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CIBEC

A leitura na vida contemporânea*


Lucília Garcez

Palavras-chave: formação de
leitores; procedimentos de
leitura; educação; ensino.
Ilustração: Adriana Kazue Sada

O s debates atuais a
respeito da leitura estimulam e
mais seduzido pela imagem, pela
comunicação rápida, e, ao mesmo
exigem uma reflexão mais tempo, devem ampliar
profunda, com base em tudo que quantitativamente os esforços
já se sabe sobre o processo de para incluir parcelas cada vez
* Palestra realizada no Centro de ler e compreender. Os programas maiores da população. Nesse
Informações e Biblioteca em
Educação (Cibec), do Instituto de democratização da leitura, percurso, muitas vezes
Nacional de Estudos e Pesqui- oficiais ou não, devem intensificar descontínuo e cheio de
sas Educacionais (Inep), em 27
de julho de 1999, no âmbito do qualitativamente sua atuação, obstáculos, qualquer iniciativa em
Programa Conheça a Educa-
ção, em comemoração ao Dia
para fazer frente aos apelos direção ao estímulo à leitura deve
do Escritor (25 de julho). imediatos de um mundo cada vez envolver diversos agentes e
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por causa do perigo do demônio. Os de-
mônios apoderam-se das almas durante
o período vulnerável imediatamente após
a morte, mas as histórias os mantêm afas-
tados. Como as caixas chinesas ou as
sebes labirínticas dos jardins ingleses, as
histórias contêm contos dentro de con-
tos, de maneira que se entra por um e
vai-se dar em outro, passando de uma
trama para a outra cada vez que se vira
uma esquina até, afinal, alcançar o nú-
cleo do espaço narrativo que corresponde
ao espaço ocupado pelo cadáver dentro
do pátio interno da casa. Os demônios
não conseguem entrar nesse espaço,
porque não sabem dobrar as esquinas.
Batem as cabeças inutilmente contra o
labirinto narrativo que os leitores cons-
truíram e, assim, a leitura fornece uma es-
diferentes segmentos sociais: pécie de fortificação, de defesa. Cria uma
famílias, escolas, professores, muralha de palavras (...) que pela imbri-
bibliotecários, especialistas, cação da narrativa e a cacofonia do som,
pesquisadores, editores, autores, protege as almas (Darnton, 1986).
meios de comunicação,
instituições governamentais e não- Aqui a narrativa é salvação, como foi sal-
vação também para Sherazade, que escapa
governamentais. Se queremos da morte pelo poder sedutor e encantatório
socializar o direito à leitura, não dos contos das Mil e uma noites.
apenas como correspondência De cultura para cultura, de época para
entre sons e letras, mas como época, tanto a função da leitura como a
forma real de conhecimento, maneira de ler vai se transformando. Na his-
interpretação e compreensão do tória da humanidade, desde muito antes da
mundo e do ser humano, é invenção da imprensa, desde a antiguida-
imprescindível uma articulação de clássica, os textos literários, passados
contínua, intensa e harmoniosa oralmente de geração a geração ou escri-
entre esses atores. tos a mão, serviram a diversos fins e foram
utilizados de diversas maneiras. Sobrevive-
ram a incríveis ameaças de apagamento e
destruição e por muitas vezes tiveram que
Nem sempre a leitura de narrativas ser protegidos incansavelmente, mesmo
apresentou as características e as funções quando já impressos.
que tem para o homem contemporâneo. Em nossa cultura racional e objetiva
Mitos, lendas, narrativas folclóricas, con- lemos para aprender, para nos informar-
tos orais populares procuraram em sua mos, para saber de onde viemos, para sa-
essência dar uma interpretação do mun- ber quem somos, para escapar da solidão,
do, mas sua utilização, a maneira como para conhecer melhor os outros, para sa-
foram mantidos e transmitidos assumiu di- ber para onde vamos, para conservar a
versas configurações. O historiador Robert memória do passado, para esclarecer nos-
Darnton, a partir de informações do lingüis- so presente, para aproveitar as experiênci-
ta e etnolólogo A. L. Becker, revela que as anteriores, para não repetir os erros dos
nos ritos mortuários de Bali a leitura de nossos ancestrais, para ganhar tempo, para
narrativas tem um papel mítico, sagrado, nos evadirmos, para buscar um sentido
essencial: para a vida, para compreender os funda-
mentos da nossa civilização, para alimen-
Quando os balineses preparam um ca- tar nossa curiosidade, para nos distrairmos,
dáver para ser enterrado, lêem histórias para vivenciar emoções alheias ao nosso
uns para os outros, histórias comuns, de cotidiano, para nos cultivarmos, para exer-
coleções de seu contos mais familiares.
Lêem sem parar, vinte e quatro horas por cer nosso espírito crítico, para usufruir um
dia, durante dois ou três dias sem parar, prazer estético com a linguagem. Enfim,
não porque precisem de distração, mas para participarmos de uma corrente de

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construção e circulação de sentidos e in- humano, é imprescindível uma articulação
terpretações do mundo pela palavra que contínua, intensa e harmoniosa entre esses
atravessa os milênios. atores.
Mas cerca de 30% da nossa popula- Isto porque o incentivo à leitura, já sa-
ção não têm sequer os instrumentos míni- bemos há muito tempo, depende de:
mos para usufruir desse direito – são anal-
fabetos absolutos ou funcionais. • convívio contínuo com histórias, li-
Qualquer que seja a maneira de ler vros e leitores, desde a primeira infância;
ou o objetivo explícito da leitura, pode-se • valorização social da leitura pelo gru-
vislumbrar um vestígio daquela espécie po social a que pertence;
protetora de muralha balinesa de palavras. • disponibilidade de acervo de quali-
Muralha de resistência a todas as contin- dade e adequado aos interesses, horizon-
gências massacrantes da condição huma- tes de desejo e aos diferentes estágios de
na: sociais, profissionais, psicológicas, leitura dos usuários;
afetivas, ideológicas, culturais. Proteção • tempo para ler, sem interrupções,
que nos salva de tudo, até de nós mes- previsto e assegurado no planejamento
mos, pois nos liberta, nos permite a escolar;
transcendência, a superação das limita- • espaço físico agradável, confortável,
ções históricas, a descoberta do outro e estimulante e atrativo;
de nós mesmos, a organização do caos • ambiente de segurança psicológica
interior. Proteção que delimita um espaço e de tolerância dos educadores em rela-
de reflexão e de emancipação do espírito ção ao percurso individual de superação
por meio da interpretação simbólica. A de dificuldades;
leitura é, assim, o espaço de liberdade por • valorização da leitura pelo grupo;
excelência, pois lida com o pensamento • oportunidades para expressar, regis-
e o imaginário, que são, por natureza, sem trar e compartilhar interpretações e emo-
fronteiras, sem limites, e proporciona uma ções vividas nas experiências de leitura;
forma de felicidade. A leitura é também • acesso à orientação qualificada so-
um espaço de liberdade, porque o leitor bre por que ler, o que ler, como ler e quan-
lê o que quer, quando quer, onde quer, no do ler.
ritmo que quer.
No Brasil, inúmeras iniciativas ao lon- Trataremos, então, das formas de par-
go das três últimas décadas têm procura- ticipação dos educadores no processo de
do chamar a atenção para a importância formação de leitores autoconfiantes, segu-
da leitura. As grandes modificações pelas ros e competentes.
quais passou a sociedade brasileira nos Para aprofundar a reflexão relativa à
últimos anos exigiram que os programas natureza do ato de ler, é necessário consi-
de democratização da leitura também se derar que se trata, simultaneamente, de uma
transformassem. Foi necessário intensificar experiência individual única e de uma expe-
a atuação, tornando-a mais efetiva, para riência interpessoal profunda e intensa, um
fazer frente aos apelos imediatos de um exercício dialógico ímpar, pois entre leitor
mundo cada vez mais seduzido pela ima- e texto desencadeia-se um processo
gem, pela comunicação rápida, pela velo- discursivo de decifração, interpretação, re-
cidade, e ao mesmo tempo ampliar flexão e reavaliação de conceitos absoluta-
quantitativamente os esforços para incluir mente renovados a cada leitura.
parcelas cada vez maiores da população. Entretanto é preciso cuidado, pois a
Nesse percurso, muitas vezes descon- linguagem pode ser usada tanto para des-
tínuo e cheio de obstáculos, aprendemos velar como para velar, tanto para mediar
que qualquer iniciativa em direção ao estí- como para enganar. Pode ser uma lingua-
mulo à leitura deve envolver diversos agen- gem desgastada e esvaziada de sentido.
tes e diferentes segmentos sociais: famíli- Por isso necessitamos do discurso alegóri-
as, escolas, professores, bibliotecários, co, narrativo, lúdico, metafórico, que é uma
especialistas, pesquisadores, editores, au- forma de conhecimento que escapa à ciên-
tores, meios de comunicação, instituições cia e que reinaugura o sentido da lingua-
governamentais e não-governamentais. Se gem pela palavra do poeta.
quisermos socializar o direito à leitura, Faz parte da própria construção origi-
como forma de conhecimento, interpreta- nal do texto essa possibilidade ilimitada,
ção e compreensão do mundo e do ser infinita, de diálogo, esse caráter interativo

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primordial de que fala Bakhtin (1981). O conduzir-me nesse universo, em reagir
universo discursivo, no qual somos inseri- às palavras do outro (as reações podem
dos pela leitura e pela escrita, tem um prin- variar infinitamente) a começar pela
minha assimilação delas (durante o an-
cípio dialógico inerente a si mesmo de três
damento do processo do domínio origi-
ordens:
nal da fala), para terminar pela assimi-
lação das riquezas da cultura humana
• é dialógico porque a enunciação tem (verbal ou outra). A palavra do outro
uma orientação social, é orientada para o impõe ao homem a tarefa de compre-
outro e é por ele determinada. Escrevo para ender esta palavra.
o outro que, por sua vez, orienta e conduz
o que escrevo e a maneira como escrevo; E impõe a todos os homens a tarefa
• é dialógico porque sua compreen- de democratizar esse acesso, de levar a
são depende de formulação ativa de res- possibilidade de compreensão da pala-
posta, de contrapalavras. Quando escrevo vra a todos os outros, pois é um direito
espero uma resposta, que é a participa- inerente a todo ser humano participar des-
ção e a inserção do outro no diálogo que se circuito de circulação de idéias e de
proponho. Quando leio formulo respostas; discursos.
• é dialógico porque é essencialmente Não se trata de uma doação pura e
polifônico. Não há discurso solitário, todos simples, já que direitos não são doados.
os discursos, todos os enunciados são Não podemos doar a nossa leitura, mas
permeados por outras vozes que atraves- podemos compartilhar a consciência do
sam a leitura e a escrita. No universo direito de ler, porque, assim como a lin-
discursivo não há solidão. Cada texto traz o guagem, os direitos são construções so-
eco e faz repercutir as várias vozes que o ciais, estabelecidos e conquistados em
constituíram através da história. Um escritor conjunto, no coração das lutas sociais.
é feito de todos os textos que conheceu. Como não se luta pelo que não se conhe-
ce, é necessário dar a conhecer a parcelas
Nas palavras de Bakhtin (1992): cada vez mais largas da sociedade as infi-
nitas possibilidades de leitura. Essa neces-
Vivo no universo das palavras do ou- sidade justifica a existência de tantos mo-
tro. E toda a minha vida consiste em vimentos em prol da leitura.

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A experiência da linguagem, e a da lei- Há procedimentos específicos de sele-
tura especialmente, não é solitária, é um ção e hierarquização da informação, como:
produto construído na interação em que os observar títulos e subtítulos; analisar ilus-
participantes atuam de forma ativa. Todo o trações; reconhecer elementos paratextuais
percurso de aquisição, desenvolvimento, importantes; reconhecer e sublinhar pala-
construção da linguagem inicia-se na vras-chave; identificar e sublinhar ou mar-
interação social para então se realizar, se car na margem fragmentos significativos;
consolidar no interior do indivíduo, ou seja, relacionar e integrar, sempre que possível,
se internalizar. Não como cópia, mas como esses fragmentos a outros; decidir se deve
reelaboração. É assim, nesse movimento consultar o glossário ou o dicionário ou
do social para o individual, pela mediação adiar temporariamente a dúvida para escla-
do outro, que surgem o pensamento abs- recimento no contexto; tomar notas sintéti-
trato, a memorização, a atenção voluntá-
cas de acordo com os objetivos. Há tam-
ria, o comportamento intencional, as ações
bém procedimentos de clarificação e simpli-
conscientemente controladas, a generaliza-
ficação das idéias do texto, como: construir
ção, as associações, o planejamento, as
paráfrases mentais ou orais de fragmentos
comparações, ou seja, as funções superio-
res da mente, as quais nos fazem huma- complexos; substituir itens lexicais comple-
nos, de que fala Vigotsky. xos por sinônimos familiares; reconhecer re-
Por ser assim tão complexa, a leitura lações lexicais/morfológicas/sintáticas. Utili-
nem sempre é um procedimento fácil. Ela zamos ainda procedimentos de detecção de
faz inúmeras solicitações simultâneas ao coerência textual, tais como: identificar o
cérebro, e é necessário desenvolver, con- gênero ou a macroestrutura do texto; ativar
solidar e automatizar habilidades muito e usar conhecimentos prévios sobre o tema;
sofisticadas para pertencer ao mundo dos usar conhecimentos prévios extratextuais,
que lêem com naturalidade e rapidez. pragmáticos e da estrutura do gênero. Um
Desde a decodificação de signos, inter- leitor maduro usa também, freqüentemente,
pretação de itens lexicais e gramaticais, procedimentos de controle e monitoramento
agrupamento de palavras em blocos da cognição: planejar objetivos pessoais
conceituais, identificação de palavras-cha- significativos para a leitura; controlar a aten-
ve, seleção e hierarquização de idéias, ção voluntária sobre o objetivo; controlar a
associação com informações anteriores, consciência constante sobre a atividade
antecipação de informações, elaboração mental; controlar o trajeto, o ritmo e a velo-
de hipóteses, construção de inferências, cidade de leitura de acordo com os objeti-
compreensão de pressupostos, controle vos estabelecidos; detectar erros no pro-
de velocidade, focalização da atenção, cesso de decodificação e interpretação;
avaliação do processo realizado, até a segmentar as unidades de significado; as-
reorientação dos próprios procedimentos sociar as unidades menores de significado
mentais para a compreensão efetiva e a unidades maiores; auto-avaliar continua-
responsiva, há um longo e acidentado mente o desempenho da atividade; aceitar
percurso. e tolerar temporariamente uma compreen-
É preciso que o educador, que tem são desfocada até que a própria leitura
como objetivo formar um leitor ativo, con-
desfaça a sensação de desconforto. Alguns
sidere os recursos técnicos e cognitivos que
desses procedimentos são utilizados pelo
podem ser desenvolvidos por meio da lei-
leitor na primeira leitura, outros na releitura,
tura compartilhada. Lendo, comentando e
conversando sobre a leitura, numa verda- e alguns são conco-mitantes a outros, cons-
deira interação em torno dos problemas de tituindo uma atividade cognitiva complexa
compreensão e interpretação colocados que não obedece a uma seqüência rígida
pelo texto, esses procedimentos vão sen- de passos, mas que é guiada tanto pela
do explicados, exemplificados e exercita- construção do próprio texto como pelos
dos conforme a necessidade dos leitores. interesses, objetivos e intenções do leitor.
A leitura não se esgota no momento em Como são interiorizados e automa-
que se lê, mas expande-se por todo o pro- tizados pelo uso consciente e freqüente, e
cesso de compreensão que antecede o já que são apenas meios e não fins em si
texto, explora-lhe as possibilidades e pro- mesmo, nem sempre esses procedimentos
longa-lhe o funcionamento para depois da estão muito claros ou conscientes para
leitura propriamente dita, invadindo a vida quem os utiliza na leitura cotidiana. Mas,
e o convívio com o outro. para o professor, eles devem ser cada vez

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mais evidentes, tanto para si mesmo, na companheiro de caminhada. Mas não como
condição de leitor, como para fundamen- doador de um bem previamente estabele-
tar suas opções metodológicas conscien- cido, como o dono do significado, como o
tes no que se refere à leitura de seus alu- que detém a leitura correta, como o único
nos. As atividades a serem propostas na que sabe ler, uma vez que cada indivíduo
escola com o objetivo de desenvolver pro- constrói a sua própria trajetória pessoal de
cedimentos eficazes de leitura precisam leitura, que é outra, diversa da do profes-
aproximar-se o máximo possível da forma sor. Esse guia apenas estimula, orienta,
como funciona a leitura na vida diária, de apóia e facilita a superação dos obstáculos
maneira que venham a estimular o uso ime- que, muitas vezes, desencorajam o leitor
diato e a autoconfiança do leitor. iniciante e podem desviá-lo para um ciclo
Além de todas as iniciativas práticas de fracassos sucessivos que, certamente,
que vão desde a formação de um acervo e virá a condená-lo à aridez do silêncio e da
a criação de oportunidades de leitura e de mudez. Contribuir para a construção de lei-
expressão das interpretações e emoções, tores seguros, confiantes, competentes e
até o acompanhamento dessas leituras, o autônomos é contribuir para a democrati-
educador pode atuar como um interlocutor zação do acesso a um dos instrumentos
privilegiado, um parceiro mais próximo, um essenciais para o exercício da cidadania.

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cia da linguagem. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1981.

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Aberto, 1982.

Lucília Garcez, doutora em Lingüística Aplicada ao Ensino da Língua Materna pela


Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), é escritora e professora aposen-
tada do Departamento de Lingüística, Línguas Clássicas e Vernácula do Instituto de Le-
tras da Universidade de Brasília (UnB).

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Abstract
The present debate concerning reading stimulates and demands a more profound
reflection, with bases in all that is known about the process of reading and comprehending.
The democratization programs of reading, being them official or not, must qualitatively intensify
their performance in order to face the immediate appeal of a world even more seduced by
image and by fast communication, and, at the same time, they must quantitatively extend the
efforts to include more and more parcels of the population. In this sense, sometimes
discontinuous and full of obstacles, any initiative towards stimulating reading must involve
several agents and different social segments: families, schools, teachers, librarians, specialists,
researchers, editors, authors, media, governmental and non-governmental institutions. If we
want to socialize the right to learn how to read, not only as a correspondence between
sounds and letters, but as real knowledge, interpreting and comprehending the world and
the human being, it is of absolute importance a continuous, intense and harmonious articulation
among these actors.

Keywords: formation of readers; reading procedures; education; teaching.

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