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Cerca electrónica para gado

Uma barreira electrónica capaz de efectuar descargas com uma tensão superior a um mi
lhar de volts
Figura 1 - Esquema do circuito gerador de alta tensão

Este dispositivo foi concebido de modo a prestar úteis serviços aos criadores de gad
o. Trata-se de uma solução mais
económica do que uma cerca tradicional, para manter o gado dentro de uma determin
ada área.
O dispositivo gera uma tensão superior a 1000 V, que se aplica a um fio condutor i
solado da terra, o qual se instala
ao longo da periferia da pastagem ou do recinto onde se pretender manter os anim
ais.
O aparelho não é de funcionamento contínuo, apenas produzindo um impulso de alta tensão
aproximadamente cinco em
cinco segundos. Quando um animal entra em contacto com o condutor, recebe uma de
scarga de notável intensidade,
mas de duração muito breve. Esta descarga não é perigosa mas é o suficiente para convencer
o animal a que se afaste.
Ao fim de pouco tempo, cria-se nos animais um reflexo condicionado que os mantém à d
istância do fio e não tentam
sair do recinto onde estão confinados. Como a alta tensão produzida pelo aparelho não é
perigosa, pode utilizar-se
para outras aplicações, como por exemplo, em sistemas anti-roubo, para criar uma bar
reira protectora em torno de
um local, de um quadro valioso, ou de qualquer objecto que possa despertar a cob
iça de algum ladrão, e faze-lo
desistir das suas intenções.
As aplicações deste dispositivo podem ser muitas e variadas. Cada leitor poderá utilizá-
lo de acordo com a sua
necessidade específica ou a sua imaginação.

Descrição do circuito
O esquema completo do gerador de alta tensão está representado na figura 1. O circui
to é alimentado com quatro
pilhas de 4,5V ligadas em série. Mesmo que o aparelho funcione 24 horas por dia,
esta alimentação proporciona
uma autonomia satisfatória.
É evidente que as pilhas se utilizarão em locais onde não se disponha de uma tomada da
rede, como acontece nas
pastagens. No caso de o aparelho se instalar numa casa, poderá usar-se uma alimen
tação de ca/cc que forneça uma
tensão contínua de 18 V.
Neste caso, e por razões de segurança, será imprescindível que o alimentador tenha um tr
ansformador da rede com
um bom isolamento entre o primário e o secundário.
O transístor TR1 é um gerador de corrente constante que carrega o condensador electr
olítico C1. Normalmente,
TR3 está ao corte, porque à sua base é aplicada uma tensão de 12 V e, inicialmente, a te
nsão do seu emissor
é mais baixa. No entanto, à medida que C1 se vai carregando, a tensão no emissor de TR
1 também aumenta e,
quando atinge o valor de 12,7V (13,4 nos terminais de C1), o transístor torna-se i
mediatamente condutor.
Produz-se assim um impulso que se aplica à porta do thyristor SCR1, que entra em c
ondução e descarrega o
condensador C1 através do enrolamento primário do transformador T1.
A amplitude do impulso que se obtém no secundário depende da relação de transformação do tr
nsformador
adoptado. No protótipo foi utilizado um transformador de alimentação normal, com um pr
imário de 220 V e
um secundário de 2,5 V, isto é, com uma relação de transformação de 88.
Como a tensão nos terminais de C1 é de 13,4 V, é muito simples calcular a tensão do pico
que se obtém na
saída, ou seja, a existente no fio da barreira. Na prática, a tensão do impulso obtid
o é da ordem de 1100V.
Não é recomendável usar uma relação de transformação maior porque, num transformador normal
deriam
produzir-se curtocircuitos internos. Para gerar tensões de saída mais elevadas seria
necessário usar um
transformador de fabrico especial que tivesse um alto grau de isolamento entre
os seus enrolamentos.
No entanto, a tensão de 1100 V é mais do que suficiente para a finalidade pretendida
ao projectar o aparelho.
O circuito constituído por C1 e TR1 tem a missão de fazer com que TR1 fique ao cort
e para interromper a
corrente de saída quando SCR1 entrar em condução.
Deste modo, o condensador C1 pode descarregar-se completamente e SCR1 pode inter
romper-se. Recorde-se que
os thyristores, uma vez escorvados, não deixam de conduzir até que a tensão entre o cáto
do e o ânodo se anule.
Uma vez interrompido SCR1, o condensador C1 começa a carregar-se de novo e o ciclo
repete-se. Com os valores
dos componentes indicados na lista, obtém-se um impulso de cinco em cinco segundos
. O diodo LED DL1 serve para
indicar que o aparelho está a funcionar.

Montagem

Figura 2 - Circuito impresso e implementação dos componentes

A maior parte dos componentes do gerador de alta tensão são montados na pequena plac
a do circuito impresso
representada na figura 2 e de acordo com o esquema prático da figura 3. Como se p
ode ver, a montagem do
circuito é muito simples, e bastará prestar atenção ao sentido da montagem dos componen
tes polarizados.
Na figura 4 constam os detalhes das ligações dos componentes exteriores à placa. Estas
ligações são
realizadas por intermédio de pernos fixados na placa, com fios de ligação flexíveis e is
olados.
É preferível que a caixa seja de plástico e que se possa fechar hermeticamente para qu
e o circuito não seja
afectado pelas condições ambientais se se for instalá-la ao ar livre. No caso de se u
sar uma caixa metálica,
deverá prever-se uma ligação entre esta e o terminal de massa de alta tensão que se lig
ará à terra no local
da instalação.
Portanto, e para uma fácil identificação, é recomendável usar um terminal preto para a lig
ação de massa,
e vermelho para a ligação ao fio da cerca.
No painel frontal da caixa efectuam-se os furos necessários para montar os termina
is de saída de alta tensão
(com o perno vermelho muito bem isolado se a caixa for metálica), o interruptor d
e alimentação e o diodo LED
de sinalização.
Se o aparelho for previsto para o funcionamento a partir de uma alimentação da rede,
monta-se no painel
posterior a fêmea correspondente à ficha de saída do alimentador utilizado.

Figura 3 - Ligação dos componentes exteriores à placa de circuito impresso

Figura 4 - Pormenores da instalação do gerador


de alta tensão usado como cerca electrónica

Entrada em funcionamento e comprovação


Comprovar o funcionamento do circuito, em vez do enrolamento primário do transform
ador T1, montar uma resistência
de 10? e, em paralelo com ela, um diodo LED em série com uma resistência de cerca d
e 100?.
Ao pôr o dispositivo em funcionamento, e se tudo funcionar correctamente, o diodo
LED deverá produzir um clarão
cada 5 segundos, isto é, com uma frequência de 0,2 Hz.
Uma vez efectuado com êxito este ensaio, ligar o primário de T1 e, com o aparelho a
funcionar, aproximar
lentamente os extremos desnudados de dois fios de ligação isolados ligados à saída de a
lta tensão, mas sem
que se toquem. Quando a distância entre ambos extremos for da ordem de 1 mm, deverá
saltar uma faísca.

Instalação
Para a instalação no local pretendido, segue-se a disposição representada na figura 5. U
m dos terminais da
alta tensão é ligado a uma tomada de terra, enquanto que o outro, por intermédio de um
fio condutor de elevado
isolamento, será ligado ao fio instalado ao longo do perímetro do campo que se dese
ja proteger. Este último terá
de ficar totalmente isolado do solo, por intermédio de isoladores de plástico. É possív
el suportar o fio
directamente com estacas de madeira, mas essa prática não é aconselhável porque, em cas
o de chuva, a madeira
proporcionaria um isolamento muito deficiente.

Lista de material
Resistências 1/2W ±5%
* R1, R6, R7 = 1KO
* R2 = 4,7KO
* R3 = 100KO
* R4 = 33O
* R5 = 3,3KO

Condensadores
* C1 = 1000µF 25V
* C2 = 1µF poliéster

Semicondutores
* TR1 = BD136
* TR2 = BD137
* TR3 = BC327
* SCR1 = CR106
* D1 = 1N4148
* DL1 = LED vermelho
* DZ1 = zener 12V 0.5W

Diversos
* T1 = 230V 2,5V 0,1W
* S1 = Interruptor de alavanca

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