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Star Trek: pesquisas e

pesquisadores
Msc. Franciani Galvão
Pesquisas e pesquisadores
• Margaret Williamson Huber (2009): "Teaching Star Trek as Anthropology", a serie
Star Trek original seria um ponto direcionador para lecionar antropologia, pois o
programa seria um reflexo de observações contemporâneas, sendo um tipo de
mitologia a respeito da década de 1960, buscando compreender as motivações
dos episódios.

• Iver Neumann (2001): "‘Grab a Phaser, Ambassador’: Diplomacy in Star Trek",


versa sobre o relacionamento entre a representação da diplomacia Star Trek e a
diplomacia americana.

• Ana Paula Ávila, Jane Menezes, Laíse Maia, Santiago Rodrigues (2014):
"Paradigmas e revoluções científicas: a batalha entre ciência e poder em Star
Trek–Voyager”, analisou a representação da relação entre ciência e poder num
dos episódios da série Star Trek – Voyager (“A origem distante”).

• Andrew Brkich e Tim Barko (2012): "Our Most Lethal Enemy? Star Trek, the Borg,
and Methodological Simplicity", adotou a teoria da banalidade e da
comensurabilidade Objetiva-subjetiva de Deleuze aplicando aos episódios do Star
Trek: The Next Generation para discutir como o ato de misturar as linhas da ficção
e filosofia da ficção pode transformá-la em mais acessível e agradável.
Pesquisas e pesquisadores
• Willian Perpétuo Busch (2016): “Antropologia da ficção científica: alteridade
maquínica em Star Trek: Voyager”. A ficção científica pode ser entendida como
uma forma antropológica de pensamento sobre a alteridade. Nesta dissertação é
abordada esta relação tendo como foco a Star Trek: Voyager. Para ele a ficção
científica é responsável por apresentar duas perspectivas ontológicas diferentes:
ontologia da individualidade que existe nos mais variados coletivos humanoides
de Star Trek e outra exclusiva dos Borg e se constitui como uma ontologia da
assimilação, na qual o conceito de individualidade, bem como sociedade, não
pode ser pensado.

• Robert Kozinets (2001): “Utopian Enterprise: Articulating the Meanings of Star


Trek’s Culture of Consumption”. Definiu o "Sistema Star Trek" de objetos e
imagens, tendo criado um modelo de articulações consumidor-mídia em uma
cultura de consumo dos meios de comunicação. Seu resultado foi a identificação
de significados que qualificam o grupo de Trekkies, como os limites estigmáticos
(que melhoram a comunidade interna), santuário subcultural (que patrocina
lealdade), imaginário orientado a fantasia (que envolve a imaginação), dimensões
utópicas e míticas morais (que fornecem ideológica legitimação e ajudam a
construir o possível eu), e a presença de exploração cultural comercializada (cuja
mancha deve ser melhorada).
• Um dos primeiros autores a estudar a cultura fandom ou comunidades de consumidores
formadas pelos meios de comunicação em massa e como eles estariam moldando
ambiente cultural, principalmente como estes consumidores formam comunidades
virtuais que constroem formas de consumo específicas, voltadas para seus objetos de
“adoração” cultural. Investigando como se formam as subculturas de consumo e como
esses grupos compartilham sua visão de mundo, gostos, valores, crenças, etc. a partir da
apreciação das séries e filmes relacionados ao Star Trek.
Do consumo ao significado:
como os fãs consomem Star
Trek no Brasil
Msc. Franciani Fernandes Galvão,
Universidade Estadual de Maringá
francianigalvao@gmail.com
Luciano Mota, UEM
lucianomota_@hotmail.com
Dra. Olga Maria Coutinho Pépece, UEM
opepece@gmail.com
Introdução
• Cultura de fãs ou subcultura de fãs refere-se a membros
pertencentes a um grupo particular com gostos e predileções de
ficção e produtos e textos de fantasia, envolvendo atividades
produtivas que resultam na criação de novos "textos" (eventos,
livros, discussões, desenhos, filmes, Etc.) do consumo de objetos
(Kozinets, 1997).

• A pesquisa com foco em fãs e fandoms se expandiu, revelando um


importante caráter cultural em sociedades que estudam
comportamentos sociais contemporâneos.

• Buscamos investigar como o significado do consumo relacionado ao


Star Trek é dado pelo grupo de editores do site Trek Brasilis, com a
aplicação da teoria Metaphors of Consumption of Holt (1995).
Star Trek
Star Trek é um dos grandes fenômenos do consumidor, o fenômeno cult mais bem
sucedido e lucrativo na história da televisão (Kozinets, 2001), é a figura central da
cultura americana desde a década de 1960, atravessa fronteiras culturais e possui uma
cultura de fãs altamente complexa ( Frazetti, 2011).

• Um dos ícones principais da cultura pop do século XX.


• Redefine as concepções de tecnologia em muitas áreas.
• A subcultura de Trekkie, são fãs do "Star Trek system" ou
"Star Trek Universe" (Kozinets, 2001), porque é um grupo
que supera outros fandoms da cultura pop em termos de
profundidade e amplitude de criações oficiais e não
oficiais (Frazetti, 2011).
Metáforas do consumo de Holt

• As metáforas identificam a "integração" pela qual os


consumidores melhoram a percepção de um objeto
consumido como elemento constitutivo de sua identidade
e facilitam o uso simbólico desse objeto ou grupo de
objetos.

• Concebido por Douglas Holt (1995), descreve 4 áreas de


pesquisa, que retratam como os consumidores compram,
divididos em:
Consumo como experiência
Consumo como integração
Consumo como classificação
Consumo como jogo/participação
Metáforas do consumo de Holt

• Consumo como experiência: contempla o subjetivo do consumidor, reações


emocionais ao consumo de objetos, abrangendo uma visão sociológica do
consumo como uma experiência, que apresenta várias práticas de consumo onde
os estados emocionais são incorporados.

• Consumo como Integração: descreve como os consumidores adquirem e


manipulam os significados dos objetos, uma vez que os consumidores podem se
integrar e o objeto, permitindo o acesso às propriedades simbólicas do objeto.

• Consumo como Classificação: tem consumo como um processo em que os objetos,


que são vistos como vasos de significado cultural e pessoal, classificam seus
consumidores, efetivado pela posse e exibição social do objeto consumido.

• Consumo como participação/"Play": é o consumo de objetos como recursos para


interagir com outros consumidores e não através da interação com o objeto
apenas.
Resultados

Os resultados apontam fãs:

Idade entre 36 e 55
Homens
Casado
Renda familiar de mais de 10 salários mínimos
Graduação completa e especialização
Profissões: Jornalismo, Análise de Sistemas, Análise
Judicial e Engenharia.
Produtos
Resultados

Consumo como experiência

Demonstra as reações emocionais ao consumo de objetos e produtos


relacionados ao tema Star Trek.

• Esta metáfora foi percebida diante da questão da experiência do


consumo, seu processo desde a identificação da necessidade do produto,
processo de escolha, decisão e motivação.
• Toda a experiencia de consumo de ST ocorre de maneira online quanto
ao que sentem ao efetuar a compra.
• Resultados demonstram: satisfação (todos), alegria, sorte, recompensa
atrasada e inevitabilidade, procurando recompensas positivas com a
compra.
Resultados

Consumo como classificação


Veja os consumidores e como eles serão classificados por objetos
quando eles usam, compartilham significados associados a um
objeto de consumo para se classificar ou outros (Holt, 1995, p.10).

• Alguns entrevistados não se reconhecem como fonte de


informação e sim o site no qual eles escrevem.
• Entre eles não existe diferenciação e distinção nem ímpeto para
compra competitiva de produtos, possuem relacionamento
amigável.
• Se comunicando digitalmente para falar sobre outros assuntos e
não especificamente sobre Star Trek e processo de compra, que
acaba sendo esporádico.
Resultados

Consumo como integração


A metáfora descreve como os consumidores adquirem e manipulam os
significados dos objetos integrando-se ao objeto (Holt, 1995)

A percepção da integração entre fãs e site permite a representação do


fã como produto, ou representante do produto, tanto entre eles,
como com os fãs que os procuram.

• Esta metáfora pode ser observada no relacionamento com a


Paramount, porque os fãs são necessariamente parte deste
universo, sentindo-se depreciados pelo distribuidor.
Resultados

Consumo como participação

• Todo o processo de imersão no sistema Star Trek pode ser


visto, mas é melhor observado quando o consumo é
efetuado.
• O gosto pelos jogos da série reflete a necessidade de
imersão no universo fictício, além de se associar a algo que
se prefere fazer, associam a experiência de imersão no
universo da série durante jogos ou mesmo conversas.
• A sensação seria a semelhança de ter a mesma emoção dos
personagens e a sensação de imersão nas histórias.
Metáforas de consumo: fãs brasileiros
de Star Trek Brazilian

Propósito de Ação
Ações autotélicas Ações Instrumentais
Consumo como Experiência: Consumo como integração:
Estrutura de Ação

Objetos de Compra online; compra que dá representantes do ST pelo Trek


ações satisfação Brasilis

Consumo como participação: Consumo como classificação:


Ação imersão no Universo ST Trek brasilis é a referência; sem
interpessoal distinção interna
Conclusão
• Esta pesquisa contribui para uma melhor compreensão do comportamento
das novas subculturas de consumo de fãs, uma vez que a indústria do
entretenimento cresceu exponencialmente nos últimos anos.

• Sabemos que o consumo do universo Star Trek não é apenas um fim em si,
mas uma forma de expressão da identidade do fã, apreendida como a
filosofia da vida que vai além do próprio consumo dos produtos.

"A filosofia da Star Trek é mais do que uma mercadoria",


Robert Kozinets
Star Trek é a nossa maneira de viver!
Muito Obrigada!
Vida longa e próspera!
Msc. Franciani Galvão
francianigalvao@gmail.com

@francianigalvao
REFERENCIAS
Bardin, L. (2006). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições70.
Frazetti, Daryl G. (2011). The culture of Trek fandom: wouldn’t you like to be a trekkie
too? Disponível em: <
www.academia.edu/461218/Results_Star_Trek_Fandom_Survey>. Acesso em: jan.
2016.
Holt, Douglas B. (1995). How consumers consume: a typology of consumption
practices. Journal of Consumer Research, 22(1-June), 1-16. doi: 10.1086/209431
Kozinets, Robert V. (1997). TO BOLDLY Go: A Hypermodern Ethnographyof Star Trek @
Fins' Culture and Communities of Consumption. Thesis submitted to The Scbool of
Business in conformity with the requirements for the degree of a Doctor of
Philosophy Queen's University, Kingston, Ontario, Canada, July.
Kozinets, Robert V. (2001). Utopian Enterprise: Articulating the Meanings of Star Trek’s
Culture of Consumption. Journal of Consumer Research. Vol. 28, No. 1 (June 2001),
pp. 67-88.
Reading, A. & Jenkins, R. (2015). Transportation to a World of Fantasy: Consumer
Experiences of Fictional Brands Becoming Real, Journal of Promotional
Communications, 3 (1), 154-173.
Trek Brasilis. (2015). Sobre o TB. Disponível em: <http://www.trekbrasilis.org/sobre-o-
tb/>. Acesso em: Dez 2015.

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