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Colonização da América

Na noite de 3 de agosto de 1492, Colombo partiu de Palos de la Frontera, com três navios: uma nau
maior, Santa María, apelidada Gallega, e duas caravelas menores, Pinta e Santa Clara, apelidada de
Niña. A Coroa para financiar a empreitada forçou os habitantes de Palos a contribuir para a
expedição. Colombo navegou inicialmente para as ilhas Canárias, que eram propriedade da Castela,
onde reabasteceu as provisões e fez reparos. Em 6 de setembro, partiu de San Sebastián de la
Gomera para o que acabou por ser uma viagem de cinco semanas através do oceano.
A terra foi avistada às duas horas da manhã de 12 de outubro de 1492, por um marinheiro chamado
Rodrigo de Triana, a bordo de Pinta. Colombo chamou a ilha de San Salvador, enquanto os nativos
a chamavam Guanahani. Os povos que ali encontrou, os lucaians, taínos ou aruaques, eram
pacíficos e amigáveis. Já em 12 de outubro de 1492 , Colombo escreveu sobre eles em seu diario:
"Muitos dos homens que já vi têm cicatrizes em seus corpos, e quando eu fazia sinais para eles para
descobrir como isso aconteceu, eles indicavam que pessoas de outras ilhas vizinhas chegavam a San
Salvador para capturá-los e eles se defendiam o melhor possível. Acredito que as pessoas do
continente vêm aqui para tomá-los como escravos. Devem servir como ajudantes bons e
qualificados, pois eles repetem muito rapidamente o que lhes dizemos. Acho que eles podem muito
facilmente ser cristãos, porque eles parecem não ter nenhuma religião. Se for do agrado de nosso
Senhor, vou tomar seis deles de Suas Altezas quando eu partir, para que possam aprender a nossa
língua."
Mais tarde, os conhecimentos acerca dos seus acidentes geográficos, clima e população
demonstraram a extrema diversidade do continente. A evolução das sociedades americanas viria a
destacar e aprofundar as suas diferenças, apesar das semelhanças dos seus processos históricos.
Um dos fatores de diferenciação é a diversidade étnica e cultural das sociedades americanas.
Trezentos anos de colonização desencadearam um processo migratório que se prolonga até nossos
dias. Às comunidades indígenas, em si tão diversas em termos de desenvolvimento cultural, vieram
juntar-se os colonizadores brancos e a grande massa de negros africanos trazidos à força como
escravos. Esse processo contribuiu desigualmente para a formação dos perfis das sociedades
nacionais.
Brancos, negros e índios distribuem-se desproporcionalmente de uma região para outra, tanto que se
pode falar de uma América branca (a anglo-saxônica e os países do Prata), uma América índia (os
países andinos), uma América hispano-índia (as áreas centro-americanas e o Paraguai) e uma
América negra (parte das Antilhas), sem esquecer os países de mestiçagem multirracial, como o
Brasil.
Além de línguas diferentes, os grupos populacionais que vieram para a América trouxeram outros
elementos culturais de suas áreas de origem, o que explica a variedade de costumes, tradições e
culturas populares do continente.
Mas o fator principal de diferenciação das sociedades americanas é, sem dúvida, o desenvolvimento
econômico desigual, apesar de grande parte do passado colonial comum. O Período Colonial não
marcou tão profundamente as áreas de colonização de povoamento como o fez com as de
colonização de exploração. Mesmo nestas últimas, havia sensíveis diferenças entre as regiões de
plantations escravistas e as de encomiendas, o que explica em parte a evolução distinta do
campesinato na América contemporânea.

A colonização espanhola

A viagem de Colombo América em 1492 trouxe à Espanha perspectivas de enriquecimento, pois


acreditava o navegador ter encontrado um novo caminho para as Índias. Mesmo nas expedições
subsequentes, desde o ano seguinte, Colombo manteve a mesma crença e conforme procurava as
riquezas orientais fundou vilas e povoados, iniciando a ocupação da América.
Na Espanha suspeitava-se que as terras descobertas por Colombo fossem um obstáculo entre a
Europa e as terras do oriente, e essa suspeita confirmou-se com a descoberta de Vasco Nunez
Balboa, que chegou ao Pacífico, atravessando por terra a América Central. Até a década de 20 os
espanhóis ainda procuravam uma nova rota par as Índias, modificando essa política a partir das
descobertas de Cortez no México.

A estrututa política metropolitana

O processo de exploração da América colonial foi marcado pela pequena participação da Coroa,
devido a preocupação espanhola com os problemas europeus, fazendo com que a conquista fosse
comandada pela iniciativa particular, mediante o sistema de capitulações.
As capitulações eram contratos em que a Coroa concedia permissão para explorar, conquistar e
povoar terras, fixando direitos e deveres recíprocos. Surgiram assim os adelantados, responsáveis
pela colonização e que acabaram representando o poder de fato nas terras colonias, como Cortez e
Pizarro que, apesar de incorporarem ao domínio espanhol grandes quantidades de terra, não
conseguiram implementar um sistema eficiente de exploração, normalmente pela existência de
disputas entre aqueles que participavam do empreendimento. Por isso, à medida que se revelavam
as riquezas do Novo Mundo, a Coroa foi centralizando o processo de colonização, anulando as
concessões feitas aos particulares.
O primeiro orgão estatal foi a Casa de Contratação, criada em 1503 e sediada em Sevilha, era
responsável pelo controle de todo o comércio realizado com as colônias da América e foi
responsável pelo estabelecimento do regime de Porto Único. Apenas um porto na metrópole, a
princípio Sevilha, poderia realizar o comércio com as colônias, enquanto na América destacou-se o
porto de Havana, com permissão para o comércio metropolitano e anos depois os portos de Vera
Cruz, Porto Belo e Cartagena. Desenvolveu ainda o sistema de frotas anuais (duas); desde 1526
havia a proibição de navegarem os barcos isoladamente.
O Conselho das Índias foi criado em 1524, por Carlos V, e a ele cabia as decisões políticas em
relação às colônias, nomeando Vice-reis e Capitaes gerais, autoridades militares, e judicias.
Foram criados ainda os cargos de Juízes de Residência e de Visitador. O Primeiro, responsável por
apurar irregularidades na gestão de algum funcionário da metrópole na colônia; o segundo,
responsável por fiscalizar um orgão metropolitano ou mesmo um Vice reino, normalmente para
apurar abusos cometidos.

A estrutura

POLÍTICA COLONIAL

Nas colônias o poder dos adelantados foi eliminado com a formação dos Vice-Reinos e
posteriormente dos Capitães gerais.
O território colonial foi dividido em quatro Vice-Reinos -- Nova Espanha, Peru, Rio da Prata, e
Nova Granada -- e posteriormente foi redividido, surgindo as Capitanias Gerais, áreas consideradas
estratégicas ou não colonizadas. Os Vice-Reis eram nomeados pelo Conselho das Índias e possuíam
amplos poderes, apesar de estarem sujeitos à fiscalização das Audiências.
As Audiências eram formadas pelos ouvidores e possuíam a função judiciária na América. Com o
tempo passaram a ter funções administrativas.
Os Cabildos ou ayuntamientos eram equivalentes às câmaras municipais, eram formadas por
elementos da elite colonial, subordinados as leis da Espanha, mas com autonomia para promover a
adminisrtração local, municipal.

ECONOMIA E SOCIEDADE NA AMÉRICA ESPANHOLA

A ocupação e exploração da América foi um desdobramento da expansão marítimo-comercial


européia e elemento fundamental para o desenvolvimento do capitalismo. A colonização promovida
pelos espanhóis deve ser entendida a partir da lógica mercantilista, baseada portanto no Exclusivo
metropolitano, ou seja, no monopólio da metrópole sobre suas colônias.
A organização econômica
A exploração mineradora foi a atividade econômica mais importante na América Espanhola, na
verdade foi a responsável pela colonização efetiva das terras de Espanha, apesar de já haver
ocupação anterior, no Caribe e América Central. O ouro na região do México e a prata na região do
Peru, foram responsáveis pelo desenvolvimento de uma clara política de exploração por parte da
metrópole, que passou a exercer um controle mais rígido sobre seus domínios.
A mineração tornou-se responsável pelo desenvolvimento de atividades secundárias,
complementares, diversificando a produção nas regiões vizinhas, responsáveis pelo abastecimento
das minas, com produtos agrícolas - batata, milho, tabaco e cana de açúcar - sendo que os dois
últimos destinavam-se à exportação; desenvolveram também a atividade criatória, fornecendo
mulas e cavalos para as minas. Mais tarde a pecuária se desenvolveu na região sul, fornecendo
couro e charque à metrópole.
A produção artesanal indígena foi permitida, porém passou a ser controlada pela burocracia
espanhola na colônia. Esse "sistema de obrajes" representava, na prática, uma forma de explorar a
mão de obra indígena, forçado a trabalhar por seis meses, durante os quais recebia um pequeno
pagamento.

A exploração do trabalho indígena


A exploração do trabalho indígena constituiu-se na base da exploração da América, e utilizou-se de
duas formas diferentes: a encomienda e a mita. É importante lembrar-mos que o colonialismo e o
escravismo foram características da política econômica mercantilista.
A encomienda foi um sistema criado pelos espanhóis, e consistia na exploração de um grupo ou
comunidade de indígenas por um colono, a partir da concessão das autoridades locais, enquanto o
colono vivesse. Em troca, o colono deveria pagar um tributo à metrópole e promover a
cristianização dos indígenas. Dessa forma o colono de origem espanhola era duplamente favorecido,
na medida em que utilizava-se da mão de obra e ao mesmo tempo, impunha sua religião, moral e
costumes aos nativos.
A mita era uma instituição de origem inca, utilizada por essa civilização quando da formação de seu
império, antes da chegada dos europeus. Consistia na exploração das comunidades dominadas,
utilizando uma parte de seus homens no trabalho nas minas.
Os homens eram sorteados, e em geral trabalhavam quatro meses, recebendo um pagamento.
Cumprido o prazo, deveriam retornar à comunidade, que por sua vez deveria enviar um novo grupo
de homens.
Apesar de diferente da escravidão negra adotada no Brasil, a exploração do trabalho indígena
também é tratada por muitos historiadores como escravismo. Porém o termo predominante nos
livros de história é Trabalho Compulsório.
A ação colonizadora espanhola foi responsável pela destruição e desestruturação das comunidades
indígenas, quer pela força das armas contra aqueles que defendiam seu território, quer pela
exploração sistemática do trabalho, ou ainda através do processo de aculturação, promovido pelo
próprio sistema de exploração e pela ação catequética dos missionários católicos.
É importante destacar o papel dos religiosos no processo de colonização, tratados muitas vezes
como defensores dos indígenas, tiveram uma participação diferenciada na conquista. Um dos mais
célebres religiosos do período colonial foi Frei Bartolomeu de Las Casas que, em várias
oportunidades, denunciou as atrocidades cometidas pelos colonos; escreveu importantes
documentos sobre a exploração, tortura e assassinato de grupos indígenas. Muitas vezes, a partir
desses relatos a Coroa interferiu na colônia e destituiu governantes e altos funcionários. No entanto,
vale lembrar o poder e influência que a Igreja possuía na Espanha, e o interesse do rei (Carlos V)em
manter-se aliado à ela, numa época de consolidação do absolutismo na Espanha, mas de avanço do
protestantismo no Sacro Império e nos Países Baixos. Ao mesmo tempo, a Igreja na colônia foi
responsável pela imposição de uma nova religião, consequentemente uma nova moral e novos
costumes, desenraizando os indígenas.

Estratificação Social
A sociedade colonial era rigidamente estratificada, privilegiando a elite de nascimento, homens
brancos, nascidos na Espanha ou América:
Chapetones - eram os homens brancos, nascidos na Espanha e que vivendo na colônia
representavam os interesses metropolitanos, ocupando altos cargos administrativos, judiciais,
militares e no comércio externo.
Criollos - Elite colonial, descendentes de espanhóis, nascidos na América, grandes proprietários
rurais ou arrendatários de minas, podiam ocupar cargos administrativos ou militares inferiores.
Mestiços - , de brancos com índios, eram homens livres, trabalhadores braçais desqualificados e
superexplorados na cidade (oficinas) e no campo ( capatazes).
Escravos negros - nas Antilhas representavam a maioria da sociedade e trabalhavam principalmente
na agricultura.
Indígenas - grande maioria da população, foram submetidos ao trabalho forçado através da mita ou
da encomienda, que na prática eram formas diferenciadas de escravidão, apesar da proibição oficial
desta pela metrópole.
A colonização inglesa na América do Norte

A Inglaterra iniciou seu processo de expansão marítima no final do século XV, após a Guerra das
Duas Rosas, com a ascensão da Dinastia Tudor, que deu início a formação do absolutismo e
desenvolveu uma política mercantilista. No entanto, as expedições que a princípio pretendiam
encontrar uma passagem para o Oriente, não tiveram resultados efetivos, seja pelos conflitos com a
Espanha, ou com os povos indígenas na América do Norte.

A Inglaterra

No século XVII a Inglaterra vivia uma conjuntura favorável à colonização. O comércio havia dado
origem a uma burguesia enriquecida e dotado o país de uma grande frota, pois no século anterior,
principalmente do reinado de Elizabeth I, o mercantilismo havia se imposto, utilizando-se inclusive
das atividades dos corsários; a Espanha, em decadência, não tinha condições de manter os territórios
que julgava seus pelo Tratado de Tordesilhas. Do ponto de vista social, havia nas cidades inglesas
uma grande massa de homens pobres, resultado do êxodo rural, provocado pelos "cercamentos" e
outra camada de origem burguesa, porém que sofria com as perseguições religiosas. Parte desses
dois grupos migraram para as colônias da América do Norte.

A Empresa Colonizadora

O início da colonização da América do norte pelos ingleses deu-se a partir da concessão real a duas
empresas privadas: A Companhia de Londres, que passou a monopolizar a colonização das regiões
mais ao norte, e a Companhia de Plymonth, que recebeu o monopólio dos territórios mais ao sul.
Dessa maneira dizemos que a colonização foi realizada a partir da atuação da "iniciativa privada".
Porém subordinadas as leis do Estado.
A primeira colônia inglesa foi a Virgínia, que nasceu a partir da fundação da cidade de Jamestown,
mas a efetiva ocupação e desenvolvimento da região levaria algumas décadas, ao longo das quais
foram estabelecidas outras colônias na região sul: Maryland (colônia católica, em 1632) Carolina
Do Norte e Carolina do Sul (1663) e Geórgia (1733). Nessas colônias desenvolveu-se a estrutura
tradicional de produção, caracterizada pelo latifúndio monocultor, voltado para a exportação
segundo os interesses da metrópole, utilizando o trabalho escravo africano.
As Colônias do Norte têm sua origem na fundação da cidade de New Plymonth ( Massachussets)
em 1620, pelos "peregrinos do mayflower", puritanos que fugiam da Inglaterra devido as
perseguições religiosas e que estabeleceram um pacto, segundo o qual o governo e as leis seguiriam
a vontade da maioria. A partir de NewPlymonth novos núcleos foram surgindo, vinculados a
atividade pesqueira, ao cultivo em pequenas propriedades e ao comércio. No entanto a intoler6ancia
religiosa determinou a migração para outras regiões e assim novas colônias foram fundadas: Rhode
Island e Connecticut (1636) e New Hampshire (1638). Nessa região, denominada genericamente de
"Nova Inglaterra" as colônias prosperaram principalmente devido ao comércio. Do ponto de vista
da produção, a economia caracterizou-se pelo predomínio da pequena propriedade policultora,
voltada aos interesses dos próprios colonos, utilizando-se o trabalho livre, assalariado ou a servidão
temporária.
As Colônias do Centro foram as últimas a surgirem, após a Restauração da Monarquia inglesa em
1660. A ocupação daregião ocorreu principalmente por refugiados religiosos e foi onde
opensamento liberal rapidamente enraizou-se, tanto do ponto de vista político como religioso. Nova
Iorque, Pensilvânia, Nova Jérsei e Delaware desenvolveram tanto a agricultura em pequenas
propriedades como a criação de animais, com uma produção diversificada e estrutura semelhante à
da Nova Inglaterra.

A Organização Política

As 13 colônias eram completamente independentes entre si, estando cada uma delas subordinada
diretamente à metrópole. Porém como a colonização ocorreu a partir da iniciativa privada,
desenvolveu-se um elevado grau de autonomia político-administrativa, caracterizada principalmente
pela idéia do auto-governo.
Cada colônia possuía um governador, nomeado, e que representava os interesses da metrópole,
porém existia ainda um Conselho, formado pelos homens mais ricos que assessorava o governador
e uma Assembléia Legislativa eleita, variando o critério de participação em cada colônia,
responsável pela elaboração das leis locais e pela definição dos impostos.
Apesar dos governadores representarem os interesses da metrópole, a organização colonial tendeu a
aumentar constantemente sua influência, reforçando a idéia de "direitos próprios".

O Desenvolvimento Econômico

As características climáticas contribuíram para a definição do modelo econômico de cada região, o


clima tropical no sul e temperado no centro-norte. no entanto foi determinante o tipo de sociedade e
de interesses existentes. Na região centro norte a colonização foi efetuada por um grupo
caracterizado por homens que pretendiam permanecer na colônia (ideal de fixação), sendo alguns
burgueses com capitais para investir, outros trabalhadores braçais, livres, caracterizando elementos
do modelo capitalista, onde havia a preocupação do sustento da própria colônia, uma vez que havia
grande dificuldade em comprar os produtos provenientes da Inglaterra.
A agricultura intensiva, a criação de gado e o comércio de peles, madeira, e peixe salgado, foram as
principais atividades econômicas, sendo que desenvolveu-se ainda uma incipiente indústria de
utensílios agrícolas e de armas. Em várias cidades litorâneas o comércio externo se desenvolveu,
integrando-se às Antilhas, onde era obtido o rum, trocado posteriormente na África por escravos,
que por sua vez eram vendidos nas colônias do sul: Assim nasceu o "Comércio Triangular",
responsável pela formação de uma burguesia colonial e pela acumulação capitalista.

Os Franceses na América

O atraso francês no processo de colonização da América é justificado pelas disputas políticas


internas, que retardaram a formação do Estado Absolutista e portanto dificultaram o
desenvolvimento capitalista do país. Essas disputas envolveram principalmente os interesses da
nobreza e do alto clero, controladores da burocracia do Estado e, de outro lado, os interesses de
novos grupos mercantis que passaram a defender a teoria calvinista e tinham interesse em se opor a
facção real e ficaram conhecidas como "Guerras de Religião". Mesmo durante esse período de
formação do Estado nacional, foram realizadas expedições e a França, no reinado de Francisco I,
com o veneziano Verrazano e posteriormente com Jacques Cartier, que abordou as terras ao norte da
América, região denominada Canadá e posteriormente na Flórida, de onde foram expulsos pelos
espanhóis. Foi no Canadá que se desenvolveriam os primeiros núcleos de colonização francesa na
América, num processo lento, devido às dificuldades internas do país e as adversidades naturais da
região

A CENTRALIZAÇÃO POLÍTICA
O início da Dinastia Bourbon, com o reinado de Henrique IV, possibilitou maior centralização
política, em um processo de formação do absolutismo, tendo na política mercantilista sua base
econômica. O Estado concedeu o monopólio de colonização e de comércio à empresas privadas,
responsáveis pela instalação dos primeiros núcleos de colonização efetiva, destacando-se Quebec,
as margens do Rio São Lourenço. Porém durante as décadas seguintes o interesse no comercio de
peles com os indígenas suplantou a política de colonização.
Durante o governo do Cardeal Richelieu, a colonização do Canadá foi estimulada, apesar da
participação da França na Guerra dos 30 anos, contra os Habsburgos. Richelieu incentivou a
formação da Companhia da Nova França, que recebeu o monopólio do comércio de peles, isenção
de impostos, tendo a obrigação de transportar colonos católicos para a região e estimular a
catequese.Os principais problemas enfrentados foram as guerras envolvendo tribos indígenas rivais,
e as tentativas dos jesuítas em isolar os indígenas em missões, interferindo no comércio
Durante o reinado de Luis XIV, a colonização ganhou grande impulso, a partir da política
desenvolvida pelo ministro Colbert: O Canadá foi transformado em colônia real, submetida ao
poder de Estado, e seria responsável por gerar lucros para a metrópole. Diversa medidas foram
tomadas para aumentar a ocupação da região, que manteve-se porém pequena, dispersa, ligada
principalmente ao comércio de peles.

A Colonização nas Antilhas

A região das Antilhas, ocupadas pelos espanhóis, foram alvo de ataque pirata dos franceses desde
1521, quando Giovanni Verrazanno, a serviço da França, roubou uma embarcação proveniente do
México. Varias outras ações de pirataria foram realizadas, assim como de comércio em algumas das
ilhas do Caribe, no entanto, ao longo do século XVI, a situação de crise interna na França não
permitiu um processo que se preocupasse efetivamente com a colonização.
Foi apenas durante o governo do cardeal Richelieu - regente de Luís XIII - que efetivou a
colonização, comandada pela Companhia de São Cristóvão, empresa privada que havia obtido a
concessão do Estado e que se utilizou de homens marginalizados no país como força de trabalho,
num regime de "servidão branca". Esse homens eram chamados de "engajados" e, em troca da
passagem, se comprometiam a trabalhar na colônia por três anos. A ação de piratas em Ilhas
abandonadas pela Espanha também contribuiu para a ocupação da região, principalmente das Ilhas
de Guadalupe, santa Lucia e Tobago. O couro de animais, a mandioca e o tabaco foram os primeiros
produtos que os franceses exploraram na região. Ao mesmo tempo em que a exploração de metais
preciosos diminuía nas terras espanholas, desenvolveu-se a produção canivieira na Antilhas, abrindo
espaço para o desenvolvimento de colônias de exploração.
A exploração efetiva deu-se no reinado de Luís XIV, com a política mercantilista adotada pelo
ministro Colbert, quando as colônias antilhanas ficaram diretamente subordinadas a Coroa, que
nomeavam um Governador Geral e um Intendente, exploradas, no entanto, com exclusividade, pela
Companhia das Índias Ocidentais, que era ainda responsável pelo tráfico de escravos, trazidos da
costa do Senegal. Neste momento o trabalho dos engajados foi substituído pela escravidão africana,
em modelo já adotado por ingleses e portugueses. As leis e a burocracia se tornaram complexas
entre os século XVII e XVIII, consagrando o Pacto Colonial sobre as Ilhas.
A Ilha de Hispaniola foi dividida entre franceses e espanhóis em 1697. O Haiti, na parte ocidental.
No século XVIII as guerras européias fizeram com que a França perdesse grande parte de suas
colônias, sendo que, nas Antilhas, permaneceu com o Haiti, Guadalupe e Martinica.

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