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Direito Europeu

2º Semestre – Teóricas
Prof.: Maria Teresa Cabral Ribeiro da Silva Bracinha Vieira

Europa Social?
Por Europa social ou Dimensão Social da Europa entende-se uma série
de medidas legislativas e tudo o que favoreça a concertação social, a
igualdade de oportunidades e a própria politica de emprego. Este
procedimento passou a estar integrado no Tratado da UE o que quer dizer que
os actuais estados membros estão vinculados com as disposições em matéria
social e há uma tendência para que exista um quadro jurídico único neste domínio. Este
acordo retoma as orientações da carta comunitária dos direitos sociais e com base nesse
texto a comunidade apoia e completa nos seguintes domínios:
1. Melhoramento do ambiente de trabalho tendo em conta a função social da
empresa e protegendo a saúde e os dados de confidencialidade da saúde do
trabalhador e respectiva de segurança no trabalho;
2. Promover a integração das pessoas excluídas do mercado de trabalho;
3. Inserção obrigatória do principio da não discriminação e o reforço da igualdade
entre homens e mulheres no trabalho, o que implica a ideia da discriminação
positiva, ou seja, existir um conjunto de acções destinadas a favorecer as
mulheres para equilibrar a situação no domínio do emprego;
4. A segurança social (nesta questão engloba-se o a professora falou durante a aula
onde referiu as taxas moderadoras);
Europa dos Cidadãos
Etimologicamente, cidadão, é aquele que é membro de uma “cidade” (tempos
romanos) e goza pois de direitos cívicos e políticos, mas o conceito de Europa dos
Cidadãos tem uma dimensão mais vasta, quer dizer: que a UE nasce para os cidadãos e
com os cidadãos, o que implica uma aproximação a todas as instituições europeias por
parte dos cidadãos, qualquer cidadão de um estado membro tem o direito de petição
nomeadamente perante o parlamento, pode dirigir-se ao provedor de justiça europeu e
ainda pode escrever a qualquer instituição da União e receber uma resposta redigida na
mesma língua.
Na pluralidade das lealdades a uma cidadania há que ter em conta o respeito e a
promoção pela diversidade cultural, pela aplicação do princípio da subsidiariedade, pela
luta constante por uma Europa do Conhecimento e pelo intercambio de saberes.
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Sugestão de Livro:
“Quatro textos excêntricos”
De: Hannah Arendt, Eric Weil, Bertrand Russell, Ortega Y Gasset.
Bases para uma tomada de posição sobre a natureza da união europeia
Uma das questões fundamentais é a relação hierárquica entre as normas
comunitárias e as normas internas e se a preferência de aplicação implica serem
excluídas as normas constitucionais.
Por outro lado a preferência da aplicação, não implica superioridade da norma
comunitária. A norma nacional que contraria a norma comunitária, é simplesmente
ineficaz e não nula. Há quem afirme que se verifica uma tendência na prática para
aplicar a norma nacional sobretudo a nível da Administração e nas relações desta com

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os particulares, tendo isto a ver com a propensão dos funcionários para aplicarem a
norma da hierarquia mais próxima – princípio da proximidade.
Na jurisprudência comunitária com destaque para o acórdão Costa / Emel,
afirmou-se que a um texto comunitário, não pode opor-se um texto interno. Contudo em
relação ao primado absoluto, os constitucionalistas, entendem que vigora o princípio do
primado da Constituição. E se certos estados reconhecem o primado sobre o direito
constitucional, tal acontece, porque o têm previsto na constituição (nas diferentes
Constituições há várias formas de olhar o Direito Comunitário).
Nalguns casos, a aprovação e a ratificação do tratado da união europeia,
antecedeu revisões constitucionais. Ora esta, é uma das provas em como se não verifica
o primado absoluto.
O professor Lucas Pires, entende que há superioridade e anterioridade do direito
comunitário, já que tem que se accionar o mecanismo da revisão, como no caso da
moeda única, ou questão da cidadania.
Para a nossa escola, (para nós) em caso de conflito é o poder de revisão
constitucional que prevalece mais.
No caso da Dinamarca, quando se verificou o primeiro referendo de sentido
negativo, foi necessário negociar um protocolo especial para que este País excluísse
algumas normas do tratado, e, só depois, o segundo referendo foi positivo.
Tudo isto não seria necessário, se a decisão não coubesse às instituições
nacionais (delegação de poderes). Porque há delegação de poderes é que há avocação
pelos Estados Membros da UE da delegação de poderes, mas sempre sob hierarquia dos
Estados que podem assim retirar os poderes que lá se deixaram de os representar).
Em conclusão, o facto de, no processo de decisão política a aprovação do tratado
em cimeira de chefes de estado anteceder as revisões constitucionais não permite retirar
a tese da superioridade ou da anterioridade do direito comunitário, pelo contrário, fica
provado que os estados ficam senhores das competências das competências e que é no
exercício de poderes soberanos que primeiro se estabelecem as negociações e só depois
é que se ratificam os tratados.
Finalmente na Alemanha o tratado da união europeia, foi submetido a
fiscalização preventiva da constitucionalidade e isto não aconteceria se os tratados não
se conformassem com as instituições de cada estado membro.
Para cada artigo deve-se ir buscar as teses para justificar se se aplica o Direito
Comunitário ou o Direito Interno.
As normas comunitárias do Direito da concorrência foram importadas para o
acervo normativo interno (ex.: OPA protege os consumidores).
Devemos pensar nas normas a adoptar internamente de acordo com a nossa
realidade para harmonizar com o Direito Comunitário.
Exemplos:
• Talhante que viola consumidor e concorrência e também o princípio da boa fé,
ao fornecer 800gr em vez de 1 kg.
• Fraude ao fisco com as facturas / recibos (a fraude fiscal é também pelo Direito
do consumidor e pelo Direito da Concorrência).

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TESES
1ª Tese
O Prof. Mota Campos diz que “o poder conferido a uma entidade supranacional
de menosprezar os princípios fundamentais da Constituição Nacional, significaria a
destruição da essência da soberania que se afirma através de um poder constituinte
autónomo”.
Ele distingue entre poder constituinte originário e derivado. Ele diz que o
constitutivo da UE não viola o poder constituinte originário. A Constituição pode ser
revista. O nosso poder hoje é sempre revisionário.
Se os estados membros respeitam maiorias não pode violar o Direito
Constitutivo originário.
As revisões são feitas conforme o previsto em cada Constituição, maioria
qualificada, absoluta, etc.
Nunca pomos em causa o poder constituinte originário.
Se não vamos além dos limites materiais da constituição a UE nunca pode ….(falta
texto)

2ª Tese
Prof. Canotilho e Prof. Vital Moreira: “admitir que o Direito supra –nacional
pudesse contrariar a própria Constituição seria derrogar o poder de decidir sobre a lei
fundamental da colectividade.
Isto é, se o constituinte do Direito Europeu fosse directamente absorvido pelas
novas Constituições de cada País, estaria a derrogá-lo. Um poder externo ao País não
pode derroga a sua Constituição.
É a Constituição que pode ser revista.
3ª Tese
Prof. Paulo Otero e Prof. Adelino Maltês: “Se as Constituições não podem ser
infringidas pelos estados, muito menos o podem ser por Organizações Internacionais
que o estado venha a integrar”
Aqui está em causa a lesão dos direitos particulares.
Nem o particular, nem o estado podem violar a lei administrativa, logo uma
Organização Internacional muito menos.
Está consagrado na Constituição e no C.P.A.
Este princípio administrativo equivale a uma lei reforçada.
“Donde, no caso português, existe o primado das normas comunitárias sobre as do Direito
ordinário mas não sobre a Constituição”. Acresce que o Prof. Paulo Otero afirma ainda que,
desde que se considere que os poderes soberanos que os estados membros transferem para a
UE são necessariamente meramente delegados, implica que o seu elenco seja absolutamente
claro.”
A lei de habitação tem que ser dada especificamente. É nestes termos que é
feita a delegação de poderes dos estados membros para a UE (conforme artº 4º da carta
da UE).

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José Saramago, prémio Nobel de literatura, no discurso quando recebeu o


prémio questionou, como é possível chegarmos ao XXI e ainda temos um texto com
autorização dos países mais desenvolvidos, dizendo que ninguém pode ser submetido a
tortura degradação e desumanidade, etc. (sinal de que tal acontece!).
Lembra o Prof. Paulo Otero que pode-se sempre revogar a delegação e recuperar
o exercício dos poderes delegados.
Por outro lado, (e ainda 2º ele), pode existir delegação sem hierarquia, o que
implica que a UE não é, não poderia ser hierarquicamente subordinada aos estados
membros.
Para tanto, bastava a interpretação do art. 235º, em que se demonstra que a
delegação só pode ser feita mediante limites e condições constitucionais.
Assim, conclui, afirmando que, por enquanto, a Comunidade é uma emanação
dos estados no exercício dos poderes soberanos.
4º Tese
Prof. Fausto Quadros: “À medida que se aprofunda e alarga a Comunidade, a
divisão e o conteúdo das competências comunitárias deixaram de ser decalque das
competências nacionais”.
Isto é, argumenta que apesar da UE exercer poderes nas condições que os
estados membros querem, há um conjunto nativo da UE que ganha vida por ele próprio,
com características comunitárias, sem decalques (princípio da diferenciação do Direito
Comunitário – que sustenta Fausto Quadro).
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A posição adoptada (Luís Sá, Adelino Matos, … nossa escola) é a de que a união
europeia, é uma organização multinacional de integração avançada.
1º - A expressão união europeia significa um avanço da integração em relação à
comunidade europeia (hoje a UE não é o que foi no inicio as 3 comunidades).
2º - A utilização de um sistema de símbolos (moeda única, hino, etc.) e de uma
estratégia de conquista de lealdades, a prática é visível todos os dias, por exemplo, a
Quercos pôs-se ao lado da comissão europeia para nos condenar em relação às
praias portuguesas (princípio da proximidade legislativa).
3º - Uma gestão alargada de interesses comuns, ás vezes levantando-se a questão da
lealdade dominante (hoje Europa a la carte – Europa de geometria variável e já não
a Europa a 2 velocidades) (Meu País = a Europa).
4º - A união europeia caracteriza-se pela unidade política de ser criada a partir dos
estados membros, isto é, se fosse uma federação teria personalidade jurídica
própria).
5º - A União Europeia favorece laços de pertença e as ligações á Nação e ás Regiões
(Comité das Regiões).
6º - A UE invoca interesses comuns dos povos (ex: a PAC – a agricultura portuguesa
foi à vida mas a francesa não).
7º - A integração, é uma integração económica, política e social.
8º - Na união europeia a cooperação é interestadual.

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9º - Funciona em matéria de política externa (conforme p/ base das Lages) e é


susceptível ser alargada no âmbito da segurança e defesa (europol e criação de um
exército europeu)
10º - Cooperação na justiça.
11º - Constitui uma união económica e monetária (conforme o banco europeu de
investimento, banco central europeu).
12º - A união europeia é dinâmica no seu alargamento.
13º - Existe o princípio da aplicação directa das normas comunitárias (conforme o
primado).
14º - A cidadania europeia.
15º - O núcleo duro da soberania em matéria de segurança política externa, educação e
cultura, mantém-se com o poder político interno de cada estado membro e com a
nação. (exemplo pagar o selo do carro pela Internet).
Natureza jurídica da carta e artigo 21º e comparação com a nossa constituição 10-05-
2006
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A união europeia procura abrir caminhos mais sólidos para actuações que não
sejam meramente administrativos, meramente económicas mas também abertamente
políticas.
Legislativamente a união europeia preocupa-se com as chamadas actuações
“negativas” que vedam ou proíbem aos estados determinadas actuações. Infelizmente
também os partidos nacionais aproveitam para atirar as culpas de tudo quanto corra mal
nos respectivos governos como se fossem problemas criados pela união europeia
afirmando que a união europeia, tem poderes a mais e a união europeia por seu lado
quer sempre dispor de mais poderes para que comande melhor a geometria variável da
própria Europa.
Na verdade, as prioridades para a união europeia, têm que assentar nas
realidades existentes no fim do século XX, ou seja, as tendências para a globalização e
formação de blocos a nível de continentes, a internacionalização crescente do mundo do
trabalho, do investimento, tendo em conta a liberalização do comércio internacional e
cada vez mais as necessidades ambientais.
A verdade é que a construção de toda a Europa onde os direitos sociais tal como
o direito do trabalho se concretizem, não deve esquecer que esta Europa cresceu
exactamente no rescaldo dos equilíbrios precários da guerra fria e da vontade dos ex-
países de leste se juntarem a uma Europa na qual se têm colocado ao lado dos países
mais fortes nomeadamente oferecendo vantagens competitivas a nível salarial e
aproveitando a união europeia para secar os fluxos financeiros que seguiam para os
países no âmbito da NOEI (nova ordem económica internacional).
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Défices democráticos: O Parlamento Europeu
É irrecusável uma série de questões que neste âmbito dos défices democráticos
se colocam. A união europeia é um centro de poder público e existem vários tipos de
défices que o modelo actual não resolveu.

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O Parlamento Europeu e as suas competências são referidas como a fonte do


primeiro tipo de défice democrático.
Trata-se de um órgão directamente eleito e, apesar disso, não tem o poder que
essa característica lhe devia dar.
A solução poderia passar por aproximar as competências do Parlamento Europeu
das que são próprias do Parlamento de um estado de direito democrático. Se assim for,
subjacente está a ideia, nem sempre confessada, de transformar a união europeia num
estado. A verdade é que, para corrigir o défice, não é colocada a interrogação que se
impõe, ou seja, quem seria sacrificado nos seus poderes.
Parece que tudo o que for no sentido de colmatar este défice através de
instrumentos que controlem o exercício dos poderes da Comissão, do Conselho e da
Administração Comunitária é bem compreensível nomeadamente impondo o processo
de co-decisão em sede de legislação comunitária.
Os poderes da Parlamento Europeu têm, aliás, que ser também o controlo
democrático dos poderes desmedidos do Banco Central Europeu, através da política
monetária.
• Fenómeno da imaterialidade da moeda (não se sente o que se gasta através do
cartão de crédito)
• Fluxo psicológico de travão quando pagamos com notas
• Controlo da massa monetária passa pelo processo de co-decisão PE/Conselho
• Mecanismo de letras, redescontos passa também pela co-decisão
• Outro exemplo: os plafonds de créditos que são limitados pelos bancos de 2º
grau passam pelo processo de co-decisão
Maurice Duverger afirmou que a fraqueza dos poderes do Parlamento antes do
processo de co-decisão, não permitiria classificar a União Europeia entre as
democracias caso a tratássemos como um verdadeiro estado. Assim visou-se um novo
equilíbrio de poderes tendo em conta, o próprio sistema de votação para o Parlamento
Europeu.
Acima de tudo, Oberdoft alerta que o grande défice democrático de que pode
sofrer a União Europeia é o do afastamento dos parlamentos nacionais na construção e
elaboração das normas comunitárias, daí que se fale em duplo défice democrático, para
incluir as questões da insuficiência de poderes dos parlamentos nacionais e do
Parlamento Europeu.
Falta de discussão nos Parlamentos Nacionais sobre questões cruciais para a UE.
A política portuguesa pouco se envolve nas discussões sobre as normas
comunitárias que estão a ser discutidas no PE. Há ausência de trabalhos nos
Parlamentos Nacionais sobre estas matérias. Há falta de ética politica.
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O Direito e a Bioética
A Constituição de 76 prima, hoje, pelo foro de direitos pessoais, prima por ser
uma bio constituição. Tem, em si, no conjunto de normas inerentes ao Direito da Saúde
(aborto, eutanásia, mãe de aluguer, mãe uterina, etc.) uma cláusula aberta, sendo uma

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constituição apta, no âmbito dos seus Direitos Fundamentais (art. 16º), a estar receptiva
a outros Direitos Fundamentais e é aí que se insere no âmbito da UE.
De acordo com o art. 16º /2 CRP, conforme Declaração Direitos Fundamentais.
Um Direito Fundamental pressupõe uma garantia (ex: Direito à vida – daí o
legislador excluir a pena de morte e colocou isso expressamente na Constituição).
Os Direitos Fundamentais são, pois, mais evoluídos e isso vê-se porque em
conexão com a UE, Carta dos Direitos Fundamentais, Carta dos Direitos de Saúde,
Declaração Universal Direitos do Homem. O que faz isso é a evolução da ciência de
genética.
O legislador está mais sensibilizado. Toma em consideração os direitos de
personalidade. O tratamento do casamento na CRP evoluiu do anterior cariz religioso.
O verdadeiro determinante era o nascimento completo e com vida.
O direito da concepção a que hoje se atribui relevo, é direito publicista e não
privatístico, fortalece o direito à vida.
O direito publicista destrói, por outro lado, o direito privacista quando se protege
a pessoa da tortura (ex.: Iraque, os prisioneiros iraquianos torturados fisicamente pelos
EUA).
A tortura física passa pelos direitos fundamentais de índole constitucional.
A inversão das situações delimita que na resolução da hipótese ela só pode ser
resolvida na UE se passar pelo crivo constitucional e da Declaração Universal dos
Direitos do Homem.
No art. 9º d) h) da CRP há evolução do conceito de igualdade.
A base da justiça formal é a teoria de Rawls.
A igualdade da Constituição, por força deste art. nestas alíneas é material e não
formal. Ao estado cabe “fazer” (bens de mérito) direito positivo do estado. O direito
positivo é de igual materialidade. Só depois de constituído, temos o direito potestativo
de o reclamar (ex.: direito da saúde – princípio de igualdade material)
É lícito a revisão das taxas de moderação com vista à igualdade material.
Prestações diferentes a quem tem rendimentos diferentes.
Questão diversa é a privatização do sistema de saúde. Temos direito a ele? Só os
ricos? O princípio é formal, ainda não é material. Na constituição, a saúde está
explanada em três sectores: corporativo, privado e estatal.
Nas corporativas de saúde o estado isenta de pagamento de impostos o que gera
que o princípio de que o sistema privado não vise só o lucro mas também a eficiência.
Art.67º da CRP, cláusula que implica que as normas de direito europeu sejam de
aplicação directa por força da proeminência dos tratados. Para a resolução desta questão
que seja mais favorável aos cidadãos.
A situação que se coloca relativamente aos apátridas ou estrangeiros não
legalizados no sistema de saúde. Não tem direito a assistência pública se não tiver
contribuído para a segurança social.

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O direito à protecção da saúde engloba no Direito português que todas as


pessoas com problemas ligados à procriação assistida essa assistência seja
tendencialmente gratuita.
Até ao momento era tida como um luxo para o direito privado. Mas o princípio
da igualdade material levou a esta alteração. A constituição diz que tal é obrigação do
sistema nacional de saúde.
Direito a constituir família.
Na união de facto, com pessoas de sexos diferentes, é pacífico que possa haver
adopção, mas não permitimos uma relação conjugal, no direito português, aos
homossexuais.
Afunilamos a situação da adopção por via de outra ciência: a pedopsiquiatria.
Diz-se que as crianças não têm a mesma dose de equilíbrio emocional quando o
casal é homossexual. Isto levou a águas turvas com o redesenho da pedofilia da Bélgica.
É melhor sujeitá-los à pedofilia? É melhor não terem carinho?
Pela sua orientação sexual as pessoas não são desprovidas de emoções. Isto
espartilhou o Direito Público e o Direito Privado.
Conforme 67º e 68º CRP, direito ao nome, é necessário mudar.
A procriação assistida deve ter travão se a pessoa for portadora, se tiver doença,
perturbação psíquica.
Se é direito fundamental protegermos a criança que a mãe / pai lhe transmite
doença contagiosa, mas também lhe damos garantias de protecção.
Adopção – Sistema fechado
Nome – Intocável
Por via, não da homossexualidade, mas da transsexualidade, vem uma pessoa de
fora completamente transformada. A partir do momento que há mudança de sexo, tem
direito à mudança de nome, na conservatória, o que lhe dá direito à sua dignidade.
A lei portuguesa permite que se case com pessoa de sexo diferente, a seguir pode
recorrer ao sistema de segurança saúde pública, tentar procriação assistida e, por essa
via, chegar à adopção.
Isto vai dar origem à mudança na CRP, no Direito Privado, na UE, na
Conservatória.
O direito à concepção foi previsto em Portugal.
É ao parceiro que a lei dá o direito.
Art. 71º CRP – Os cidadãos portadores de deficiência podem ser titulares de
direitos que não sejam capazes de exercer por si, pessoal e livremente?
Legislação a este respeito:
• A lei 48/90 de 24 Agosto é a lei de bases da saúde
• Dec-Lei 335/93, de 29 Setembro, sobre as Administrações Regionais de Saúde
• Dec-Lei 281/2003, de 7 Junho, cria a rede de cuidados continuados de saúde
(ex.: Alzheimer)

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• Lei 67/98, de 26 Outubro, sobre confidencialidade dos dados pessoais de saúde


(conjugar esta lei com o art. 190º e 195º do código penal)
• Consentimento / informação (art. 156º do código penal e lei 36/98, 24 Julho) ex.:
por questões estéticas 2 senhoras que morreram por causa de uma lipoaspiração)
• Lei 12/93, de 22 Abril, sobre transplantação
• Despacho Normativo 700/94, de 10 Outubro, há registo de novos dadores, orque
se tivermos lesões no corpo devemos inscrevermo-nos como tal para que o
órgão não seja transplantado.
• Ensaios clínicos (ex.: com medicamentos). Baseada na comissão de ética da UE
saiu a lei 46/04, de 19 Agosto e a portaria 57º, 2005, de 20 Janeiro.
• Códigos de protecção dos direitos dos pacientes:
o Código Deontológico dos Médicos
o Código Deontológico dos Enfermeiros
o Código Deontológico dos Farmacêuticos
O nosso sistema é aberto, tem cláusula aberta mas é baseado no ter sobre o ser
(que é o das Ordenações e do Código Visigotorum)
A questão da adopção é relevante. Falamos de alguém que ainda não tem
capacidade de agir.
Se só há uma máquina no hospital e 3 pacientes a dela necessitar, o que fazer? A
quem é atribuída a culpa? O Estado: somos todos nós…. (a fuga aos impostos não é um
acto de esperteza!)
Conforme Teses
Prof. Paulo Otero, sobre direito à vida, Prof. Oliveira Ascenção, Prof. Figueiredo Dias,
Prof. Fernando Bronze
Estuda-se em:
• Direito Sucessões
• Direito Contratual
• Formação nas sociedades Comerciais
É necessário ponderar também sobre as acessibilidades (não temos TGV, se
tivermos qual é o problema de aceitarmos um emprego no Porto?
A questão das acessibilidades vai determinar que uma senhora no Restelo
grávida tenha uma maternidade lá se demorar muito tempo para chegar a Lisboa?
Não é a política que determina todas as mudanças por si, mas também as
mentalidades
É na poesia que está o poder. Ao saber da interpretação dos comportamentos do
homem. A etologia é nuclear para escrever / interpretar poesia (Camões tinha, sem saber
que se chamava etnologia). O caso de Fernando Pessoa é diferente.
Existencialismo – Simone Beauvoir, Jean Paul Sarte
Anais – Filme de Henri Miller (coerência da personalidade da pessoa)

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Assédio pode ser sexual ou moral


Churchill “ O inimigo não está do outro lado, está deste”
Tudo depende das pessoas
O reino dos céus será dos portadores do bem
“ Isto é assédio!”
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Carta dos Direitos Fundamentais
Podemos recorrer em matéria de direitos fundamentais
Estão cobertas todas as situações que não estão cobertas internamente.
Na União Europeia defende-se o Bicamaralismo, leva à activação participativa
de cada país.
Maurice Duverger levanta a questão do Neofederalismo como futuro da UE.
Neste modelo, é conhecida a importância do Bicamaralismo assente na Câmara
com representação de cada estado unidade federada, impedindo a hegemonia dos
maiores estados unidades politicas e outra Câmara, assente na representação
proporcional da população, para assegurar o princípio da representação politica
democrática. Isto é, o Bicamaralismo é necessário como reflexo do compromisso entre
a igual representação dos estados e o princípio da representação politica dos cidadãos.
Assim, para Duverger, a 1ª Câmara representa as populações e a 2ª Câmara, tem
poderes de vetar as leis e representa os estados unidades federados.
O Neofederalismo surge, assim, como uma organização futura da comunidade,
que inclui uma Constituição e uma nova distribuição de poderes entre as Instituições da
UE.
O alargamento, que se iniciou em 01/05/04, e que vai continuar nos anos mais
próximos, vai constituir o mais difícil desafio à integração europeia e talvez ao seu
sistema jurídico. Contudo, o Prof. Fausto Quadro, afirma que o alargamento é inevitável
e inadiável. É inevitável, porque os tratados reconhecem a todos os estados europeus o
direito de requerem a adesão à UE, desde que preencham os requisitos do artigo 39º do
tratado da UE. É inadiável, porque a estabilidade democrática dos estados aderentes, ou
que pretendem aderir, a sua segurança interna e externa, e até a fixação das suas
fronteiras (como é o caso dos ex-países de leste) poderão estar ameaçadas, caso o
alargamento não tivesse lugar por medidas devidamente justificadas.
__________«» __________
1 – Matéria obrigatória no âmbito do procedimento de co-decisão;
(matéria de emprego – falamos de direitos fundamentais)
2 – Política social;
3 – Saúde;
4 – Liberdade de circulação;
5 – Transportes;
6 – Fundos estruturais e de coesão;

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7 – Ambiente;
8 – Não descriminação com base na nacionalidade ou minoria ética;
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Tendo em conta o alargamento (remeter para a aula de Bicamaralismo e procura
de sede de poder) é de notar a pressa com que os estados, ex.: países de leste quiseram
entrar para o Conselho da Europa e para a Nato.
Contudo, o alargamento traz consigo problemas muito difíceis a nível
económico e político, para os quais a união europeia não parece estar preparada, nem
mesmo analisando a reunificação da Alemanha.
No plano político, o alargamento pressupunha um aprofundamento da união
europeia, na medida em que o grau de diferenciação entre os estados membros é muito
mais profundo, o que levaria a crer que a “desintegração” desta Europa com mais países
devia corresponder uma integração mais avançada, nomeadamente a nível da política
externa e do combate ao terrorismo.
A verdade é que a união europeia não tem futuro se continuar a ser
simultaneamente um gigante económico e um anão político.
Por fim, desde os tratados institutivos das comunidades têm vigorado na união
um sistema da repartição do poder entre os estados grandes, médios e pequenos que se
espelha na repartição dos votos. Daí que, hoje, há que ter uma maior preocupação no
equilíbrio entre o maior número de estados, caso contrário, altera-se completamente o
sistema de poder na união europeia e, nem a constituição da união europeia poderá levar
a uma maior justiça social.
Hoje, a Espanha, o Reino Unido, o eixo franco-alemão querem dar cartas,
aproveitando a ausência de lideranças fortes, como a de Jacques Delors, François
Mitterrand e Helmut Koln.
(transmitir uma evolução cultural aos povos que fomos conquistando. Nesta
lusofonia em que temos uma herança levamos à união europeia uma língua que é a
mesma que a nossa)
- Territorialidade do poder. A universalidade do bem será para o que deve tender
a união europeia.
- Extraterritorialidade;
- Pluralidade de cidadania que não existia antes da união europeia;
- A cultura é o adubo da instrução
- O melhor heterónimo de Portugal é a lusofonia
- Conhecimentos diferentes e acrescidos advêm do convívio com os africanos
- Propomos a Extraterritorialidade do poder na UE
- Contributo para a pluralidade de cidadanias
- Pigou e Pareto – menos bem-estar
- Hobbes não nos tirou o caminho para a liberdade

António Albuquerque – Cristina Henriques – César Grabulho - João Rodrigues 11


Universidade Lusófona de Lisboa – Direito – Turma 2P_1

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