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Texto: Se arrependimento matasse... - não mata não!

Emerson Nascimento

Baseado nas obras: Água da vida de Virginia Htinh & A Ponte de Silvio K. Nakano
Fonte: site – teatrocristão.pop.com.br

Personagens:

Demo: Figura do mal, caracterizado na região;

Anjo: simbologia do Anjo de Deus

Ispedita: Mulher simples, ingênua e muito trabalhadora; vive no sertão


Nordestino, onde ocorre grande seca. Para ganhar o pão de cada dia,
lava a roupa dos fazendeiros da região.

Maria dos Anjos (dosanjo): Mulher triste sobrecarregada com a vida,


tentando se matar.

A história: Ispedita trabalha de sol á sol lavando roupa na beira de uma riacho a
uns 10 km de sua casa de tapera, para sustentar sua avó, seu pai, mãe (já idosos), 7 irmãos
pequenos e três sobrinhos que ficaram órfãos devido à fome da seca. Seu sonho é que
chova bastante para encher o rio onde ela lava roupa., restando apenas um fiasco de água
barrenta, pois este já está secando; Por sobre o riacho quase seco há uma ponte de onde
Dosanjo pensa em pular Mas derrepente aconteceu algo extraordinário com elas...

Ispedita entra em cena com um cesto de roupa suja na cabeça.

Ispedita: êta que vida boa de miorá! Ô sacrifíciu sem fim! – “Lava a roupa todo
dia, que agunia! Pra levá cumê pra casa, que alegria!” – Era bom se tivesse a água pra lavá
a rôpa... (despeja a roupa na beirada do rio, tenta molhar a roupa com a água barrenta
do rio). Êta que as pessoa tem qui sê igual aquele moço bunito da tv, como é mermo o
nome dele? Acho qui é... Supre hôme! Isso mermo!

Neste momento o Demo avista Ispedita na beira do rio e segue em direção


dela.

Demo: Porreta! Hoje vô inganá mai um bocoió! (risos). Mai vixe! Ia esquecendo
de usá meus efeito especiá! Peraí qui eu vô ajeita! (e num estalar de dedos coloca uma
música sinistra com luzes piscando). Assim ta mió! (e vai falar com Ispedita). E aí muié?
Como vai essa vidinha mizerárve?

Ispedita toma um susto: Êta Calango! De onde foi qui tu apariceu? (acalma-se e
repara nos chifres do demo)tadin do ce moço; Pareci inté qui ocê foi traído por muié a
vida toda, qui os chifre chega tá saliente! (risos). Mai fazê oquê né mermo, cada um tem a
cara que Deus deu!

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Demo irritado: oxennn...

Ispedita: sabe qué bom pra isso menino, ocê pega um quiabo corta em cruz, dexa
três dias no sereno, despois ocê pega bate com jiló e bébe o sumo!

Demo: pro chifre???

Ispedita: não pra feiúra, ocê vai faze tanta careta que tarvez o rosto endereita!

Demo: muié, tu num tem medo de mim não?

Ispedita: Eu, hein! Ocê só tem feúra!

O demo fica apreensivo, mas continua a conversar: To arreparando qui num tem
muita água nesse riacho; como é qui tu vai fazer pra moiá essa rôpa todinha?

Ispedita: É seu moço, e pensar q esse rio aqui já foi o maior da região, aqui onde
nóis tá, num dava pé pra homi não, tá vendo aquelas vaca maga lá em riba do morro? A
pois lá naquele morro que eu ficava sentada numa péda cum meio mundo de muié lavano
ropa.

Demo: e ocê num qué faze um negócio mais eu?

Ispedita: Oxente, mai qui cabra mitido! É ocê q tinha q tê medo di eu, vá simbora,
toma teu rumo qui eu to cum muito trabaio! – já si viu oferece negócio pa muié casada!

Demo se enche de ira, mas se contém: Se ocê quiser eu tenho uma proposta... Eu
puderia inté encher esse riacho todinho, mai como tu qué qui eu vá simbora... (fica todo
faceiro esperando uma reação de Ispedita, após falar com ela não percebe e pisa no filete
dágua)

Ispedita tira a bota e começa a bater no demo: O seu fi de chocadera, fala qui a
água é barrenta e ainda pula dento, Se tu fizé dinovo tu vai é cume o barro e ainda lava
minha ropa! E é? E pro mode de que? Pra tu fica fazeno barro, como tu ia encher esse
riacho todinho? Tu num é Deus pra tê esse puder!

Demo se irrita: Êpa! Num só esse aí q pode não! Tá pensando o que? (se acalma
pra enganar Ispedita) Isso é segredo meu! Mai só digo que eu posso sim encher esse
riachindo de nada pra ocê. (se achega á Ispedita colocando o braço em seu ombro). Mai
ocê num queria não vê esse riachinho cheinho d’água, esborrotando, matando peixe
afogado?

Ispedita: É... Esse era um dos meu maior sonho! Iria muda muito minha vida...
Meu trabaio iria ser mai fárcil e puderia trazer mai dinheiro pra mode ajuda minha
família... cum o riacho sequinho num dá pra trabaiá, e o sinhor qué tirá a mãozinha qui eu
já disse qui sô muié casada!

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Demo: E intão! Mai im troca, ocê tinha qui assinar um contrato (e tira de dentro da
calça um rolo de papel e o desenrola pra Ispedita poder assinar).

Ispedita: Mai já li disse pra mais di quinhentas veiz, eu sô....

Demo: Casada!... eu sei muié, mas num é contrato de casamento!

Ispedita: Então o sinhô danço por que o meu pedacin de chão ta nu nome do meu
marido, e num vale di nada eu assiná!

Demo: E num é di terra tubem!

Ispedita: Mas que Diabo de contrato é esse?

Demo: É desse mermo!

Ispedita: comé...

Demo disfarçando: Ocê vai assiná o não?

Ispedita: Vixe, só tem um pobrema – num sei assina não sinhô, nem nome nem
sobnome...

Demo: ah, isso num é pobrema não... (e tira uma almofada de dentro das calças).
Ocê bota seu dedão, eu já sei qui é tu merma e tu também sabe qui tu é tu e qui eu sou eu.

Ispedita meio receosa: É... Pro mode de num ter outro jeito...

Demo pensativo: Êta! A arlma dessa trôxa vai sê é minha!!!

CENA 02

E Ispedita já ia colocando o dedão no contrato do Demo quando aparece uma


figura de branco.

Anjo: Ispedita não precisa você colocar seu dedo no contrato do Demo!

Ispedita: Vixe! Hoje eu to chêa de presígio! Duas aparição num dia só! Mai quem
é ocê tão bunito, cum brio tão suave? No sinhô Deus capricho! Mai sabe o que é bom pra
isso ocê pega um quiabo corta em cruz, dexa três dias no sereno, despois ocê pega bate
com jiló e bébe o sumo!

Anjo: é pra armenta o brio?

Ispedita: Não é pra buniteza, ocê vai fazê tanta careta qui quem sabe num fica um
porquim mais feio, homi bunito demais muié nenhuma gosta,pro modo de quê,as vizinha

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fica tudo de oio, epro tanto di omi feio qui tem aqui, óia só esse miserarve aqui (aponta
pro demo) se juntá ele mais meu mariso num dá um!

Anjo: mais Ispedita ocê esqueceu deu? Eu vim te ajuda toda veis qui ocê preciso,
cum os minino duente, cum a farta da farinha, cum as vaca robada, eu sempre estive lá! !
você não se lembra? E eu vim te salvar de novo, das garras desse enganador, do demo!

Ispedita espantada e ao mesmo tempo com vergonha de tê-lo esquecido: Mai


Meu jisus Cristin, poi num é o Anjo qui o Sinhô mando , aqui na minha frente! (olha para
o Demo) Mai agora qui eu tô arreparando qui ocê é o Demo mermo! Bem qui dizem qui é
bixo fêoso! E ocê me inganou mermo seu disconjurado!

Anjo: Da urtima veiz ele já divia ter aprindido a num mexê cum os quirido de
Deus! Mai eu num posso fazê nada si ocê fica dano tréla pra ele Ispedita, eu só obedeço a
vontade de Deus e ele te crio pra sê livre, si ocê prifirir esquecê o qui aprendeu?!?

Ispedita: Mai num fala isso comigo não seu anjo, eu num esqueço quem mi faz
acordar di manhã, quem manda ocê mi ajudar, quem mi socorre nas afrição, eu aprendi a
esperar... eu vo esperar o rio vai inche dinovo, mai cum rio chei o rio vazi eu num saiu
debaxo das asa do meu paizinho, saio não!

Anjo: e ele num sabe disso? Por isso ele me mando! Foi pra ti avisar do risco.

Demo fala pra Ispedita: Mai eu num inganei ocê não!!!! Ocê num queria o
riachinho cheinho d’agua pra acabar cum seu sofrimento? Ia dá o q ocê quiria...

Ispedita: mai seu enganador dos araque! Ocê tava se aproveitando do meu
sofrimento pra mim engana?

Anjo: Ispedita minha fia, o teu sofrimento não era em vão. É no sofrer que se
cunhece os que são justo, os que permanece firme na palavra. Você trabaiou duro de sol a
sol na beira do riacho que só tinha lama, e você já se perguntou por que você ainda
conseguia lavar toda a roupa?

Ispedita espantada: não... mai foi o Sinhô? Foi num foi, eu sabia, tubem Deus é
perfeito feiz até um anjo bunito desse, óia é uma buniteza só! Ele é perfeito pra fazer os
anjo e ainda pra mi ajudá a lava a minha ropa porque Deus é o Sinhô!

Anjo: Mai num si engana não Ispedita essezinho, esse sujitinho estranho é um dos
anjo mais bunito do céu... é não éra ele ficou assim depois que oi destituído da glória de
Deus, mai pra ingana os outro ele pode se fazer até de anjo di luz feito eu! E você acabou
esquecendo de Deus, de suas promessas Ispedita, fazendo contrato com o demo?

Ispedita entristece: Mai e num foi... Mai foi causa desse Demo qui veio me
atanazar! (tira o sapato e começa a bater nele de novo)

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Anjo: Mais esse é o trabalho dele – atanazar e enganar meus filhos, os justos – e os
justos permanecerão fortes, acreditando nas minhas promessas, pois sempre estarei com
vocês, não importa a dificuldade! Você ainda quer fazer contrato com o demo? “Pois que
aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o
homem em troca de sua alma? (Mt 16:26)” . Um tanto de água?

Ispedita: craro qui não meu Sarvador! Eu já lhe tinha entregado minha vida pro
mode o sinhô abençoá! Sô eu tua serva quirida! Não quero ficar longe do Senhor!

Anjo: Então que o Demo volte pras trevas onde é o lugar dele!

Ispedita pensa: êta, quero só vê o Demo sair dessa agora!

Demo se rebela: a é eu num arredo o pé sem uma boa briga... vem qual vai ser o
primeiro?

Anjo cochicha no ouvido de Espedita ela ri e diz: Some daqui em nome di


Jisuis!!!

Demo abaixa a cabeça, pega sua troxinha e sai...

Ispedita: É hoje o dia foi muito do agitado! Nun lavei a roupa, quase vendi minha
arlma pro demo, vi o Sinhó Sarvá (suspiros), num sei mai o qui pode acuntecê!... (espedita
volta a lavar roupa, e nem percebe que lá em cima na ponte uma mulher para e atráz dela
o demo)

Demo para Dosanjo: Vamu pulá,... Vamu pulá, Vamu pulá, Vamu pulá,

Ispedita percebe a Presença de Dosanjo: Tarde!

Dosanjo não responde.

Ispedita repara como Dosanjo ta vistida: Pelo vistido já vi qui a moça num é
daqui... já sei veio passar as féria na fazenda do pai!!!

Dosanjo não responde.

Ispedita se irrita! Esse povo da cidade é tudo mar educado...(percebe o demo


atráz de Dosanjo)

Ispedita: Tá bem mar acumponhada em moça, que ce ta fazendo cum ela o fio de
chocadera... o moça ele te machuco? (para o demo) por que se eu te pego fazendo mar pra
argúem eu tiro a minha bota e ocê já sabe!

Demo: E eu lá tenho medo do ce ditinha???

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Ispedita: Escuita quem te deu liberdade de mi chamar de ditinha? Só o meu
espouso me chama assim! E ocê tava fazendo o que atráz dessa moça?

Demo: Num é da sua conta!

Ispedita: á é intão eu prigunto pra ela, (grita) moça, ô moça, córda moça!!!

Dosanjo: Ah, meu Deus! Será que nem na hora da morte dá para se ter sossego.

Ispedita: ô moça por que ocê ta triste, Mai sabe o que é bom pra isso ocê pega um
quiabo corta em cruz, dexa três dias no sereno, despois ocê pega bate com jiló e bébe o
sumo!

Dosanjo: é bom pra tristeza?

Ispedita: Não é pra deixar a chatice ocê num responde as pessoa, si ocê toma vai
fazer tanta careta ninguém vai nem querer fala cum ocê!

Dosanjo: Me deixe só! Não vê que estou querendo me suicidar?

Ispedita: Ô moça num faiz isso não moça, pelor amor do meu Jisuis Cristin, vamo
ali eu tenho um montão di ropa, ocê mi ajuda a lava e isso passa! (espedita ora) - oh meu
Jisuis ínvia um anjo mais uma veis qui eu to precisada!

Anjo aparece repentinamente: Deus mandou eu ver o que você ta querendo


Ispedita!

Ispedita : Ah seu anjo ajuda ela, ajuda ela a vê do jeito qui eu vi aquele infeliz
atráis dela...

Anjo: Ispedita eu só vim pela sua oração, eu não posso fazer nada por ela, lembre-
se do que eu te disse que só poderia agir se você quisesse? Ela não que ser ajudada, ela
prefere ouvir a ele, sua vida aos seus olhos não vale mais a pena, Deus para ela é
inexistente por isso ela sofre.

Ispedita: Então vamo dexa ela morre assim, facim facim, nas mão desse coisa
ruim? Eu tenho certeza qui Deus não se agrada disso ele tão bão, não há di dexar uma
moça tão bunita e nova desamparada!

Anjo: Ispedita eu disse que eu não poderia fazer nada, Deus é grande e sábio, ele
não apenas os anjos para ajudar as pessoas, os anjos são pra adoração, são pra guerras
espirituais, são pra auxilio, Mas ao homem cabe ajudar uns aos outros, eu não posso fazer
nada mas você talvez possa... Se você falar ela pode mudar de idea, ela pode se converter e
aí então eu posso enteceder por ela como por você!

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Ispedita:Mas Seu anjo eu já tentei, eu já falei pra ela me ajudar com a roupa até
isso passá!

Anjo: Quando você falou foi o que era a tristeza da Ispedita, você quis ajudar com
o que você poderia fazer... agora vai e fala o que Deus pode fazer.

Ispedita: Mai cumé qui eu faço isso?

Anjo: Vai... já está em você!

CENA 03

Ispedita mesmo com medo e com tristeza ouve o anjo e fala com Dosanjo:

Dosanjo: Vá pra lá! Com você aqui eu não consigo me concentrar.

Ispedita: (Apanhando suas coisas) Tudo bem! (Faz que vai embora, mas acaba
voltando) Posso fazer uma pergunta?

Dosanjo: Não!

Ispedita: Por que você quer fazer isso?

Dosanjo: Não quero conversa!

(Dosanjo fecha os olhos. Prepara-se para se lançar ao rio. Ispedita apenas observa).

Dosanjo: (Percebendo que está sendo observada) O que foi? Será que vou ter que
procurar uma Pista com um caminhão?

Ispedita: Estive pensando...

Dosanjo: Guarde pra você. Para o lugar onde estou indo tua opinião não adianta
nada.

Ispedita: (Ignorando a fala de Douglas) O que leva uma pessoa a partir para a
eternidade desta forma?

Dosanjo: Que eternidade, o que!

Ispedita: Vida após a morte.

Dosanjo: Mais asneiras. (Apronta-se para o salto) Sabe de uma coisa? Eu vou
pular. Já perdi muito tempo. Não se aproxime!

Ispedita: E se você estiver errado?

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Dosanjo: Vou morrer. Vou descansar em paz.

Ispedita: Será que você não está indo porque alguém está te chamando?

Dosanjo: (dosanjo fica para olhando pra água, a luz muda, sobre a água o Demo
aprece na forma de Jão marido falecido há poucos meses de Dosanjo)

Demo: Oh Dosanjo, oh minha flor, to te esperando, vêm logo, aqui no céu é tudo
bonito, tem flor, tem fruta, tem luz... muita luz, só num tem ocê, vem pra mim vêm...
pula... vem... pula... pula...

Dosanjo: Eu já vô, to indo jão, to indo...(prepara-se pra pular Ispedita a Segura)

Ispedita: com quem ocê ta falano muié, num tem ninguém ali...

Dosanjo: Me solta(grita e chora) me solta, meu jão ta mi chamando olha ele lá,
olha como tá bonito, tá lá no céu me esperando...

Ispedita: Não menina, não, ninguém no céu qué cocê pula, Deus abomina suicídio,
ele não ia dexa ninguém no céu te chama pra morte... isso é coisa do inferno!

Dosanjo: Você está me confundindo.

Ispedita: Inferno...

Dosanjo: O inferno é aqui mesmo.

(Ispedita solta Dosanjo)

Ispedita: A Bíblia num ensina isso!

Dosanjo: E por que tanto sofrimento se aqui não é o inferno?

Ispedita: A Bíblia nunca prometeu um mar de rosa

Anjo: “No mundo tereis aflições”.

Ispedita:Mas existem armas pra nóis sair ilesos dessas afrição.

Dosanjo: Falar é fácil! Você tem uma vida tranqüila. Tem até disposição para vir
lavar sua roupa todo dia a esta hora. Com este sol de rachar.

Ispedita: Ah! Isso é fácil é! Escuta aqui...

Anjo: Ispedita...

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Dosanjo:Eu não passo de uma viúva. Meu mariso me abandonou. Não tive filhos.
Estou desempregada. E para piorar, os cobradores não param de bater à minha porta. Você
acha que existe solução para mim? (Prepara-se para o salto) Existe sim, a morte!

(Ispedita tenta se aproximar um pouco mais).

Dosanjo: Não se aproxime! Eu pulo.

Ispedita: Eu tenho a solução pro ocê. carma! Nem todo mundo te abandono.

Anjo: O Senhor disse: “Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu
filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se
esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti.”

Dosanjo: Mas eu me sinto abandonado.

Ispedita: Você é especial!

Dosanjo: Meu marido... sem filhos... e ainda cobradores não pensam assim.

Ispedita: ocê só é especial porque ocê é ocê mesmo. Imagina? Ninguém pode ouvi
os teu pensamentos. Mesmo quando sentiu raiva de alguém, inveja de outra, ou, até memo,
apaixono por seu marido.

Dosanjo: Hum!(suspira)

Ispedita: Só os seu zóio viro tudo o que ocê viu. Só os seu ouvido ouviu tudo o
que ocê ouviu. Todos os teu segredo ficaro guardado com ocê. Isso tudo não dá um
sentimento de solidão?

Dosanjo: (Estourando) Viu? Você tenta me consolar deste jeito. Agora tenho
certeza que estou isolado no mundo.

Ispedita: Deixa eu terminá. Tudo o que eu disse é apenas meia verdade. Alguém
soube os teus pensamento.

Dosanjo: Ah! Você está querendo ganhar tempo me confundindo?

Ispedita: Ele viu o que ocê viu. Ouviu cada cochicho que ocê ouviu. Os teus
segredo mais secreto não é tão escondido assim! Ele sofreu quando ocê sofreu... (Dosanjo
demonstra começar a se comover) E sofreu mais ainda quando ocê insistiu em não
entregar sua mão no momento que só ele podia te ajudar. Tenho certeza que agora, assim
como na morte do amigo Lázaro, Jisus chora por ocê.

(Dosanjo baixa a cabeça demonstrando estar chorando).

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Ispedito: Ele te fez especial, por isso ocê é especial pra ele, ocê é única.

Dosanjo: Acho que eu não sou mais tão especial para ele. Eu não passo de uma
miserável pecadora.

Ispedita: Num importa qual, nem quantos pecados ocê cometeu. Ele já te perdoou
quando morreu lá na cruz.

Dosanjo: Você acha que a minha vida faz sentido?

anjo: A Bíblia diz: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus; aos que crêem em seu nome.”

Ispedia:Para um pai o filho jamais é um caso perdido.

Dosanjo: Mas será que Ele me aceita como filha?

Ispedita: Craro que sim!

Anjo: Jesus diz: “Eis que estou a porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e
abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” Jesus hoje está batendo
a porta de seu coração.

Dosanjo: O que eu faço agora?

Ispedita: Abra a porta do teu coração. Deixe Jesus entrar. Ele quer te dar uma nova
vida.

Dosanjo: (olha para o rio o Demo ainda está lá fingindo-se de Jão. – Dosanjo
empurra Ispedita sobe no parapeito da ponte) Moça brigado pelas palavra, se preocupa não
eu sei que a sua intenção era boa, mas pra mim tem jeito não!(pula)

Ispedita: (grita) Não!!! (a luz do palco dimui, meia luz, Ispedita chora e fala para o
Anjo) Porque... porque seu anjo... ela só tava triste... tinha solução... Jisus disse que tinha
solução... porque seu anjo... porque eles não acreditam...?

Anjo: Ispedita eu não sei... não sei... os anjos no céu são cheios de graça, cheios de
poder e luz, vivemos a vontade de Deus com alegria, e ele nos supre, Vocês os homens
receberam Dons, Dom para amar, Dom para crer, Dom para ser justo, Dom para criar, Mas
amam ao Pecado, Crêem apenas no que os olhos vêem, Praticam a justiça que favorece
injustos, e criam armas, criam técnicas de guerra, criam doenças, criam dor!
(demo passa em meio a cena com Dosanjo acorrentada)

Anjo: Ispedita eu vou continuar aqui por você, e você continue aí por outros para
os quais ainda há tempo; Aquele que crer e for batizado será salvo. (musica) fim

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