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de aprendizagem

NÚMERO 6

FALANDO COM EFICIÊNCIA


E DESENVOLTURA

2002
FALANDO COM EFICIÊNCIA E DESENVOLTURA

Há um momento dos trabalhos e atividades escolares que, via de


regra, provoca pânico em um grande número de pessoas: o de apresentar a
aula, o trabalho, o relatório, o seminário, etc.
Muitos desconhecem certos truques utilizados pelas pessoas que
têm o hábito de falar em público, que servem para ajudá-las a tornarem-se
eficientes na transmissão de suas mensagens. Familiarizá-lo com tais truques
é o objetivo deste Folhetim de Aprendizagem.

1. ATENÇÃO PARA A PRONÚNCIA (DICÇÃO)


O capricho na pronúncia correta das palavras nos parece constituir-
se no principal cuidado a ser observado por quem deseja expressar-se bem
em público.
A linguagem coloquial, a fala do dia-a-dia, nos leva a descuidos com
a pronúncia e omitir, quase sempre, um bom número de letras que a compõem.
Raciocinamos mais rápido do que conseguimos falar e não damos conta disso
quando estamos nos dirigindo a grupos de pessoas não acostumadas com
nossa pronúncia.
Falar com força é o segredo para uma boa dicção. Falar com força
não quer dizer falar alto, mas pronunciar todas as letras que compõem as
sílabas e, por conseguinte, palavras.
Exercite sua fala com leituras em voz alta, em ritmo mais lento. Não
tenha pressa; não se preocupe com a velocidade. Aumente o ritmo de forma
gradativa, simultaneamente à aquisição do hábito de falar para várias
pessoas. Utilize, para isso, da melhor maneira possível, todos os órgãos que
envolvem a fala (lábios, mandíbula, língua, garganta, tórax, abdome).

2. DIRECIONE O OLHAR PARA TODOS


Falar sem olhar nos olhos do interlocutor é triste... e feio. Acostume-
se a falar olhando para as pessoas (olhos nos olhos...).
No começo é preferível correr os olhos de lado a lado para o fundo da
sala ou auditório em que você estiver falando, a ficar olhando fixamente para o
chão ou para o teto, que transmite, entre outras, a idéia de insegurança.
Ninguém dá a devida atenção a um orador inseguro.
Procure falar encarando seus ouvintes de maneira tranqüila. Não é
necessário identificar cada um dos presentes, mas aconselha-se que todos os
participantes da atividade sejam contemplados com um olhar que pode
significar a importância que se dá a quem ouve com atenção.
O olhar deve ser firme e incisivo para transmitir confiança e nunca
agressivo, tipo olhar que obriga o ouvinte a aceitar imediatamente suas idéias.

3. ROTEIRO DA APRESENTAÇÃO
Nunca dispense um bom roteiro para suas apresentações. É muito
comum uma falha no raciocínio (dar um branco) e, com um bom roteiro, evitam-
se problemas maiores.
O roteiro deve conter as idéias principais de sua apresentação, sem
frases completas que poderiam, de certa forma, obrigá-lo a deixar de falar e
passar a ler a mensagem.
Utilize canetas ou lápis coloridos para destacar suas idéias no roteiro.
Traços grossos ajudam bastante a chamar a atenção do orador para aspectos
indispensáveis a ser destacados.
O material visual utilizado em projeções quando necessários pode e
deve, perfeitamente, servir de roteiro para apresentações.

4. VOCABULÁRIO EFICIENTE
Utilize vocabulário adequado à média cultural de seu público. Este é
um aspecto fundamental para quem pretende falar com eficiência.
Procure abolir de sua prática de falar, as gírias, regionalismos e,
sobretudo, o péssimo hábito de dizer palavras chulas e também de baixo calão.
Palavrões não enriquecem o discurso e muitas pessoas sentem-se
desconfortáveis ao ter que ouví-los em qualquer circunstância. Não
comprometa toda sua fala por palavras que, no máximo podem ser engraçadas
e destinadas a descontrair as pessoas. Há várias palavras que podem ser
usadas para descontrair sem necessidade de se cair na vulgaridade.
Cultive o hábito de utilizar o padrão culto e formal para falar.

5. DETALHES E MITOS
Para aprender a falar é necessário treinar. Aprende-se a falar,
falando. Não exite em empregar seu tempo em treinamentos com pequenos
grupos antes de apresentar-se em público.
Organize previamente, quando necessário, as obras de referência,
marcando-as com papel numerado, a fim de evitar perder tempo procurando
citações em meio à apresentação.
Não é verdade que uma bebidinha ajuda a criar coragem para
enfrentar o público. O máximo que acontece é um orador meio grogue e com
voz pastosa. Segurança para falar obtém-se com conhecimento do assunto.
Fale somente sobre o que conhece.
Figuras pornográficas em slides ou transparências não servem para
motivar os ouvintes. Somente servem para caracterizar o mau gosto do orador.
Se der branco enquanto fala, repita as últimas palavras ou a última
frase até lembrar-se da seqüência e retomar o assunto.
Se a boca secar experimente morder levemente a língua para voltar
a salivar. Se a salivação for excessiva experimente encostar a língua no céu da
boca para interrompê-la.
Cuidado com os vícios de linguagem. Tá entendendo? Tá OK?
Se estiver muito nervoso para começar a falar, experimente iniciar
comentando fatos do cotidiano antes de entrar no assunto principal.

Um orador pode ser treinado e aperfeiçoado. Oratória é a arte


de falar em público e como tal deve ser cultivada. Os cuidados com
manifestações da linguagem compõem os valores intrínsecos de um
idioma, de uma língua, o maior valor cultural de um povo.

OLIVEIRA, Sérgio Wagner de. Monografias: preparo, exposição


oral e utilização de recursos audiovisuais. Lavras : Editora UFLA, 2002.

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