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ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO

 Literatura Pastoril: o Arcadismo é uma festa campestre, representando a descuidada


existência de pastores e pastoras na paz do campo, entre ovelhinhas. Porém, essa literatura
pastoril não surge da vivência direta da natureza, ao contrário do que aconteceria com os artistas
românticos, no século seguinte. Pode-se dizer que uma distância infinita separa os pastores reais
dos "pastores" árcades. E que sua poesia campestre é meramente uma convenção, ou seja, uma
espécie de modismo de época a que todo escritor deve se submeter. Sendo assim, estes campos,
estes pastores e estes rebanhos são artificiais como aqueles cenários de papelão pintado que a
gente vê no teatrinho infantil. Não devemos, pois, cobrar dos árcades realismo do cenário e sim
atentar para os sentimentos e idéias que eles, porventura, expressem.
 Características:
1) BUSCA DA SIMPLICIDADE
 A fórmula básica do Arcadismo pode ser representada assim:
 Verdade = Razão = Simplicidade
 Mas se a simplicidade é a essência do movimento - ao avesso da confusão e do retorcimento
barroco - como pode o artista ter certeza de que sua obra é integralmente simples? A saída está
na imitação (que significa seguir modelos e não copiar), tanto da natureza quanto dos velhos
clássicos.
2) IMITAÇÃO DA NATUREZA
 Ao contrário do Barroco, que é urbano, há no Arcadismo um retorno à ordem natural. Como
na literatura clássica, a natureza adquire um sentido de simplicidade, harmonia e verdade.
Cultua-se o "homem natural", isto é, o homem que "imita" a natureza em sua ordenação, em sua
serenidade, em seu equilíbrio, e condena-se toda ousadia, extravagância, exacerbação das
emoções.
 O bucolismo (integração serena entre o indivíduo e a paisagem física) torna-se um
imperativo social, e os neoclássicos retornam às fontes da antiguidade que definiam a poesia
como cópia da natureza.
3) IMITAÇÃO DOS CLÁSSICOS
 Processa-se um retorno ao universo de referências clássicas, que é proporcional à reação
anti-barroca do movimento. O escritor árcade está preocupado em ser simples, racional,
inteligível. E para atingir esses requisitos exige-se a imitação dos autores consagrados da
Antiguidade, preferencialmente os pastoris.
 O poeta que não seguir os antigos, perderá de todo o caminho, e não poderá jamais alcançar
aquela força, energia e majestade com quem nos retratam o formoso e angélico semblante da
natureza.
4) AUSÊNCIA DE SUBJETIVIDADE
 A constante e obrigatória utilização de imagens clássicas tradicionais acaba sedimentando
uma poesia despersonalizada. O escritor não anda com o próprio eu. Adota uma forma pastoril:
Cláudio Manuel da Costa é Glauceste Satúrnio, Tomás Antônio Gonzaga é Dirceu, Silva
Alvarenga é Alcino Palmireno, Basílio da Gama é Termindo Sipílio. Quando o poeta declara
seu amor à pastora, o faz de uma maneira elegante e discreta, exatamente porque as regras desse
jogo exigem o respeito à etiqueta afetiva. Assim, o seu "amor" pode ser apenas um fingimento,
um artifício de imagens repetitivas e banalizadas.
 Arcadismo em Portugal:
 Início: 1756 – Fundação da Arcádia Lusitana, inspirada na Arcádia Romana de 1690.
 Término: 1825 – Publicação do Poema Camões, de Almeida Garrett, considerado o texto
inicial do Romantismo português.
 O ensino torna-se leigo, ou seja, fora da influência da Igreja.
 A produção literária da época registra pouco interesse pela prosa, em que predominam obras
científicas, históricas e pedagógicas. A poesia é a forma mais cultivada.
Manuel Maria Barbosa Du Bocage
 A obra de Bocage compreende poesia satírica (debochada) e poesia lírica.
 Foi graças à obra satírica que se tornou conhecido.

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 Arcadismo no Brasil:
 Em 1768 inaugura-se o estilo árcade no Brasil com a publicação das Obras poéticas de
Cláudio Manuel da Costa.
 Palavras-Chave:
- Marquês de Pombal: déspota português.
- Corrida do Ouro: Minas Gerais.
- Tropeiros paulistas.
- Vida urbana em Minas Gerais.
- Integração de Nordeste, Sul e Sudeste.
- Literatura cm função social: saraus.
- Expulsão dos Jesuítas.
- Inconfidência Mineira.
 O estilo árcade ficará em moda até a publicação, em 1836, da obra Suspiros poéticos e
saudades, de Gonçalves de Magalhães, que marca o início do Romantismo entre nós.
 Ocorreu em Minas Gerais.
 Juntam-se a isso a influência das idéias liberais européias.
 Inconfidência Mineira: foi uma tentativa de revolta de natureza separatista abortada pêra
Coroa portuguesa em 1789, na então capitania de MG, no Estado do Brasil, contra, entre outros
motivos, a execução da derrama e o domínio Português.
 A busca de uma identidade brasileira para nossa literatura manifesta-se:
- Pelo aproveitamento do indígena como herói literário.
- Pela visão crítica da situação política do país,como ocorre no poema satírico Cartas
Chilenas.
Claudio Manuel da Costa:
 Glauceste Satúrnio foi seu pseudônimo árcade, sendo Nise sua musa-pastora.
 Obras: Obras poéticas (1768) e Vila Rica (1837).
 Poesia Lírica: o sentimento amoroso e a descrição da natureza ocupam lugar de destaque em,
seus poemas.
 Poesia Épica: o poema épico Vila Rica narra a fundação e a história da cidade, exaltando a
aventura dos bandeirantes.
 Cláudio Manuel da Costa é um curioso caso de poeta de transição. Ele reconhece e admira os
princípios estéticos do Arcadismo, aos quais pretende se filiar, mas não consegue vencer as
fortes influências barrocas e camonianas que marcaram a sua juventude intelectual.
Racionalmente um árcade, emotivamente um barroco, conforme ele mesmo confessa no prólogo
de Obras poéticas.
Tomás Antônio Gonzaga:
 Pseudônimo árcade adotado por Gonzaga foi Dirceu. Marília é o pseudônimo que inventou
para Maria Joaquina de Seixas, sua musa, uma jovem de 16 anos por quem se apaixonou e para
quem escreveu suas conhecidas Liras (Liras: composição poética em que se repete, a cada
estrofe, um estribilho. Seu emprego foi muito comum no Arcadismo Brasileiro).
 Poesia Lírica: a obra divide-se em duas partes:
- A primeira contém confidências amorosas, descrições da amada, planos e sonhos de felicidade
conjugal.
- Na segunda parte agrupavam-se os poemas escritos no cárcere, revelando o sofrimento físico e
moral do poeta, lembranças da amada, além de reflexões sobre o destino, a justiça, a glória.
 Poesia Satírica: nas Cartas Chilenas, poemas satíricos que percorreram Vila Rica antes da
Inconfidência, em forma manuscrita e anônima, Tomás Gonzaga o governador de Minas, Luis
da Cunha Meneses, que aparece no texto com o pseudônimo satírico de Fanfarrão Minésio.
 Cartas chilenas
- Sob o pseudônimo de Critilo, Tomás Antônio Gonzaga ironiza nas Cartas chilenas a
prepotência e os desmandos do governador Luís da Cunha Meneses, apelidado no texto de
Fanfarrão Minésio.

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- Ainda há algumas dúvidas a respeito da autoria desta obra satírica, mas todos os indícios
apontam para o autor de Marília de Dirceu. O que já se tornou consenso é o caráter pessoal dos
ataques, não havendo nenhuma insinuação nativista ou desejo de sublevação revolucionária nos
mesmos.
Basílio da Gama:
 Nasceu em Minas Gerais, Estudou em Portugal e viveu na Itália, onde ingressou na Arcádia
Romana. Morreu em Lisboa, em 1795.
 Sua obra mais importante é o poema épico O Uraguai, que narra as lutas entre os índios de
Sete Povos das Missões, no Uruguai, contra o exército espanhol, lá sediado para pôr em prática
o Tratado de Madri, que transferia aos portugueses as missões de Sete Povos e deixava aos
espanhóis a Colônia do Sacramento.
 Poemeto épico: trata de assuntos de importância ainda menor que o do poema épico. Ex.: O
Uraguai.
 Individualismo: glorificação do homem que enfrenta os representantes da civilização
européia.
Frei José de Santa Rita Durão:
 Sua obra mais importante, o poema épico Caramuru.
 Indianismo: glorificação do Índio que se converte à religião do denominador luso e o auxilio
na conquista da terra; e glorificação do homem que enfrenta os representantes da civilização
européia.
Filme Aleijadinho:
 Nome: Antônio Francisco de Lisboa.
 Fazia esculturas (1º foi de um busto de uma mulher para colocar em um chafariz).
 Suas obras eram produzidas em Vila Rica.
 Sua obra foi aceita para ser feita na Catedral de São Francisco (1º catedral).
 Interessa-se pelo Rococó (suavização e aligeiramento do Barroco – arte mais rica) e deixa o
barroco.
 Seus dedos se atrofiam por uma doença generalizada que quase o impede de esculpir. Mas os
instrumentos eram-lhe amarrados em suas mãos pra esculpir. As suas obras mais importantes
foram feitas após essa doença.
 Características das obras:
* Posicionamentos dos pés em ângulo próximo do reto;
* Panejamentos com dobras agudas;
* Proporções quadrangulares das mãos e unhas, com o polegar recuado e
alongado e indicador e mínimo afastados, anular e médio unidos de igual
comprimento; nas figuras femininas os dedos se afunilam e ondulam, elevando- se em
seus terços médios;
* Queixo dividido por uma cova;
* Boca entreaberta e lábios pouco carnudos, mas bem desenhados;
* Nariz afilado e proeminente, narinas profundas e marcadas;
* Olhos rasgados de formato amendoado, com lacrimais acentuados e pupilas planas;
arcadas superciliares alteadas e unidas em "V" na altura do nariz;
* Bigodes nascendo das narinas, afastados dos lábios e fundidos com a barba; esta é
recuada na face e se apresenta bipartida em dois rolos;
* Braços curtos, um tanto rígidos, especialmente nos relevos;
* Cabelos estilizados, modelados como rolos sinuosos e estriados, terminados em
volutas e com duas mechas sobre a testa;
* Expressividade acentuada, olhar penetrante.

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