mais profundamente este tempo fazemos um con-
junto de propostas que podem valorizar esta vivência:
•Livro de Oração: Como já referimos, cada pessoa é convidada a adquirir na sua Paróquia o
livro “Rezar na Quaresma – Ano A”, das edições salesianas, num formato muito semelhante ao do
Advento. Com ele pretendemos valorizar a oração pessoal diária, a oração familiar, os espaços de
reuniões de grupo e as celebrações dominicais.
•Bênção dos Crucifixos: A presença de crucifixos nos lares cristãos já não é tão comum, princi-
palmente nas casas mais recentes. De modo a incentivar a colocação de crucifixos nos lares onde
ainda não haja, propomos que se realize uma celebração da bênção dos crucifixos, onde cada famí-
lia é convidada a levar o seu para ser benzido. Sugerimos que seja feita na celebração de 4ª Feira de
Cinzas ou no 1º Domingo da Quaresma, incentivando assim as próprias famílias a valorizarem a
Cruz nas suas casas, nos tempos de oração que fizerem em família durante esta caminhada.
•Vigília de Oração: Neste ano que a nossa diocese dedica à oração propomos que durante o
Tempo da Quaresma e o Tempo Pascal se promovam vigílias de oração a nível paroquial e/ou
arciprestal.
•Via-Sacra: Sugerimos que cada paróquia ou grupos valorize a via-sacra, durante o Tempo
Quaresmal, e se una a Jesus Cristo neste momento especial da sua vida em que cumpriu o preceito
de Deus.
•Bênção dos Ramos: Que, nas paróquias onde ainda não acontece, alguns grupos paroquiais
se responsabilizem por fazer pequenos ramos para oferecer aos participantes da eucaristia do
Domingo de Ramos, para que não falte a ninguém e que todos possam levar para suas casas um
pequeno ramo benzido.
•Tríduo Pascal: Para que toda a comunidade valorize e viva intensamente estes dias, pode
fazer-se nos grupos uma catequese direccionada para esta vivência.
•Caminho da Luz (Via Lucis): Cada paróquia pode valorizar a celebração do Caminho da Luz
ao longo do Tempo Pascal, privilegiando a experiência de Cristo ressuscitado que nos chama ao
testemunho.
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APROFUNDAMOS A LITURGIA…
Pensamos ser útil, quer para reflexão individual, quer para apoiar os catequistas, animadores ou
responsáveis de grupos, ajudar a aprofundar as ideias fundamentais da liturgia de cada domingo,
quer do tempo quaresmal, quer do tempo pascal. Apoiados nas reflexões disponíveis no site dos
Dehonianos: http://www.dehonianos.org, disponibilizamos este material de aprofundamento.
Tempo Quaresmal – Ano A
Conscientes da importância que a Páscoa tinha para a sua vida, os cristãos desde os tempos apostóli-
cos começaram a celebrá-la e bem cedo começaram também a reservar um tempo de preparação
para a celebração do Mistério Pascal.
A Quaresma é, portanto, um período de quarenta dias de preparação para a Páscoa, «a maior das
solenidades» (SC. 12), pois actualiza o acontecimento culminante da História da Salvação.» (Cf
Missal Popular Dominical, Gráfica de Coimbra 1993, p. 163).
A natureza deste tempo é comandada pelo seu termo: a Páscoa, a celebração da paixão e ressur-
reição do Senhor. A Quaresma, se tem sentido, é precisamente o de preparar-nos para uma
inteligência da Páscoa integral a fim de nos dispor também a revivê-la integralmente. Como desco-
brir este sentido da Quaresma?
A instituição da Quaresma está concebida como uma marcha para esse mistério de libertação e de
renovação. É tempo para nos desligarmos do homem velho, um tempo de renovação sobretudo
mediante os sacramentos. Por isso, as características particulares deste tempo litúrgico, para além
das assembleias eucarísticas, relacionam-se principalmente com dois elementos: a preparação dos
catecúmenos para o baptismo e a preparação dos penitentes para a reconciliação. Aos catecúmenos
a Igreja propõe-lhes a entrada, mediante o baptismo, numa criação nova; aos já baptizados, uma
revisão de vida, um passo em frente na divinização que lhes foi outorgada em princípio, mas que
deverá ser restaurada e actuada de uma forma sempre mais consciente e profunda. Período de
esforço ascético para seguir a Cristo na sua morte ao pecado, tempo apto para escutar a palavra de
Deus recebida na Liturgia, para reunir o povo a fim de o dispor e conduzir às celebrações pascais,
tudo isto é a Quaresma, tudo isto é preparação para a Páscoa. (Cf. A Celebração do Mistério Pascal –
Quaresma, in “Boletim de Pastoral Litúrgica”, Janeiro / Dezembro de 1985, Ano X). Assim, a Qua-
resma é um tempo favorável para, de diversas formas, renovarmos a nossa fidelidade cristã. O gesto
de imposição das mãos na quarta-feira de cinzas leva-nos a tomar consciência da nossa condição de
pecadores. A Quaresma é tempo propício para o aprofundamento do desígnio de Deus sobre cada
um. É tempo de renunciar, de converter e de crer.
Ao longo destes 40 dias, as leituras sugerirão: sentido de jejum e de partilha, amor ao próximo,
importância da oração, conversão, justiça de Deus, a Sua misericórdia, o perdão e a reconciliação.
A Quaresma exige que façamos a revisão das nossas competências. Lutamos por ser competentes ou
somos "do despacha", porque custa? Também exige que façamos a revisão da nossa moralidade: os
nossos costumes, os nossos valores, as nossas acções. Assim como diz o Catecismo da Igreja Católica,
entremos numa linha de ascese (esforço, sacrifício) e deixemos de lado a acédia (preguiça espiri-
tual).
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Esquema Temático das Leituras dos Domingos da Quaresma
Mensagem
“As três tentações aqui apresentadas não são mais do que três faces de uma única tentação: a tenta-
ção de prescindir de Deus, de escolher um caminho de egoísmo, de orgulho e de auto-suficiência, à
margem das propostas de Deus. Mas, para Jesus, ser “Filho de Deus” significa viver em comunhão
com o Pai, escutar a sua voz, realizar os seus projectos, cumprir obedientemente os seus planos. Ao
longo da sua vida, diante das diversas “provocações” que os adversários Lhe lançam, Jesus vai con-
firmar esta sua “opção fundamental” e vai procurar concretizar, com total fidelidade, o projecto do
Pai. Israel, ao longo da sua caminhada pelo deserto, sucumbiu frequentemente à tentação de igno-
rar os caminhos e as propostas de Deus. Jesus, ao contrário, venceu a tentação de prescindir de Deus
e de escolher caminhos à margem dos projectos do Pai. De Jesus vai nascer um novo Povo de Deus,
cuja vocação essencial é viver em comunhão com o Pai e concretizar o seu projecto para o mundo e
para os homens”.
Mensagem
“A mensagem fundamental, amassada com todos os elementos, pretende dizer quem é Jesus. Recor-
rendo a simbologias do Antigo Testamento, o autor deixa claro que Jesus é o Filho amado de Deus,
em quem se manifesta a glória do Pai. Ele é, também, esse Messias libertador e salvador esperado
por Israel, anunciado pela Lei (Moisés) e pelos Profetas (Elias). Mais ainda: ele é um novo Moisés –
isto é, aquele através de quem o próprio Deus dá ao seu Povo a nova lei e através de quem Deus
propõe aos homens uma nova aliança […].
Ele sabe que o projecto de Deus – esse projecto de construir um novo Povo de Deus e levá-lo da
escravidão para a liberdade – tem de passar pelo caminho do dom da vida, da entrega total, do amor
até às últimas consequências”.
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III Domingo da Quaresma - 27 de Março
Tema: Fonte da água que jorra a vida eterna.
Antigo Testamento: Ex. 17, 3-7 A água do deserto
Apóstolo: Rm 5, 1-2.5-8 O amor de Deus no nosso coração
Evangelho: Jo. 4, 5-42 A Samaritana e a Água viva
Mensagem
“Estamos, pois, diante de um quadro que representa a busca da vida plena. Onde encontrar essa
vida? Na Lei? Noutros deuses? A mulher Samaritana dá conta da falência dessas “ofertas” de vida:
elas podem “matar a sede” por curtos instantes; mas quem procura a resposta para a sua realização
plena nessas propostas voltará a ter sede. É aqui que entra a novidade de Jesus. Ele senta-se “junto
do poço”, como se pretendesse ocupar o seu lugar; e propõe à mulher Samaritana uma “água viva”,
que matará definitivamente a sua sede de vida eterna (vers. 10-14) […]. O texto define, portanto, a
missão de Jesus: comunicar ao homem o Espírito que dá vida. O Espírito que Jesus tem para oferecer
desenvolve e fecunda o coração do homem, dando-lhe a capacidade de amar sem medida. Eleva,
assim, esses homens que buscam a vida plena e definitiva à categoria de Homens Novos, filhos de
Deus que fazem as obras de Deus. Do dom de Jesus nasce a nova comunidade”.
Mensagem
“O ‘cego’ da nossa história é um símbolo de todos os homens e mulheres que vivem na escuridão,
privados da ‘luz’, prisioneiros dessas cadeias que os impedem de chegar à plenitude da vida. […] A
missão de Jesus é aqui apresentada como criação de um Homem Novo. Deus criou o homem para
ser livre e feliz; mas o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência, dominaram o coração do homem,
prenderam-no num esquema de ‘cegueira’ e frustraram o projecto de Deus. A missão de Jesus con-
sistirá em destruir essa ‘cegueira’, libertar o homem e fazê-lo viver na ‘luz’. Trata-se de uma nova
criação…
Assim, da acção de Jesus irá nascer um Homem Novo, liberto do egoísmo e do pecado, vivendo na
liberdade, a caminho da vida em plenitude”.
Mensagem
“A acção de dar vida a Lázaro representa a concretização da missão que o Pai confiou a Jesus: dar
vida plena e definitiva ao homem. É por isso que Jesus, antes de mandar Lázaro sair do sepulcro,
ergue os olhos ao céu e dá graças ao Pai (vers. 41b-42): a sua oração demonstra a sua comunhão com
o Pai e a sua obediência na concretização do plano do Pai. Depois, Jesus mostra Lázaro vivo na
morte, provando à comunidade dos crentes que a morte física não interrompe a vida plena do discí-
pulo que ama Jesus e O segue. A família de Betânia representa a comunidade cristã, formada por
irmãos e irmãs. Todos eles conhecem Jesus, são amigos de Jesus, acolhem Jesus na sua casa e na sua
vida”.
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Domingo de Ramos - 17 de Abril
Tema: Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Antigo Testamento: Is 50, 4-7 Profecia da Paixão: o servo sofredor
Apóstolo: Fl. 2, 6-11 Cristo humilhou-se e Deus exaltou-o
Evangelho: Mt. 26, 14-27, 66 Paixão de Cristo
Mensagem
“A morte de Jesus é a consequência lógica do anúncio do “Reino”: resultou das tensões e resistências
que a proposta do “Reino” provocou entre os que dominavam o mundo […]. Na cruz, vemos apa-
recer o Homem Novo, o protótipo do homem que ama radicalmente e que faz da sua vida um dom
para todos. Porque ama, este Homem Novo vai assumir como missão a luta contra o pecado – isto é,
contra todas as causas objectivas que geram medo, injustiça, sofrimento, exploração e morte. Assim,
a cruz mantém o dinamismo de um mundo novo – o dinamismo do “Reino”.
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Tempo Pascal - Ano A
A celebração da Páscoa engloba a morte e a ressurreição do Senhor, melhor ainda, a morte que é
passagem para a ressurreição. Não admira, por isso, que, no inicio sobretudo, a palavra Páscoa se
pudesse ter dito tanto da morte como da ressurreição.
Assim, tempo houve em que o que hoje chamamos Semana Santa foi chamado semana de Páscoa, a
semana em que “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado”. Hoje damos o nome de Tempo da Páscoa ou
Tempo Pascal aos cinquenta dias que vão do Domingo da Ressurreição até ao Domingo do Pente-
costes.
O Tempo pascal nasce da Vigília; aí se faz a passagem do luto à alegria, do jejum ao banquete, da
tristeza à festa, da morte à vida. Tempo de alegria, de acção de graças, de aprofundamento do sen-
tido do mistério cristão e da vida em Cristo, do mistério da Igreja e consequentemente do mistério
da comunidade dos cristãos, o Tempo Pascal é o tempo espiritual, por excelência, do ano litúrgico.
É o tempo em que o Ressuscitado dá o Espírito: “Recebei o Espírito Santo”, e que se conclui precisa-
mente com a efusão do Espírito Santo sobre os discípulos, que, uma vez “cheios do Espírito Santo”,
Cristo Ressuscitado, “primogénito de entre os mortos”, é, por isso mesmo, “Cabeça do Corpo da
Igreja”. De facto, na Páscoa “unem-se o céu e a terra, o divino e o humano”.
A reforma litúrgica do Vaticano II veio restaurar a cinquentena na sua unidade. A Páscoa, a Ascen-
são e o Pentecostes não constituem festas isoladas ou autónomas; são antes momentos significativos
de um período que, na sua totalidade, constitui uma única festa. Esta consciência da unidade é
ainda sublinhada pelo facto de os domingos que ocorrem durante o tempo pascal já não serem
chamados ‘domingos depois da Páscoa’, mas ‘domingos de Páscoa’”.
Estes cinquenta dias são tempo de alegria e de festa. É difícil entender uma festa sem o «feriado» e
as manifestações festivas externas. Temos dificuldade em sentir a festa quando se faz o trabalho de
todos os dias. Para os primeiros cristãos as duas coisas não andavam necessariamente ligadas, tanto
para o domingo como para a cinquentena pascal. A redescoberta do Tempo pascal como uma única
grande festa suporia que o conteúdo espiritual da festa causasse uma impressão muito mais forte
no espírito dos cristãos. Mas vale a pena tentá-lo, já que se trata da própria expressão da existência
cristã. Exteriormente estamos submetidos ao trabalho e ao sofrimento; interiormente, já vivemos
com Cristo em Deus: “em nós, vai morrendo o homem exterior, enquanto o homem interior se vai
renovando de dia para dia” (2 Cor 4, 16).
Cf. O Tempo Pascal, Secretariado Nacional de Liturgia, Fátima, 1996
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Dom. Páscoa - 24 de Abril
Tema: Ele tinha de ressuscitar dos mortos. Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado:
celebremos a festa do Senhor
Antigo Testamento: Act. 10, 34ª.37-43
Apóstolo: Cl. 3, 1-4 ou 1 Cor. 5, 6b-8
Evangelho: Jo. 20,1-9
Mensagem
“O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que
se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida nunca podem ser gera-
dores de vida nova; e a do discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a
sua proposta (a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida
verdadeira)[…]”. “A primeira personagem em cena é Maria Madalena: ela é a primeira a dirigir-se
ao túmulo de Jesus, ainda o sol não tinha nascido, na manhã do “primeiro dia da semana”. Ela rep-
resenta a nova comunidade que nasceu da acção criadora e vivificadora do Messias”; essa nova
comunidade, “apercebe-se de que a morte não venceu e que Jesus continua vivo”. […] “A ressur-
reição de Jesus prova, precisamente, que a vida plena, a vida total, a transfiguração total da nossa
realidade finita e das nossas capacidades limitadas passa pelo amor que se dá, com radicalidade,
até às últimas consequências”.
II Dom. Páscoa - 1 de Maio
Tema: Oito dias depois, veio Jesus… Disse o Senhor a Tomé:
«Porque Me viste, acreditaste; felizes os que acreditam sem terem visto».
Antigo Testamento: Act. 2, 42-47
Apóstolo: 1 Pd. 1, 3-9
Evangelho: Jo. 20, 19-31
Mensagem
No texto “sobressai a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à
volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe per-
mite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua
liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está
vivo”. “[…] A comunidade cristã gira em torno de Jesus, constrói-se à volta de Jesus e é d’Ele que
recebe vida, amor e paz”.
III Dom. Páscoa - 8 de Maio
Tema: Conheceram-n’O ao partir do pão. Senhor Jesus, abri-nos as Escrituras, falai-
-nos e inflamai o nosso coração.
Antigo Testamento: Act. 2, 14.22-33
Apóstolo: 1 Pd 1,17-21
Evangelho: Lc. 24, 13-35.
Mensagem
“O texto que nos é proposto põe Cristo, vivo e ressuscitado, a caminhar ao lado dos discípulos, a
explicar-lhes as Escrituras, a encher-lhes o coração de esperança e a sentar-Se com eles à mesa para
“partir o pão”. É aí que os discípulos O reconhecem”.
[…] A catequese que Lucas nos propõe hoje garante-nos que Jesus, vivo e ressuscitado, caminha ao
nosso lado. Ele é esse companheiro de viagem que encontra formas de vir ao nosso encontro –
mesmo se nem sempre somos capazes de O reconhecer – e de encher o nosso coração de esper-
ança”. […] “Emaús… é a nossa história de cada dia: os nossos olhos fechados que não reconhecem o
Ressuscitado… Há urgência em abrir os nossos olhos para reconhecer a sua Presença e a sua acção
no coração do mundo e para levar a Boa Notícia: Jesus ressuscitou!”.
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IV Dom. Páscoa - 15 de Maio
Tema: Eu sou a porta das ovelhas. Eu sou o bom pastor, diz o Senhor: conheço as
minhas ovelhas e elas conhecem-Me.
Antigo Testamento: Act. 2, 14ª.36-41
Apóstolo: 1 Pd. 2,20b-25
Evangelho: Jo. 10, 1-10
Mensagem
“O Evangelho apresenta Cristo como “o Pastor”, cuja missão é libertar o rebanho de Deus do
domínio da escravidão e levá-lo ao encontro das pastagens verdejantes onde há vida em plenitude”.
“[…] Para os cristãos, “o Pastor” por excelência é Cristo: Ele recebeu do Pai a missão de conduzir o
“rebanho” de Deus das trevas para a luz, da escravidão para a liberdade, da morte para a vida”.
Mensagem
“O Evangelho define a Igreja: é a comunidade dos discípulos que seguem o “caminho” de Jesus –
“caminho” de obediência ao Pai e de dom da vida aos irmãos”. “[…] A Igreja é essa comunidade de
Homens Novos, que se identifica com Jesus que, animada pelo Espírito, segue ‘o caminho’ de Jesus,
e procura dar testemunho de Jesus no meio dos homens”.
Mensagem
O texto “apresenta-nos parte do ‘testamento’ de Jesus, na ceia de despedida, em Quinta-feira Santa.
Aos discípulos, inquietos e assustados, Jesus promete o ‘Paráclito’: Ele conduzirá a comunidade
cristã em direcção à verdade; e levá-la-á a uma comunhão cada vez mais íntima com Jesus e com o
Pai”. “[…]Jesus garantiu aos seus discípulos o envio de um ‘defensor’, de um ‘consolador’, que havia
de animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua marcha pela história. Nós acreditámos,
portanto, que o Espírito está presente, animando-nos, conduzindo-nos, criando vida nova, dando
esperança aos crentes em caminhada”. “[…] A comunidade cristã, identificada com Jesus e com o
Pai, animada pelo Espírito, é o “templo de Deus”, o lugar onde Deus habita no meio dos homens”.
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VII Dom. da Páscoa - Ascensão do Senhor - 5 Junho
Tema: Todo o poder Me foi dado no Céu e na Terra. Ide e ensinai todos os povos, diz o
senhor: Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos.
Antigo Testamento: Act. 1,1-11
Apóstolo: Ef. 1,17-23
Evangelho: Mt. 28,16-20
Mensagem
“O Evangelho apresenta o encontro final de Jesus ressuscitado com os seus discípulos, num monte
da Galileia. A comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus ressuscitado, reconhece-O como
o seu Senhor, adora-O e recebe d’Ele a missão de continuar no mundo o testemunho do ‘Reino’”.
[…]“Celebrar a ascensão de Jesus significa, antes de mais, tomar consciência da missão que foi con-
fiada aos discípulos e sentir-se responsável pela presença do “Reino” na vida dos homens”.
Mensagem
“O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João,
esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É o
Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse
amor que Jesus viveu até às últimas consequências”. “[…] Identificar-se como cristão significa dar
testemunho diante do mundo dos ‘sinais’ que definem Jesus: a vida dada, o amor partilhado”. “[…]
As comunidades construídas à volta de Jesus são animadas pelo Espírito. O Espírito é esse sopro de
vida que transforma o barro inerte numa imagem de Deus, que transforma o egoísmo em amor par-
tilhado, que transforma o orgulho em serviço simples e humilde…”
O Pentecostes é a irrupção do Espírito Santo na vida dos discípulos que vão deixar-se transformar
em todas as dimensões do seu ser. O Pentecostes continua!”.
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QUEREMOS VALORIZAR…
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O sacramento da reconciliação foi dado por Cristo à sua Igreja para que reconcilie o cristão pecador
com Deus e com a própria comunidade: duas dimensões que não se podem separar» (Cf.
ALDAZÁBAL, José, Reconciliação (voc.), em Dicionário Elementar de Liturgia, Paulinas, Prior Velho
2007, p. 252).
Assim, a celebração da reconciliação, o sacramento da penitência, pode ser um momento importante
na vida de cada cristão. E propô-lo constitui um interesse objectivo. A penitência interior é uma reori-
entação radical de toda a vida, uma conversão a Deus de todo o coração, uma ruptura com o
pecado. (CIC nº. 1431)
A conversão é, antes de mais, obra da graça de Deus, a qual faz com que os nossos corações voltem
para Ele. Deus é Quem nos dá a coragem de começar de novo. É ao descobrir a grandeza do Amor de
Deus que começa o receio de ofender a Deus pelo pecado e de estar separado d´Ele. (CIC nº. 1432)
Nela estão em jogo dois eixos básicos da vida do cristão: o primeiro deles, o reconhecimento de que
arrastamos muita infidelidade ao projecto de amor que o Senhor nos confiou; o segundo, a confiança
firme de que a misericórdia, o perdão e a graça que Deus nos quer dar é mais forte que a nossa infi-
delidade.
Neste sacramento está sempre a grande notícia de Jesus Cristo: o chamamento a converter-nos, a
mudar de atitude, e o chamamento a reconhecer tudo o que temos e somos, todas as nossas forças
para caminhar, todas as nossas possibilidades de recomeçar, temo-las graças ao amor de um Pai que
nunca Se cansa de acolher os seus filhos.
O Sacramento da Reconciliação é de instituição divina, em pleno Domingo de Páscoa (Jo. 20,22-23)
“Recebei o Espírito Santo àqueles a quem perdoardes os pecados ficarão perdoados…”
Quando celebramos a reconciliação, celebramos este amor do Pai que perdoa e ama e celebramos um
amor que está aqui, quando os cristãos se reúnem como Igreja, quando celebram estes sinais de con-
versão e perdão (Cf. LLIGADAS, Josep, O Sacramento do Perdão, Paulinas, Prior Velho 2006, p.5).
Com a simples atitude de nos aproximarmos deste Sacramento, proclamamos a Misericórdia de Deus
que é mais forte que o pecado, e professamos a fé na Igreja, depositária do poder de perdoar, bem
como na eficácia do sacramento recebido.
Diante de Deus somos convidados a fazer cuidadosamente o exame de consciência (Sl 139(138)), nas
diversas dimensões da nossa vida:
A atitude de acção de graças ao receber a absolvição compromete-nos a sermos fiéis àquilo que nos
é proposto como “penitência”.
Ao celebrarmos este sacramento vemos nele, um claro sentido trinitário: o Pai que acolhe e perdoa,
Jesus Cristo que nos comunica a sua vitória pascal sobre o pecado e o Espírito que nos move à con-
versão e nos comunica a graça de Cristo.
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A Vivência do Tríduo Pascal
Em 2010, na catequese sobre o Tríduo Pascal, intitulada “Tríduo Pascal: núcleo essencial da Fé”, o
Papa Bento XVI dirigiu a seguinte mensagem aos cristãos de todo o mundo:
“Estamos a viver os dias santos que nos convidam a meditar sobre os acontecimentos centrais da
nossa Redenção, o núcleo essencial da nossa fé. Amanhã começa o tríduo pascal, cume do ano litúr-
gico inteiro, no qual somos convidados ao silêncio e à oração para contemplar o mistério da Paixão,
Morte e Ressurreição do Senhor. […] Eu vos exorto, portanto, a viver intensamente estes dias, para
que orientem decididamente a vida de cada um à adesão generosa e convencida de Cristo, morto e
ressuscitado por nós.”
Na continuação do apelo feito pelo Santo Padre, propomos que se ajude toda a comunidade a viver
mais intensamente o Tríduo Pascal. Para isso, em cada paróquia, devem promover-se catequeses
para todas as faixas etárias (crianças, adolescentes, jovens e adultos) sobre o Tríduo Pascal, para as
quais surgem mais à frente propostas específicas. Neste ano em que a nossa diocese está a valorizar
de um modo especial a oração e a liturgia pretende-se que as pessoas aprofundem os seus conheci-
mentos sobre as celebrações do Tríduo Pascal, para que o possam viver mais intensamente.
Desde os primeiros séculos cristãos, a Igreja celebra o mistério da salvação, nas suas três fases
(Paixão, Morte e Ressurreição), no decorrer dos três dias, que constituem o ponto culminante de todo
o ano litúrgico.
O Tríduo Pascal tem o seu início com a Missa Vespertina de Quinta-Feira Santa, tendo o seu momento
mais alto na Vigília Pascal e terminando com as Vésperas da Ressurreição.
Assim, não podemos identificar a Páscoa apenas com o Domingo da Ressurreição. Isso seria mutilar
uma realidade extremamente rica e reduzir-lhe as dimensões. “O plano divino da Salvação em Cristo
não pode fragmentar-se, mas deve ser considerado como um todo único”.
Compreende-se, portanto, a importância deste Tríduo Pascal, quer na Liturgia, quer na vida da
Igreja. Dele derivam todas as outras solenidades, que não são senão reflexos, ecos deste Acontec-
imento Salvífico, de modo que o culto cristão é um culto pascal. Nele tem o seu centro de convergên-
cia e de irradiação a vida da Igreja, pois “o Mistério cristão culmina e compendia-se no Mistério
Pascal, que dá cumprimento à História da Salvação e à missão de Israel, enquanto inaugura, com os
tempos messiânicos, a existência histórica da Igreja” (Cf Missal Popular Dominical, Gráfica de Coim-
bra 1993, p. 322)
O Tríduo Pascal engloba as celebrações da Missa da Ceia do Senhor (5ª Feira Santa), Celebração da
Paixão do Senhor (6ª Feira Santa). A grande proclamação da Ressurreição de Jesus, na noite de
Sábado Santo para Domingo e o próprio dia de Domingo de Páscoa.
O Tríduo Pascal, para nós cristãos, é o tempo que deve ser vivido com maior intensidade. Nos três
dias que compõem este tempo, somos convidados, em união com Cristo, a percorrer o itinerário
tornando-nos solidários com Ele na Paixão e na Morte, para o sermos na Ressurreição.
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Quinta-Feira Santa – Missa Vespertina da Ceia do Senhor
“Disse-lhes Jesus: «Tenho desejado muito comer esta Páscoa convosco”(Lc 22,15)
“Se Eu vos lavei os pés, fazei-o vós também”. (Jo 13,14-15)
“Tomai, comei: Isto é o Meu corpo.” (Mt 26,26)
“Fazei isto em memória de Mim” (1Cor 11,24)
A Quinta-feira Santa é o último dia da Quaresma, e a partir da Missa Vespertina da Ceia do Senhor,
inicia-se o Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor. «É um dia de carácter intimo para o
povo cristão, (…). É o dia em que Cristo, na sua ceia de despedida, antes da morte, institui a Eucaristia,
deu a grande lição de humildade e de serviço, lavando os pés aos seus apóstolos e os constituiu sacer-
dotes mediadores da Palavra, dos seus sacramentos e da sua salvação» (Cf. ALDAZÁBAL, José,
Quinta-Feira Santa (voc.), em Dicionário Elementar de Liturgia, Paulinas, Prior Velho 2007, p. 250)
O Lava-pés é um dos ritos mais antigos e mais universais da Igreja. Após a explicação da palavra de
Deus, o presidente da celebração refaz o gesto que Cristo havia feito com os seus Apóstolos. «A
liturgia convida-nos a contemplar Jesus a lavar os pés dos seus Apóstolos e a compreender através
dele que o seu amor é um amor de serviço. Neste enquadramento e a nesta hora, o ajoelhar de um
bispo ou de um padre diante do seu irmão, diz mais que um longo discurso. Valorizando este gesto a
Igreja sublinha que a fraternidade concreta dos discípulos do Mestre é um mandamento, razão pela
qual o rito foi outrora chamado “o mandamentum”, o mandamento novo, sinal distintivo do cristão:
“Todos vos reconhecerão por Meus discípulos se vos amardes uns aos outros como Eu vos amei”. O
mandamento novo é simplesmente uma imitação do amor de Cristo. Nessa perspectiva o lava-pés tem
um alto poder de expressão pelo seu valor litúrgico e catequético. Mas é preciso não esquecer que foi
aos seus colaboradores que Cristo lavou os pés (Cf. CORDEIRO, José Leão, Os dois primeiros dias do
Tríduo Pascal, em A Celebração do Mistério Pascal – Tríduo Pascal, Secretariado Nacional de Liturgia,
1990, p. 57)
É na sexta-feira santa que celebramos, em Igreja, de forma especial a Paixão e Morte de Jesus Cristo.
Neste dia a Igreja não celebra Missa. A celebração deste dia divide-se em três partes: Liturgia da Pala-
vra, Adoração da Cruz e Comunhão Eucarística.
«É o dia da Paixão de Jesus. Paixão do Homem abandonado e maltratado. Paixão de Deus que se cala.
Para nós, trata-se de comungar no sacrifício deste Homem que é o Filho de Deus cuja morte é a vida
do mundo» (Cf. Op. cit. p. 59)
A celebração da Paixão e Morte de Jesus tem, para nós cristãos, como finalidade fazer-nos entrar com
maior profundidade no Mistério Pascal e prepararmo-nos para a Vigília de Sábado Santo.
Neste dia não se celebra eucaristia, mas centramo-nos especialmente na Cruz de Cristo. A Cruz, “sinal
do amor universal de Deus”(NA 4), símbolo do nosso resgate, domina a segunda parte da Celebração.
Levada, processionalmente até ao altar, a cruz é apresentada à veneração de toda a humanidade
pecadora, representada pela assembleia cristã. Nela, nós adoramos Jesus Cristo, Aquele que foi sus-
penso na Cruz, Aquele que foi, que é a “salvação do mundo”.
É a Ele também que exprimimos, neste momento, a força para levarmos a nossa Cruz: “Suportando a
morte por todos nós, ensina-nos, com o seu exemplo, que também devemos levar a cruz que a carne
e o mundo fazem pesar sobre os ombros daqueles que buscam a paz e a justiça” (GS 38)» (Cf Missal
Popular Dominical, Gráfica de Coimbra 1993, pp. 348-349)
Após a contemplação do mistério da Cruz, na Liturgia da Palavra, da adoração de Cristo Crucificado,
no momento da Adoração da Cruz, a liturgia desta celebração introduz-nos no momento mais íntimo
do Mistério Pascal, o contacto com o próprio “Cordeiro Pascal”
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Neste dia não se celebra Eucaristia. «No entanto, pela Comunhão do “Pão da Vida”, consagrado em
Quinta-Feira Santa, somos “baptizados” no Sangue de Jesus, somos mergulhados na Sua morte.
Assim unidos à fonte da vida sobrenatural, ficamos cheios de força para passarmos da morte do
pecado à alegria da ressurreição.
Através do Corpo sacramental do Senhor crucificado e ressuscitado ficamos também mais unidos ao
Seu Corpo Místico, isto é a Cristo que sofre e morre nos Seus membros.
Como o Senhor Jesus, também nos devemos dar a vida pelos nossos irmãos (1 Jo 3,16)»
Sábado Santo
“José de Arimateia tomou o corpo de Jesus, envolveu-O num lençol e depositou-O num túmulo”. (Mt
27,59.60)
Vigília Pascal
“Eu sou a luz do mundo.” (Jo 8,12)
A Vigília Pascal, celebra-se na Noite do Sábado Santo. «Vigília significa exactamente tempo da noite
em que não se dorme, mas se vigia, em que se está de vela, e, no caso da liturgia, uma celebração noc-
turna. A noite foi sempre tempo preferido para a oração. Jesus deu exemplos frequentes de oração
durante a noite, e a tradição cristã continuou a mesma prática» (Cf. FERREIRA, José, A Vigília Pascal,
em A Celebração do Mistério Pascal – Tríduo Pascal, Secretariado Nacional de Liturgia, 1990, pp.
66-67)
Neste tempo em que somos convidados a estarmos vigilantes, à espera da Ressurreição do Senhor,
somos também chamados a celebrar, com esperança e alegria, o grande acontecimento da salvação.
«O Mistério Pascal não é, porém, estático, mas dinâmico. Não é um estado de Cristo, mas a “passa-
gem”, um movimento, em que é envolvido todo o Povo de Deus. Desta celebração consta a recordação
de toda a História da criação, da libertação de Israel e da redenção da Humanidade.
Por conseguinte, a espera dos cristãos, nesta noite santa, não se reduz à expectativa da comemoração
dum facto, histórico, objectivo e real. É a espera de Alguém. É a espera do Senhor, que volta, para nos
levar a fazer a Sua “passagem”, a Sua Páscoa com Ele.
Misteriosamente no meio da assembleia cristã, o Senhor Jesus renova, nesta grande acção sacramen-
tal, que é a Vigília, o Seu Mistério Pascal, inserindo-nos nele fazendo-nos assim passar com Ele das
“trevas à Sua luz admirável” (1 Pe 2,9). A Celebração da Vigília Pascal começa com o grande anúncio
da Ressurreição, em que se estreia o Círio Pascal, aquela vela grande, bonita, que simboliza a luz que
Cristo é na vida da Igreja e de cada um de nós, que somos baptizados e/ou nos preparamos para
sermos baptizados.
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Esta “passagem”da morte do pecado à vida da graça realiza-se, em primeiro lugar, pelo Baptismo. Ser
baptizado é, na verdade, morrer com Cristo, para ressuscitar com Ele. “A água do Baptismo é o Mar
Vermelho, que trava as forças do mal e liberta o povo de Deus; é o sepulcro do Calvário, onde é
deposto o homem corruptível e sai, vivo, o homem novo”. Por isso, a Igreja, desde a mais alta antigu-
idade, pensou que o melhor meio de celebrar o Mistério Pascal era baptizar, nesta noite, os seus
catecúmenos e levar os baptizados a reviver a própria ressurreição e a tomar consciência do seu nas-
cimento como Povo de Deus. Também, nesta celebração é benzida a água baptismal que vai servir
para os baptismos da paróquia.
Esta nova criação, surgida das águas do Baptismo, só no último dia, na Vinda do Senhor, “passará” da
sua forma actual e perecível à forma definitiva e gloriosa. Por isso, nesta Vigília, os cristãos, conser-
vando nas suas mãos as lâmpadas acesas (Lc 12,35-ss), orientam também a sua esposa para o mo-
mento do encontro com o Esposo, que vem (Mt. 25,13)» (Cf Missal Popular Dominical, Gráfica de Coim-
bra 1993, p. 378)
Domingo de Páscoa
“No Domingo muito cedo, Maria de Magdala e a outra Maria foram visitar o sepulcro” (Mt 28,1)
“O anjo disse-lhes: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, ressusci-
tou, como tinha dito».” (Mt 8,5-6)
“Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá O vereis.” (Mt 28,7)
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CAMINHAMOS COM AS CRIANÇAS…
Para ajudar as crianças a vivenciar melhor este tempo de Quaresma / Páscoa 2011, propõe-se que
seja entregue a cada uma, no início da Quaresma, uma folha de cartão (tamanho A4), contendo, pré-
impressa em cada um dos lados, a cruz bem como as atitudes de cada semana. Um conjunto de 14
autocolantes (7 para o Tempo da Quaresma e 7 para o Tempo Pascal) serão, depois, entregues às
crianças, nas Eucaristias, como símbolo da vivência das atitudes propostas nesta Caminhada.
Os catequistas deverão apresentar às crianças propostas simples e concretas de vivência das
atitudes, tais como:
Páscoa II
Acredita Que Jesus deu a vida para nos salvar
Páscoa III
Reconhece Que Deus é nosso Pai
Páscoa IV
Apascenta Ajuda os que precisam de ti
Páscoa V
Vai Jesus é o teu melhor amigo
Páscoa VI
Ama Como Jesus te ama
Páscoa VII
Ascensão Testemunha O teu amor a Jesus e a Nossa Senhora
Pentecostes
Afirma a tua Fé! Ser cristão sem vergonha
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CAMINHAMOS COM OS ADOLESCENTES…
Objectivo Específico
O objectivo específico desta caminhada, para os adolescentes, consiste em ajudá-los a firmar os seus
passos e a afirmar a sua fé em Jesus Cristo, em todas as situações e momentos da sua vida.
Propostas de concretização
Na nossa vida do dia-a-dia somos constantemente obrigados a tomar decisões relacionadas com
variadíssimos aspectos ao nível pessoal, profissional, social, etc. Na Palavra de Deus encontramos,
na parábola do bom samaritano, uma situação perante a qual o sacerdote, o levita e o samaritano
tiveram de tomar uma decisão. Enquanto os dois primeiros viram o homem ferido e passaram sem
ser nada fazer, o samaritano teve compaixão dele e ajudou-o.
O desafio que propomos para os adolescentes ao longo desta caminhada, durante o Tempo da Qua-
resma e o Tempo Pascal, é que vão confrontando situações concretas da sua vida com a pergunta:
Em meus passos o que faria Jesus? Pretende-se, portanto, que os adolescentes não façam nada em
suas vidas sem antes perguntar o que faria Jesus na mesma situação. Este desafio que inicialmente
parece muito simples, na prática é muito profundo e exigente. Para responder à pergunta, qualquer
que seja a situação, deve-se orar ao Espírito Santo, para que ajude a encontrar a resposta.
Este desafio poderá ter dois níveis de dificuldade:
•Nível II: Para facilitar o desafio, em cada semana, de acordo com a atitude correspondente,
propõe-se que o adolescente responda à pergunta relativamente a um determinado aspecto da sua
vida.
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Desafio: Em meus passos o que faria
Semana Atitude
Jesus…
… na maneira como confio a minha vida a
Quaresma I Confia Deus na oração e celebração dos
sacramentos?
Quaresma … na (re)descoberta do meu papel de filho,
Descobre
II na relação com os meus pais?
… na maneira como dou uso aos bens
Quaresma
Dá materiais e os partilho com os que
III
necessitam?
Quaresma … para crer que Deus está sempre comigo,
Crê
IV mesmo nos momentos mais difíceis?
… para ter a capacidade de, com a graça de
Quaresma
Transforma Deus, transformar o pecado que existe em
V
mim em virtude?
Quaresma … na maneira como me entrego à minha
Entrega
VI vida de estudante?
… para ter a coragem de anunciar a Palavra
Dom.
Anuncia de Deus a todas as pessoas com quem me
Páscoa
encontro diariamente?
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Para Valorizar o Tríduo Pascal
A nossa participação no Tríduo Pascal é a melhor catequese que podemos ter sobre o Tríduo Pascal.
Não estamos só a ouvir falar de coisas muito importantes para nós, cristãos, mas ouvimos, e celebra-
mos esses acontecimentos que Jesus viveu para nos salvar.
Para melhor celebrarmos a Páscoa, é muito bom que possamos celebrar, se possível como grupo de
catequese, o Tríduo Pascal.
Nós, católicos - famílias, catequistas e catequizandos - vamos progredindo no conhecimento deste
Mistério e sendo interpelados a dar mais valor à sua celebração. Neste Mistério, celebramos o centro
da nossa fé. Mais do que sabermos o que é o Tríduo Pascal, é muito bom que o compreendamos e o
celebremos.
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CAMINHAMOS COM OS JOVENS…
Dimensão Comunitária
•De acordo com o lema: “Firma os teus passos”, sugerimos que alguns desenhos de pegadas
sejam espalhados pelo chão da Igreja, antes do início de cada eucaristia dominical.
•Nas pegadas deverão ser escritas as atitudes de cada semana.
•Nos domingos da Quaresma a direcção das pegadas deverá convergir para a cruz – símbolo
comunitário, significando o caminho de cada um de nós até à nossa salvação, pela morte de Jesus
Cristo.
•No tempo Pascal a direcção das pegadas será da cruz para as portas de saída da igreja, sim-
bolizando que devemos dar testemunho da salvação.
Dimensão Individual
O grande desafio colocado a cada jovem é o da oração. Cada um deverá ter o seu livro “Rezar na
Quaresma”. Para motivarmos mais à oração individual sugerimos uma ligação desta à vivência do
grupo, através do símbolo de grupo – a pegada. A pegada do grupo (ver dimensão de grupo) deve
circular por todos os elementos do grupo, durante a semana, pelo menos uma vez durante a qua-
resma. No(s) dia(s) em que o jovem tem a pegada em casa é convidado a escrever nela uma pequena
partilha da sua oração pessoal a partir do livro e da atitude semanal proposta.
Dimensão de Grupo
O grupo adquire uma importância vital na faixa etária juvenil. É neste espaço que a vivência desta
caminhada deve ser impulsionada. Sugerimos que:
•Na sala de reunião do grupo seja valorizado um espaço de oração com a colocação de uma
cruz com as mesmas características do Cruz da comunidade.
•Seja construída uma pegada de grupo, relacionando com o lema da caminhada “Firma os
teus passos” e com o caminho que se pretende fazer até à Cruz de Jesus.
•Que esta pegada de grupo circule por todos os elementos do grupo, durante a semana,
fomentando a vivência individual (ver dimensão individual)
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•O Animador prepare, para a reunião semanal, um espaço de oração de grupo, com base nas
partilhas colocadas na pegada do grupo por cada um, onde também se leia a oração sugerida no
livro para aquele dia.
•O grupo leve a sua pegada para o Dia Mundial da Juventude, a celebrar a 16 e 17 de Abril, no
Arciprestado de Oliveira do Bairro.
Na sequência das propostas feitas para valorizar este tempo, apresentamos de seguida sugestões
para ajudar os grupos juvenis a aprofundarem este tempo:
•Encontro sobre o Sacramento da Reconciliação
•Celebração Penitencial
•Encontro sobre o Tríduo Pascal
•Celebração do Caminho da Luz (Via Lucis)
Experiência Humana:
No início, a sala deve estar desarrumada com os objectos/imagens de pecado espalhados, de modo a
criar confusão. A Bíblia e a imagem de Cristo devem estar tapados com um pano preto ou roxo. O
rádio com a música ruidosa deve estar ligado aquando da entrada dos elementos na mesma. A sala
deve estar pouco iluminada.
Depois dos elementos do grupo estarem devidamente sentados, intercala-se a música ruidosa com
música calma e liga-se o foco de cada vez que se coloca a música calma (deve tentar fazer-se um jogo
de luzes e barulho intercalados, associando a calmaria à luz e o turbilhão à escuridão).
Pede-se que os jovens partilhem livremente sobre o que sentiram e interpretaram.
Posteriormente, e com a sala com luminosidade razoável para se poder ler, são distribuídas folhas
com as questões (apenas as perguntas, as respostas são suporte para o animador) sobre a reconcilia-
ção e é pedido aos elementos do grupo que vão respondendo às perguntas.
O que é a confissão?
A confissão é a manifestação humilde e sincera dos próprios pecados ao Sacerdote.
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damentais da nossa vida cristã.
A humildade, acima de tudo, é a base de todo o edifício espiritual, é a fé em Jesus Salvador e nos seus
méritos infinitos, a esperança do perdão e da vida eterna, o amor para Deus e para o próximo, a
abertura do nosso coração à reconciliação com quem nos ofendeu. Ou seja, a sinceridade, a separa-
ção do pecado e o desejo sincero em progredir espiritualmente.
Palavra de Deus:
Após todos terem colocado as suas dúvidas, mesmo após a visualização do powerpoint, cria-se um
espaço de silêncio, lendo-se o texto que se segue.
“Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E
esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu a
mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está
no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Disse a
serpente à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse
fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal. Então, vendo a
mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar
entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu. Então foram
abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e
fizeram para si aventais. E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha,
esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. Mas
chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás? Respondeu-lhe o homem: Ouvi a
tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me. Deus perguntou-lhe mais: Quem te
mostrou que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? Ao que respondeu
o homem: A mulher que me deste por companheira deu-me a árvore, e eu comi. Perguntou o Senhor
Deus à mulher: Que é isto que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente enganou-me, e eu comi.”
Gen, 3 1-13
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Expressão de Fé:
Destapa-se a Bíblia e a Cruz (até então tapados) ao som da música “Restolho” da Mafalda Veiga
Os elementos do grupo são convidados a fazer uma oração conjunta, fazendo preces a Deus, de
preferência espontâneas e fazendo a partilha semanal a partir da pegada do grupo.
Caso seja possível devem ser convidados a participar numa celebração penitencial preparada em
grupo.
Introdução
“Deus conserta um coração partido se lhe dermos todos os pedaços”. Todos nós temos alguma
consciência da nossa infidelidade a deus. Este tempo de quaresma, vai-nos ajudando a sentir o
desejo de sermos salvos dos nossos pecados. Hoje queremos mais uma vez, abrir o nosso coração á
misericórdia de deus, para podermos celebrar o perdão de ele nos oferece. Não fechemos o nosso
coração á sua voz e abramos a nossa vida á sua misericórdia.
Cântico inicial
Saudação do presidente
Oração inicial pelo sacerdote
Liturgia da palavra
- 1ª Leitura – livro do profeta Ezequiel 36,24-28
- Salmo 50 ou um cântico de meditação
- Aclamação do evangelho segundo São João 15,9-17
- Homilia
Exame de consciência
À medida que se vão fazendo as quatro grandes propostas do exame de consciência, seguindo o
power point “Exame de Consciência”, também se vai rasgando o papel da silhueta, deixando a
descoberto uma nova silhueta, em esferovite. No fim de cada proposta canta-se um cântico.
Enquanto se canta, as partes do corpo rasgadas são colocadas na bacia para se queimar. Na última
proposta e durante o cântico, retira-se o coração e a lista de contravalores e é dado a todas as pes-
soas um papel com um contra valor.
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Oração dos fiéis
Presidente: Cada um recebeu um dos possíveis defeitos que pode ainda ter lugar na nossa vida. Con-
scientes dos nossos pecados, manifestemos a Jesus Cristo nossa confiança e digamos:
Senhor,renovai os nossos corações.
Sugere-se que cada um faça uma prece espontânea a partir do contra valor que lhe calhou.
Presidente: Senhor nosso Deus, sempre pronto a perdoar-nos, ajudai-nos a sentir que a reconcilia-
ção que nos dais nos aproxima uns dos outros e nos torna sinal vivo da vossa presença no mundo.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Ámen
Gesto de conversão
Enquanto se canta, cada um vem colocar na bacia o seu papel para ser queimado com os outros e
recebe uma silhueta, como recordação deste tempo de renovação.
Pai-nosso
Bênção final
Cântico final
Experiência Humana:
Os elementos do grupo são convidados a fazer uma recolha em casa de objectos, fotografias e vídeos
que remetam para os dias do Tríduo Pascal de preferência vividos na sua paróquia em anos anteri-
ores.
Palavra de Deus:
É feita a Introdução do tema "Tríudo Pascal" com base na 1ª parte do texto apresentado nesta camin-
hada no capítulo „Queremos Valorizar... a vivência do Tríduo Pascal“. O grupo é dividido em quatro
subgrupos e é fornecido a cada um deles os textos referentes a cada dia do tríduo pascal que cons-
tam da 2ª parte do mesmo texto:
Cada grupo é convidado a ler o texto que lhe coube, em grupo, e fazer um pequeno resumo para
apresentar aos restantes grupos (textos, cartazes, desenhos…)
No fim do trabalho de grupo são colocados numa mesa os objectos e fotografias recolhidos pelos
jovens em casa e os materiais supra propostos. Cada grupo é convidado a ir buscar aqueles que
estão mais relacionados com o dia que lhe coube aprofundar.
No final é feito um plenário com a apresentação de cada um dos grupos, dando ênfase à mensagem
do dia e aos símbolos do mesmo.
Expressão de Fé:
No espaço da sala onde se encontra a cruz, símbolo desta caminhada, são colocadas os símbolos ou
imagens utilizadas neste encontro. Neste ambiente far-se-á a partilha da “pegada do grupo”, dando
ênfase à atitude semanal, com a oração do livro “Rezar na Quaresma – Ano A”.
O grupo é convidado a participar activamente nas celebrações paroquiais da Semana Santa.
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Caminho da Luz (Via Lucis), para o tempo Pascal
Durante o tempo Pascal, sugere-se que o grupo celebre o caminho da Luz e que convide a comuni-
dade a celebrar com eles.
Nesta proposta é necessário escolher cânticos apropriados entre cada estação e prever uma apre-
sentação powerpoint onde apareçam as respostas que todos são convidados a dar durante a celeb-
ração. Ao longo do esquema aparecem identificados:
P – Presidente (onde for possível o Sacerdote)
T – Toda a Assembleia
L – Leitor
Introdução
L- A vida cristã está profundamente marcada pelo mistério pascal. Cristo morreu pelos nossos peca-
dos e para nossa salvação saiu vitorioso do sepulcro. A sua ressurreição imprime à vida de cada
cristão um exaltante ritmo de alegria. A via-sacra da ressurreição, ou caminho da luz, põe-nos em
contacto com esta alegria através dos encontros que o Ressuscitado teve com os discípulos. Uma
alegria que aparece em toda a parte e se espalha com extraordinária rapidez. O Espírito Santo
enche o nosso coração de grande alegria.
P- Preparemos o nosso coração para sentir a alegria que cresce, á medida que cresce em nós a
certeza que Jesus ressuscitou e vive na sua Igreja.
Cântico
P- Senhor da vida,
L- Os guardas tinham razão para Ter medo. Até os discípulos julgaram ver um fantasma. Mas nós
não temos razão nenhuma para Ter medo. Nós sabemos que Cristo ressuscitou e vive no meio de
nós. Nós sabemos que a sua vida de ressuscitado é a fonte da nossa esperança. Por isso vivemos na
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alegria.
P- Àquele que está vivo para sempre, dizemos com todo o entusiasmo da nossa fé: Vem viver con-
nosco!
T- Vem viver connosco!
P- Tu que venceste o pecado e a morte:
T- Vem viver connosco!
P- Tu que não sofreste a corrupção do sepulcro:
T- Vem viver connosco!
P- Tu que apareceste aos discípulos dispersos:
T- Vem viver connosco!
P- Oremos. Senhor Jesus Cristo, vencedor da morte e do pecado, escuta a nossa oração, tal como
tornaste forte a fé dos discípulos com a tua presença de ressuscitado, concede-nos também a nós a
força de vencer as seduções do pecado.
Tu que vives e reinas pelos séculos dos séculos
T- Ámen.
P- Senhor da vida,
T- Ilumina o nosso caminho.
L- Um sepulcro não reter um corpo como o de Jesus, destinado à ressurreição. O Filho de Deus,
depois da tremenda prova, devia explodir numa glória sem limites. As ligaduras já não servem:
estão ali a testemunhar um tempo de tormento. Mas que dá lugar á hora do maior triunfo.
P- A Cristo, ressuscitado dos mortos, dirigimos o grito da nossa fé: ressuscitaste para sempre e vives
connosco.
T- Ressuscitaste para sempre e vives connosco.
P- Senhor Jesus, enviado pelo Pai para libertar o mundo do pecado, nós te dizemos com confiança:
T- Ressuscitaste para sempre e vives connosco.
P- Senhor Jesus, portador de uma mensagem de eterna salvação, nós te dizemos com confiança:
T- Ressuscitaste para sempre e vives connosco.
P- Senhor Jesus que infundes a alegria em todos os que acreditam em ti, nós te dizemos com confi-
ança:
T- Ressuscitaste para sempre e vives connosco.
P- Oremos, Pedimos-te, Senhor Jesus: concede aos teus fiéis o entusiasmo de te procurarem com fé
todos os dias para encontrar sempre ao teu lado a doçura do teu rosto.
T- Ámen
P- Senhor da vida,
T- Ilumina o nosso caminho.
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P- É nesses momentos em que se torna necessário recorrer à oração e invocá-lo com fé: Mostra,
Senhor, a tua presença.
T- Mostra, Senhor, a tua presença.
P- Quando nos assalta a sombra da dúvida e não conseguimos ver a luz, nós te dizemos:
T- Mostra, Senhor, a tua presença.
P- Quando o pecado ofusca a nossa mente e se torna difícil erguer a cabeça, nós te dizemos:
T- Mostra, Senhor, a tua presença.
P- Quando nada nos corre bem e se torna difícil acreditar na tua bondade, nós te dizemos:
T- Mostra, Senhor a tua presença
P- Oremos, Pedimos-te, Senhor Jesus: concede aos teus fiéis o entusiasmo de te procurarem com fé
todos os dias para encontrar sempre a seu lado a doçura do teu rosto.
T- Ámem.
P- Senhor da vida,
T- Ilumina o nosso caminho
L- Em cada passo da estrada podemos encontrar o Senhor e caminhar com Ele pelos caminhos
justos. Ou podemos ignorar a sua presença e percorrer as estradas das nossas falsas seguranças. É
importante escolher bem.
P- Só Jesus nos pode indicar o caminho da vida. Por isso invocamo-lo com confiança: Mostra-nos o
caminho que leva à vida.
T- Mostra-nos o caminho que leva à vida.
P- Se o nevoeiro dos sentimentos ofusca o nosso caminho, nós te dizemos:
T- Mostra-nos o caminho que leva à vida.
P- Se a indiferença e a ignorância impedem muitos de ver a direcção certa, nós te dizemos Senhor:
T- Mostra-nos o caminho que leva à vida.
P- Se a superstição, a dúvida, o desânimo tendem a paralisar tudo e a bloquear o nosso caminho
para ti, nós te dizemos:
T- Mostra-nos o caminho que leva à vida.
P- Oremos, Senhor Jesus Cristo que na Igreja és farol de luz e de salvação: Guia os nossos passos no
caminho da justiça, para que possamos chegar até ti no teu reino de luz infinita.
T- Ámen.
P- Senhor da vida,
T- Ilumina o nosso caminho.
L- Ao Domingo, os irmãos encontram-se para “partir o pão”. Pão de vida, que Jesus prometeu dar
aos que nele acreditam. Esperamo-lo com ânsia todas as semanas pois sabemos que é um verda-
deiro encontro de Jesus com os seus amigos.
P- Precisamos de uma fé forte para que todo o povo de Deus reconheça na Eucaristia o alimento que
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dá a vida. Dizemos juntos: Vem, pão da vida!
T- Vem, pão da vida!
P- Tu és a fonte da vida e do amor. Nós te dizemos:
T- Vem, pão da vida!
P- Tu és a fonte de toda a graça que há na Igreja. Nós te dizemos:
T- Vem, pão da vida!
P- Tu és a esperança do reino sem fim. Nós te dizemos:
T- Vem, pão da vida!
P- Oremos, Senhor Jesus, só em ti está a fonte da vida. Concede-nos um grande amor ao teu Pão
eucarístico e torna-nos dignos de nos alimentarmos sempre do teu grande Dom.
T- Ámen.
P- Senhor da vida,
T- Ilumina o nosso caminho.
L- Jesus disse: “Vejam as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo”. Os apóstolos não crêem na
história das mulheres. De repente, eis Jesus presente entre eles. Uma ilusão? Jesus estende as mãos e
eles vêem as feridas feitas pelos pregos. Tocam-no com as suas mãos e com os seus ouvidos escutam
a Sua voz que diz: "A paz esteja convosco". Hoje, Senhor Jesus, é também real que as Tuas mãos são
as nossas mãos, e os Teus pés são os nossos pés. Por isso, cada um de nós pode tornar-se, pelo Espírito
Santo, um Cristo no meio em que vivemos. Ensina-nos, Senhor, a ser as Tuas mãos e os Teus pés para
os outros e a estar no mundo sem ser do mundo.
Os nossos corações são os “Olhos” e as “Mãos” para termos fé na Ressurreição de Cristo.
P- Senhor da vida,
T- Ilumina o nosso caminho.
L- Só depois da ressurreição Jesus transmitiu aos apóstolos o poder de perdoar os pecados. É clara a
referência à sua morte redentora. A cruz é o preço do pecado; a cruz é a morte que nos trouxe a vida.
Por pouco que pensemos mo amor de Deus e na realidade da nossa condição de pecadores, o coração
enche-se de profundo reconhecimento.
P- Por isso, cheios de confiança, elevemos este pedido: Jesus, pela tua cruz, salva-nos
T- Jesus, pela tua cruz, salva-nos.
P- Quando nos assaltam as ondas da tentação que tudo ameaçam submergir, pedimos com fé:
T- Jesus, pela tua cruz, salva-nos.
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P- Quando nos amarra o medo por causa dos muitos pecados e somos tentados a duvidar do perdão,
pedimos com fé:
T- Jesus, pela tua cruz, salva-nos.
P- Quando nos perturba o pensamento da vida eterna e nos assalta o temor de não estarmos prepara-
dos para enfrentar o juízo de Deus, pedimos com fé.
T- Jesus, pela tua cruz, salva-nos.
P- Oremos, Senhor Jesus, nosso salvador, inspira-nos uma confiança ilimitada na tua misericórdia.
Bem como um profundo desejo de combater o pecado em todas as suas formas.
T- Ámen.
P- Senhor da vida,
T- Ilumina o nosso caminho.
L- Como é grande a tua paciência, Senhor. Como é grande a tua bondade. Para Tomé e para todos os
discípulos. Sempre estiveste disposto a explicar, a dar noticias a respeito da tua vida de enviado do
Pai. Para nós também.
P- Nós te rezamos, Senhor Jesus, com a mesma oração do apóstolo Tomé e com o mesmo entusiasmo
de fé: Meu Senhor e meu Deus.
T- Meu Senhor e meu Deus.
P- Rezamos-te pelo tempo de dúvida. Quando a mente se ofusca e as falsas doutrinas parecem
desafiar a nossa fé, com Tomé nós te dizemos:
T- Meu Senhor e meu Deus.
P- Rezamos-te pelo tempo de aridez. Quando Tu, Senhor, pareces longe e há tanta necessidade de te
sentir perto, com Tomé nós te dizemos:
T- Meu Senhor e meu Deus.
P- Rezamos-te pelo tempo de erro. Quando a verdade custa e o diálogo ameaça conduzir a conclusões
erradas, com Tomé nós te dizemos:
T- Meu Senhor e meu Deus.
P- Oremos, Senhor Jesus tu amas o que é justo, o que é belo, o que é verdadeiro. Dá-nos a luz da tua
mensagem e procurar-te-emos em todas as coisas e ver-te-emos em todos os irmãos
T- Ámen.
P- Senhor da vida,
T- Ilumina o nosso caminho
L- É assim mesmo: Aquele que pede de comer é o Senhor de tudo. Aquele que estende a mão para
receber pão é o mesmo que envia a chuva a seu tempo e faz nascer o sol par que os campos amad-
ureçam e as espigas sejam recolhidas. João o evangelista diz claramente: “É o Senhor!”
P- “Tive fome e deste-me de comer.” Jesus revela a sua presença na fome dos pobres. Com fé e com
verdade digamos-Lhe: Senhor, torna-nos ministros do teu amor.
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P- Pobres sem nada. Crianças com fome. Por eles, nós dizemos:
T- Senhor, torna-nos ministros do teu amor.
P- Famílias sem casa. Jovens sem trabalho. Por eles, nós dizemos:
T- Senhor, torna-nos ministros do teu amor.
P- Doentes pobres e sós. Idosos sem amparo. Por eles, nós dizemos:
T- Senhor, torna-nos ministros do teu amor.
P- Oremos, Senhor Jesus, que para nos salvar escolheste viver como nós: Nós te pedimos que sintamos
a tua suave presença ao nosso lado em cada dia da nossa vida.
T- Ámen.
P- Senhor da vida,
T- Ilumina o nosso caminho
L- Jesus colocou o amor no centro da sua mensagem. Amor com duas direcções: a Deus e ao próximo.
Quem quer seguir Jesus tem de percorrer esses dois caminhos.
P- O amor vence a morte. A Jesus nós dizemos: Enche de amor a nossa vida
T- Enche de amor a nossa vida.
P- O amor de Deus está nos nossos corações. Por isso nos te rezamos:
T- Enche de amor a nossa vida.
P- O amor é o supremo critério no Reino e na Igreja. Por isso nós rezamos:
T- Enche de amor a nossa vida.
P- O amor tudo vence e tudo suporta. Por isso nós rezamos:
T- Enche de amor a nossa vida.
P- Oremos, Senhor Jesus, que trouxeste à terra o fogo do amor do Pai: Faz que a Igreja arda sempre
nesse fogo e que ele se espalhe a todo o mundo.
T- Ámen.
P- Senhor da vida,
T- Ilumina o nosso caminho
L- Jesus chama-nos a colaborar no seu projecto: levar a sua mensagem a toda a gente, de todos os
tempos e continentes. Alguns são chamados a traduzir á letra o mandato de Jesus: “Ide!” e partem por
toda a terra a pregar, a ensinar, a baptizar. Outros, a maioria, têm a tarefa de anunciar o evangelho
no lugar onde estão. Como nós.
P- Obedecendo ao convite de Jesus, rezamos com insistência ao Pai: Manda operários para a Tua
messe.
T- Manda operários para a tua messe.
P- Para que os bispos e sacerdotes não se cansem nunca de anunciar e ensinar a fé, pedimos ao Pai:
P- Para que os missionários não percam a coragem diante das inevitáveis dificuldades, pedimos ao
Pai:
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T- Manda operários para a tua messe.
P- Para que todos os cristãos se deixem envolver no programa geral de evangelização, pedimos ao
Pai:
T- Manda operários para a tua messe.
S- Oremos, Deus todo-poderoso: a nossa fé baptismal nos torne atentos à difusão do evangelho com
as palavras e as acções.
T- Ámen.
P- Senhor da vida,
T- Ilumina o nosso caminho.
P- Somos a Igreja, povo libertado por Cristo. Só n’Ele está a nossa esperança e dizemos: A tua graça
nos salve, Senhor
T- A tua graça nos salve, Senhor.
P- Jesus, que disseste aos teus fiéis: “ Vou preparar-vos um lugar”. Enquanto esperamos, rezamos-te
confiantes:
T- A tua graça nos salve, Senhor.
P- Jesus, Tu pediste ao Pai que os teus se juntassem a Ti no Paraíso. Com a esperança desse encontro,
rezamos-te confiantes:
T- A tua graça nos salve, Senhor.
P- Jesus, o Espírito disse-nos que um dia voltarás para concluir a história da salvação. Para que seja
uma conclusão cheia de alegria também para nós, rezamos-te confiantes:
T- A tua graça nos salve, Senhor.
P- Oremos, Senhor Jesus que ao subir à glória do Pai prometeste ficar no meio de nós: Ajuda-nos a
recordar todos os dias a doce realidade da tua presença e de trabalhar na expectativa do teu
regresso.
T- Ámen.
P- Senhor da vida,
T- Ilumina o nosso caminho.
L- Nós, com toda a Igreja, aqui representada pela nossa comunidade, reunimo-nos em redor de
Maria. Nos nossos dias, Maria seria entrevistada: a respeito do sentido daquela expectativa, a
respeito do misterioso personagem que se espera, o Espírito Santo... A palavra de Deus e a reflexão
da Igreja ajudam-nos a encontrar as respostas.
P- Espírito Santo, amor do Pai e do Filho, que enches de sentido a esperança dos tempos novos, com
Maria, nós te invocamos: Vem Espírito Santo.
T- Vem Espírito Santo.
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P- Espírito de sabedoria, que nos sugeres as escolhas oportunas na vida, com Maria nós te invocamos:
T- Vem Espírito Santo.
P- Espírito de fortaleza, que dás nova força à nossa frágil vontade para resistir ao mal, com Maria nós
te invocamos:
T- Vem Espírito Santo.
P- Espírito de piedade, que inspiras os justos sentimentos de devoção a Deus, e de obediência aos seus
mandamentos, com Maria, nós te invocamos:
T- Vem Espírito Santo.
P- Oremos, Ó espírito Santo, Dom de Cristo: a Igreja te invoca com incessante oração: vem reanimar
os corações fatigados e sarar as feridas dolorosas; vem recolocar no caminho da luz os desencoraja-
dos pela sombra do pecado. Nós te pedimos por intercessão de Maria em nome de Cristo nosso
Senhor.
T- Ámen.
DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO – Jesus envia o espírito Santo aos seus discípulos
P- Senhor da vida,
T- Ilumina o nosso caminho.
P- O Espírito Santo é a vida da Igreja. Fundada por Jesus, ela começou a viver e a difundir-se no dia
de Pentecostes. O Espírito mantém viva nela a chama do amor. Nós invocamo-lo com fé: Espírito
Santo, inflama-nos com o fogo do teu amor.
T- Espírito Santo, inflama-nos com o fogo do teu amor.
P- Quando o entusiasmo se torna débil e arrefece o fervor, nós te dizemos:
T- Espírito Santo, inflama-nos com o fogo do teu amor.
P- Quando o passo se torna incerto e a sombra da dúvida não nos deixa ver o caminho, nós te
dizemos:
T- Espírito Santo, inflama-nos com o fogo do teu amor.
P- Quando a rotina quer bloquear o caminho e a preguiça quer apagar os bons propósitos, nós te
dizemos:
T- Espírito Santo, inflama-nos com o fogo do teu amor.
P- Oremos, pedimos-te, Deus todo-poderoso, que nunca falte à tua igreja e ao mundo a força renova-
dora de teu Espírito: revigorados na fé e na esperança caminharemos seguros no caminho da luz.
T- Ámen.
CONCLUSÃO
P- O espírito do Senhor esteja convosco.
T- Ele esteja no meio de nós.
P- A sua alegria nos acompanhe em cada dia.
T- A sua luz ilumine os nossos passos.
P- Oremos, Senhor Jesus Cristo ressuscitado e vivo na tua igreja, com humildade te rezamos: Já que
meditámos na tua vida de Ressuscitado, concede-nos sermos iluminados com a luz da tua Páscoa.
T- Ámen.
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CAMINHAMOS COM OS ADULTOS…
Propor aos adultos uma caminhada quaresmal não é senão também uma oportunidade de se darem
novos passos. Pensamos muitas vezes que estas propostas de caminhada serão muito boas para os
mais novos. Julgámo-nos, frequentemente, sem necessidade de conversão porque já somos bons
cristãos, porque já não temos pecados mortais, porque já estamos velhos. Mas aceitemos que ainda
não chegámos à meta, como diz S. Paulo, pois, mesmo que, em nós, o que é material se vá
degradando de dia para dia, o interior vai-se renovando continuamente. Estamos em paz com Deus,
com a nossa consciência e com os outros? Tanto melhor. Mas podemos dar mais uns pequenos
passos para não ficarmos paralisados interiormente. Ainda é possível vida nova num novo alento,
porque a firmeza dos nossos passos concretiza-se na afirmação da nossa fé.
Precisamos de descobrir que os grandes pecados de hoje e de sempre não são as diárias faltas de
paciência, mas tantos outros, de tanta ordem que não apenas a ordem moral, embora todos com ela
relacionados. Não podemos ficar apenas pelo religioso, porque ter fé em Jesus Cristo é um desafio de
vida nova e mundo novo: não posso ser um bom cristão se me demito das minhas obrigações famili-
ares, profissionais, cívicas, culturais e políticas. O cristão vai à missa e traz a missa para as diferentes
actividades do dia-a-dia; vai à comunhão e traz a comunhão para a vida diária; vai ao sacramento da
reconciliação e traz o propósito firme de emenda para o seu mundo pessoal e reconciliação para os
outros.
Está aqui uma extraordinária forma de fazer penitência: fácil será rezar umas Ave-Marias, difícil
será transformar a nossa vida em palavras, gestos, actos e pensamentos, de acordo com o projecto de
Deus.
Quem é que vai conseguir isso?
Todos nós, dando um passo de cada vez. Só um de cada vez…
Haverá alguém muito mau que não possa ser melhor?
Haverá alguém muito bom que não possa ser melhor?
2.º - Descobre – Descobre as tuas qualidades e os teus defeitos; descobre o amor de Deus em cada
momento; descobre corajosamente os teus pecados; descobre a alegria do perdão de Deus; descobre
a satisfação de ir ao encontro dos outros.
3.º - Dá – Diz-se muitas vezes: Não tenho nada para dar. Mas também se diz que não há ninguém tão
pobre que não tenha nada para dar. Aí está! Dar uma esmola não é dar uma moeda. É dar ajuda,
apoio, compreensão, carinho, amizade, atenção. Começa pelos que estão perto de ti.
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4.º - Crê – Este mundo pode ser melhor se tu quiseres. Vive a tua fé com convicção. Traz Deus para
a tua vida, dá-lhe espaço. Vence as dúvidas. Esclarece os teus gestos de fé. Tu não podes fazer mara-
vilhas, mas para Deus não há nada impossível.
5.ª – Transforma – Dá formas novas à tua linguagem. Dá outros caminhos aos teus pensamentos.
Toma o banho da reconciliação e torna-te um ser humano limpo e digno na tua vida. Empenha-te na
vida cultural, social e religiosa.
6.º - Entrega – A nossa vida gira muito sobre nós próprios e os sobre os “nossos”. Saber olhar para
fora ajuda a criar novas dimensões da nossa vida. Faz algo pelos outros. Entrega a melhor parte da
vida à tua família. Entrega-te a projectos de voluntariado. Jesus deu a sua vida por nós. Faz como
Ele: dá a tua vida pelos outros.
Com estas atitudes e estes valores a tua cruz não vai ser demasiadamente pesada e vai-te permitir
anunciar e gritar VITÓRIA!
No final deste capítulo (para que possa mais facilmente ser destacado/ou fotocopiado) destinado aos
adultos, apresentamos um folheto para te ajudar a melhor fazer o teu exame de consciência e assim,
celebrares melhor o Sacramento da Reconciliação.
2.º - Acredita – A fé é sempre difícil, porque a fé não é certeza daquilo que se vê, mas a certeza
daquilo que está para além do material. Quando dizes “só acredito no que vejo” interroga-te acerca
daquilo que não vês. Realidades como inteligência, vontade, alegria, amor, saudade, sofrimento e
dor, morte, etc. só porque não as vês não existem? Que lugar para os sentimentos, emoções… Porque
razão acreditas nos que te enganam e não acreditas em Deus que nunca engana?
3.º – Reconhece – Aprende a descobrir Deus nos teus caminhos, nos teus encontros e desencontros,
nas horas da dúvida e da certeza. Ajuda os outros a reconhecê-lo pelos seus sinais. A grande desco-
berta de Deus está para além do que se vê.
4.º - Apascenta – Une, aproxima, sê conciliador, sê acolhedor, não cries divisões. Vai à procura dos
que andam perdidos. Não te percas com os que andam perdidos.
5.º - Vai – Não fiques tranquilo contigo próprio. Não digas “eu cá tenho a minha fé”, “ eu não quero
saber dos outros para nada”. Não deixes a tua fé dentro do cofre das igrejas. Leva-a contigo para
onde quer que vás. E fala e passa-a aos outros. Vai em missão. Afirma a tua fé, sem medo nem cobar-
dias.
6.º - Ama – Se amares a Deus verdadeiramente também amarás o teu próximo. Se o teu amor a Deus
for superficial nunca serás capaz de amar a sério. “Quem diz que ama a Deus e odeia o seu irmão é
mentiroso”. Quando será que os outros vão reconhecer os católicos como aqueles que se amam?
Quando se tornará verdadeiro o gesto da paz dado na missa?
7.º - Testemunha – Dá crédito à tua fé. Não sejas testemunha falsa. Nas tuas palavras, nos tribunais,
nas conversas de rua, … que lugar ocupa a verdade? Como falas de Jesus aos outros, tu que és pai ou
mãe, padrinho ou madrinha, catequista ou educador, escritor ou empresário?
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8.º - FIRMA OS TEUS PÉS. AFIRMA A TUA FÉ! … e CAMINHA.
Continua o teu caminho, não desanimes, afirma as tuas convicções, defende os teus ideais e lembra-
te sempre que Cristo venceu a Morte e as mortes e vai dar Vida Nova aos “mortos”.
Anuncia de toda a maneira o Cristo Vivo e mostra com a tua vida que Cristo vive. A força do Espírito
Santo nunca estará ausente. “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos.”
Exame de consciência
Se eu tenho uma dor de dentes, todo o corpo se sente mal.
Da mesma forma:
Se eu faço o bem, toda a gente é beneficiada; se eu faço o mal, toda a
comunidade é prejudicada.
Por isso, o perdão de Deus dá-se através da reconciliação com a Igreja.
O sacerdote é aquele que dá o perdão em nome de Deus, e reconcilia em nome
da Comunidade.
********
Calma e silêncio são aspectos fundamentais.
Confesse os seus pecados e deixe os dos outros para eles.
Seja simples e não conte histórias.
Não passe à frente dos outros, mesmo que sejam crianças:
é pecado contra a justiça.
(Será necessário, para haver respeito, instalar o sistema das etiquetas por ordem de chegada?)
Enquanto espera, dedique o seu tempo à oração e meditação.
A confissão não é um interrogatório feito pelo sacerdote.
Ao tentar enganar o sacerdote (é fácil!), está a enganar-se a si próprio
porque a Deus ninguém engana.
********
Faça o propósito de tentar ser melhor em algum aspecto muito concreto.
OU
MEU DEUS, PORQUE SOIS INFINITAMENTE BOM,
EU VOS AMO DE TODO O MEU CORAÇÃO;
PESA-ME DE VOS TER OFENDIDO, E
COM O AUXÍLIO DA VOSSA DIVINA GRAÇA,
PROPONHO FIRMEMENTE EMENDAR-ME E
NUNCA MAIS VOS TORNAR A OFENDER.
PEÇO E ESPERO O PERDÃO DAS MINHAS CULPAS
PELA VOSSA INFINITA MISERICÓRDIA. ÁMEN!
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Firma
teus Afirma
passos. a tua
fé.
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EU... E EU PRÓPRIO
- Aceito-me como uma pessoa com qualidades e defeitos?
- Respeito a minha dignidade e a dos outros?
- Aceito os outros como eles são, diferentes de mim?
- Assumo que sou chamado a praticar o bem?
- Sinto-me como uma pessoa de consciência e honra?
- Procuro sempre a verdade, ou submeto-a aos meus interesses?
- Vivo da imagem e cultivo as aparências?
- Fundamento as minhas opiniões ou deixo-me levar na enxurrada?
- Estou a realizar a minha felicidade ou apenas a dar mais atenção ao aspecto económico?
- A minha realização pessoal é mais importante do que tudo?
- Uso uma linguagem séria, honesta e limpa?
- Que lugar ocupam as anedotas e os palavrões?
- Sou fiel à minha palavra e levo até ao fim os compromissos assumidos?
- Assumo os estragos, voluntários ou involuntários, causados aos outros?
- Como utilizo o meu tempo? Sou dependente da televisão, dos jogos, ou de coisas inúteis?
- Respeito o meu corpo e a minha saúde, ou estrago-o com excessos de trabalho, ou comendo e
bebendo sem medida, fumando, consumindo droga ou prostituindo-me?
- O sexo é uma obsessão? Como são os meus comportamentos? Alimento pensamentos e desejos
que
não deveria? - Tenho consciência de que o sexo implica o amor?
- No namoro, no casamento ou noutra situação sou honesto e fiel?
- Revistas e filmes pornográficos que lugar ocupam na minha vida?
EU... E A FAMÌLIA
- Ajudo, quero bem e procuro compreender os outros, sem impor a minha opinião?
- Sou uma pessoa preocupada com os problemas da minha família?
- Tenho procurado realizar a felicidade dos outros, ou são eles o “bode expiatório” dos meus
stresses e más disposições?
- Aceito reconhecer que errei e peço desculpa, mesmo que seja aos filhos ou aos pais?
- Preocupo-me com a educação humana, sexual, social e cristã dos filhos? Sou para eles um bom
exemplo de vida?
- Participo nas reuniões da Escola e da Catequese? Porque não?
- Que lugar ocupam, na minha família, os mais idosos?
- A minha relação conjugal é equilibrada e sã? Há “outros amores”?
- Os laços do amor quebram-se por causa do álcool ou com maus tratos?
- Rezo em casal ou em família?
- Gosto do meu lar ou é somente espaço para comer e dormir?
- Ando zangado com alguém da família? É por causa das partilhas? Perdoo mesmo?
- Respeitei sempre, na minha família, o direito à vida?
- Na relação conjugal/sexual sou generoso ou só procuro a minha satisfação, esquecendo o outro?
EU... E O MUNDO
- Sinto que os outros são tão importantes quanto eu? Julgo-me superior a eles?
- Gozo com a ignorância ou simplicidade dos outros?
- Defendo os mais simples ou estou sempre do lado dos poderosos?
- Sigo a verdade e a minha consciência, ou deixo-me levar por clubismos, fanatismos, influências,
compadrios, politiquices ou “cusquices”?
- Prejudiquei os outros: no trabalho, nos bens, em roubos, assaltos, incêndios, falsos testemunhos,
fuga aos impostos? Vivo à custa dos outros, ou exploro o trabalho, a generosidade, etc. de alguém?
- Pertenço ao grupo dos críticos de tudo e de todos, ficando eu de fora?
- Tenho colaborado em actividades ilícitas?
- Procuro realizar um trabalho sério para ter direito a uma remuneração adequada?
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- Estou preocupado com os grandes problemas e necessidades do mundo, sou sensível à partilha
com os mais pobres?
- Colaboro activamente nas associações e organizações a que pertenço?
- Preocupo-me com a perda de valores da nossa sociedade? Que faço para os promover?
- Que lugar ocupa o voluntariado no meu dia-a-dia?
- Tenho consideração e respeito pelas crianças e pelos deficientes? Maus tratos, pedofilia, trabalhos
inadequados?
- Penso mal ou faço juízos precipitados a respeito dos outros?
- Que tenho feito para que haja mais paz e justiça e o mundo se torne melhor?
EU,...DEUS E A IGREJA
- Que lugar ocupa Deus na minha vida? Páro para O escutar, ou vivo apenas preocupado com o êxito,
o poder, o dinheiro, o sexo, o prazer e o bem-estar? Que lugar dou à oração e à escuta da Sua Pala-
vra?
- Deixo-me amar por Deus pondo n’Ele toda a minha confiança?
- Tenho procurado esclarecer e purificar a minha fé? Deixo-me seduzir pela superstição, horósco-
pos,
bruxarias e “outros poderes”?
- O meu Deus é o Deus de sempre ou o Deus da ocasião e do medo?
- Como baptizado, exprimo a minha fé em comunhão com a Igreja?
- Tenho procurado viver a Vida Nova de Jesus Cristo, ou limito-me às “vistorias” obrigatórias?
- Tomo parte activa na Missa dominical, ou sou cliente de “corpo presente”?
- Rezo a pensar só em mim, ou tenho o sentido da oração comunitária?
- Rezo pelas grandes intenções da Igreja?
- Rezo pelos doentes, pela igreja missionária e pelas vocações?
- Vivo em comunhão e paz com os outros? Se ando zangado, continuo a comungar o Corpo de Cristo?
- Sou membro activo da Igreja, ou jogo com um pau de dois bicos?
- Aceito a renovação da Igreja, ou jogo sempre à defesa?
- Assumo a doutrina da Igreja, mesmo quando não me agrada?
- Fora da igreja, procuro ser fiel à minha fé, ou tenho vergonha de me afirmar?
- A minha religião fica guardada na igreja, ou levo-a para o mundo do trabalho, da política, da vida
social,
da escola, para as férias, para as discotecas, para o futebol? ...
- As anedotas a respeito de padres e freiras dão-me gozo ou pena?
- Quando é preciso apresentar opiniões, apareço ou fico em casa, demitindo-me da minha
corresponsabilidade e comunhão de Igreja?
- Contribuo generosamente com bens e serviços para o bem da Comunidade, ou vivo à custa dos
outros?
- Participo da ideia de que os padres dão cabo da fé ao povo, para defender tradições vazias?
- Resisto aos apelos de Deus? Estou a seguir a minha vocação?
- O bem que faço está impregnado de amor ou simplesmente pelo sentido do dever?
- Que é que eu podia ter feito de bem e não fiz?
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DIOCESE DE AVEIRO - 2011