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FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA

Curso de Capacitação do
Trabalhador Espírita

ÁREA

DA

ATIVIDADE

MEDIÚNICA

Brasília, 20 a 24 de julho de 2005


FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA
Área da Atividade Mediúnica
Sumário
PRIMEIRA PARTE Página

I. Necessidade do estudo da mediunidade ............................................................. 4

II. Conceito, objetivo, pré-requisito e conseqüências ............................................... 4

III. Estruturação do Curso ............. .......................................................................... 5

IV. Capacitação de monitores................................................................................... 7

V. Estudo e Prática da Mediunidade – Programa da FEB ...................................... 8

SEGUNDA PARTE

I. Reunião mediúnica séria ....................................................................................... 12

II. Importância da reunião mediúnica ....................................................................... 13

III. Considerações sobre médium e mediunidade .................................................... 14

IV. A mediunidade como recurso de melhoria espiritual .......................................... 15

V. Necessidade do estudo, da dedicação e da disciplina na prática mediúnica ... 15

VI. O médium é um colaborador do plano espiritual ................................................. 16

VII. Os participantes encarnados da reunião mediúnica .......................................... 16

VIII. Os participantes desencarnados do plano espiritual ......................................... 18

IX. Atendimento mediúnico aos desencarnados ....................................................... 19

X. A manifestação mediúnica dos Espíritos .............................................................. 20

XI. Equipamentos e instrumentos utilizados pelos Espíritos ...................................... 21

XII. Condições gerais de funcionamento de uma reunião mediúnica ........................ 22

XIII. Etapas de realização de uma sessão mediúnica ................................................ 23

XIV. Referências bibliográficas ................................................................................... 24

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FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA
Área da Atividade Mediúnica

PRIMEIRA PARTE:

ESTUDO E PRÁTICA
DA MEDIUNIDADE

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I. NECESSIDADE DO ESTUDO DA MEDIUNIDADE

As seguintes palavras de Allan Kardec justificam a necessidade de um estudo


contínuo e sistematicamente organizado da mediunidade na Casa Espírita: Todos os dias
a experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos, com que
muitos topam na prática do Espiritismo, se originam da ignorância dos princípios desta
ciência (...). Se bem cada um traga em si o gérmen das qualidades necessárias para se
tornar médium, tais qualidades existem em graus muito diferentes e o seu
desenvolvimento depende de causas que a ninguém é dado conseguir se verifiquem à
vontade. As regras da poesia, da pintura e da música não fazem que se tornem poetas,
pintores, ou músicos os que não têm o gênio de alguma dessas artes. Apenas guiam os
que as cultivam, no emprego de suas faculdades naturais. O mesmo sucede com o nosso
trabalho. Seu objetivo consiste em indicar os meios de desenvolvimento da faculdade
mediúnica, tanto quanto o permitam as disposições de cada um, e, sobretudo, dirigir-lhe o
emprego de modo útil, quando ela exista. (...) De par com os médiuns propriamente ditos,
há, a crescer diariamente, uma multidão de pessoas que se ocupam com as
manifestações espíritas. Guiá-las nas suas observações, assinalar-lhes os obstáculos que
podem e hão de necessariamente encontrar, lidando com uma nova ordem de coisas,
iniciá-las na maneira de confabularem com os Espíritos, indicar-lhes os meios de
conseguirem boas comunicações, tal o círculo que temos de abranger, sob pena de
fazermos trabalho incompleto. (...) A essas considerações ainda aditaremos outra, muito
importante: a má impressão que produzem nos novatos as experiências levianamente
feitas e sem conhecimento de causa, experiências que apresentam o inconveniente de
gerar idéias falsas acerca do mundo dos Espíritos e de dar azo à zombaria e a uma crítica
quase sempre fundada. De tais reuniões, os incrédulos raramente saem convertidos e
dispostos a reconhecer que no Espiritismo haja alguma coisa de sério. Para a opinião
errônea de grande número de pessoas, muito mais do que se pensa têm contribuído a
ignorância e a leviandade de vários médiuns. Desde alguns anos, o Espiritismo há
realizado grandes progressos: imensos, porém, são os que conseguiu realizar, a partir do
momento em que tomou rumo filosófico, porque entrou a ser apreciado pela gente
instruída. Presentemente, já não é um espetáculo: é uma doutrina de que não mais riem
os que zombavam das mesas girantes. Esforçando-nos por leva-lo para esse terreno e
por mantê-lo aí, nutrimos a convicção de que lhe granjeamos mais adeptos úteis, do que
provocando a torto e a direito manifestações que se prestariam a abusos. (2)

II. CONCEITO, OBJETIVO, PRÉ-REQUISITO E CONSEQÜÊNCIAS DO ESTUDO DA


MEDIUNIDADE

O Curso de Estudo e Prática da Mediunidade, realizado na Casa Espírita, é uma


reunião privativa que prioriza a participação efetiva dos inscritos, por meio de atividades
grupais e plenárias.Tem como objetivo estudar de forma metódica, contínua e séria, a
teoria e a prática da mediunidade, à luz da Doutrina Espírita e dos ensinamentos morais
do Cristianismo. Os participantes do estudo da mediunidade devem ter concluído o Curso
de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita-ESDE, proposta da FEB, ou cursos
equivalentes.
O estudo da mediunidade tem, segundo Kardec, as seguintes conseqüências:
(...) provar materialmente a existência do mundo espiritual. Sendo o mundo espiritual
formado pelas almas daqueles que viveram, resulta de sua admissão a prova da

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existência da alma e a sobrevivência ao corpo. As almas que se manifestam, nos revelam
suas alegrias ou seus sofrimentos, segundo o modo por que empregaram o tempo de
vida terrena; nisto temos a prova das penas e recompensas futuras. Descrevendo-nos
seu estado e situação, as almas ou Espíritos retificam as idéias falsas que faziam da vida
futura (...). Passando assim a vida futura do estado de teoria vaga e incerta ao de fato
conhecido e positivo, aparece a necessidade de trabalhar o mais possível, durante a vida
presente (...) em proveito da vida futura (...). A demonstração da existência do mundo
espiritual que nos cerca e de sua ação sobre o mundo corporal, é a revelação de uma das
forças da Natureza e, por conseqüência, a chave de grande número de fenômenos até
agora incompreendidos, tanto na ordem física quanto na ordem moral. (21)

III. ESTRUTURAÇÃO DO CURSO DE ESTUDO E PRÁTICA DA MEDIUNIDADE NA


CASA ESPÍRITA

DA ORGANIZAÇÃO
De acordo com a estrutura administrativa da Casa Espírita, poderá constituir um
Departamento, ou um Setor de outro Departamento (comumente do Doutrinário) da
Instituição. Em ambos os casos, sua organização segue um esquema administrativo-
pedagógico básico.

1. Organização Doutrinária e Pedagógica do Curso


O programa doutrinário e pedagógico do Curso é, em geral, definido pela
direção do Centro Espírita, ouvindo a coordenação do Curso. Este Programa deve ser,
necessariamente, compatível com o objetivo e diretrizes doutrinárias da Doutrina Espírita.
É importante também a definição de critérios para a avaliação das ações desenvolvidas no
Curso.

2. Organização Administrativa do Curso


• Coordenador geral e coordenador adjunto
• Monitores
• Participantes
• Pessoal de apoio (secretaria, biblioteca etc.)

2.1 Atribuições do Coordenador Geral:


• Administrar as atividades do Departamento ou Setor (supervisão, acompanhamento
e avaliação de tarefas).
• Coordenar as reuniões programadas para o Curso ou delegar esta coordenação ao
coordenador adjunto.
• Elaborar, em conjunto com o coordenador adjunto, o plano anual de atividades,
cronologicamente especificadas.
• Acompanhar, em conjunto com o coordenador adjunto, a execução do plano anual
de atividades, sugerindo medidas de avaliação e de replanejamento.
• Elaborar relatório anual das atividades do Curso, encaminhando-o à direção da
Casa Espírita.
• Constituir o quadro de monitores de acordo com o número de turmas, em trabalho
conjunto com o coordenador adjunto.
• Fazer parte de uma reunião mediúnica da Casa Espírita.

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• Participar, junto com a equipe que coordena, dos cursos de capacitação
doutrinário-pedagógico.

O Coordenador Adjunto trabalha em conjunto com o coordenador geral, em regime


de parceria, substituindo-o nas suas ausências e impedimentos. Nas casas espíritas onde
o Estudo e Prática da Mediunidade possui várias turmas, o coordenador ajunto é
substituído por uma equipe ou conselho diretivo.

2.2 Atribuições dos Monitores:


• Executar o plano anual de atividades, com assiduidade e pontualidade, seguindo o
programa doutrinário de estudo espírita definido pela direção da Casa Espírita para
o Curso.
• Participar dos cursos de capacitação doutrinário-pedagógica e das reuniões
programadas pela coordenação do Curso.
• Seguir as diretrizes doutrinárias, pedagógicas e administrativas do Curso, pré-
estabelecidas.
• Manter atualizado o registro de freqüência de sua turma, assim como anotar as
causas de evasão dos participantes.
• Fazer parte de uma reunião mediúnica da Casa Espírita.
• Comunicar ao coordenador ou, na ausência deste, ao coordenador adjunto, as
dificuldades encontradas na execução das suas atividades.
• Comunicar impedimentos com antecedência.

2.3 Atribuições dos participantes


• Freqüentar as reuniões de estudos com assiduidade e pontualidade.
• Justificar ao seu monitor faltas e atrasos.
• Expor ao monitor as dificuldades de aprendizado.
• Seguir as orientações de funcionamento do Curso.
• Participar de atividades extraclasse.
• Participar de reuniões solicitadas pelo monitor, indicadas no plano anual de
atividades.

2.4 Atribuições do Pessoal de apoio


2.4.1 Secretaria
• Elaborar fichas de inscrição e efetuar a matrícula dos participantes.
• Manter atualizados os dados cadastrais e de freqüência dos matriculados no Curso.
• Informatizar dados e arquivar documentos relativos ao Curso.
• Elaborar quadros demonstrativos de freqüência dos participantes do Curso.
• Elaborar e entregar ao coordenador e monitores a listagem dos integrantes do
Curso (coordenadores, monitores, pessoal de apoio e matriculados) com os
seguintes dados: nome, endereço e telefone.
• Participar das reuniões indicadas pela coordenação.
• Atender as solicitações dos monitores relativas à reserva e instalação de
equipamentos, fotocópias de materiais, entre outros.

2.4.2 Biblioteca

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• Organizar o acervo bibliográfico de acordo com as referências indicadas no
programa doutrinário de estudo definido pela direção da Casa Espírita.
• Organizar e manter atualizados os dados cadastrais dos usuários, elaborando, se
for o caso, fichas de empréstimo.
• Arquivar materiais didáticos utilizados nas aulas, disponibilizando-os à coordenação
e aos monitores do Curso.
• Organizar espaço físico adequado, no caso de opção pelo sistema de consulta por
parte dos usuários.

3. DA AVALIAÇÃO
É importante a definição de critérios para a avaliação das ações desenvolvidas
no Curso. Como a avaliação não é um fim, mas um meio que permite verificar até que
ponto os objetivos do Curso estão sendo alcançados, deve envolver coordenadores,
monitores, e pessoal de apoio e participantes (alunos). A avaliação do Estudo e Prática da
Mediunidade deve ser concebida tendo em vista as várias habilidades e competências
envolvidas na aprendizagem: o desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social dos
participantes. No processo de ensino-aprendizagem espírita, a avaliação focaliza também
os aspectos moral e espiritual dos participantes do Curso. A avaliação é realizada por
meio de instrumentos de avaliação, tais como: questionários, questões de múltipla
escolha, instruções para escrever, resumir, desenhar; dissertações, relatos, ilustrações por
meio de exemplos; estudo de caso, análise de situações problemas etc.

IV. CAPACITAÇÃO DE MONITORES DO CURSO DE ESTUDO E PRÁTICA DA


MEDIUNIDADE

Os monitores do Curso devem ser continuamente capacitados, tendo em vista a


necessidade de atualização doutrinária-pedagógica e a execução de atividades decorrentes
do replanejamento do Curso. As reuniões de capacitação de monitores têm como objetivos:

• Aprofundar o conhecimento de temas espíritas.


• Desenvolver o gosto pelo estudo espírita, integrando o conhecimento adquirido nas
ações cotidianas.
• Identificar e corrigir erros e obstáculos à aprendizagem.
• Apoiar a construção, o planejamento e o replanejamento de dispositivos e
seqüências didáticas necessárias à melhoria do Curso.
• Desenvolver projetos de atividades extraclasse; de avaliação do ensino-
aprendizagem e de auto-avaliação; de seminários, simpósios, painéis, entre outras.
• Auxiliar a integração dos participantes dos cursos nas atividades da Casa Espírita.
• Saber dinamizar as aulas por meio da utilização de técnicas pedagógicas, de
recursos audiovisuais e de instrumentos de multimídia.

As reuniões de capacitação de monitores são, basicamente, de duas


modalidades: uma semanal, voltada para o aprendizado contínuo, outra semestral,
decorrente do processo avaliativo e de replanejamento.

CAPACITAÇÃO SEMANAL DE MONITORES


Um dia na semana deve ser reservado para uma reunião de educação continuada
com os monitores e estagiários dos Curso, prevenindo, desta forma, os inconvenientes do

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ensino estereotipado ou padronizado. O programa desta reunião, previamente elaborado
pela coordenação do Curso e ouvindo os monitores, deve abranger conteúdos doutrinários
espíritas, pedagógicos e administrativos, que serão abordados, seqüencialmente, em
reuniões específicas.

CAPACITAÇÃO SEMESTRAL
A capacitação semestral dos monitores, em geral ocorrida no início do semestre
letivo, é idealizada sob a forma de mini-cursos ou simpósios. São encontros direcionados
para a resolução de dificuldades surgidas no processo de ensino-aprendizagem. Por
exemplo, pode-se planejar a realização de um simpósio, ou uma oficina pedagógica, para
analisar e sanar dificuldades de relacionamento existentes entre monitores e participantes
do Curso.
Os futuros monitores, na categoria de estagiários, são também capacitados
nesses cursos.

V. CURSO DE ESTUDO E PRÁTICA DA MEDIUNIDADE –PROGRAMA DA FEDERAÇÃO


ESPÍRITA BRASILEIRA-FEB

DOS FUNDAMENTOS
O Curso está assentado em dois fundamentos básicos, que constituem os seus
referenciais: a) conhecimento doutrinário, extraído das obras codificadas por Allan Kardec,
e, das suplementares a estas, de autoria de Espíritos fiéis às orientações da Doutrina
Espírita; b) conduta espírita, ética e moral, segundo as orientações de Jesus, contidas no
seu Evangelho. As suas diretrizes estão, pois, fundamentadas em Kardec e em Jesus,
compreendendo-se que a prática mediúnica, sem orientação doutrinária espÍrIta e sem o
esclarecimento do Evangelho, não conduz aos objetivos propostos para o Curso.

DAS FINALIDADES
As finalidades Curso são as que se seguem.
• Seguir, na medida do possível, a orientação de O Livro dos Espíritos, questão 685:
Não nos referimos à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de
formar caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos
hábitos adquiridos.
• Preparar o trabalhador para exercer a mediunidade de forma natural, como é
preconizada pela Codificação Espírita, em qualquer situação e plano da vida, e não
apenas nas reuniões mediúnicas. Neste sentido, é importante resgatar o seguinte
conceito de médium, existente em O Livro dos Médiuns: Todo aquele que sente, num
grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é
inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo,
raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se
que todos são, mais ou menos, médiuns. (5)

DOS OBJETIVOS
Programa I
• Propiciar um conhecimento aprofundado da Doutrina espírita, com enfoque dirigido
ao estudo da mediunidade.
• Favorecer o desenvolvimento natural das faculdades psíquicas do participante, por
meio de exercícios específicos.
Programa II

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• Ensejar um estudo mais aprofundado da mediunidade, tendo em vista a formação
ética, moral e intelectual dos participantes.
• Favorecer o desenvolvimento e a educação das faculdades mediúnicas do candidato
à prática mediúnica.

DA ORGANIZAÇÃO
O Curso do Estudo e Prática da Mediunidade, proposto pela FEB, está, pois,
organizado em dois programas de estudo: Programa I e Programa II. O conteúdo teórico e
prático dos dois programas do Curso está organizado em “Módulos de Estudo”,
subdivididos em quatro partes, didaticamente coordenadas entre si:
a) Fundamentação Espírita
b) Prática
c) Atividade Complementar
d) Culminância do Módulo

Esta subdivisão apresenta as seguintes características:

Fundamentação Espírita. Trata-se do referencial doutrinário em termos de conhecimento


espírita, considerado necessário ao estudo e à pratica da mediunidade e ao
desenvolvimento psíquico da pessoa.

Prática. No Programa I esta parte é constituída de exercícios voltados para o


aperfeiçoamento afetivo, emocional e comportamental (maneira correta de orar, irradiação
mental, harmonização e percepção psíquica). Como no Programa II há reuniões
mediúnicas, propriamente ditas, a prática é supervisionada por monitores e colaboradores
mais experientes neste gênero de tarefa.

Atividade Complementar (facultativa). É uma atividade desenvolvida pelos participantes com


a finalidade de: a) ampliar o conhecimento doutrinário — por meio de apresentações que
caracterizem o desenvolvimento do hábito de ler e estudar obras espíritas —; b) aprender
elaborar resumos de textos e livros.

Culminância do Módulo. É uma atividade de fechamento dos assuntos estudados no


Módulo, procurando compatibilizar a fundamentação espírita estudada e os exercícios de
desenvolvimento psíquico desenvolvidos com a conduta espírita, exemplificada em textos e
mensagens doutrinárias.

Os conteúdos teóricos e práticos dos Módulos de Ensino, em ambos os


programas, podem ser observados na tabela abaixo.

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FUNDAMENTAÇÃO ESPÍRITA DOS PARTE PRÁTICA
PROGRAMA I MÓDULOS (EXERCÍCIOS)
Princípios doutrinários espíritas ________________
(revisão)
Introdução ao estudo da mediunidade. Prece: conceito, benefícios e
maneira correta de orar.
A prática mediúnica. Irradiação: conceito e benefícios.
Mediunidade, obsessão, desobsessão.Harmonização psíquica: importância e
requisitos necessários para promover
o equilíbrio espiritual.
A vida no plano espiritual. Percepção psíquica de sensações,
sentimentos e emoções.
As reuniões mediúnicas. São oferecidas condições para a
PROGRAMA Allan Kardec e a Codificação Espírita. desenvolvimento harmônico: a) da
II A experimentação mediúnica. faculdade mediúnica, em quem possua
Os tipos comuns de mediunidade condições naturais para tal; b) de
outras faculdades psíquicas, tais
Faculdades mediúnicas incomuns
como: percepção espiritual, irradiação
Os Espíritos comunicantes do pensamento; concentração mental,
A ação da luz e das trevas sintonia com benfeitores, equilíbrio
espiritual etc.

PRÉ-REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO E FREQÜÊNCIA NO CURSO DO EEM

• Conhecimento doutrinário espírita básico, obtido em cursos sistematizados da


Doutrina Espírita, em outros equivalentes, ou, ainda, em estudos individuais.
• Idade acima de 18 anos.

ENTREVISTA

Todos os interessados em participar do Curso são, previamente, entrevistados


pela coordenação do EEM. Esta entrevista verifica se os pré-requisitos para inscrição e para
freqüência no EEM estão sendo atendidos. É também uma oportunidade para esclarecer
os inscritos sobre os objetivos e condições de funcionamento do Curso.

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FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA
Área da Atividade Mediúnica

PRIMEIRA PARTE:

SEGUNDA PARTE:
REUNIÕES MEDIÚNICAS

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I. Reunião Mediúnica Séria
Levai, pois, uma vida de autodomínio e de
sobriedade (...). Acima de tudo, cultivai, com
todo ardor, o amor mútuo, porque o amor
cobre uma multidão de pecados. I, Pedro, 4:7- e
O conceito espírita de reunião mediúnica está, necessariamente, associado
ao de reunião instrutiva, conforme os seguintes esclarecimentos de Allan Kardec: A
primeira de todas é que sejam sérias, na integral acepção da palavra. Importa se
persuadam todos que os Espíritos cujas manifestações se desejam são de natureza
especialíssima; que, não podendo o sublime aliar-se ao trivial, nem o bem ao mal, quem
quiser obter boas coisas precisa dirigir-se a bons Espíritos. Não basta, porém, que se
evoquem bons Espíritos; é preciso, como condição expressa, que os assistentes estejam
em condições propícias, para que eles assintam em vir. Ora, a assembléias de homens
levianos e superficiais, Espíritos Superiores não virão, como não viriam quando vivos
[encarnados]. Uma reunião só é verdadeiramente séria, quando cogita de coisas úteis,
com exclusão de todas as demais. Se os que a formam aspiram a obter fenômenos
extraordinários, por mera curiosidade, ou passatempo, talvez compareçam Espíritos que
os produzam, mas os outros daí se afastarão. Numa palavra, qualquer que seja o caráter
de uma reunião, haverá sempre Espíritos dispostos a secundar as tendências dos que a
componham. Assim, pois, afasta-se do seu objetivo toda reunião séria em que o ensino é
substituído pelo divertimento. (13) Outro ponto importante diz respeito às próprias
condições do médium (aqui entendido como qualquer participante da reunião,
independentemente de ser portador de mediunidade ostensiva): Todo médium, que
sinceramente deseje não ser joguete da mentira, deve, portanto, procurar produzir em
reuniões sérias (...) aceitar agradecido, solicitar mesmo o exame crítico das comunicações
que receba. Se estiver às voltas com Espíritos enganadores, esse é o meio mais seguro
de se desembaraçar deles, provando-lhes que não o podem enganar. (...) Insistimos
nesse ponto, porque, assim como esse é um escolho para os médiuns, também o é para
as reuniões, nas quais importa não se confie levianamente em todos os intérpretes dos
Espíritos. O concurso de qualquer médium obsidiado, ou fascinado, lhes seria mais nocivo
do que útil; não devem elas, pois, aceitá-lo. (14) Nesse sentido, nunca é demais lembrar a
instrução do apóstolo João: Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas
examinai os espíritos para ver se são de Deus, pois muitos falsos profetas que se
levantaram no mundo. (I João, 4: 1)
O fato de alguém ser portador de mediunidade ostensiva não oferece
garantia de ser ele capaz de transmitir mensagens instrutivas dos Espíritos. A (...)
faculdade mediúnica em nada influi para isto: ela mais não é do que um meio de

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comunicação. (10) Além do mais, nem (...) sempre basta que uma assembléia seja séria,
para receber comunicações de ordem elevada. Há pessoas que nunca riem e cujo
coração, nem por isso, é puro. Ora, o coração, sobretudo, é que atrai os bons Espíritos.
Nenhuma condição moral exclui as comunicações espíritas; os que, porém, estão em más
condições, esses se comunicam com os que lhes são semelhantes (...). (11)
Uma reunião mediúnica séria deve seguir as orientações da Codificação
Espírita e as suplementares a esta, assim como os ensinamentos de Jesus. A Doutrina
Espírita nos propicia o conhecimento doutrinário, o Evangelho nos concede a base moral.
Somente dessa forma teremos condições para desenvolver as nossas potencialidades
psíquicas com equilíbrio e em benefício do próximo. É por este motivo que o
conhecimento deve ser aliado às boas obras. Já nos dizia o apóstolo Tiago, a respeito: se
alguém disser que tem fé, mas não tem obras, que lhe aproveitará isto? Acaso a fé poderá
salvá-lo? (...) Assim também a fé, se não tiver obras, está morta em seu isolamento.
(Epístola de Tiago, 3 14 e 17)
O colaborador da mediunidade moralizado, à luz do Evangelho,
transforma-se em pessoa de bem, apta a exercer os seus dons psíquicos com retidão e
honradez, em benefício próprio, do próximo e da coletividade, pois a (...) mediunidade é
coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente (1) O espírita consciente
sabe que a mediunidade representa apenas mais um instrumento de progresso espiritual
que lhe foi concedido por Deus, aceitando com naturalidade a instrução de Jesus: De
graças recebestes, de graça daí.(...). Pois o operário é digno do seu sustento. (Mateus,
10:8 e 10) Assim, a (...) mediunidade e Evangelho têm que andar juntos. É preciso que
assim seja, pois o mundo está subvertido pelo materialismo, convulsionado pelo egoísmo,
envenenado por teorias anticristãs. A humanidade continua sofrendo e seus sofrimentos
irão ao desespero, se não se voltar para o Cristo. (25)

II. Importância da reunião mediúnica


Bem-aventurados os aflitos, porque serão
consolados. Bem-aventurados os que têm
fome e sede de justiça, porque serão
saciados. Mateus, 5:5 e 6.
A reunião mediúnica séria não comporta, a rigor, improvisações por parte
dos dirigentes e colaboradores, nem descontinuidade da tarefa. Trata-se de uma atividade
espírita de grande responsabilidade, direcionada para o amparo espiritual a necessitados,
encarnados e desencarnados. Sendo assim, os seguintes palavras do Espírito Emmanuel
nos orientam que, na realização dessa tarefa de amparo espiritual, há (...) necessidade
do Cristo no coração e na consciência, para que não estejamos desorientados ao toque
do fenômeno. Sem noção de responsabilidade, sem devoção à prática do bem, sem amor
ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável
a peregrinação libertadora para os Cimos da Vida. (46)
A importância da reunião mediúnica pode ser evidenciada nas seguintes
informações dos benfeitores espirituais: Grande número de criaturas (...), na passagem
para cá [plano espiritual], sentem-se possuídas de “doentia saudade do agrupamento”
[família e amigos] (...). Para fortalecer as possibilidades de adaptação dos desencarnados
dessa ordem ao novo habitat, o serviço de socorro é mais eficiente, ao contato das forças
magnéticas dos irmãos que ainda se encontram envolvidos nos círculos carnais. Esta sala
[local da reunião mediúnica], (...) funciona como grande incubadora de energias psíquicas,
para os serviços de aclimação de certas organizações espirituais à vida nova. (44) Os

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irmãos, nas condições a que me refiro, ouvem-nos a voz [dos benfeitores espirituais],
consolam-se com o nosso auxílio, mas o calor humano está cheio dum magnetismo de
teor mais significativo, para eles. Com semelhante contato, experimentam o despertar de
forças novas. (45) Em relação ao atendimento dos Espíritos comunicantes, portadores de
sofrimento, Emmanuel esclarece: Grande número de almas desencarnadas nas ilusões da
vida física, guardadas quase que integralmente no íntimo, conservam-se, por muito
tempo, incapazes de apreender as vibrações do plano superior, sendo conduzidas por
seus guias e amigos redimidos às reuniões fraternas do Espiritismo evangélico, onde, sob
as vistas amoráveis desses mesmos mentores do plano invisível, se processam os
dispositivos da lei de cooperação e benefícios mútuos, que rege o fenômeno da vida nos
dois planos. (53) A reunião mediúnica se reveste, também, de grande importância para
nós, Espíritos encarnados, uma vez que os benfeitores podem, perfeitamente, auxiliar os
desencarnados sem a nossa interferência. André Luiz opina a respeito do assunto: Temos
variados agrupamentos de servidores do nosso plano, dedicados exclusivamente a esse
gênero de auxílio. (...) Em determinados casos, porém, a cooperação do magnetismo
humano pode influir mais intensamente, em benefício dos necessitados que se encontrem
cativos das zonas de sensação, na Crosta do Mundo. Mesmo aí, contudo, a colaboração
dos amigos terrenos, embora apreciável, não constitui fator absoluto e imprescindível;
mas, quando é possível útil, valemo-nos do concurso dos médiuns e doutrinadores
humanos, não só para facilitar a solução desejada, senão também para proporcionar
ensinamentos vivos aos companheiros envolvidos na carne, despertando-lhes o coração
para a espiritualidade. (...) ajudando as entidades em desequilíbrio, ajudarão a si mesmos;
doutrinando, acabarão igualmente doutrinados. (39) Por outro lado, as manifestações
mediúnicas de benfeitores espirituais nas reuniões mediúnicas representam indiscutível
amparo em nosso benefício. As iluminadas orientações desses dedicados protetores têm
como finalidade nos (...) instruir para nosso melhoramento e avanço e não para revelar-
nos o que não devemos saber ainda, ou o que só deve ser conseguido pelo nosso
trabalho. (19)

III.Considerações sobre médium e mediunidade


A cada um de nós foi dada a graça
pela medida do dom do Cristo. Epístola
dede
Devemos evitar o equívoco Paulo aos na
valorizar, Efésios,
reunião4:7.
mediúnica, apenas a
atuação dos médiuns portadores de mediunidade ostensiva. Assim, nunca é demais
lembrar o ensinamento de Kardec: Todo aquele que sente, num grau qualquer, a
influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem;
não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. (...) Pode, pois, dizer-se que todos são,
mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem
a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de
certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva (5)
A respeito deste assunto, acrescenta Emmanuel: Sendo a luz que brilha na carne, a
mediunidade é atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da
posição moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no capítulo da
virtude e da inteligência, sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos. (54)
Observemos que o verbo “sentir” e o vocábulo “inerente” conceituam, com clareza e
objetividade, o termo mediunidade: trata-se de faculdade psíquica própria do ser humano,
cuja manifestação independe do nosso progresso intelectual e moral.

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A prática mediúnica, longe de ser considerada um simples instrumento de
intercâmbio, deve ser vista como uma oportunidade de trocas, emocionais e afetivas,
cognitivas e fluídicas, entre Espíritos sintonizados entre si. Nem sempre refletimos que a
mediunidade, por ser uma faculdade inerente ao ser humano, pode ser exercida fora do
grupo mediúnico, e em ambos os planos da vida: o físico e o espiritual. Obviamente, as
manifestações ostensivas do fenômeno mediúnico, estando o médium em transe, devem
ocorrer em reuniões privativas, destinadas a esta finalidade. Não devemos, porém, rotular
exclusivamente como fenômeno mediúnico os efeitos patentes, “que saltam aos olhos”, os
quais, usualmente ocorrem nas reuniões mediúnicas. Sabemos que à medida que
evoluímos, as nossas percepções psíquicas são também ampliadas, extrapolam os limites
traçados de uma reunião mediúnica. Dessa forma, podemos entender a amplitude da
afirmação do Codificador de que “todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência
dos Espíritos é, por esse fato, médium”. (5)
Como todas (...) as outras faculdades, a mediunidade é um dom de Deus, que
se pode empregar tanto para o bem quanto para o mal, e da qual se pode abusar. Seu fim
é pôr-nos em relação direta com as almas daqueles que viveram, a fim de recebermos
ensinamentos e iniciações da vida futura. (20) Sendo assim, a prática mediúnica não deve
ser vista, apenas, como um recurso de comunicação com os Espíritos desencarnados,
utilizado em dia e hora específicos, nas nossas reuniões mediúnicas. Por ser uma
faculdade psíquica, continuamente estamos em sintonia com outras mentes, seja com as
que envergam uma vestimenta física, ou com as que vivem no além-túmulo. Entendamos
também que os médiuns são simples colaboradores do trabalho de espiritualização. E que
cada um responderá pelo que fez das possibilidades recebidas. (43)

IV. A mediunidade como recurso de melhoria espiritual


Como filhos obedientes, não consintais em
modelar a vossa vida de acordo com as paixões
de outrora, do tempo da vossa ignorância. I
O benfeitor Emmanuel assim nos orienta: Se tens a consciência desperta,
perante as necessidades da própria alma, entenderás facilmente que a mediunidade é
recurso de trabalho como qualquer outro que se destine à edificação (...). A mediunidade
é ensejo de serviço e aprimoramento, resgate e solução. (58) Estas orientações
demonstram que a prática mediúnica, entendida como oportunidade de serviço ao
semelhante, é capaz de nos transformar em trabalhadores dedicados, atendendo, na
medida do possível, a orientação do apóstolo: servos, obedecei (...), em simplicidade de
coração, a vossos senhores nesta vida, como a Cristo, servindo-os, não quando vigiados,
para agradar os homens, mas como servos do Cristo, que põem a alma em atender a
vontade de Deus. Tende boa vontade de servi-los, como ao Senhor e não como a
homens, sabendo que todo aquele que fizer o bem receberá o bem do Senhor. (Epístola
de Paulo aos Efésios, 6:5-9)

V. A necessidade do estudo, da dedicação e disciplina na prática mediúnica


Tornai-vos praticantes da Palavra e não
simples ouvintes, enganando-vos a vós
mesmos! Epístola de Tiago, 1:22.
Em mediunidade, qual acontece em qualquer outro serviço nobre, não há
conquista-relâmpago. Se te propões engrandecê-la, recorda os operários obscuros da
evolução que passaram no mundo, antes de ti, lutando e sofrendo para que te

15
encontrasses o caminho melhor. Nenhum deles ficou na estação do entusiasmo ou na
porta do sonho.(...) Qualidade mediúnica é talento comum a todos. Mas, exercer a
mediunidade como força ativa no ministério do bem é fruto da experiência de quantos lhe
esposam a obrigação, por senda de disciplina e trabalho, consagrando-se, dia a dia, a
estudar e servir com ela. (62) Sabemos também que nenhuma (...) construção, porém, se
levanta a golpes de marchas e contramarchas. Ao revés disso, reclama determinação e
disciplina, perseverança e objetivo. A reunião mediúnica também é assim. Se queres
cooperar, dentro dela, a fim de que produza frutos de ordem e elevação, consolo e
ensinamento, repara acima de tudo, a onda em que te colocas. (63) Observamos, assim,
que o processo educativo é a base do progresso, a despeito do suor e das lágrimas que
produz, e, como nos lembra o apóstolo Paulo: Toda educação, com efeito, no momento
não parece motivo de alegria, mas de tristeza. Depois, no entanto, produz naqueles que
foram exercitados um fruto de paz e de justiça. Por isso, reerguei as mãos enfraquecidas
e os joelhos trôpegos; endireitai os caminhos para os vossos pés, a fim de que não se
extravie o que é manco, mas antes seja curado. (Hebreus 12:9-13) Sendo assim, não (...)
admitas possa haver construção útil sem estudo e atividade.(...) Mediunidade na lavoura
do espírito é igual a planta nobre na lavoura comum, Deus dá a semente, mas, para que a
semente produza, não prescinde do esforço de nossas mãos. (64)

VI. O médium é um colaborador do plano espiritual


Cada um receberá seu próprio salário, segundo
a medida do seu trabalho. Nós somos
cooperadores de Deus...Primeira Epístola de
Paulo aos
O médium é mobilizado na Coríntios, 3:7-9.
obra do bem, conforme as possibilidades de que
dispõe. Esse orienta, outro esclarece; esse fala, outro escreve; esse ora, outro alivia. Em
mediunidade, portanto, não te dês à preocupação de admirar ou provocar a admiração.
Procuremos, acima de tudo, em favor de nós mesmos, o privilégio de aprender e o lugar
de servir. (60) Assim, cada trabalhador permanece em sua própria tarefa, embora a
interdependência seja o regime de vida apontado para todos. (...) Ser médium é ser
ajudante do Mundo Espiritual. Ser ajudante em determinado trabalho é ser alguém que
auxilia espontaneamente, descansando a cabeça dos responsáveis. (59)

VII. Os participantes encarnados da reunião mediúnica

DO DIRIGENTE OU COORDENADOR DA REUNIÃO MEDIÚNICA

O dirigente da reunião mediúnica deve ser alguém que tenha uma certa
liderança sobre a equipe. O dirigente da reunião normalmente ocupa, também, a
posição de doutrinador. “Chama-se doutrinador a pessoa que se incumbe de dialogar
com os companheiros desencarnados necessitados de ajuda e esclarecimento.” (3) O
Espírito André Luiz designa o doutrinador pelo nome de médium esclarecedor. (11)
Além da capacidade de liderança, é necessário que o coordenador da reunião possua
ou se esforce por adquirir as seguintes qualidades:
a. Conhecimento doutrinário espírita e evangélico - Sua formação doutrinária é de
extrema importância. Não poderá jamais fazer um bom trabalho, sem
conhecimento íntimo dos postulados da Doutrina Espírita. (27)

16
b. Moralidade - Pelo esforço constante de combate aos vícios ou as más
inclinações, é possível desenvolver um plano de reforma íntima que lhe
proporcionará autoridade moral necessária ao êxito do trabalho.
c. Sintonia com o Plano Espiritual - O dirigente da reunião mediúnica não deve
esquecer que a Espiritualidade Superior espera nele o apoio fundamental para
que o intercâmbio mediúnico ocorra em clima harmônico. Daí ser necessário:
Direção e discernimento. Bondade e energia. (35)
d. Equilíbrio emocional e afetivo na condução da reunião - Compreender que as
suas funções diante dos médiuns e freqüentadores do grupo são semelhantes às
de um pai de família, no instituto doméstico. Autoridade fundamentada no
exemplo. Hábito de estudo e oração. Dignidade e respeito para com todos.
Afeição sem privilégios. Brandura e firmeza.Sinceridade e entendimento. (36)
e. Saber administrar conflitos e entender as diferenças individuais dos membros da
equipe. Cultivar o tato psicológico, evitando atitudes ou palavras violentas, mas
fugindo da doçura sistemática que anestesia a mente sem renová-la, na convicção
de que é preciso aliar raciocínio e sentimento, compaixão e lógica, a fim de que o
socorro verbalista alcance o máximo rendimento. (37)

DOS MÉDIUNS ESCLARECEDORES OU DIALOGADORES


Na equipe em serviço, os médiuns esclarecedores, mantidos sob a condução
e inspiração dos Benfeitores Espirituais, são os orientadores da enfermagem ou
assistência aos sofredores desencarnados. (37) Naturalmente que a esses
companheiros compete um dos aspectos mais importantes da reunião. (37) Tal como
o dirigente da reunião, devem possuir boa formação espírita e evangélica,
envidar esforços para promover a reforma moral, permitindo-se a conquista do
devido respeito às entidades com as quais confabulam.

DOS MÉDIUNS
O médium, independentemente do tipo ou grau de mediunidade de que é
portador deve, antes de fazer parte de um grupo mediúnico freqüentar inicialmente,
por certo tempo, as reuniões de Estudo Doutrinário e as de Assistência Espiritual.
Quando for portador do processo obsessivo, deverá freqüentar, preliminarmente,
aquelas últimas reuniões, além de inscrever-se para os serviços de desobsessão,
programados pelo Centro. (23)

b) Ser orientado a controlar as manifestações mediúnicas que veicula reprimindo,


quanto possível, respiração ofegante, gemidos, gritos e contorções, batimentos
de pés e mãos ou quaisquer gestos violentos. O medianeiro será sempre o
responsável direto pela mensagem de que se faz portador. (32)
c) Esquivar-se à suposição de que detém responsabilidades ou missões de
avultada transcendência, reconhecendo-se humilde portador de tarefas
comuns, conquanto graves e importantes como as de qualquer outra pessoa. O
seareiro do Cristo é sempre servo, e servo do amor. (31)
d) Silenciar qualquer prurido de evidência pessoal na produção desse ou daquele
fenômeno. (31)

17
e) Mesmo indiretamente, não retirar proveito material das produções que obtenha.
Não há serviço santificante na mediunidade vinculada a interesses inferiores.
(33)
f) Extinguir obstáculos, preocupações e impressões negativas que se relacionem
com o intercâmbio mediúnico, quais sejam, a questão da consciência vigilante
ou da inconsciência sonambúlica durante o transe, os temores inúteis e as
suscetibilidades doentias, guiando-se pela fé raciocinada e pelo devotamento
aos semelhantes. Quem se propõe avançar no bem, deve olvidar toda causa de
perturbação. (33)
g) Ainda quando provenha de círculos bem–intencionados, recusar o tóxico da
lisonja. No rastro do orgulho, segue a ruína. (33)
h) Fugir aos perigos que ameaçam a mediunidade, como sejam a ambição, a
ausência de autocrítica, a falta de perseverança no bem e a vaidade com que
se julga invulnerável. O medianeiro carrega consigo os maiores inimigos de si
próprio. (33)
i) Ser alertado sobre a impropriedade de evocar determinada entidade, parente
ou amigo, no curso das reuniões. Eles podem não ter condições de se
manifestar, seja por lhes faltar autorização, seja por dificuldades inerentes ao
próprio processo de intercâmbio. (4)
j) Ser orientado para não exercer atividade mediúnica fora do Centro Espírita a
que está vinculado, sobretudo na fase inicial do desenvolvimento mediúnico.
EQUIPE DE APOIO
É constituída por colaboradores que não possuem mediunidade ostensiva.
Colaboram de forma fundamental para o bom andamento da reunião, através da
manutenção da corrente mental e fluídica. Dessa forma, emitem bons pensamentos e
irradiam sentimentos elevados favoráveis à criação de uma atmosfera propícia ao
intercâmbio mediúnico. É também designada como equipe de sustentação porque,
além da doação fluídico-mental que realiza, favorece a manifestação mediúnica de
sofredores, auxiliando-os na sua recuperação espiritual. Tais participantes merecem
atenção e cuidados, como quaisquer outros que integrem o grupo. Devem obedecer à
mesma disciplina e entregar-se ao mesmo aprendizado doutrinário e à mesma atenta
observação a que cada um dos demais é submetido (...) (28)

VIII. Os participantes desencarnados da reunião mediúnica


Com tal nuvem de testemunhas ao nosso redor,
rejeitando o fardo e o pecado que nos envolve,
corramos com perseverança para o certame que
nos é proposto, com olhos fixos naquele que é o
autor e realizador da fé, Jesus...Epístola de Paulo aos Hebreus,
Em todas as reuniões mediúnicas, (...) sempre estão presentes Espíritos a que
podemos chamar “freqüentadores habituais”, sem que com isso pretendamos referir aos
que se encontram em toda parte e em tudo se metem. Aqueles [os freqüentadores
habituais] são, ou Espíritos protetores, ou os que mais assiduamente se vêem
interrogados. (17)

18
Os Espíritos que buscam algum tipo de auxílio nas reuniões mediúnicas
constituem uma vasta categoria: alguns são conduzidos à reunião por iniciativa dos
benfeitores espirituais, outros, por vontade própria. Os Espíritos que se manifestam nas
reuniões mediúnicas podem ser agrupados assim: a) os aflitos, sedentos de auxílio; b) os
acompanhantes usuais, esclarecidos ou não, dos encarnados; c) os que sintonizam,
temporariamente, com algum membro do grupo, em razões de simpatias mútuas,
auxiliando ou produzindo desequilíbrios; d) os perturbadores sistemáticos que tentam
perturbar ou dificultar a tarefa mediúnica de auxílio e iluminação, por serem adversários
do bem, de modo geral, ou de participantes ou assistidos, em particular. (29) Espíritos
perturbados são criaturas desencarnadas, Espíritos que perderam o corpo físico e, porque
se detiveram deliberadamente na ignorância ou na crueldade, não encontraram agora
senão as próprias recordações para viver e conviver. (57) Os Espíritos esclarecidos são
conhecidos como benfeitores espirituais. Entre eles, identificamos o dirigente espiritual da
reunião e os trabalhadores de sua equipe, bem como orientadores ou instrutores que,
direta ou indiretamente, prestam auxílio aos desencarnados e aos encarnados. Existem
trabalhadores espirituais especializados em determinado gênero de tarefa. Por exemplo,
os chamados técnicos em auxílio magnético. Aplicam passes nos desencarnados e nos
encarnados, presentes à reunião. (40) A presença de benfeitores espirituais na reunião
mediúnica é assinalada por um clima de harmonia e serenidade que envolve os
participantes, dos dois planos da vida. Eles são discretos e eficientes, modestos por
natureza. As palavras que utilizam são gentis e bondosas, imprimindo, em suas
manifestações, segurança, esclarecimento, esperança e confiança no amor de Deus. È
fácil identificá-los: Pelo auxílio que recebes, conheces, perfeitamente, o auxílio que podes
prestar. Identificarás, assim, facilmente, a condição do amigo desencarnado.(...) O bom
Espírito, por isso, não é somente aquele que te faz bem, mas, acima de tudo, o que te
ensina a fazer o bem aos outros para que sejas igualmente um Espírito bom. (61)

IX. Atendimento mediúnico aos desencarnados


Contudo, não vos alegreis porque os espíritos se
vos submetem; alegrai-vos, antes, porque vossos
nomes estão escritos nos céus. Lucas, 10:20.
O atendimento mediúnico a Espíritos sofredores, portadores de diferentes tipos
de desarmonias, deve primar pela fraternidade, observando o esclarecimento fraterno, o
respeito, a paciência e a gentileza de trato. Eis o que, a respeito, Emmanuel tem a dizer:
Podes, assim, vê-los e ouvi-los, nos círculos mediúnicos, registrando-lhes as narrativas
inquietantes e as palavras amargosas; no entanto, ajuda-os com respeito e carinho, como
quem socorre amigos extraviados. Não te gabes, porém, de doutriná-los e corrigi-los,
porque a Divina Bondade nos permite atendê-los, buscando, com isto corrigir-nos e
doutrinar-nos na Terra e além da Terra, a fim de que saibamos evitar o todo o erro,
enquanto desfrutamos o favor do bom tempo. (57)
As exortações evangélicas [utilizadas no diálogo com os Espíritos] são, pois,
lenitivos de muitos padecimentos morais, de muitas dores amaríssimas, que acompanham
as almas após a travessia da morte, cheias de sombras ou de claridades. Há sofredores a
aliviar, ignorantes a instruir, sedentos de paz e de amor. (52) Entre os Espíritos
necessitados há os obsessores, pertencentes à categoria de perturbadores sistemáticos.
Agem isoladamente ou em grupo, causando prejuízos à pessoa que perseguem ou
àquelas que auxiliam o obsidiado. Saber lidar com esses Espíritos durante as suas
manifestações mediúnicas exige preparo doutrinário, teórico e prático, prudência no
atendimento, e, sobretudo, contínuo esforço moralizador dos participantes da reunião

19
mediúnica. A seguinte passagem evangélica nos oferece uma dimensão de como esses
Espíritos podem atuar: Logo que Jesus desceu do barco, caminhou ao seu encontro,
vindo dos túmulos, um homem possuído por um espírito impuro: habitava no meio das
tumbas e ninguém podia dominá-lo, nem mesmo com correntes. Muitas vezes já o haviam
prendido com grilhões e algemas, mas ele arrebentava os grilhões e estraçalhava as
correntes, e ninguém conseguia subjugá-lo. E, sem descanso, noite e dia, perambulava
pelas tumbas e pelas montanhas, dando gritos e ferindo-se com pedras. Ao ver Jesus, de
longe, correu e prostrou-se diante dele, clamando em alta voz: “que queres de mim,
Jesus, filho de Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes”. Com efeito,
Jesus lhe disse: “Sai deste homem, espírito impuro!” E perguntou-lhe: “Qual é o teu
nome?” ”Legião é o meu nome, porque somos muitos”. (Marcos, 5:2-9)
Na introdução do livro Desobsessão – psicografado por Francisco C. Xavier,
autoria do Espírito André Luiz, editora FEB –, Emmanuel destaca a importância das
atividades de desobsessão na Casa Espírita, nos informando de que não é caça de
fenômeno e sim trabalho paciente do amor conjugado ao conhecimento e do raciocínio
associado à fé. Seja no caso de mera influenciação ou nas ocorrências da possessão
profunda [subjugação], a mente medianímica permanece jugulada por pensamentos
estranhos a ela mesma, em processo de hipnose de que apenas gradativamente se
libertará. Daí ressalta o imperativo de vulgarizar a assistência sistemática aos
desencarnados prisioneiros da insatisfação ou da angústia, por intermédio das equipes de
companheiros consagrados aos serviços dessa ordem que, aliás, demandam paciência e
compreensão análogas às que caracterizam os enfermeiros dedicados ao socorro dos
irmãos segregados nos meandros da psicose, portas adentro dos estabelecimentos de
cura mental. (34)

X. A manifestação mediúnica dos Espíritos


Mas todo homem seja pronto para ouvir, tardio
para falar, tardio para irar. Epístola de Tiago,
1:19.
Durante o intercâmbio mediúnico, o médium está às vezes, num estado, mais
ou menos acentuado, de crise [transe]. (6) O transe provoca um estado alterado da
consciência, situado entre a vigília e o sono. O transe mediúnico não acontece de forma
abrupta, em condições normais, mas por meio de seqüenciais. Essas etapas começam
com a concentração e se completam na sintonia mental. são desenvolvidas pelo exercício,
como qualquer outra atividade psíquica, utilizando o pensamento e a vontade como
instrumentos.
O pensamento é entendido como força criativa, a exteriorizar-se, da criatura que
o gera, por intermédio de ondas sutis. (56) A vontade é a gerência esclarecida e vigilante,
governando todos os setores da ação mental. (55)
Durante o transe, o perispírito e a mente desempenham papel fundamental na
produção do fenômeno mediúnico.
O perispírito funciona como um fio elétrico condutor, que serve para a recepção
e a transmissão do pensamento. (3) Isto acontece por ser o perispírito o elemento
intermediário entre o Espírito e o corpo. É o órgão de transmissão de todas as sensações.
Relativamente às que vem do exterior, pode-se dizer que o corpo recebe a impressão; o
perispírito a transmite e o Espírito, que é o ser sensível e inteligente, a recebe. Quando o
ato é de iniciativa do Espírito, pode dizer-se que o Espírito quer, o perispírito transmite e o
corpo executa. (18)

20
A mente do medianeiro age como intérprete das idéias e dos sentimentos dos
Espíritos que se comunicam por seu intermédio, assim como é preciso um fio elétrico para
comunicar à grande distância uma notícia e, na extremidade do fio, uma pessoa
inteligente, que a que a receba e transmita. (7)
Sempre há, portanto, influência do médium nas comunicações recebidas dos
Espíritos, podendo haver, inclusive, interferências indesejáveis, nas idéias dos Espíritos, e,
se estes não lhe são simpáticos, pode ele alterar-lhes as respostas e assimilá-las às suas
próprias idéias e a seus pendores; não influencia, porém, os próprios Espíritos, autores
das respostas; constitui-se apenas em mau intérprete. (8) Dessa forma, o médium nunca é
completamente passivo. Ou melhor, é passivo, quando não mistura suas próprias idéias
com as do Espírito que se comunica, mas nunca é inteiramente nulo. (9)
A mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos. (...) Podemos
arrojar de nós a energia atuante do próprio pensamento, estabelecendo, em torno de
nossa individualidade, o ambiente psíquico que nos é particular, [pois] cada alma se
envolve no círculo de forças vivas que lhe transpiram do hálito mental. (47)

Podemos classificar o transe mediúnico desta forma:

TRANSE MEDIÚNICO

CONCEITO GRAUS TIPOS

- Estado de alteração da - Superficial - Breve. - Natural


consciência situado entre a - Intermediário - Prolongado - Provocado
vigília e o sono. - Profundo
- Estado psicofisiológico do
médium sob ação de um
Espírito, podendo ocorrer
imersão nas memórias
(inconsciente) recentes ou
passadas

IX. Equipamentos e instrumentos utilizados pelos Espíritos


Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre
os mortos e o Cristo te iluminará. Epístola de
Paulo aos Efésios, 5:14.
De muitas dificuldades se mostra inçada a prática do Espiritismo e nem sempre
isenta de inconvenientes a que só o estudo sério e completo pode obviar. (...) Ela

21
contribuirá (...) para imprimir ao Espiritismo o caráter sério que lhe forma a essência e
para evitar que haja quem nele veja objeto de frívola ocupação e de divertimento. (12)
André Luiz nos ensina que realizar (...) uma sessão de trabalhos espirituais
eficientes não é coisa tão simples. Quando encontramos companheiros encarnados,
entregues ao serviço com devotamento e bom ânimo, isentos de preocupação, de
experiências malsãs e inquietações injustificáveis, mobilizamos grandes recursos a favor
do êxito necessário. (41) Em geral, os Espíritos sofredores são acomodados em locais,
especificamente divididos por meio de faixas fluídico-magnéticas. Trata-se de uma medida
de vigilância, utilizada para garantir a ordem e para evitar a ocorrência de qualquer tipo de
perturbação durante a realização do trabalho. (42)
Os trabalhadores do plano espiritual também magnetizam ou ionizam o ar do
recinto da reunião. A ionização é, por assim dizer, um processo de eletrificação do
ambiente. Sua finalidade é possibilitar a combinação de recursos para efeitos elétricos e
magnéticos, tornando o ar ambiente asséptico, livre de impurezas mentais. (30) A
ionização, além de auxiliar a manifestação dos Espíritos, propriamente dita, favorece a
instalação de equipamentos, instrumentos, aparelhos e apetrechos, utilizados pelos
benfeitores. São comuns as descrições desses materiais pelos médiuns.São instrumentos
que funcionam como acessórios ao bom andamento da tarefa.O psicoscópio, por exemplo,
é um minúsculo objeto de alguns gramas, usado pelos benfeitores quando as condições
ambientais não lhes permitem desenvolver acurada concentração mental. Destina-se à
auscultação da alma, com o poder de defini-lhe as vibrações e com a capacidade para
efetuar diversas observações em torno da matéria (...). Funciona à base de eletricidade e
magnetismo, utilizando de elementos radiantes, análogos na essência aos raios gama. É
construído por óculos de estudo, com recursos disponíveis para a microfotografia. (48) Na
mesma obra,no capítulo 7, página 62, André Luiz nos fala a respeito de uma espécie de
“tela de gaze tenuíssima”, com dispositivos especiais, medindo por inteiro um metro
quadrado, aproximadamente. Essa tela é,na verdade, um “condensador ectoplásmico”. O
Espírito Áulus nos fornece as seguintes explicações: Tem a propriedade de concentrar em
si os raios de força projetados pelos componentes da reunião, reproduzindo as imagens
que fluem do pensamento da entidade comunicante, não só para a nossa observação,
mas também para a análise do doutrinador, que as recebe em seu campo intuitivo, agora
auxiliado pelas energias magnéticas do nosso plano. (49) (50) No livro Obreiros da Vida
Eterna, André Luiz nos traz notícias de um pequenino aparelho, destinado à amplificação
da voz. Os benfeitores espirituais fazem uso desse instrumento dentro e fora das reuniões
mediúnicas, sempre que é necessário ecoar a voz a consideráveis distâncias. (51) No livro
Libertação, cap. 5, André Luiz nos descreve um aparelho, utilizado por entidades
trevosas, que funciona como “captador de ondas mentais”, de acordo com as cores
refletidas pelo perispírito, submetido à análise do equipamento. Em Nosso Lar, capítulo 48,
somos informados a respeito de um “globo cristalino”, usado para comunicação com
Espíritos encarnados. Trata-se de um (...) grande globo, de mais ou menos dois metros,
envolvido, parte inferior, em longa série de fios que se liga a um pequeno aparelho,
semelhante a alto-falante. Temos também, nesse livro, no capítulo 32, a descrição de um
”aparelho destinado a demonstrações pela imagem” ,à semelhança de cinematógrafo
terrestre, com o qual é possível levar à efeito cinco projeções variadas, simultaneamente.
Existem inúmeros outros aparelhos utilizados pelos Espíritos na reunião mediúnica e fora
dela: de “filmagem” (E a Vida Continua, cap. 10 e 11); de “precisão” para uso médico
(Evolução em Dois Mundos, segunda parte, cap. 19); de “registro de pensamentos” (E a
Vida Continua, cap. 10); de “raio curativo” (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 28 e em E
a Vida Continua, cap. 6); de “sinalização luminosa” (Os Mensageiros, cap. 22); de

22
“consultas rápidas nos arquivos do plano espiritual” (Sexo e Destino, segunda parte, cap.
13); “magnético para contato mediúnico” (Nos Domínios da Mediunidade, cap.16); para
“produção de ar puro” ( Obreiros da Vida Eterna, cap. 6) etc., etc.

X. Condições gerais de funcionamento de uma reunião mediúnica


a) As reuniões mediúnicas devem ser privativas, compostas de pessoas preparadas
para a execução da tarefa e conhecedoras dos seus objetivos;
b) é necessário estabelecer horário, duração e freqüência das reuniões. Isto posto,
seguir rigorosamente o que ficou estabelecido. (23), (24) É recomendável que todo
participante da equipe chegue mais cedo, antes do início da reunião. (24)
c) Pode-se definir o horário de até 2 horas para a realização total da reunião: desde
a prece de abertura, estudo, mensagens de benfeitores (se for o caso),
manifestação dos sofredores,irradiações, prece de encerramento até a avaliação
da reunião. (23) Não se recomenda mais de 60 minutos para a prática mediúnica.
(23)
d) O número de participantes da equipe mediúnica deve ser no máximo de 25
pessoas, e, no mínimo de 6. Esta questão de número, no entanto, é relativa. O
fundamental mesmo é que seja o grupo constituído de elementos simpáticos entre
si, que persigam objetivos superiores, que desejem instruir-se e que estejam
dispostos ao ministério do serviço contínuo; entretanto, merece considerar que todo
grupo mediúnico constituído de número excessivo de membros não produz a
homogeneidade necessária ao êxito do trabalho. (15), (16),
e) Assiduidade e renovação da equipe. Estes dois aspectos precisam ser
considerados com atenção. O trabalho freqüente de assimilação dos fluidos
desenvolvido pelos encarnados, sob orientação espiritual, poderá comprometer os
resultados se ocorrer renovação freqüente dos membros da equipe. Mesmo com a
boa vontade dos Espíritos, tentando suprimir as dificuldades, pode-se transformar
em um problema de difícil solução. (22), (24)

XIII. Etapas de realização de uma sessão mediúnica


De maneira geral, as atividades de uma reunião mediúnica comportam três
etapas básicas: abertura, desenvolvimento e encerramento.
Abertura

a) Prece inicial: deve ser concisa, curta, simples (não mais que 2 minutos).
b) Estudo doutrinário preparatório ou introdutório, que não ultrapassará o tempo-limite
de 15 minutos, constituir-se-á, preferentemente, de um dos itens de O Evangelho
segundo o Espiritismo, seguindo-se-lhe uma das questões de O Livro dos Espíritos.
(38) Podem-se adotar outros livros, atentando-se para o conteúdo doutrinário-
evangélico.

Desenvolvimento
a) A prática mediúnica pode ser seguida ou não da manifestação do mentor do grupo
(ou de outro benfeitor espiritual), no início ou fim da reunião, ou em ambos os
momentos. Em determinadas reuniões mediúnicas, como as de desobsessão, de
cura, ou de materialização, é comum a mensagem de um benfeitor espiritual,

23
sobretudo quando há necessidade de dar alguma orientação sobre o trabalho em
questão. (23). A prática mediúnica, propriamente dita, é caracterizada pela
manifestação de espíritos necessitados de auxílio, daí ser o momento mais
importante da reunião. Todos os esforços das equipes espiritual e material
canalizam para o seu êxito.
b) Irradiações ou vibrações mentais: podem ser feitas de forma geral (paz mundial,
pelos que sofrem etc.) ou específica, quando direcionadas para alguém ou grupo de
pessoas (encarnadas ou desencarnadas).
Encerramento
a) A prece final obedece aos mesmos critérios da prece inicial.
b) A avaliação do trabalho deve ser feita, necessariamente, ao final de cada reunião,
de forma breve e sucinta. É a oportunidade de se relatar algum fato ou impressão
captados durante a reunião. Recomenda-se que, independentemente dessa
avaliação, é de fundamental importância que o grupo mediúnico elabore um
calendário de avaliação geral da atuação da equipe. Essa última avaliação permite
que se percebam problemas ou dificuldades, ainda no nascedouro; e que se
adotem medidas corretivas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 124.


ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. 26, item 10, p. 367.
2. ___. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 73. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2004. Introdução, p. 13-17.
3. ___. Segunda Parte (Das manifestações espíritas), cap. I, item 54, p. 77-78.
4. ___. Cap. XVII, item 203, p. 248.
5. ___. Cap. XIX (Dos Médiuns), item 159, p. 203-204.
6. ___. Item 223, 1.ª, p. 268.
7. ___. 6.ª, p. 270.
8. ___. 7.ª, p. 270.
9. ___. 10.ª, p. 271
10.___ . Cap. XXI (Da Influência do Meio), item 232, p. 295.
11. ___. Item 233, p. 296.
12.___ . Cap. XXIX (Das reuniões e das Sociedades Espíritas),
13.___. Item 327, p. 423-424.
14.___. Item 329, p. 425-426.
15.___. item 331, p.427-428.
16.___. item 332, p. 428.
17.___. Item 333, p. 428-429.
18.___. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 34. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.
Primeira parte: Manifestação dos Espíritos – Caráter e conseqüências religiosas das
manifestações dos Espíritos. CI (O perispírito como princípio das manifestações), item,
10, p. 45.

24
19.___.O que é o Espiritismo. 50. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. II (Noções
elementares de Espiritismo), item 50 (Fim providencial das manifestações dos
Espíritos), página 169.
20.___. Item 88 (Qualidades dos Médiuns), p. 181-182.
21.___. Item 100 (Conseqüências do Espiritismo), 186-189.
22.DENIS, Léon. No Invisível. Tradução de Leopoldo Cirne. 22. ed. Rio de Janeiro:
FEB,2004. It. 9, p. 89. Condições de experimentação.
23.FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA - Conselho Federativo Nacional . Orientação ao
Centro Espírita. 4. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1996. Cap. V e VI p. 39-49.
24.___. Cap. 11, p. 76.
25.MENDES, Idalício . Rumos Doutrinários. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, p.113.
26.MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as Sombras. 2.0 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005,
p. 67 (As pessoas. O Doutrinador).
27.___. p. 68.
28.___. p. 81 (Outros participantes).
29.OLIVEIRA, Theresinha. Reuniões Mediúnicas. Cursos. 1. ed. Capivari [SP]: Editora
EME, 1994. Terceira Unidade: O trato com os Espíritos, cap. 13 (A identificação dos
Espíritos) p. 77.
30.PERALVA, Martins. Estudando a mediunidade. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004
capítulo LXII (Materialização – I), p. 217.
31.VIEIRA, Waldo. Conduta Espírita. Pelo Espírito André Luiz. 27 ed. Rio de Janeiro: FEB,
2004. Cap.4 (Do Médium) , p. 27.
32.___. p. 28.
33.___. p. 29.
34.XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André Luiz.
25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004, p.14 (Um livro diferente: palavras de Emmanuel).
35.___. Cap. 13, p. 59 (Dirigente)
36.___. p. 59.
37.___. p. 100 (Médiuns esclarecedores).
38.___. Cap. 28 (Leitura preparatória), p.113.
39.XAVIER, Francisco Cândido. Missionários da Luz. Pelo Espírito André Luiz. 39. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2004. Cap. 17 (Doutrinação), p. 355-356.
40.___. Cap. 19 (Passes), p. 405-408.
41.___. Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 41. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.
Cap.43 (Antes da reunião), p.265.
42.___. p. 266.
43.___. Cap. 45 (Mente enferma), p. 280.
44.___. Cap. 48 (Pavor da morte), p. 295-296.
45.___. p. 296.
46.___.Nos Domínios da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2004. Raios, ondas, médiuns e mente (introdução de Emmanuel), p.10.
47.___. Cap. 1 (Estudando a mediunidade), p. 13-14.
48.___. Cap. 2 (O psicoscópio), p. 22-23.
49.___. Cap. 7 (Socorro espiritual), p. 73 e 76.
50.___. p. 76.
51.___. Obreiros da Vida Eterna. . Pelo Espírito André Luiz. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB,
1991.Cap. VIII (Treva e sofrimento), p. 132-133.
52.___. Emmanuel. Pelo Espírito Emmanuel. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.Cap. XXX
(Evangelização dos desencarnados), p. 158 (as exortações evangélicas).

25
53.___. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005,
questão 378, p. 211.
54.___. Questão 382, p. 213-214.
55.___. Pensamento e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 13. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.
Cap. 2 (Vontade), p. 16.
56.___. Cap. 5 (Educação), p. 28-29.
57.___. Seara dos Médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 15. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2004.Item: Essas outras mediunidades, p. 100.
58.___. Item: Mediunidade e imperfeição, p. 134.
59.___. Item: Ser médium, p. 138.
60.___. Item: Faculdades mediúnicas, p. 146.
61.___. Item: Bons Espíritos, p. 152.
62.___. Item: Aptidão e experiência, p. 158.
63.___. Item: Equipe mediúnica, p. 166.
64.___. Item: Mediunidade e trabalho, p. 230.

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