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INDICE
INTRODUÇÃO
Nas sociedades mais antigas, o homem já sofria acidentes enquanto
trabalhava para prover as necessidades de sua subsistência. Todavia, esses
acidentes só chamaram a atenção dos governantes quando, em virtude do
seu elevado numero, adquiriram as dimensões de um problema social. Isto
ocorreu após a Revolução Industrial resultante das descobertas de novas
fontes de força, como o vapor e a eletricidade, provocando o aparecimento
de grandes concentrações de trabalhadores em torno das empresas que
empregavam grandes quantidades de mão-de-obra. Era uma situação bem
diferente daquela que caracterizava a Idade-Media: artesãos realizando
trabalho manual dentro de pequenas oficinas.
Como se vê, pela lei brasileira, o acidente é confundido com o prejuízo físico
sofrido pelo trabalhador (lesão, perturbação funcional ou doença).
Sua definição legal diz que: Acidente do trabalho é aquele que ocorre
no exercício do trabalho, a serviço da empresa, ou ainda pelo
exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou
redução da capacidade para o trabalho, permanente ou
temporária'. Tal definição pode ser encontrada no artigo 131 do
"Regulamento dos Benefícios da Previdência Social", instituído pelo Decreto
n0 2172 de 05 de março de 1997.
Também são igualados, para efeito de lei, os acidentes que ocorrem no local
e no horário de trabalho; as doenças do trabalho, constantes ou não de
relações oficiais; os acidentes que ocorrem fora dos limites da empresa e
fora do horário normal de trabalho, estes sob certas condições. Para a
legislação previdenciária, portanto, somente o acidente do trabalho que
cause prejuízo físico ou orgânico é enquadrado como tal.
CAUSAS DE ACIDENTES
FATORES DE ACIDENTES
Para fins de prevenção de acidentes, há 5 tipos de informações de
importância fundamental em todos os casos de acidentes. São os chamados
fatores de acidentes que se distinguem de todos os demais fatos que
descrevem o evento Eles são: o agente da lesão; a condição insegura; o
acidente tipo; o ato inseguro e o fator pessoal inseguro.
Agente da Lesão
Agente da lesão é aquilo que, em contato com a pessoa determina a lesão.
Pode ser por exemplo um dos muitos materiais com características
agressivas, uma ferramenta, a ponta de uma máquina. A lesão e o local da
lesão no corpo, é o ponto inicial para identificarmos o agente da lesão.
Convém observar qual a característica do agente que causou a lesão.
Alguns agentes são essencialmente agressivos, como os ácidos e outros
produtos químicos, a corrente elétrica, etc., basta um leve contato para
ocorrer a lesão. Outros determinam ferimentos por atritos mais acentuados,
por batidas contra a pessoa ou da pessoa contra eles, por prensamento,
queda, etc. Por exemplo: a dureza de um material não é essencialmente
agressiva, mas determina sempre alguma lesão quando entra em contato
mais ou menos violento com a pessoa. O mesmo se pode dizer do peso de
objetos; o peso, em si, não constitui agressividade, mas é um fator que
aliado à dureza do objeto, determina ferimentos ao cair sobre as pessoas.
Condição insegura
Condição insegura em um local de trabalho são as falhas físicas que
comprometem a segurança do trabalhador, em outras palavras, as falhas,
defeitos, irregularidades técnicas, carência de dispositivos de segurança e
outros, que põem em risco a integridade física e/ou a saúde das pessoas, e
a própria segurança das instalações e dos equipamentos.
Ato inseguro
Ato inseguro é a maneira pela qual o trabalhador se expõe, consciente ou
inconscientemente a riscos de acidentes. Em outras palavras é um certo
tipo de comportamento que leva ao acidente.
Vemos que se trata de uma violação de um procedimento consagrado,
vio1ação essa, responsável pelo acidente.
Segundo estatísticas correntes, cerca de 84% do total dos acidentes do
trabalho são oriundos do próprio trabalhador. Portanto, os atos inseguros no
trabalho provocam a grande maioria dos acidentes; não raro o trabalhador
se serve de ferramentas inadequadas por estarem mais próximas ou
procura limpar máquinas em movimento por ter preguiça de desliga-las, ou
se distrai e desvia sua atenção do local de trabalho, ou opera sem os óculos
e aparelhos adequados. Ao se estudar os atos inseguros praticados, não
devem ser consideradas as razões para o comportamento da pessoa que os
cometeu, o que se deve fazer tão somente é relacionar tais atos inseguros.
Veremos os mais comuns:
o Levantamento impróprio de carga (com o esfor~o desenvolvido a custa
da musculatura das costas);
o Permanecer embaixo de cargas;
Acidente-tipo
A expressão "Acidente-tipo" está consagrada na prática para definir a
maneira como as pessoas sofrem a lesão, isto é, como se dá o contato entre
a pessoa e o agente lesivo, seja este contato violento ou não.
Devemos lembrar que a boa compreensão do Acidente-tipo, nos facilitará a
identificação dos atos inseguros e condições inseguras.
A classificação usual estabelece os seguintes acidentes-tipo:
o Batida contra..: a pessoa bate o corpo ou parte do corpo contra
obstáculos. Isto ocorre com mais freqüência nos movimentos bruscos,
descoordenados ou imprevistos, quando predomina o ato inseguro ou,
mesmo nos movimentos normais, quando há condições inseguras, tais
como coisas fora do lugar, má arrumação, pouco espaço, etc.
o Batida por...: nestes casos a pessoa não bate contra, mas sofre batidas
de objetos, pecas, etc. A pessoa é ferida, às vezes, por colocar-se em
lugar perigoso, ou por não usar equipamento adequado de proteção e,
outras vezes, por não haver protetores que isolem as partes perigosas
dos equipamentos ou que retenham nas fontes os estilhaços e outros
elementos agressivos.
o Queda de objetos: esses são os casos em que a pessoa é atingida por
objetos que caem. Essas quedas podem ocorrer das mãos, dos braços
ou do ombro da pessoa, ou de qualquer lugar em que esteja o objeto
apoiado - geralmente mal apoiado.
Embora nesses casos a pessoa seja batida por, a classificação é à parte pois a ação
do agente da lesão é diferente das demais - queda pela ação da gravidade e não
arremesso - e as medidas de prevenção também são específicas.
Duas quedas se distinguem; a pessoa cai no mesmo nível em que se
encontra ou em nível inferior. Em alguns casos, para estudos mais acurados
desdobra-se esse Acidente-tipo nos dois acima citados. Porém, onde há
pouca possibilidade de ocorrer quedas de níveis diferentes, esse
desdobramento é dispensável pois trará mais trabalho do que resultado
compensador.
o Quedas da pessoa: a pessoa sofre lesão ao bater contra qualquer
obstáculo, aparentemente como no segundo Acidente-tipo, classificado
como batida contra...0 acidente em si, isto é, a ocorrência que leva a
pessoa, nestes casos, a bater contra alguma coisa é específica, assim
como o são também os meios preventivos. A pessoa cai por escorregar
ou por tropeçar, duas ocorrências quase sempre, de condições inseguras
evidentes, cai por se desequilibrar, pela quebra de escadas ou andaimes
e, muitas vezes simplesmente abuso do risco que sabe existir.
o Prensagem entre ..: é quando a pessoa tem uma parte do corpo
prensada entre um objeto fixo e um móvel ou entre dois objetos móveis.
Ocorre com relativa freqüência devido a ato inseguro praticado no
manuseio de peças, embalagens, etc., e também devido ao fato de se
colocar ou descansar as mãos em pontos perigosos de equipamentos. A
prevenção desse Acidente-tipo, assim como dos dois exemplificados
anteriormente, além de dispositivos de segurança dos equipamentos,
requer, dos trabalhadores, muitas instruções, treinamento e
responsabilidades no que diz respeito às regras de segurança.
o Esforço excessivo ou "mau jeito ": nesses casos a pessoa não é
atingida por determinado agente lesivo; lesões com distensão lombar,
lesões na espinha, etc., decorrem da má posição do corpo, do
movimento brusco em más condições, ou do super esforço empregado,
principalmente na espinha e região lombar. Muito se fala, se escreve e se
orienta sobre os métodos corretos de levantar e transportar
manualmente volumes e materiais e, por mais que se tenha feito, sempre
será necessário renovar treinamentos e insistir nas práticas seguras para
evitar esse Acidente-tipo.
o Exposição à temperaturas extremas: são os casos em que a pessoa
se expõe à temperaturas muito altas ou baixas, quer sejam ambientais
ou radiantes, sofrendo as conseqüências de alguma lesão ou mesmo de
uma doença ocupacional. Prostração térmica, queimaduras por raios de
solda elétrica e outros efeitos lesivos imediatos, sem que a pessoa tenha
tido contato direto com a fonte de temperatura extrema, são exemplos
desse Acidente-tipo.
o Contato com produtos químicos agressivos: a pessoa sofre lesão
pela aspiração ou ingestão dos produtos ou pelo simples contato da pele
com os mesmos. Incluem-se também os contatos com produtos que
apenas causam efeitos alérgicos. São muitos os casos que ocorrem
devido a falta ou má condição de equipamentos destinados a
manipulação segura dos produtos agressivos, ou à falta de suficiente
conhecimento de perigo, ou ainda, por confusão entre produtos. A falta
de ventilação adequada é responsável por muitas doenças ocupacionais
causadas por produtos químicos.
o Contato com eletricidade: as lesões podem ser provocadas por contato
direto com fios ou outros pontos carregados de energia, ou com arco
voltaico. O contato com a corrente elétrica, no trabalho, sempre é
perigoso. Os acidentes-tipo de contato com eletricidade são
potencialmente mais graves, pois, o risco de vida quase sempre está
presente. Muitos casos ocorrem por erros ou falta de proteção adequada,
mas uma grande percentagem deve-se ao abuso e à negligência.
o Outros acidentes-tipo: como é fácil notar, alguns dos tipos relacionados
agrupam acidentes semelhantes mas que poderiam ser considerados,
individualmente, um Acidente-tipo. E lícito um desdobramento desde que
seja vantajoso, para o estudo que se propõe efetuar, cujo objetivo deve
ser uma prevenção sempre mais positiva dos acidentes.
O tipo queda da pessoa poderá ser subdividido, como já foi explicado. Isto
naturalmente será vantajoso em empresas com trabalhos em vários níveis, como na
construção civil.
Numa indústria química, certamente será útil desdobrar o tipo que se refere
a contato com produtos químicos agressivos; por outro lado, em outro
gênero de indústria o resultado desse desdobramento poderá não
compensar. Num armazém de carga e descarga com muito trabalho manual,
poderá ser vantajoso subdividir o tipo esforço excessivo ou "mau jeito" e,
numa empresa de instalações elétricas certamente será vantajoso
desdobrar o tipo contato com eletricidade.
Além dos citados, existem outros tipos menos comuns, que pela menor
incidência não requerem uma classificação específica. Eles podem ser
identificados por não se enquadrarem em nenhum dos acidentes-tipo aqui
relacionados.
Mais uma vez, é bom lembrar que a classificação aqui proposta baseia-se na
maneira pela qual a pessoa sofre a lesão, ou entra em contato com o agente
lesivo, e nada tem a ver com a ocorrência física do ambiente - acidente-
meio - e nem com o gênero ou extensão das lesões.
Um mesmo acidente-meio pode causar diferentes acidentes-tipo. Numa
explosão, uma pessoa poderá ser batida por algum estilhaço, outra poderá
sofrer uma queda, outra ainda poderá ser atingida por uma onda de calor.
Portanto, o Acidente-tipo aqui referido está bem caracterizado, desde a sua
definição até à sua interpretação na prática.
A classificação será, eventualmente, um pouco difícil nos casos em que o
acidente puder, aparentemente, pertencer a dois tipos. Porém conhecendo-
se bem os pontos mais importantes para a classificação não haverá
qualquer dificuldade. Por exemplo: uma pessoa recebe contra o corpo
respingos de ácido e sofre queimaduras; o Acidente-tipo é "contato com
produto químico" e não batida por. . . pois o que determinou a lesão não foi
o impacto, mas sim a agressividade química do agente. Uma pessoa recebe
um choque que a faz cair e bater com a cabeça no chão; sofre um
ferimento; se o ferimento foi só devido a queda, o tipo é queda da pessoa
se, eventualmente, sofresse também lesão de origem elétrica teriam
ocorrido dois acidentes-tipo e o caso deveria ser assim registrado.
Em alguns casos, apesar de todo o cuidado, poderá restar alguma dúvida,
pelo fato de a classificação proposta ser apenas genérica. Porém, para
ganhar tempo, ou melhor, para não desperdiçar tempo em detalhes que
podem não compensar o esforço e o tempo despendidos em sua análise, é
preferível optar pela generalidade e dentro dela dar a devida atenção aos
fatos específicos de destaque que possam servir para a conclusão geral do
relatório - que é objetivo visado - isto é, o que fazer para prevenir novas
ocorrências.
o nervosismo,
o excesso de confiança,
Sem dúvida, o caminho mais fácil a seguir numa análise de acidentes, seria
atribuir ao descuido do operário a ocorrência do acidente.
o Carregamentos de risco;
o Postura inadequada;
o Brincadeiras;
o Deficiências psico-fisicas
TEORIA DE HEINRICH
Entre os vários estudos desenvolvidos no campo da segurança do trabalho,
nós encontramos a teoria de Heinrich. O que nos diz a teoria de Heinrich?
Nos mostra que o acidente e consequentemente a lesão são causados por
alguma coisa anterior, alguma coisa onde se encontra o homem, e todo
acidente é causado, ele nunca acontece. E causado porque o homem não
se encontra devidamente preparado e comete atos inseguros, ou então
existem condições inseguras que comprometem a segurança do
trabalhador, portanto, os atos inseguros e as condições inseguras
constituem o fator principal na causa dos acidente.
Comunicação do Acidentes
1 – Conceito
2 – Comunicação do acidente
3 – Acidente sem afastamento
4 – Acidente com afastamento
Comunicação do Acidente
Conceito
II - o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única,
haja contribuído diretamente para a morte ou a perda, ou a redução da
capacidade para o trabalho;
Comunicação do acidente
A esquematização do sistema de comunicação de acidentes será elaborada
a partir das conseqüências do acidente, que podem ser classificadas em:
1. sem lesão;
2. lesão leve (acidente sem afastamento) ;
3. lesão incapacitante (acidente com afastamento).
Comunicação do acidente
Acidente sem afastamento
Comunicação do acidente
Acidente com afastamento
É o acidente que provoca a:
• incapacidade temporária
• incapacidade parcial
• incapacidade total.
Incapacidade temporária
É a perda total da capacidade de trabalho por um período limitado de
tempo, nunca superior a um ano. É aquela em que o acidentado, depois de
algum tempo afastado do serviço, devido ao acidente, volta ao mesmo
serviço executando suas funções normalmente, como fazia antes do
acidente
Incapacidade parcial
Incapacidade total
É a perda da capacidade total para o trabalho em caráter permanente
Exemplo: Perda de uma das mãos e dos dois pés, mesmo que a prótese seja
possível.
A comunicação de acidentes será tanto mais complexa quanto mais grave
for a sua conseqüência. Os acidentes que não ocasionam lesão (como a
simples queda de um fardo de algodão da respectiva pilha) tornam-se
importantes pela possibilidade de que, no caso do exemplo citado, havendo
repetição do fato, o fardo pode atingir algum operário. De verão , portanto ,
ser estudadas as causas dessa queda para evitar fatos semelhantes,
acionando-se o encarregado do setor, o chefe do departamento e o Serviço
Especializado de Segurança do Trabalho, quando houver, ou então a CIPA.
No caso de um acidente sem afastamento, com uma lesão leve portanto,
alem dos elementos citados anteriormente também o enfermeiro ou médico
será envolvido
Essa ficha (conhecida como CAT) solicita uma serie de informações, tais
como:
- Nome, profissão, sexo, idade, residência, salário de contribuição.
- Natureza do acidente sofrido.
- Condições.
INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
As peculiaridades inerentes a cada industria, tais como espaço físico,
produto fabricado, processo, tipo de máquinas e equipamentos,
características socio-economicas da região onde se localiza essa industria,
etc., podem criar riscos de acidentes de difícil detecção.
SETOR:_____________________________________________________________________________
DADOS DO ACIDENTE
LOCAL DA OCORRÊNCIA:
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TESTEMUNHAS:
NOME ______________________________________________________________________
NOME ______________________________________________________________________
DESCRIÇÃO DO ACIDENTE:
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DATA ____/____/____ ASSINATURA DO RESPONSÁVEL
MEDIDAS RECOMENDADAS:___________________________________________________
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DATA: ____/____/____ ASSINATURA DO RESP. PELA SEGURANÇA
Agentes da Lesão
1. Pisos escadas, andaimes, etc
2. Instalações elétricas
3. Ferramentas manuais
4. Ferramentas portáteis motorizadas
5. Transportadores - gravidade, correias, roletes
6. Empilhadeiras, veículos de carga ou passageiros (internos)
7. Equipamentos sob pressão
8. Exaustor, ventilador, etc
9. Maquinas
10. Material em processo
11. Aerodispersoides (poeira, vapor, etc.)
12. Produtos químicos
13. Radiações
14. Temperaturas extremas
15. Outros:
ACIDENTE - TIPO
1. Batida por
2. Batida contra
3. Prensagem entre
4. Quedas de mesmo nível
5. Quedas de nível elevado
6. Quedas de objetos
7. Contato com produtos químicos
8. Contato com eletricidade
9. Contato com temperaturas extremas
10. Esforço excessivo ou de mau jeito
Cadastro de Acidentes
A manutenção de um cadastro de acidentes, com informações, relativas aos
acidentes adequada mente selecionados, permitirá não apenas avaliar os
resultados alcançados pela organização de segurança, mas também orientar
sobre quais as medidas de prevenção que se fazem necessárias ou que
devem ser a dotadas em caráter prioritário.
- informação á diretoria.
- reuniões de C.I.P.A.
- organização de concursos.
ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES
Aspectos Legais
A Portaria n.º 32, do Departamento Nacional de Segurança e Higiene do
Trabalho, de 29 de novembro de 1968, no seu artigo 8, letra 1 diz que a
C.I.P.A. deve analisar as estatísticas que deverão constar de atas das
reuniões.
C. F. = _x_ x 106
Y
onde x: número de a.c.p.t.
y: número de H.H.T.
COEFICIENTE DE GRAVIDADE
Expressa a perda de tempo (dias perdidos + dias debitados) por um milhão
de homens-horas trabalhadas.
FORMULA
C = (dias perdidos + dias debitados) x 1.000.000
número de homens-horas trabalhadas
AVALIAÇÃO DIAS
PERCENTUAL
NATUREZA DEBITADOS
Incapacidade Temporária
É a perda total da capacidade para o trabalho para um período limitado de
tempo, nunca superior à um ano. Portanto, é aquela em que o acidentado
depois de algum tempo afastado do serviço devido ao acidente, volta ao
mesmo executando suas funções normalmente como as fazia antes do
acidente.
Incapacidade Permanente
É a incapacidade temporária que ultrapassa um ano. Pode ser parcial ou
total. Assim:
perda de um dedo.
Empregado
É toda pessoa física que presta serviço de natureza não eventual ao
empregador sob a dependência deste e mediante remuneração.
• Número médio de empregados dias, por ano, é a relação entre a soma dos dias
de trabalho no ano e duração normal do trabalho num ano, que é de 300 dias.
Dias Computados
Dias computados para cada acidentado: é o número de dias atribuídos a
cada acidentado, num só acidente, conforme:
• Acidente com incapacidade permanente parcial: os dias computados
correspondem á soma dos dias debitados por Redução de Capacidade, até o
máximo de 4.500 dias.
• Acidente com incapacidade permanente total: os dias computados
correspondem a 6.000 dias (dias debitados).
• Acidente com morte: os dias computados correspondem a 6.000 dias (dias
debitados).
• Dias computados por acidentes: é o número que exprime a soma dos dias
computados de cada acidentado no mesmo acidente.
• Dias computados no mês: é o total de dias perdidos, dias debitados e dias
transportados durante o mês considerado.
• Dias computados acumulados: é a soma dos dias computados a contar.
desde 1º de janeiro. Assim, os dias computados acumulados em fevereiro
correspondem à soma dos dias computados em janeiro com os de. fevereiro;
quando em marco, correspondem á soma dos dias computados em janeiro,
fevereiro e marco.
Estatística Mensal
Corno o nome indica, é a estatística elaborada durante um mês, com a
finalidade de obter dados comparativos que permitem confronto com as
estatísticas de outros locais de atividades semelhantes.
Estatística Anual
Tem a mesma finalidade da estatística mensal, mas abrange dados de
todos os meses do ano.
Data de Encerramento da Estatística
O mês estatístico se encerra no último dia de cada mês.
O ano estatístico se encerra no dia 31 de dezembro.
Número médio de empregados dias por mês é a relação entre a soma dos
dias de trabalho num mês e a duração normal do trabalho num dia que é de
8 horas.
Esse número médio referir-se-à totalidade dos empregados de uma empresa
devendo-se, em caso contrário, mencionar a seção da empresa.
homens-horas Trabalhadas
É o número que exprime a soma de todas as horas efetivamente
trabalhadas por todos os empregados do estabelecimento inclusive do
escritório, de administração, de vendas ou de outras funções; são horas em
que os empregados estio sujeitos a se acidentarem em trabalho.
Notas:
• no número de horas/homens trabalhadas devem ser incluídas as horas extras e
excluídas as horas remuneradas não trabalhadas tais como as decorrentes de
faltas abonadas, licenças, férias, enfermidades e descanso remunerado.
• número de horas/homens trabalhadas referir-se-à totalidade dos empregados
da empresa, devendo-se em caso diferente, mencionar a seção ou o
departamento a que se referir.
• para o empregado cujas horas efetivamente trabalhadas sejam de difícil
determinação, serão consideradas 8 horas por dia de trabalho.
Dias Perdidos:
É o total de dias em que o acidentado fica incapacitado para o trabalho em
conseqüência de acidente com incapacidade temporária.
- os dias perdidos são dias corridos contados do dia imediato ao dia do
acidente até o dia da alta médica, inclusive.
- portanto, na contagem dos dias perdidos se incluem os domingos, os
feriados ou qualquer outro dia em que não haja trabalho na empresa.
- conta-se também qualquer outro dia completo de incapacidade, ocorrido
depois do retorno ao trabalho e que seja em conseqüência do mesmo
acidente.
- contar-se-ao os dias de afastamento do acidentado, cujo acidente fora
inicialmente considerado sem afastamento e que, por justa razão, passar a
ser incluído entre os acidentes com afastamento.
- no caso do item anterior, a contagem dos dias perdidos será iniciada no
dia da comunicação do agravamento da lesão.
Dias Perdidos Transportados
São os dias perdidos durante o mês por acidentado do mês anterior (ou de
meses anteriores).
Dias Debitados por Redução de Capacidade
ou Morte:
É o número de dias que convencionalmente se atribui aos casos de
acidentes de que resulte morte, incapacidade permanente total ou
incapacidade permanente parcial, representando a perda total ou a redução
da capacidade para o trabalho, conforme a tabela anexa á Portaria 32.
Tabela Comulativa
ACIDENTE COM DIAS DIAS PERDIDOS
HORAS HOMEM DIAS COEFICIENTE DE COEFICIÊNTE DE
MES TRABALHADAS
PERDA DE PERDIDOS DO DO MES
DEBITADOS FREQUÊNCIA GRAVIDADE
TEMPO MES ATUAL ANTERIOR
Figura 12.11
- As estatísticas de acidentes devem ser compiladas partindo de uma
definição uniforme de acidente de trabalho, em geral, para efeitos de
prevenção, e em particular, para medir a grandeza ou importância dos
diferentes riscos. Todos os acidentes definidos desta forma devem ser
notificados e tabulados uniformemente.
- Os coeficientes de freqüência e de gravidade devem ser compilados
utilizando-se métodos uniformes. Deve haver uma definição uniforme para
acidentes, métodos uniformes para calcular o tempo de exposição ao risco.
- A classificação das indústrias e ocupações para efeitos das estatísticas de
acidentes deve ser uniforme em todas as partes.
- A classificação das causas e dos acidentes deve ser uniforme, e deve
aplicar-se mesmos princípios em todos os casos para determinar as causas
de acidentes.
Não é absolutamente indispensável que as estatísticas nacionais sejam
comparáveis em seus mínimos detalhes, porém devem sê-lo no essencial.
Cada país pode reunir os dados requeridos para as comparações
internacionais e outros ainda destinados a satisfazer suas próprias
necessidades.
- Embora a norma NB-18 não mencione, é recomendável fazer uma
estatística à parte para os acidentes de trajeto, adotando-se porém as
mesmas recomendações mencionadas na referida norma.
INTERPRETACAO DOS COEFICIENTES DE UMA EMPRESA:
Distribuição dos acidentes segundo o tempo de serviço
Figura 12.12
Os valores acima mostrados vem de certa forma confirmar um conceito de
há muito conhecido em matéria de segurança. Entre outros fatores que
entram na sua eclosão, os acidentes derivam ou da falta de prática e
desconhecimento dos perigos ou do excesso de confiança de que se imbui
um trabalhador muito experiente em seu serviço. O quadro nos mostra
exatamente isso: As maiores porcentagens situam-se em pólos opostos,
relativamente ao tempo de serviço dos acidentados (21% com empregados
de menos de 1 ano e 29% com empregados com mais de 10 anos de firma).
É possível ao trabalhador acidentar-se porque "não sabe" ou por "saber
demais", julgar-se a salvo dos acidentes. Dai a conveniência de se ter por
principio o seguinte:
1o) Inicialmente procurar conhecer todos os riscos do serviço e as regras de
segurança a ele pertinentes;
2o ) De posse desses conhecimentos, jamais desprezar as regras.
aprendidas.
O argumento dos que desprezam regras básicas de segurança, sob a
alegação do "Eu faço isto desse jeito há mais de 20 anos e nunca me
aconteceu nada" é irrelevante, pois num trabalho executado de forma
insegura sempre persistirão riscos danosos. E a prova disso é a grande
incidência de acidentes ocorridos com trabalhadores com mais de 10 anos
na mesma atividade.
Pelo quadro anterior podemos observar quais foram as principais causas dos
acidentes com afastamento. E podemos reparar talvez até com espanto e
surpresa - que os corpos estranhos e conjuntivites oculares ocupam o
primeiro lugar entre as causas de acidentes. superam inclusive o próprio
trabalho com máquinas também com apreciável parcela de acidentes, a
exemplo do que sucede em todos os anos.
A julgar por esse quadro, quase a metade dos casos poderia ser eliminada
se protegêssemos melhor os olhos (esses maravilhosos órgãos
condicionadores da normalidade da vida e da nossa felicidade pessoal), bem
como se fossem observa dás todas as regras de segurança relativa ao
trabalho com máquinas.
UM CONTROLE MAIS EFETIVO DA PREVENCAO DE ACIDENTES:
O registro dos acidentes ocorridos em urna empresa pode fornecer um
grande número de informações ao pessoal que trabalha na segurança. Ao
administrador, no entanto, interessa saber se as medidas preventivas
adotadas estão conduzindo ou não a resultados satisfatórios. Para o
administrador, o fato de perceber que o número de acidentes diminui em
um mês, para o mês seguinte novamente aumentar e a seguir diminuir
novamente é insatisfatório, já que o real interesse está em saber se há um
critério que permita chegar-se a conclusão de uma melhora ou piora.
Sabe-se que a variabilidade de um produto acabado provém da
variabilidade dos diversos fatores que influem na produção tais como:
trabalho humano, máquinas, matéria prima, umidade, voltagem, etc. A
variabilidade destes fatores se decompõe em duas parcelas:
a. uma variabilidade estável no tempo, isto é, o fator varia dentro de uma
distribuição de probabilidades, conservando, pois, a média e o desvio padrão. A
variação que resulta para o produto, devido á esta primeira parcela, denomina-
se ocasional e é inerente ao processo.
Só pode ser eliminada se este for alterado.
Figura 12.16
A zona acima da média indica piora das condições de segurança, finalmente
pontos da zona abaixo da média, melhora nestas condições. Antes de
explicarmos a mecânica do processo de controle estatístico, vamos
contornar mas algumas dificuldades que podem ocorrer: a mesma empresa
pode em meses consecutivos aumentar sua forca de trabalho, seja pelo
aumento do número de operários, seja pelo aumento de número de horas
trabalhadas por dia através das horas extras. Dessa forma, comparar pura e
simplesmente o número de acidentes ocorridos mês a mês poderá não
refletir a medição da freqüência real dos acidentes. Por isso é que se divide
o número de acidentes ocorridos pelo total de horas trabalhadas no mês,
obtendo-se assim a freqüência de acidentes em uma hora para uma certa e
em determinada fábrica.
Outra dificuldade diz respeito ao não levantamento e registro de todo, e
qualquer acidente, mas classificar e selecionar apenas os acidentes que
acarretem o afastamento do trabalhador do serviço. Pelo que se descreveu
nesse parágrafo, estamos quase que chegando á própria fórmula do
coeficiente de freqüência de acidentes, restando apenas multiplicar esse
valor de freqüência horária de acidentes por uma certa e bem determinada
constante, que foi estabelecida pela própria Associação Brasileira de
Normas Técnicas e que é a de 1.000.000, o que representaria o número de
acidentes que ocorreriam em milhão de horas trabalhadas.
Pelo que se viu, a possibilidade de se contornar as dificuldades apontadas
está no uso dos gráficos de controle para os Coeficientes de Freqüência de
Acidentes. Sabendo-se pois que a ocorrência de acidentes obedece urna
determinada lei estatística ou probabilística, dita distribuição de Poisson, e
que empregaremos gráficos de controle e que os gráficos de controle serão
aplicados aos coeficientes de freqüência, passemos a descrever como
iremos ou como podemos proceder:
Suponhamos que uma empresa tenha apresentado os seguintes valores de
coeficientes de freqüência:
COEFICIENTE DE FREQUÊNCIA
Janeiro ............50
Fevereiro.........17
Marco..............52
Abril ...............14
Maio ................0
Junho ................0
Julho ...............28
Agosto ............52
Setembro ..........0
Outubro ............0
Novembro ........0
Dezembro ......75
Em primeiro lugar vamos estabelecer o coeficiente de freqüência (média) e
o desvio padrão desse coeficiente. Assim, a média é de 288 :12 = 24; o
desvio padrão é 3 :240.5 = 14,6.
Feito o cálculo, podemos iniciar a construção do gráfico colocando o valor da
média e estabelecendo os limites superior e inferior de controle que serão:
limite superior = 24 + 14,6 = 38,6.
limite inferior = 24 - 14,6 = 9,4.
Obtemos dessa forma (em: escala) o seguinte:
Figura 12.17
A seguir, caso estejamos querendo estudar a eficiência do sistema de
prevenção de acidentes, vamos analisar como se comportam os resultados
do ano seguinte, mês a mês, em relação ao gráfico estabelecido.
MES COEFICIENTE DE FREQUÊNCIA
Janeiro ........................................... 36
Fevereiro ....................................... 24
Marco ........................................... 16
Abril .............................................. 0
Maio .............................................. 0
Junho.............................................. 0
Julho .............................................. 0
Agosto ........................................... 18
Setembro ....................................... 16
Outubro ......................................... 0
Figura 12.18
Pelo que pode ser observado acima, os valores dos coeficientes de
freqüência apresentam 5 valores abaixo do limite inferior o que já não
denota apenas uma variação assinalável, mas na realidade uma verdadeira
alteração no valor da média para o ano atual, já que todos os pontos, à
exceção do 1o , apresentam-se abaixo do valor da média do ano passado.
Está claro e evidenciado que o programa de prevenção está surtindo
resultados benéficos. Suponhamos, agora, apenas para efeito de raciocínio,
que tivéssemos obtido os valores de coeficiente de freqüência que se
seguem:
Mês Coeficiente de Freqüência
Janeiro....................................................... 52
Fevereiro .................................................. 40
Março ....................................................... 38
Abril ......................................................... 40
Maio ......................................................... 0
Junho ........................................................ 36
Julho ......................................................... 45
Agosto ...................................................... 50
Setembro .................................................. 40
Outubro .................................................... 45
Colocando-se no gráfico de controle teríamos:
Figura 12.19
Pelo que pode ser observado, o ponto relativo ao mês de junho é uma
exceção ao restante do ano e não pode ser encarado como um indicativo de
melhora no programa de prevenção, e sim um indicativo de piora ao se
observar o conjunto do ano atual, que fatalmente apresentará coeficiente de
freqüência maior do que para o ano passado.
Podemos acrescentar que, ao que tudo indica, o resultado de junho deve-se
a uma variação assinalável, e que no cálculo da média do ano deverá ser
eliminada.
MÉTODO N.S.C RELATIVO AO CÁLCULO DO COEFICIENTE DE
GRAVIDADE
No que se respeita ao cálculo mensal do coeficiente de gravidade, uma
dificuldade que surge, não raras vezes, resulta do fato de um trabalhador
que se acidente em certo mês não poder retornar ao trabalho no mesmo
mês. As perguntas que se impõem são: quantos dias serão atribuídos àquele
acidente para o cálculo do coeficiente de gravidade?
Serão contados apenas os perdidos no mês da ocorrência para o cálculo
referente àquele mês? Em que cálculos serão computados os dias perdidos
pelo acidentado no más ou meses subsequentes ao acidente?
Geralmente, no cálculo do coeficiente de gravidade, casos como esse
entram nas estatísticas nos vários meses em que os acidentados estiveram
afastados do trabalho até o encerramento do caso. Essa maneira de
proceder é causa do erro, por vários motivos: por gravar erroneamente
meses que não foram afetados pelo acidente em causa; por estabelecer
uma relação de dias perdidos para horas-homens trabalhadas, quando no
número dessas horas o trabalhador acidentado não foi incluído; pelo fato de,
em geral, trabalhador acidentado, afastado do serviço, não entrar na folha
de pagamento da empresa.
Para solucionar essas dificuldades, pode ser adotado o plano recomendado
pelo National Safety Concil dos Estados Unidos da América do Norte
(Industrial Accident Records and Analysis:. Safe Practices Pamphlet nº.21),
devidamente adaptado à norma brasileira do cadastro de acidentes.
Os casos de acidentes de trabalho ocorridos em cada mês são transcritos
em um quadro, referente á fábrica toda ou a cada um dos seus
departamentos.
Do quadro VII constam
- Número de acidentes sem perda do tempo ocorridos durante o mês.
- Numero de horas-homens trabalhadas.
- Número médio de trabalhadores em serviço durante o mês.
- Número de acidentes com perda de tempo, acarretando:
a) morte ou incapacidade total permanente;
b) incapacidade parcial e permanente;
c) incapacidade temporária.
As colunas correspondentes a cada uma dessas três espécies de acidentes
são subdivididas em duas, uma correspondente ao mês em curso e outra
intitulada "acréscimo", cuja finalidade será esclarecida adiante.
• Total de acidentes com perda de tempo.
• Coeficiente de gravidade.
Nas linhas horizontais tem-se uma linha correspondente a cada mês seguida dos
totais até esse mês.
Quando um caso de acidente não é encerrado por ocasião do fechamento
das estatísticas do mês, deve-se escrever na coluna correspondente debaixo
do título "mês", o número de dias que, de acordo com o médico que
atendeu o caso, o acidentado irá perder. Se o acidentado volta ao serviço
antes ou depois da data prevista, o número de dias perdidos a menos ou a
mais é transcrito no mês em que o operário volta ao trabalho, procedido do
sinal - ou + respectiva mente. Entretanto esse número não é computado da
estatística desse mês ou de qualquer Outro em particular, mas apenas no
número total acumulado até esse mês. O mesmo pode ser feito em relação
a dias debitados.
Quando um caso passa de uma categoria para outra, por exemplo, dá
incapacidade temporária para permanente parcial, procede-se do seguinte
modo: no mês em que ocorre a alteração adiciona-se à coluna "acréscimo"
uma unidade à nova categoria e subtrai-se também na coluna "acréscimo",
urna unidade á categoria a que o caso deixou de pertencer entretanto,
esses novos números não são adicionados aos totais desse mês, mas
apenas aos totais até esse más (vide exemplo no anexo 3).
Em fevereiro, três operários sofreram acidentes resultando em incapacidade
temporária; dentre eles, um operário que, de acordo com O prognóstico
médico deveria voltar ao serviço a 9 de março retornou no dia 5, havendo
assim 4 dias perdidos a menos; -4 são inscritos na coluna correspondente de
março, de modo que o total de dias perdidos, por incapacidade temporária
até esse mês em lugar de ser igual a 40 (dias perdidos até o mês anterior)
mais 42 (dias perdidos por acidente ocorrido em marco), torna-se igual a 40
+ 42-4 = 78 dias.
O acidente ocorrido em marco causou um ferimento no braço de um
operário, o qual continuava afastado do serviço ao ser encerrada, a
estatística desse mês. O médico assistente julgou que seria necessária a
perda de 42 dias de serviço, considerando o caso como de incapacidade
temporária.
Com efeito, O operário voltou ao trabalho na data prevista. No entanto, em
setembro foi notado que permanecera um certo grau de perturbação
funcional (dificuldade de movimentação do braço ferido). Assim, o caso
passou de incapacidade temporária para incapacidade permanente parcial
com direito a 900 dias debitados. Foram feitas alterações na tabela do mês
de setembro: nas colunas de acréscimo anotou-se + 1 entre as
incapacidades permanentes parciais e - 1 entre as incapacidades
temporárias.
Devido a restrição de mobilidade acrescentou-se 900 dias à coluna de
acréscimo para os dias debitados por incapacidade permanente parcial.
Como é fácil de ver, nenhum desses dados entra nas estatísticas do mês de
setembro; vão afetar unicamente os totais acumulados até esse mês.
No mês de dezembro Ocorreu um caso fatal sendo que a morte se deu
imediatamente após o acidente: assim sendo, foram incluídos 6.000 dias
debitados, não havendo dias perdidos a computar.
O quadro possui todos os elementos necessários para o cálculo do
coeficiente de freqüência, que foi omitido por não interessar ao assunto em
estudo.
Quando da análise final, deveria ser relembrado que, enquanto o objetivo
imediato do programa de segurança é o de eliminar os riscos até que os
acidentes não mais ocorram, um objetivo imediato desse programa deve ser
a identificação e o controle dos riscos que podem causar e estão causando
prejuízos graves a indústria, e danos aos empregados.
O progresso no sentido desses objetivos merece continua avaliação através
dos melhores meios disponíveis - o plano organizado constitui o rumo a
seguir para atingir esses objetivos.
CUSTO DO ACIDENTE
Importância
Pode ser sentida aqui a dificuldade para mensurar os custos dos acidentes.
Para contornar esse problema, por meio de uma investigação de acidentes
bem feita, e com a utilização de recursos matemáticos e inferências
estatísticas, podemos atingir um bom nível de precisão em termos de custos
para o empregador.
O custo direto não tem relação com o acidente em si. É o custo do seguro de
acidentes do trabalho que o empregador deve pagar ao Instituto Nacional
de Seguridade Social - INSS, conforme determina do no artigo 26 do decreto
2.173, de 05 de março de 1997. Essa contribuição é calculada a partir do
enquadramento da empresa em três níveis de risco de acidente do trabalho
(riscos leve, médios e graves) e da folha de pagamento de contribuição da
empresa, da seguinte forma:
Tendo em vista que o custo direto nada mais é que a taxa de seguro de
acidentes do trabalho paga pela empresa a Previdência Social, esse custo
também é chamado de "custo segurado" e representa saída de caixa
imediata para o empregador.
Já os fatores que influem no custo indireto não representam uma retirada de
caixa imediata para a empresa, mas, embora prejudiquem a produção e
inclusive a diminuam, não acarretam novos gastos necessariamente. Eles
são inerentes a própria atividade da empresa.
Pessoal
Envolve todos os funcionários assalariados.
Qualquer acidente determinará despesas médicas, hospitalares,
farmacêuticas, além de gastos com indenizações por incapacidade, ao órgão
segurador.
Maquinas e equipamentos
Inclui ferramentas, carros de transporte diretamente ligados à produção,
maquinas, que podem ser danificados em caso de acidente, exigindo
reparos, substituição de peças e serviço extra das equipes de manutenção.
Matéria - prima
Compreende os três estágios, entrada, processamento e saída como
produto acabado. Material perecível, por exemplo, pode ser perdido em caso
de parada repentina do processo em virtude de um acidente.
Tempo
Invariavelmente, qualquer acidente acarreta, com perda de tempo, tanto na
produção como na mão-de-obra.
Instalações Gerais
Compreende danos as instalações elétricas, aos prédios, às canalizações.
Em 1931, o engenheiro americano H.W. Heinrich efetuou uma pesquisa
entre a média industria americana e encontrou a relação 1:4 entre o custo
direto e o custo indireto, ou seja, se o custo direto de um acidente é R$
1.000,00, seu custo indireto será R$ 4.000,00. Essa relação no entanto,
embora difundida e utilizada normalmente, não corresponde a realidade na
maior parte dos casos.
A relação entre custo direto pode variar de 1:1 até 1:100, ou seja a variação
do custo total pode ser de 2 a 101 vezes o custo direto.
Deve-se, portanto, evitar a utilização desse valor (1:4) e, por meio de
estudos realizados dentro do próprio local de trabalho, inferir o índice
adequado.
Para possibilitar essa inferência pode-se, por exemplo, definir cinco classes
de acidentes:
1a classe - Acidentes sem lesão.
Custeio
III - três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco
de acidente do trabalho seja considerado grave.
INSPEÇÃO DE SEGURANÇA
Formas de ação
Basicamente, o programa de Prevenção de Acidentes do Trabalho
compreende dois tipos de atividades a serem desenvolvidas pelo Serviço de
Segurança.
Inspeção de Segurança
A inspeção de segurança nada mais é que a procura de riscos comuns, já
conhecidos teoricamente. Esse conhecimento teórico facilita a eliminação
ou neutralização do risco, pois as soluções possíveis já foram estudadas por
grande numero de técnicos e constam de extensa bibliografia.
Definição de responsabilidades
Os elementos encarregados das inspeções podem ser funcionários da
própria empresa, técnicos contratados ou inspetores governamentais.
Outras inspeções são feitas de forma rotineira pelo próprio elemento que se
utiliza do equipamento, não se excluindo, porém, a necessidade de
inspeções periódicas por elementos da segurança. E o caso de cordas,
correntes, cabos de aço, escadas e ferramentas portáteis
Modelos
Uma vez preenchidos esses formulários, quando na inspeção do técnico de
segurança e se notada alguma irregularidade, deverá ser preenchido um
relatório de inspeção, em que serão registrados os pontos negativos
encontrados e as medidas propostas para inibir os riscos.
Esse relatório devera ter, no mínimo, quatro vias, distribuídas da seguinte
forma:
uma via a ser mantida no Serviço de Segurança;
uma via a ser enviada ao Chefe do Setor onde foi notada a
irregularidade;